1. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 1.1. Decisões de administração financeira O administrador financeiro deve preocupar-se com três tipos básicos de questões: Orçamento de capital – diz respeito aos investimentos da empresa a longo prazo. Nessa função, o administrador financeiro procura identificar as oportunidades de investimento cujo valor para a empresa é superior a seu custo de aquisição. Independentemente do investimento específico que esteja sendo considerado, os administradores financeiros devem preocupar-se com o quanto se espera receber em termos monetários, quando se espera recebê-lo e a probabilidade de que seja recebido. A avaliação da magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a essência do orçamento de capital. Estrutura de capital – diz respeito à forma pela qual a empresa obtém o financiamento de que necessita para sustentar seus investimentos a longo prazo. A estrutura de capital, também chamada de estrutura financeira, de uma empresa é a combinação específica de capital de terceiros de longo prazo e capital próprio que a empresa utiliza para financiar suas operações. O administrador financeiro tem duas preocupações no que se refere a essa área: 1) Quanto deve a empresa tomar emprestado? 2) Quais são as fontes de fundos menos dispendiosas para a empresa. Administração do capital de giro – a expressão capital de giro diz respeito aos ativos a curto prazo de uma empresa, tais como estoques, bem como a seus passivos de curto prazo, como quantia devidas a fornecedores. A gestão do capital de giro de uma empresa é uma atividade diária que visa assegurar que a empresa tenha recursos suficientes para continuar suas operações e evitar interrupções muito caras. Isto envolve uma série de atividades relacionadas aos recebimentos e desembolsos da empresa. Algumas perguntas relativas à gestão do capital de giro que precisam ser respondidas incluem: 1) Quanto devemos manter em caixa e estoques? 2) Devemos vender a prazo? 3) Como obteremos qualquer financiamento de curto prazo que seja necessário? Questões: - Que é decisão de orçamento de capital? - Como se chama a combinação específica de capital de terceiros a longo prazo e capital próprio escolhida por uma empresa? - Em que categoria da administração financeira se situa a gestão de caixa? 1.2. Modalidades de organização de empresas: Firma individual Uma firma individual é uma empresa que pertence a uma única pessoa. Este é o tipo de empresa de criação mais simples, e também é a modalidade sujeita a menos regulamentação. Por esse motivo, há mais firmas individuais do que empresas de qualquer outro tipo, e muitas empresas que mais tarde se tornam grandes sociedades por ações começam sendo firmas individuais. O proprietário de uma firma individual tem direito a todo o lucro da empresa. Essa é a parte boa da história. Entretanto, esse proprietário tem responsabilidade ilimitada pelas dívidas da empresa. Isto significa que os credores podem recorre aos bens pessoais do proprietário, em busca de pagamento de seus direitos. De maneira semelhante, não há distinção entre rendimento da pessoa física e rendimento da pessoa jurídica, de modo que o lucro da empresa é tributado como se fosse rendimento de pessoa física. A duração de uma firma individual é limitada pela vida do proprietário e, o que é mais importante, o capital próprio que pode ser reunido é limitado à riqueza pessoal do proprietário. Esta restrição normalmente significa que a empresa não é capaz de aproveitar novas oportunidades por causa da insuficiência de capital. É difícil transferir a propriedade de uma firma individual, pois isto requer a venda de toda a empresa a um novo dono. Sociedade por quotas Uma sociedade por quotas é semelhante a uma firma individual, excetuando-se o fato de que tem dois ou mais proprietários (sócios). Numa sociedade geral, todos os sócios participam dos lucros e prejuízos, e todos têm responsabilidade ilimitada por todas as dívidas da empresa, e não apenas por uma proporção delas. A maneira pela qual os lucros e prejuízos da sociedade são repartidos é descrita no contrato de sociedade. Este contrato pode ser um acordo verbal informal, como em “vamos montar um negócio para cortar grama?”, ou um longo documento formal, por escrito. Numa sociedade limitada, um ou mais sócios gerais serão responsáveis pela gestão da empresa e terão responsabilidade ilimitada, mas haverá um ou mais sócios limitados que não terão participação ativa no negócio. A responsabilidade de um sócio limitado por dívidas da empresa é restrita ao montante que tenha contribuído para o capital da sociedade. As vantagens e desvantagens de uma sociedade por quotas são basicamente as mesmas de uma firma individual. As sociedades por quotas baseadas num acordo relativamente informal podem ser constituídas com facilidade e a custo baixo. Os sócios gerais têm responsabilidade ilimitada pelas dívidas da empresa e a sociedade se extingue quando um desses sócios deseja liquidar