Discurso proferido pelo Deputado Dr. HELENO (PP-RJ), na sessão de de outubro de 2004. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, O objeto de minha vinda ao plenário desta Casa é para abordar um mal que, ao contrário do que se imagina não é uma doença de idosos. Ela incapacita jovens, sendo muitas vezes confundida com doenças menos graves, como a labirintite. Refiro-me à Esclerose Múltipla, que é uma doença neuroimunológica (que envolve o sistema nervoso e de defesa), de causa desconhecida, que apresenta lesões no Sistema Nervoso Central, caracterizandose por surtos periódicos que tendem a piorar a cada crise, podendo ser progressiva, com piora constante, provocado por uma lesão da mielina, camada que recobre o nervo e liga o cérebro ao corpo. As estatísticas têm mostrado que, no Brasil, 30 em cada 100 mil habitantes são portadores desse mal, sendo mais comum entre mulheres, manifestando-se, em média entre os 18 e 45 anos de idade. A sua área de ocorrência mais freqüente são os estados mais frios da Federação onde esse índice se eleva para 45 casos em cada 100 mil habitantes. A doença começa com um distúrbio no sistema imunológico, onde algumas células de defesa, que devem proteger o organismo, estranham-no e passam a destruí-lo. A camada de mielina é lesada. A referida camada tem como função conduzir os estímulos nervosos, impedindo a transmissão das mensagens entre o cérebro e o resto do corpo. Os principais sintomas são: distúrbios visuais, fraqueza muscular ou paralisia de um ou mais membros (sintomas piramidais); instabilidade ao caminhar ou movimentos trêmulos dos membros; movimentos involuntários dos olhos 2 (nistagmo), com dificuldades de articulação da fala e de deglutição (lesão no troco cerebral); funções sensoriais relacionadas a tato, dor, sentido posicional etc, funções intestinal e urinária; funções cerebrais relacionadas com humor e capacidade intelectual. O exame mais eficaz, capaz de detectar a doença é a ressonância magnética, onde são notadas as lesões que surgem no sistema nervoso. Com relação ainda à doença, ela não tem cura, mas há medicamentos adequados que conseguem reduzir a intensidade dos surtos, tornar menos freqüentes as ocorrências e oferecer uma melhor qualidade de vida ao seu portador. Os remédios são distribuídos pelo serviço público de saúde e devem ser exigidos pela comunidade. O médico precisa sempre acompanhar o paciente em seu tratamento fisioterapia, que também hidroterapia, exercícios físicos, etc... 3 terapia poderá incluir corporal e A Port. SAS n.º 116, de 10 de abril de 2001 instituiu o Grupo Técnico de Assessoramento e Esclerose Múltipla, entretanto é importante que Centros de Referência para o desenvolvimento de atividades de cadastramento de pacientes visando à detecção, acompanhamento e avaliação de seu estado sejam criados em todo o Brasil. É com bastante satisfação que este parlamentar tomou ciência de que o Hospital Universitário de Brasília – HUB, passou a dispor, recentemente, de um desses Centros de Referência. Esperamos que eles se disseminem por todo o Brasil. Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado. 4