RESUMO DO LIVRO DE TEORIAS DAS FINANÇAS PÚBLICAS Unidade 01 – Estado e Economia Esta unidade apresenta o funcionamento do Estado. Distingue entre hegemonia e ideologia; mostra como os partidos políticos concorrem entre si pelo o voto, por meio de plataformas políticas, e verifica como a concorrência entre partidos e grupos políticos tende a diminuir vantagens excessivas do exercício do poder. Nesta Unidade foram vistas duas teorias de Estado: a teoria Gramsciana, do italiano Antônio Gramsci (1891-1937), jornalista e militante comunista/marxirta, e a teoria da Concorrência entre Partidos, iniciada por Josep Alois Schumperter(1883-1950) em sua obra sobre o capitalismo, socialismo e democracia, publicada em 1942, seguido na por Anthony Downs, na sua tese doutrinal sobre o tema publicada em 1957. A teoria gramsciana destaca a hegemonia de frações de classes sociais, mantida por uma visão de mundo, a ideologia, que é propagada por seus intelectuais orgânicos. Essa liderança está sujeita a contestações por parte de outras frações de classes que apresentam ideologias alternativas. No longo prazo, com a eventual crise da classe hegemônica, que pode resistir temporariamente até pela força, ocorre à alternância de poder. A revolução passiva é uma estratégia do grupo dominante para continuar hegemônico em momentos de crise. Um exemplo interessante, contemporâneo, diz respeito a mudanças institucionais como a liberação gradual de empresas privadas, feitas pelo Partido Comunista Chinês para permanecer no comando da sociedade chinesa. Por outro lado, a Teoria da Concorrência entre Partidos explica o funcionamento do Estado a partir de comportamentos individuais, dos cidadãos, dos políticos, dos burocratas e partidos. Em um ambiente de alta concorrência entre os políticos, organizados em partidos políticos, a burocracia estatal, sob direção dos políticos, deve atender às preferências dos eleitores. Ao mesmo tempo, essa concorrência reduz as vantagens do poder ao mínimo necessário para reter os políticos interessados na atividade. Há, porém, fatores que restringem a velocidade de ajuste a mudanças nessas preferências, como a autonomia que os políticos têm de desconsiderarem os interesses de seus eleitores no curto prazo, como os eleitores que têm memória curta em relação aos atos dos políticos e como o fato de grupos de políticos evitarem a concorrência, o que é conseguido em alto grau por governos autoritários. Em comum, as duas teorias têm as ideias da possível alternância no poder e de como o atendimento das necessidades públicas é mais efetivo com essa alternância. Unidade 2 – Os Setores Público e Privado Esta unidade mostra a participação do setor público na economia e, também, os conceitos úteis à definição dos tipos de bens e de serviços típicos do setor público, estabelecendo assim uma espécie de fronteira com o setor privado. A distinção entre diferentes tipos de bens, classificados de acordo com as formas que são consumidas, identifica porque é muito caro cobrar por alguns tipos de benefícios ou conseguir indenização por sacrifícios sofridos; avalia o tamanho do setor público pela renda total, retirado através de tributo, e difere entre duas conhecidas explicações de porque o setor público vem tendo participação crescente na economia nas últimas décadas. O texto explica a divisão de tarefas entre o setor público e o setor privado, mostra a distinção entre bens que podem envolver rivalidade no consumo e diferentes custos de exclusão. Com isso, distinguiu entre bens privados puros e bens públicos puros, sendo os bens públicos puros os que historicamente predominam no setor público. Deixa claro também, que existem vários casos intermediários, como o de bens de uso comum, embora rivais, muitas vezes são administrados publicamente por conta de altos custos de exclusão. Além disso, há as situações em que certos benefícios ou custos ocorrem conjuntamente. É o caso das externalidades. Isso explica ocorrências em que bens privados puros são produzidos pelo setor público por conta de envolverem conjuntamente, por exemplo, um bem público. Pelo lado institucional, o Estado tem o papel de regular muitas atividades econômicas, como o caso do monopólio natural, para compensar falhas decorrentes de poder de mercado. Para finalizar, temos o crescente tamanho do setor público, tanto pela demanda de serviços públicos, ligada à industrialização e à urbanização, quanto pela descontinuidade do processo político, em que situações fora do comum tornam aceitável uma maior carga tributária. Unidade 3 – Tributo Esse capítulo demonstra as principais receitas orçamentárias e como avaliar quem, realmente, as paga. Classifica as receitas orçamentárias, segundo a natureza econômica, em receitas correntes, onde inclui a arrecadação de tributos, as receitas de atividades produtivas e, no caso dos governos estaduais e municipais, as transferências correntes, e as receitas de capital, que são as que incluem empréstimo de venta de bens. Distingue entre incidência legal dos impostos e incidência do ponto de vista econômico; e busca dados sobre as principais fontes de receitas do setor público incluídas no orçamento público federal. Mostra que os tributos são calculados e cobrados em diferentes bases as quais são divididas: Propriedade: sobre o valor de imóveis e bens como veículos(IPTU e IPVA); Vendas de ativos reais: sobre a venda de imóveis (ITBI); Vendas