sua participação ou morre. Todo lucro é tributado como se fosse rendimento de pessoa física para os sócios, e o montante de capital próprio que pode ser levantado é restrito à riqueza agregada dos sócios. A participação de um sócio geral não pode ser transferida com facilidade, pois é necessário constituir uma nova sociedade, para que isso ocorra. A participação de um sócio com responsabilidade limitada pode ser transferida sem dissolver a sociedade, mas pode ser difícil encontrar um comprador. Visto que um sócio numa sociedade geral por quotas pode ser responsabilizado por todas as dívidas da empresa, a existência de um acordo por escrito é muito importante. Se os direitos se as obrigações dos sócios não tiveram sido bem especificados, provavelmente haverá desentendimentos futuros. Além disso, se você for um sócio de responsabilidade limitada, não deverá envolver-se profundamente nos negócios da empresa, a menos que esteja disposto a assumir as obrigações de um sócio geral. O motivo é o de que, se as coisas andarem mal, poderá ser tratado como um sócio geral, muito embora diga ser um sócio com responsabilidade limitada. As principais desvantagens de firmas individuais e sociedades por quotas como formas de organização de empresas são: 1) a responsabilidade ilimitada dos proprietários por dívidas da empresa; 2) a duração limitada do empreendimento; 3) a dificuldade de transferência da propriedade. Essas três desvantagens resumem-se num único problema fundamental: a capacidade de crescimento de tais empresas pode ficar seriamente prejudicada pela impossibilidade de levantar recursos para fins de investimento. Sociedade por ações A sociedade por ações é a modalidade mais significativa (em termos de porte) de organização de empresas. Uma sociedade por ações é uma “pessoa”, juridicamente falando, distinta das pessoas de seus proprietários, e possui muitos dos direitos, obrigações e privilégios de uma pessoa natural. As sociedades por ações podem tomar dinheiro emprestado e ser proprietárias de imóveis, podem processar e ser processadas, e podem formar contratos. Uma sociedade por ações pode até mesmo ser um sócio geral ou de responsabilidade limitada numa sociedade por quotas, e pode ser acionista de outra sociedade por ações. Criar uma sociedade por ações é um pouco mais complicado do que montar empresas de outras modalidades. A formação de uma sociedade por ações envolve a confecção de um documento de incorporação e um estatuto. O documento de incorporação deve tratar de uma série de aspectos incluindo o nome da sociedade, sua duração (que pode ser indeterminada), sua finalidade e o número de ações que podem ser emitidas. Essas informações precisam normalmente ser fornecidas pelo Estado no qual a empresa pretende registrar-se. Para a maior parte dos fins legais, a sociedade por ações é um “residente” desse Estado. O estatuto é um conjunto de regras que determinam como a empresa norteia sua própria existência. Por exemplo, especifica como os diretores são eleitos. Pode ser emendado ou ampliado de tempos em tempos pelos acionistas. Numa sociedade por ações de grande porte, os acionistas e os administradores normalmente são grupos distintos. Os acionistas elegem o conselho de administração, que, por sua vez, seleciona os administradores. A administração é responsável pela condução das atividades da empresa de acordo com os interesses do acionista. Em princípio, os acionistas controlam a empresa pois são eles que elegem o conselho de administração. Em conseqüência da separação entre propriedade e administração, a sociedade por ações apresenta diversas vantagens. A propriedade (representada pelas ações em que se divide o capital) pode ser prontamente transferida, e a duração da sociedade não é, portanto, limitada. A sociedade por ações toma dinheiro emprestado em seu próprio nome. Assim, os acionistas têm responsabilidade limitada pelas dívidas da empresa. O máximo que poderão perder é o que tiverem aplicado. A relativa facilidade de transferência de propriedade, a responsabilidade limitada pelas dívidas da empresa, e a duração ilimitada do empreendimento são os motivos pelos quais a sociedade por ações é a modalidade superior de organização, quando se trata de levantar recursos financeiros. Se uma sociedade por ações necessitar de capital próprio adicional, poderá vender novas ações e atrair novos investidores. O número de proprietários pode ser enorme. As maiores sociedades por ações possuem muitos milhares ou até milhões de acionistas. Por exemplo, a AT&T tem 3 milhões de acionistas, de a GM possui cerca de 2 milhões. A sociedade por ações apresenta uma grande desvantagem. Como se trata de uma “pessoa” juridicamente distinta, é obrigada a pagar imposto. Além do mais, o dinheiro distribuído aos acionistas sob a forma de dividendos é tributado mais uma vez como rendimento desses acionistas. Trata-se de dupla tributação, o que quer dizer que os lucros da sociedade por ações são tributados duas vezes: em termos de pessoa jurídica, ao ser gerado lucro, e mais uma vez em termos da pessoa física, quando esse lucro é distribuído. Questões: - Quais são as principais modalidades de organização de empresas? - Quais são as principais vantagens e desvantagens da firma individual e da sociedade de pessoas? - Qual a difer3ença entre uma sociedade geral e uma sociedade limitada? - Por que a sociedade por ações é a alternativa superior, quando se trata de levantamento de recursos? - Qual a grande desvantagem da sociedade por ações? 