AVALIAÇÃO DIAGNÓTICA E OS BENEFICIOS

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AVALIAÇÃO DIAGNÓTICA E OS BENEFICIOS DA DANÇATERAPIA NA
INTERVENÇÃO E TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Deisy Parnof1
Olga Christina Scandolara Santos2
Resumo
Este artigo foi elaborado a partir do curso de pós-graduação em avaliação psicológica, com intuito de
descrever o processo de avaliação diagnóstica do Transtorno do Espectro Autista (TEA), baseandose na dançaterapia como ferramenta de intervenção e tratamento. Tem por objetivos aprofundar o
conceito do TEA através de pesquisa bibliográfica; pesquisar sobre os recursos clínicos e
instrumentos de avaliação psicológica utilizados para auxiliar no diagnóstico; verificar como a dança
terapia pode auxiliar na intervenção terapêutica dos sujeitos com TEA. Sendo assim, é importante
realizar um processo de avaliação diagnóstica mais completa e precisa possível, utilizando
ferramentas que explorem o nível de funcionalidade e desenvolvimento do sujeito. Levando em
consideração seus interesses, características e comportamentos, para intervenção e tratamento
adequados. Como método de intervenção eficaz, destaca-se neste estudo a dançaterapia,
considerada por vários autores uma ferramenta positiva, que facilita a comunicação, interação social,
maior contato com seu próprio corpo e limites, além de estimular movimentos criativos e
espontâneos, proporciona o desenvolvimento da confiança e autoestima.
Palavras-chave: Avaliação diagnóstica, Transtorno do Espectro Autista e Dançaterapia.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo discorrerá sobre avaliação diagnóstica do Transtorno do
Espectro Autista (TEA), enfocando na dançaterapia como estratégia de intervenção
e tratamento para desenvolvimento das capacidades funcionais destes sujeitos.
Foi elaborado com a finalidade de contribuir no aspecto científico, ampliando
os referenciais teóricos sobre o assunto, que ainda são poucos e que necessitam de
maior investimento teórico/científico. Também para auxiliar os profissionais que
trabalham com pessoas com Transtorno do Espectro Autista a expandirem o
conhecimento sobre o assunto, possibilitando maior eficácia no tratamento e
intervenção no processo de reabilitação.
Para tanto a temática será desenvolvida através da seguinte problematização:
Como ocorre o processo de avaliação psicológica para diagnóstico do autismo? Que
métodos de intervenção terapêutica podem ser considerados eficazes no tratamento
1
Graduação em Psicologia pela Unochapecó. Pós-graduada em Educação Especial e Educação
Inclusiva pela Uninter e Pós-graduada em Avaliação Psicológica pela Celer Faculdades. Atua como
Psicóloga Clínica na Unimed Chapecó – Xaxim, SC. E-mail: [email protected]
2
Mestranda em Educação pelo Programa de Pós Graduação da UFFS – Chapecó, SC. Docente da
Celer Faculdades – Xaxim, SC. E-mail: [email protected]
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do autismo? Quais os benefícios da dançaterapia para melhora no desenvolvimento
destes sujeitos?
Refletindo sobre estes questionamentos e observando através da prática
clínica a grande incidência de casos de autismo e procura por um diagnóstico eficaz
com tratamento adequado, destacam-se os seguintes objetivos: Definir o TEA
através de pesquisa bibliográfica; pesquisar sobre os recursos clínicos e
instrumentos de avaliação psicológica utilizados para auxiliar no diagnóstico;
verificar como a dançaterapia pode auxiliar na intervenção terapêutica dos sujeitos
com TEA.
Antes de iniciar o embasamento teórico deste estudo, faz-se necessário expor
sobre a metodologia utilizada para desenvolvê-lo, ou seja, trata-se de uma pesquisa
bibliográfica, onde o conhecimento é adquirido de forma teórica, com objetivo de
descrever e caracterizar algum fenômeno, sendo organizado com base em materiais
já publicados, de cunho científico que se relacionem com os objetivos propostos.3
Esta proposta de pesquisa se apresenta através de subtítulos temáticos que
compõem assuntos pertinentes ao estudo, abrangendo conceitos pontuais a respeito
do autismo, a utilização de instrumentos e técnicas de avaliação psicológica,
intervenções utilizadas pela dança terapia. De forma que o leitor encontrará em cada
subtítulo uma explanação teórica sobre o assunto, para a sistematização do
pensamento e maior construção do saber.