de mercadorias: refere-se tanto a bens, quanto serviços (ICMS e IPI); Fluxo de renda: sobre os salários, lucros e aluguéis (Previdência Social e Imposto de Renda); Transferências financeiras: como venda de algum serviço , ou saída de recursos de conta correntes bancarias . Essa diferença das bases esclarece o impacto dos tributos nas rendas das pessoas, principalmente quanto à incidência dos principais tributos, ou impostos, em termos de arrecadação no Brasil: o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), arrecadado pelos governos estaduais com uma alíquota de 22,6%, os impostos municipais, tais como o ISS, alíquota de 1,9% e O IPTU com alíquota de 1,25%; e os impostos federais, Imposto de Renda - 17,2%, Contribuição para a Precedência Social – 15,5%, COFINS 11,4%, FGTS – 4,6, a extinta CPMF- 4,0%, e IPI – 3,6%; Incidência A incidência legal dos impostos mostra quem os recolhe ao fisco, e a incidência econômica leva em consideração o possível repasse dos impostos via alterações de preços, ou seja, em decorrência da tributação de um imposto, como por exemplo, o IPI, sobre a produção de certo produto, temos a incidência legal onde quem deverá pagar o IPI é a indústria produtora, porém o imposto é repassado para seus clientes, lojas de atacado ou varejo, que também repassam o IPI para o consumidor final, ai surge à incidência econômica, que é quem de fato paga o imposto, e geralmente não sabe que está pagando. Unidade 4 – Despesa A unidade apresenta a caracterização dos principais tipos de despesas e como elas afetam o padrão de vida dos cidadãos, classifica e avalia as despesas públicas, o que inclui os investimentos produtivos; reconhece como essas despesas afetam a renda dos agentes econômicos; e descreve como os tributos e as despesas afetam a renda das pessoas no Brasil. Despesas públicas são classificadas segundo vários critérios. Os dois apresentados são: Segundo a finalidade do gasto, retrantado áreas de ação governamental, agrupadas no orçamento por funções e subfunções. Exemplo: Função Saúde, tendo suas subfunções como Atenção Básica, Assistência Hospitalar e Ambulatória, Suporte Profilático e Terapêutico, Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e Alimentação e Nutrição; Segundo a natureza do gasto, onde demonstra que o gasto é para manter o governo em funcionamento ou para a distribuição de renda, que é o caso das Despesas Correntes, que incluem categorias econômicas como Pessoal e Encargos Sociais e Juros, Custeio da Dívida e Transferências. A natureza do gasto também ocorre pela Despesa de Capital, quando existem investimentos que alteram o estoque de capital da sociedade, feita tanto para a produção de bens e serviços pelo próprio Estado quanto por meio do setor privado. Por conta desses investimentos, há a preocupação em avaliar tecnicamente os investimentos públicos, sendo a análise de custo-benefício um dos instrumentos para tal avaliação. Além disso, as despesas públicas também implicam redistribuição de renda real, agora via benefícios públicos diferentes da incidência de impostos. A consideração desses benefícios e a sua comparação aos sacrifícios decorrentes dos impostos leva à incidência fiscal, que nos dá uma melhor ideia de como o setor público afeta o padrão de vida do cidadão. Como tal medição é difícil de ser feita com boa precisão, cabe ao processo político definir a incidência fiscal, embora estudos parciais possam tornar o debate menos vago. Unidade 5 – Déficit Público e Dívida Pública Esta unidade mostra como o déficit público e, por consequência, as dívidas públicas estão ligadas à estabilidade de preços e ao nível e ao crescimento de atividades da economia. Os diferentes tipos de déficit público e a diferenças das várias formas como o setor público e o setor privado resolvem os seus déficits; relaciona o déficit primário com a capacidade de pagamento da dívida por parte do setor público; e distingue entre efeitos de curto prazo e de longo prazo do déficit e da dívida pública sobre o crescimento econômico. O déficit público é a diferença entre a despesa e a receita do setor público, também chamado de déficit nominal. Se desconsiderado o efeito da inflação, é chamado de déficit operacional. Contudo, o déficit público varia com o PIB de modo que nas fases de crescimento forte da economia o déficit diminui, pois a receita, que é aproximadamente proporcional ao PIB, pode crescer mais rápido. Por isso, o déficit estrutural, que desconta os efeitos cíclicos. Mostrando como os déficits anuais têm impacto sobre o tamanho da dívida pública, é preciso saber se o governo tem dinheiro para, ao menos, pagar os juros da dívida pública. É o superávit primário que mede essa sobra, ou seja, quanto maior for o superávit primário, maior será a parte dos juros que o governo consegue pagar. Se esse superávit for muito pequeno ou até negativo, a dívida poderá crescer de forma descontrolada e gerar uma crise fiscal. Apesar disso, o governo pode aumentar o déficit público para aumentar o nível de atividade na economia a fim de controlar situações de alto nível de desemprego. Mas quando isso é feito em situações de uso excessivo da capacidade produtiva das empresas, ocorrem pressões inflacionárias. A estabilização e o crescimento econômico dependem muitos como da forma que o governo administra suas contas, como também, da influencia do governo no nível de emprego e na taxa de inflação.