1.3. Objetivo da Administração financeira Para estudar a tomada de decisões financeiras, precisamos, antes de mais nada, entender qual é o objetivo da administração financeira. Essa noção é importante porque gera uma base concreta para a tomada e a avaliação de decisões financeiras - Maximização do lucro A maximização de lucro talvez seja o objetivo empresarial mais freqüentemente citado, mas não é um objetivo muito preciso. Estamos falando do lucro do ano em curso? Se for isso, então providências tais como o adiantamento de gastos de manutenção, a não-reposição de estoques e outras medidas de curto prazo, tendentes a reduzir custos, provocarão aumentos do lucro corrente, mas tais providências não são necessariamente desejáveis. O objetivo de maximização do lucro pode dizer respeito a alguma espécie de lucro a “médio ou longo prazo” mas também não está claro o que isto significa. Primeiro, estamos falando do lucro líquido contábil ou do lucro por ação? Como veremos, esses números pouco têm a ver com o que é bom ou mau para a empresa. Segundo, o que quer dizer “longo prazo”? Como disse um famoso economista, a longo prazo todos estaremos mortos! Falando mais seriamente, esse objetivo não nos diz qual é o equilíbrio apropriado entre lucro corrente e lucro futuro. - Objetivo da administração financeira numa sociedade por ações O administrador financeiro de uma sociedade por ações toma decisões em nome dos acionistas da empresa. A partir disso, em vez de enunciar os possíveis objetivos para o administrador financeiro, o que precisamos fazer é responder a uma pergunta mais fundamental: do ponto de visto do acionista, o que é uma boa decisão de administração financeira? Sabendo que os acionistas compram ações porque desejam obter ganhos financeiros, então a resposta é óbvia: as boas decisões são aquelas que aumentam o valor da ação, e as más decisões são as que o diminuem. O administrador atua de acordo com os melhores interesses dos acionistas ao tomar decisões que aumentam o valor da ação. O objetivo apropriado para o administrador financeiro de uma sociedade por ações pode, portanto, se enunciado com grande facilidade: O objetivo da administração financeira numa sociedade por ações é maximizar o valor corrente da cada ação existente. - Um objetivo mais geral de administração financeira Dado o objetivo, tal como enunciado (maximizar o valor da ação), logo surge uma questão natural: qual é o objetivo apropriado quando as ações da empresa não são negociadas em bolsa? As sociedades por ações não são, evidentemente, o único tipo de empresa, e mesmo as ações de muitas delas raramente trocam de mãos e por isso é difícil dizer qual é o valor da ação num momento qualquer. Desde que estejamos lidando com empresas com fins lucrativos, basta fazer uma pequena modificação. O valor total das ações de uma sociedade por ações é simplesmente igual ao valor do capital dos proprietários. Portanto, uma versão geral de nosso objetivo é: Maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários existentes. Dado esse objetivo, não importa se a empresa é uma firma individual, uma sociedade de pessoas ou uma sociedade por ações. Em qualquer delas, as boas decisões financeiras aumentam o valor de mercado do capital dos proprietários, e as más decisões o diminuem. Finalmente, nosso objetivo não significa que o administrador financeiro deva agir de maneira ilícita ou antiética com a esperança de aumentar o valor do capital dos proprietários da empresa. O que queremos dizer é que a administração financeira é mais útil para os proprietários da empresa quando ajuda a identificar bens e serviços que criam valor para a empresa porque são desejados e valorizados no mercado. Questões: - Qual é o objetivo da administração financeira? - Quais são algumas das limitações do objetivo de maximização do lucro? 