COLORAÇÃO DE GRAM (Hans Christian Joachim Gram) Todas as estruturas celulares são coradas pelo corante cristal violeta. Com a adição do mordente (Lugol), ocorre a formação do complexo iodo-pararosanilina, que fixa o corante primário nas estruturas coradas. O álcool-acetona extrai os lipídeos, aumentando a porosidade/permeabilidade da parede celular das bactérias Gram-negativas. O complexo cristal violeta-iodo (CVI) pode ser retirado e as bactérias Gram-negativas são descoradas. A parede celular das bactérias gram-positivas, em virtude de sua composição, torna-se desidratada durante o tratamento com álcool-acetona, a porosidade diminui, a permeabilidade é reduzida e o complexo CVI não pode ser extraído. Preparo do esfregaço: 1- Pegar uma lâmina limpa no recipiente, secar e flambar rapidamente na chama do bico de Bunsen; 2- Identificar o lado da lâmina onde será feito o esfregaço; 3- Flambar a alça bacteriológica e deixá-la esfriar, colocar na cultura teste e esfregar o material da alça bacteriológica para se obter um esfregaço de forma oval, bem fino e uniforme; 4- Deixar secar nas proximidades da chama; 5- Fixar o esfregaço passando a lâmina rapidamente na chama do bico de Bunsen. Método de Coloração de Gram: 1- Cobrir toda a lâmina com solução cristal violeta (corante roxo), aguardar um minuto; 2- Lavar rapidamente em água destilada; 3- Cobrir a lâmina com solução de Iugol (mordente) por um minuto; 4- Lavar em água destilada; 5- Inclinar a lâmina e gotejar álcool-acetona (cerca de 15 segundos) e lavar a lâmina rapidamente em água corrente; 6- Cobrir com fucsina de gram e aguardar 30 segundos; 7- Lavar a lâmina em água destilada, deixar secar e observar ao microscópio com a objetiva de imersão (100X). Em culturas envelhecidas as células Gram-positivas podem se tomam Gram-negativas. Soluções em ordem de aplicação Reação do aspecto das bactérias Gram-positivas Reação do aspecto das bactérias Gram-negativas Cristal violeta Coradas em violeta. Solução de Iugol Formação do complexo CV-I no Formação do complexo CV-I no interior da interior da célula, que permanece célula, que permanece violeta. violeta. Álcool-acetona Desidratação da parede celular, diminuição da porosidade e da permeabilidade; o complexo CV-I não pode sair da célula, que permanece violeta. Fucsina ou safranina A célula não é afetada, permanece violeta. Coradas em violeta. Extração dos lipídeos da parede celular, aumento da porosidade; o complexo CV-I é removido da célula. A célula adquire o corante, tornando-se vermelha. COLORAÇÃO DE ZIEHL NIELSEN (Franz Ziehl e Friedrich Neelsen) Há bactérias que são resistentes à coloração, mas que uma vez coradas vão resistir fortemente à descoloração, mesmo por ácidos fortes diluídos e álcool absoluto. Estas são bactérias ácido-álcool resistentes (gêneros Mycobacterium e Nocardia). Esta característica é devida ao elevado teor de lípidos estruturais (ex. ácido micólico) na parede celular destas bactérias, que provoca uma grande hidrofobicidade, dificultando a ação dos mordentes e diferenciadores de corantes aquosos. Preparo do esfregaço: 1- Pegar uma lâmina limpa no recipiente, secar e flambar rapidamente na chama do bico de Bunsen; 2- Identificar o lado da lâmina onde será feito o esfregaço; 3- Flambar a alça bacteriológica deixá-la esfriar, colocar na cultura teste e esfregar o material com movimentos de rotação da alça bacteriológica, para se obter um esfregaço de forma oval, bem fino e uniforme; 4- Deixar secar nas proximidades da chama; 5- Fixar o esfregaço passando a lâmina (lado oposto ao esfregaço) 5 vezes na chama do bico de Bunsen (rapidamente). Método de Coloração de Ziehl Nielsen: 1- Cobrir toda a lâmina com com fucsina fenicada; 2- Aquecer em chama até emitir vapores. A partir disto, iniciar a contagem de cinco minutos; 3- Lavar a lâmina em água suavemente; 4- Colocar álcool-ácido clorídrico até que não se desprenda mais corante; 5- Lavar a lâmina com água; 6- Cobrir o esfregaço com azul-de-metileno por trinta segundos; 7- Lavar a lâmina com água; 8- Deixar secar e observar ao microscópio com a objetiva de imersão (100X). Soluções em ordem BAAR BNAAR de aplicação Bactérias álcool ácido resistentes Bactérias não-álcool ácido resistentes Fucsina de Ziehl Bactérias coradas em vermelho. A fucsina se fixa nos lipídeos Álcool-ácido clorídrico complexos e não abandona a célula, que permanece vermelha. Azul-de-metileno Bactérias coradas em vermelho. A fucsina não se fixa nos componentes da parede celular e abandona a célula, que permanece sem corante em seu interior A célula não é afetada e permanece A célula adquire o corante, tornando-se vermelha. azul