1.4. Problema de Agency e Controle da Sociedade por Ações Vimos que o administrador financeiro, numa sociedade por ações, atua de acordo com os melhores interesses dos acionistas quando toma decisões que aumentam o valor da ação. Entretanto, também vimos que, nas maiores sociedades por ações, a propriedade pode estar repartida por grande número de acionistas. Esta dispersão da propriedade pode muito bem significar que a administração acabe efetivamente controlando a empresa. Neste caso, será que a administração atuará necessariamente em consonância com os melhores interesses dos acionistas? Em outras palavras, será que a administração não poderia preocupar-se com seus próprios objetivos, às expensas dos acionistas? - Relações de Agency A relação entre acionistas e administradores é denominada relação de agency. Tal relação existe sempre que alguém (principal) contrata outra pessoa (agente) para cuidar de seus interesses. Por exemplo, você poderia contratar alguém (um agente) para vender seu carro enquanto estivesse viajando. Em tais relações, existe possibilidade de conflito de interesses entre principal e agente. Tal conflito é denominado problema de agency. Suponhamos que contrate alguém para vender seu carro e concorde em lhe pagar uma comissão fixa quando o carro for vendido. O incentivo do agente, neste caso, é vender o carro, não necessariamente conseguir o melhor preço para você. Se pagasse uma comissão de 10%, digamos, do preço da venda, em lugar de uma comissão fixa, então este problema talvez não existisse. Este exemplo mostra que o modo pelo qual um agente e remunerado é um fator que faz parte dos problemas de agency. - Objetivo dos administradores Para perceber como os interesses dos administradores e os dos acionistas podem ser diferentes, imagina que uma sociedade por ações esteja analisando um novo investimento. Espera-se que exerça um impacto favorável sobre o valor da ação, mas também se trata de um empreendimento relativamente arriscado. Os proprietários da empresa gostariam que o investimento fosse feito (porque o valor da ação aumentará), mas a administração talvez seja contrária a essa decisão, pois há a possibilidade do que o investimento não dê certo e os administradores percam seus empregos. Se a administração optar por não fazer o investimento, então os acionistas poderão ter desperdiçado uma oportunidade valiosa. Este é um exemplo de custo de agency. Argumenta-se, algumas vezes, que os administradores, se fossem deixados por sua conta, tenderiam a maximizar o volume de recursos que controlam, ou, em termos mais amplos, maximizariam seu poder empresarial ou sua riqueza. Este objetivo poderia conduzir a uma ênfase excessiva no aumento do tamanho da empresa, ou seja, em seu crescimento. Por exemplo, não são raros os casos em que a administração é acusada de pagar um preço excessivamente alto para adquirir outra empresa simplesmente para aumentar o tamanho da entidade que dirigem ou demonstrar poder. Evidentemente, quando um pagamento excessivamente alto é feito, tal aquisição não é benéfica para os acionistas da empresa compradora. Os administradores tendem a dar ênfase excessiva à sobrevivência da organização para fortalecer a segurança de seus empregos. Alem disso, os administradores podem não gostar da interferência externa, e assim outros objetivos importantes podem ser a independência e a auto-suficiência da empresa. - Os administradores atuam de acordo com os interesses dos acionistas? Dois fatores determinam se os administradores agirão de fato de acordo com os melhores interesses dos acionistas. 1) dependerá de quão bem alinhados estiverem os objetivos dos administradores e os objetivos dos acionistas. Isto tem a ver com a maneira pela qual os administradores são remunerados. 2) também dependerá da possibilidade de que os administradores sejam substituídos, caso não atuem de acordo com os interesses dos acionistas. Isto tem relação com o controle da empresa. Como veremos, há uma série de razões para pensar que, mesmo nas maiores empresas, a administração conta com incentivos fortes para agir de acordo com os interesses dos acionistas. - Remuneração dos Administradores Os administradores, freqüentemente, terão forte incentivo econômico para aumentar o valor da ação, por dois motivos. 1) a remuneração dos administradores, particularmente nos escalões mais altos, normalmente é vinculada ao desempenho financeiro geral e, muitas vezes, ao próprio valor da ação. Por exemplo, os administradores freqüentemente recebem opções de compra de ações a um preço vantajoso. Quanto mais valer a ação, mais valerão essas opções. 2) perspectivas de emprego. Os que tiverem melhor desempenho dentro da empresa tenderão a ser promovidos. Em termos mais gerais, os administradores que forem mais bem-sucedidos no que diz respeito aos objetivos dos acionistas serão mais requisitados no mercado de trabalho e assim conseguirão salários mais altos. - Controle da Empresa O Controle da empresa pertence, em última instância, aos acionistas.Eles elegem o conselho de administração, que, por sua vez, contrata e dispensa os administradores. O mecanismo pelo qual os acionistas insatisfeitos podem substituir a administração e denominado disputa de procurações. Uma procuração é uma autorização para usar as ações de uma pessoa numa votação. Ocorre disputa desse tipo quando um grupo solicita procurações para substituir o conselho de administração e, com isso, remover os administradores existentes. Outra maneira pela qual a administração pode ser substituída é um takeover. As empresas que são mal administradas tornam-se alvos mais fáceis de aquisição do que empresas bem administradas, porque o potencial de lucro é maior. Assim, o desejo de evitar um takeover por outra empresa faz com que a administração tenha incentivo de agir de acordo com os interesses dos acionistas. - Grupos de interesse Essa discussão dá a entender que os administradores e os acionistas são as únicas partes interessadas nas decisões da empresa. Esta é uma simplificação, obviamente. Empregados, clientes, fornecedores e até o governo têm interesse financeiro na empresa. Em conjunto, referimo-nos a grupos de interesse associados à empresa. Em geral os membros desses grupos correspondem a alguém que não seja acionista ou credor. Mas que possui algum direito sobre os fluxos de caixa da empresa. Tais grupos também procuram exercer controle sobre a empresa, talvez às custas dos proprietários. Questões: - O que é uma relação de agency? - O que é um problema de agency e como surge? - O que é um custo de agency? - Que incentivos têm os administradores de uma sociedade por ações para maximizar o valor da ação? - Que entendes por disputa de procuração? - O que significa takeover? 2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, IMPOSTOS E FLUXO DE CAIXA 2.1. Balanço Patrimonial - Ativos: lado esquerdo - Exigibilidades e patrimônio líquido: lado direito - Capital de giro líquido - Liquidez - Capital de terceiros x Capital próprio - Valor de mercado x valor contábil 2.2. Demonstração do resultado - Princípios contáveis geralmente aceitos - Itens não monetários - Prazos e custos 2.3. Impostos Alíquotas de imposto de renda de pessoa jurídica Alíquota média e alíquota marginal 2.4. Fluxo de Caixa Fluxo de caixa dos ativos - Fluxo de caixa operacional - Gastos de Capital - Acréscimos de Capital de Giro Líquido - Fluxo de caixa dos ativos Fluxo de caixa aos credores e aos acionistas - Fluxo de caixa aos credores - Fluxo de caixa aos acionistas UTILIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Um bom conhecimento de demonstrações financeiras é desejável pelo simples motivo de que tais demonstrações, bem como os números delas extraídos, representam o principal instrumento de transmissão de informações financeiras tanto dentro da empresa quanto fora. Em resumo, grande parte da linguagem das finanças da empresa está enraizada nas demonstrações financeiras e no trabalho executado com base nelas. Em termos ideais, o administrador financeiro teria informação completa sobre o valor de mercado de todos os ativos da empresa. Isso raramente ou nunca acontecerá. Portanto, o motivo pelo qual nos apoiamos em dados contábeis para grande parte de nossa informação financeira é quase nunca podermos obter a totalidade ou parte da informação de mercado que desejamos. O único padrão significativo de avaliação das decisões da empresa é sua capacidade de criar valor econômico ou não. Entretanto, em muitas situações importantes, não será possível fazer esse julgamento diretamente, porque não somos capazes de visualizar os efeitos sobre o valor de mercado. Reconhecemos que os dados contábeis freqüentemente são apenas uma imagem pálida da realidade econômica, mas muitas vezes representam a melhor informação disponível. Nos casos de empresas fechadas, organizações sem fins lucrativos e empresas de menor porte, por exemplo, raramente existe alguma informação direta sobre valores de mercado. A função de produção de dados pela contabilidade passa a ser crucial em tais circunstâncias. Sem dúvida, um objetivo importante do contador é transmitir informações financeiras a seu usuário de uma forma que seja útil para a tomada de decisões. Ironicamente, a informação freqüentemente não chega ao usuário dessa forma. Em outras palavras, as demonstrações financeiras não costumam vir acompanhadas de um manual do usuário. Aí, abre-se um vasto campo para o administrador financeiro, que interpretando as demonstrações contábeis, tenta preencher essa lacuna. FLUXOS DE CAIXA E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Origens e Aplicações (Usos e Fontes) As atividades que produzem entradas de dinheiro são denominadas origens de caixa. As atividades que envolvem desembolsos são ditas aplicações de caixa. O que precisamos fazer é identificar as alterações do balanço da empresa para ver como a empresa obteve caixa e como o despendeu durante um período qualquer. Para começar, consideraremos os balanços da Estrela SA Estrela SA Balanços em 31 de dezembro de 1994 e 1995 (em milhões de Reais) Ativos Ativos Circulantes Caixa Contas a receber Estoques Total 1994 1995 Variação 84 165 393 642 98 188 422 708 14 23 29 66 Ativo Permanente Instalações e equipamentos 2.731 2.880 149 TOTAL DOS ATIVOS 3.373 3.588 215 Exigibilidades e Patrimônio Líquido Exigibilidades Circulantes Fornecedores Títulos a pagar Total 312 231 543 344 196 540 32 (35) ( 3) Dívidas a Longo Prazo 531 457 (74) Patrimônio Líquido Capital social e reservas Lucros retidos Total 500 1.799 2.299 550 2.041 2.591 TOTAL DO PASSIVO 3.373 3.588 50 242 292 215 Examinando os balanços da Estrela SA, podemos ver que várias coisas se alteraram durante o ano. Por exemplo, a empresa aumentou seu ativo permanente líquido em R$149 e seus estoques tiveram uma elevação igual a R$29. De onde veio o dinheiro para isso? Para responder a essa pergunta e outras a ela relacionadas, precisamos identificar as alterações que usaram caixa (aplicações) e as que produziram entradas de caixa (origens). Uma empresa usa caixa comprando ativos ou fazendo pagamentos. Assim, um aumento de uma conta de ativo significa que a empresa adquiriu ativos, o que é uma aplicação de caixa. Se uma conta de ativo tivesse diminuído, então a empresa teria vendido alguns ativos. Isto seria uma origem de caixa. De forma similar, se uma conta de passivo diminuir, então a empresa terá efetuado um pagamento, ou seja, uma aplicação de caixa. Com base nesse raciocínio, há uma definição simples, embora mecânica, que pode ser de alguma utilidade. Um aumento de uma conta do ativo ou uma redução de uma conta do passivo será uma aplicação de caixa. De maneira análoga, uma redução de uma conta do ativo ou um aumento de conta do passivo será uma origem de caixa. Examinando-se novamente o caso da Estrela SA, veremos que os estoques subiram R$ 29. Este é uma aplicação líquida de caixa, pois a Estrela SA efetivamente pagou R$29 para aumentar seus estoques. As contas a pagar a fornecedores aumentaram R$32. Isto é uma origem de caixa pois a Estrela SA haveria tomado mais R$32 emprestados até o final do ano. Os títulos a pagar, por outro lado, caíram R$35, o que significa que a Estrela SA resgatou R$ 35 de dívidas a curto prazo – uma aplicação de caixa. Podemos resumir as origens e aplicações de caixa, a partir dos dados do balanço, da seguinte maneira: Origens de caixa Aumento de fornecedores Aumento do capital social Aumento de lucros retidos Total das origens ............................................................. 32 50 242 324 Aplicações de caixa Aumento de contas a receber Aumento de estoques Redução de títulos a pagar Redução de dívidas a longo prazo Aumento de ativo permanente Total das aplicações ......................................................... 23 29 35 74 149 310 Aumento líquido do saldo de caixa 14 O aumento líquido do saldo de caixa é simplesmente a diferença entre as origens e aplicações, e o valor de R$14 aqui apresentado confere com a variação da conta caixa, apresentada no balanço. O aumento de lucros retidos é igual ao lucro líquido (origem), menos os dividendos pagos (aplicação). Para sabermos mais a respeito do fluxo de caixa da empresa durante o ano, necessitamos de uma demonstração do resultado. Estrela SA Demonstração do Resultado em 1995 (em milhões de R$) Vendas (-) Custos dos produtos vendidos (-) Depreciação (=) Lucro antes de juros e impostos (LAJI) (-) Juros pagos (=) Lucro tributável (-) Imposto (34%) (=) Lucro líquido Acréscimo a lucros retidos Dividendos 2.311 1.344 276 691 141 550 187 363 242 121 Demonstração de fluxos de caixa Há alguma flexibilidade no que diz respeito à sintetização de origens e aplicações de caixa sob a forma de uma demonstração financeira. Independentemente de como seja apresentada, o resultado é uma demonstração de fluxo de caixa. Um formato específico é apresentado a seguir. A idéia básica consiste em agrupar todas as variações em três categorias: atividades operacionais, atividades de financiamento e atividades de investimento. A forma exata varia, quanto aos detalhes, de um autor para outro. Não se surpreenda se encontrar formatos diferentes. Os tipos de informações apresentados serão muito semelhantes; a ordem exata poderá ser diversa. Estrela SA Demonstração do Resultado em 1995 (em milhões de R$) Vendas (-) Custos dos produtos vendidos (-) Depreciação (=) Lucro antes de juros e impostos (LAJI) (-) Juros pagos (=) Lucro tributável (-) Imposto (34%) (=) Lucro líquido Acréscimo a lucros retidos Dividendos 2.311 1.344 276 691 141 550 187 363 242 121 Estrela SA Demonstração de Fluxos de Caixa em 1995 (em milhões de R$) Caixa no início do ano Atividade operacional Lucro líquido (+) Depreciação (+) Aumento de fornecedores (-) Aumento de contas a receber (-) Aumento de estoques (=) Variação líquida da atividade operacional 84 363 276 32 (23) (29) 665 Atividade de investimento (-) Aquisição de ativo permanente (=) Variação líquida da atividade de investimento (425) (425) Atividade de financiamento (-) Redução de títulos a pagar (-) Redução de dívidas a longo prazo (-) Pagamento de Dividendos (+) Aumento do capital social (=) Variação líquida da atividade de financiamento (35) (74) (121) 50 (180) Aumento líquido do saldo de caixa Saldo de caixa no final do ano 14 98 O ponto básico a recordar, neste caso, é que começamos com um saldo de caixa igual a R$84 e terminamos com R$98, um aumento líquido de R$14. Estamos apenas tentando descobrir que eventos conduziram a essa variação. Os juros pagos deveriam ser incluídos nas atividades de financiamento, mas infelizmente não é assim que funciona a contabilidade. O motivo, é que os juros são deduzidos como despesas ao se calcular o lucro líquido. Além disso, como foi apresentado, note-se que nossa aquisição líquida de ativos permanentes totalizou R$149. Como demos baixa de ativos no valor de R$276 (correspondente à despesa de depreciação), devemos ter efetivamente despendido um total de R$149 + 276 = 425 com ativo permanente. Uma vez construída essa demonstração, poderia parecer apropriado exprimir a variação do saldo de caixa por ação, assim como fizemos com o lucro líquido. Ironicamente, apesar do interesse que poderíamos ter em alguma medida de fluxo de caixa por ação, a prática contábil usual proíbe expressamente a divulgação de tal informação. Isso ocorre porque os contadores acham que o fluxo de caixa (ou algum componente do fluxo de caixa) não constitui alternativa ao lucro contábil, de modo que somente o lucro por ação é que pode se apresentado. UTILIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Um bom conhecimento de demonstrações financeiras é desejável pelo simples motivo de que tais demonstrações, bem como os números delas extraídos, representam o principal instrumento de transmissão de informações financeiras tanto dentro da empresa quanto fora. Em resumo, grande parte da linguagem das finanças da empresa está enraizada nas demonstrações financeiras e no trabalho executado com base nelas. Em termos ideais, o administrador financeiro teria informação completa sobre o valor de mercado de todos os ativos da empresa. Isso raramente ou nunca acontecerá. Portanto, o motivo pelo qual nos apoiamos em dados contábeis para grande parte de nossa informação financeira é quase nunca podermos obter a totalidade ou parte da informação de mercado que desejamos. O único padrão significativo de avaliação das decisões da empresa é sua capacidade de criar valor econômico ou não. Entretanto, em muitas situações importantes, não será possível fazer esse julgamento diretamente, porque não somos capazes de visualizar os efeitos sobre o valor de mercado. Reconhecemos que os dados contábeis freqüentemente são apenas uma imagem pálida da realidade econômica, mas muitas vezes representam a melhor informação disponível. Nos casos de empresas fechadas, organizações sem fins lucrativos e empresas de menor porte, por exemplo, raramente existe alguma informação direta sobre valores de mercado. A função de produção de dados pela contabilidade passa a ser crucial em tais circunstâncias. Sem dúvida, um objetivo importante do contador é transmitir informações financeiras a seu usuário de uma forma que seja útil para a tomada de decisões. Ironicamente, a informação freqüentemente não chega ao usuário dessa forma. Em outras palavras, as demonstrações financeiras não costumam vir acompanhadas de um manual do usuário. Aí, abre-se um vasto campo para o administrador financeiro, que interpretando as demonstrações contábeis, tenta preencher essa lacuna. FLUXOS DE CAIXA E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Origens e Aplicações (Usos e Fontes) As atividades que produzem entradas de dinheiro são denominadas origens de caixa. As atividades que envolvem desembolsos são ditas aplicações de caixa. O que precisamos fazer é identificar as alterações do balanço da empresa para ver como a empresa obteve caixa e como o despendeu durante um período qualquer. Para começar, consideraremos os balanços da Estrela SA Estrela SA Balanços em 31 de dezembro de 1994 e 1995 (em milhões de Reais) Ativos Ativos Circulantes Caixa Contas a receber Estoques Total 1994 1995 84 165 393 642 98 188 422 708 14 23 29 66 Ativo Permanente Instalações e equipamentos 2.731 2.880 149 TOTAL DOS ATIVOS 3.373 3.588 215 Exigibilidades e Patrimônio Líquido Variação Exigibilidades Circulantes Fornecedores Títulos a pagar Total 312 231 543 344 196 540 32 (35) ( 3) Dívidas a Longo Prazo 531 457 (74) Patrimônio Líquido Capital social e reservas Lucros retidos Total 500 1.799 2.299 550 2.041 2.591 TOTAL DO PASSIVO 3.373 3.588 50 242 292 215 Examinando os balanços da Estrela SA, podemos ver que várias coisas se alteraram durante o ano. Por exemplo, a empresa aumentou seu ativo permanente líquido em R$149 e seus estoques tiveram uma elevação igual a R$29. De onde veio o dinheiro para isso? Para responder a essa pergunta e outras a ela relacionadas, precisamos identificar as alterações que usaram caixa (aplicações) e as que produziram entradas de caixa (origens). Uma empresa usa caixa comprando ativos ou fazendo pagamentos. Assim, um aumento de uma conta de ativo significa que a empresa adquiriu ativos, o que é uma aplicação de caixa. Se uma conta de ativo tivesse diminuído, então a empresa teria vendido alguns ativos. Isto seria uma origem de caixa. De forma similar, se uma conta de passivo diminuir, então a empresa terá efetuado um pagamento, ou seja, uma aplicação de caixa. Com base nesse raciocínio, há uma definição simples, embora mecânica, que pode ser de alguma utilidade. Um aumento de uma conta do ativo ou uma redução de uma conta do passivo será uma aplicação de caixa. De maneira análoga, uma redução de uma conta do ativo ou um aumento de conta do passivo será uma origem de caixa. Examinando-se novamente o caso da Estrela SA, veremos que os estoques subiram R$ 29. Este é uma aplicação líquida de caixa, pois a Estrela SA efetivamente pagou R$29 para aumentar seus estoques. As contas a pagar a fornecedores aumentaram R$32. Isto é uma origem de caixa pois a Estrela SA haveria tomado mais R$32 emprestados até o final do ano. Os títulos a pagar, por outro lado, caíram R$35, o que significa que a Estrela SA resgatou R$ 35 de dívidas a curto prazo – uma aplicação de caixa. Podemos resumir as origens e aplicações de caixa, a partir dos dados do balanço, da seguinte maneira: Origens de caixa Aumento de fornecedores Aumento do capital social Aumento de lucros retidos Total das origens ............................................................. 32 50 242 324 Aplicações de caixa Aumento de contas a receber Aumento de estoques Redução de títulos a pagar Redução de dívidas a longo prazo Aumento de ativo permanente Total das aplicações ......................................................... 23 29 35 74 149 310 Aumento líquido do saldo de caixa 14 O aumento líquido do saldo de caixa é simplesmente a diferença entre as origens e aplicações, e o valor de R$14 aqui apresentado confere com a variação da conta caixa, apresentada no balanço. O aumento de lucros retidos é igual ao lucro líquido (origem), menos os dividendos pagos (aplicação). Para sabermos mais a respeito do fluxo de caixa da empresa durante o ano, necessitamos de uma demonstração do resultado. Estrela SA Demonstração do Resultado em 1995 (em milhões de R$) Vendas (-) Custos dos produtos vendidos (-) Depreciação (=) Lucro antes de juros e impostos (LAJI) (-) Juros pagos (=) Lucro tributável (-) Imposto (34%) (=) Lucro líquido Acréscimo a lucros retidos Dividendos 2.311 1.344 276 691 141 550 187 363 242 121 Demonstração de fluxos de caixa Há alguma flexibilidade no que diz respeito à sintetização de origens e aplicações de caixa sob a forma de uma demonstração financeira. Independentemente de como seja apresentada, o resultado é uma demonstração de fluxo de caixa. Um formato específico é apresentado a seguir. A idéia básica consiste em agrupar todas as variações em três categorias: atividades operacionais, atividades de financiamento e atividades de investimento. A forma exata varia, quanto aos detalhes, de um autor para outro. Não se surpreenda se encontrar formatos diferentes. Os tipos de informações apresentados serão muito semelhantes; a ordem exata poderá ser diversa. Estrela SA Demonstração do Resultado em 1995 (em milhões de R$) Vendas (-) Custos dos produtos vendidos (-) Depreciação (=) Lucro antes de juros e impostos (LAJI) (-) Juros pagos (=) Lucro tributável (-) Imposto (34%) (=) Lucro líquido Acréscimo a lucros retidos Dividendos 2.311 1.344 276 691 141 550 187 363 242 121 Estrela SA Demonstração de Fluxos de Caixa em 1995 (em milhões de R$) Caixa no início do ano Atividade operacional 84 Lucro líquido (+) Depreciação (+) Aumento de fornecedores (-) Aumento de contas a receber (-) Aumento de estoques (=) Variação líquida da atividade operacional 363 276 32 (23) (29) 665 Atividade de investimento (-) Aquisição de ativo permanente (=) Variação líquida da atividade de investimento (425) (425) Atividade de financiamento (-) Redução de títulos a pagar (-) Redução de dívidas a longo prazo (-) Pagamento de Dividendos (+) Aumento do capital social (=) Variação líquida da atividade de financiamento (35) (74) (121) 50 (180) Aumento líquido do saldo de caixa Saldo de caixa no final do ano 14 98 O ponto básico a recordar, neste caso, é que começamos com um saldo de caixa igual a R$84 e terminamos com R$98, um aumento líquido de R$14. Estamos apenas tentando descobrir que eventos conduziram a essa variação. Os juros pagos deveriam ser incluídos nas atividades de financiamento, mas infelizmente não é assim que funciona a contabilidade. O motivo, é que os juros são deduzidos como despesas ao se calcular o lucro líquido. Além disso, como foi apresentado, note-se que nossa aquisição líquida de ativos permanentes totalizou R$149. Como demos baixa de ativos no valor de R$276 (correspondente à despesa de depreciação), devemos ter efetivamente despendido um total de R$149 + 276 = 425 com ativo permanente. Uma vez construída essa demonstração, poderia parecer apropriado exprimir a variação do saldo de caixa por ação, assim como fizemos com o lucro líquido. Ironicamente, apesar do interesse que poderíamos ter em alguma medida de fluxo de caixa por ação, a prática contábil usual proíbe expressamente a divulgação de tal informação. Isso ocorre porque os contadores acham que o fluxo de caixa (ou algum componente do fluxo de caixa) não constitui alternativa ao lucro contábil, de modo que somente o lucro por ação é que pode se apresentado.