2 CARACTERIZANDO O AUTISMO
De acordo com Arima (2009); Brasil (2013); Silva, Gaiato e Reveles (2012), o
termo autismo deriva do grego “autos” que significa “voltar-se pra si mesmo”. A
primeira pessoa a utilizar esta palavra foi o psiquiatra Bleuler no ano de 1911, para
descrever na área clínica sinais de isolamento social. Em 1943, o psiquiatra Leo
Kanner reformulou o termo em um estudo intitulado: “Distúrbios Autísticos do
Contato Afetivo”, onde foram descritos onze casos com características comuns de
isolamento social, ausência de movimento antecipatório, falta de aconchego ao colo,
alterações na linguagem, como ecolalia, descontextualização no uso das palavras,
3
MINAYO, M. C. Ciência, técnica e arte: o desafio da Pesquisa Social. In: ______. (Org.)
Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2001.
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repetição de atividades e movimentos, resistência à mudança, entre outras. Sinais
estes que foram relacionados com a esquizofrenia, considerada dentro do quadro de
psicose infantil, porém mais tarde distintos pelo fato de que o autismo possui
histórico de inicio precoce, com características clínicas de desordem psicobiológica
de etiologia multifatorial, com dificuldades comportamentais de caráter social e
afetivo.
Vários estudos foram realizados desde 1911 para caracterizar o TEA, sendo
assim, de acordo com Khoury et.al (2014), atualmente temos a seguinte definição: o
TEA pode ser considerado uma desordem no desenvolvimento, com sinais
presentes desde o nascimento e que se manifestam antes dos três anos de idade,
com características e sintomas que variam de leves a graves, se estendendo por
toda a vida. É mais comum em meninos do que em meninas, quando acomete o
sexo feminino os sintomas geralmente são mais graves, sendo que a prevalência de
crianças e adolescentes com TEA é de 1 sujeito afetado em cada 100 pessoas.
Considera-se ainda que 50% dessas pessoas apresentam algum grau de deficiência
intelectual.
Arima (2009) menciona que diversos estudos desde 1943, descreveram
posições teóricas e formularam diferentes hipóteses sobre o autismo, sendo que a
partir de 1970 e 1980 autores como Michel Rutter, Lorna Wing, Edward Ornitz,
Edward Ritvo e Christian Gauderer, deixaram de conceber o autismo como psicose.
Em 1978 Wing e Ricks, descreveram que o autismo poderia apresentar diferentes
níveis de resultados em teste de inteligência, bem como, diferenças de
comprometimento podendo ainda estar associado a outros distúrbios.
Salientam Arima (2009) e Facion (2007), que em 1979 Wing e Gould
realizaram um estudo epidemiológico que revelou que características típicas do
autismo formavam uma tríade caracterizada com: severo prejuízo social, dificuldades
de comunicação e comportamentos repetitivos. Neste mesmo período Gauderer
descreveu em seus estudos que o autismo pode ser considerado uma desordem
comportamental e emocional relacionado com algum tipo de comprometimento
orgânico cerebral, sem origem psicogênica. Mencionou ainda, características como,
diminuição no ritmo do desenvolvimento psiconeurológico, social e linguístico,
presença de reações atípicas a sensações diversas do ouvir, ver, tocar, sentir,
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equilibrar e degustar. A relação interpessoal realizada de maneira não usual, com
hipótese de que houvesse comprometimento orgânico no sistema nervoso central.
De acordo com Facion (2007), o TEA é caracterizado por respostas atípicas a
estímulos auditivos ou visuais e dificuldades no desenvolvimento da linguagem oral
e corpórea, por vezes expressando-se por ecolalia, uso incorreto de pronomes,
estrutura gramatical imatura e dificuldade em utilizar termos abstratos. Existe
resistência no estabelecimento de relacionamentos interpessoais, dispensando ou
não se interessando pelo contato humano, pode aparecer choro sem controle,
gargalhadas sem causa aparente ou movimento corporais repetitivos, é comum não
demonstrarem medo ao perigo. A capacidade de atenção compartilhada,
pensamentos
abstratos,
uso
da
imaginação
e
simbolização
encontram-se
significativamente prejudicados. A inteligência pode variar dependendo da gravidade
dos sintomas, alguns autistas podem apresentar atrasos no desenvolvimento
neuropsicomotor, outros apresentar inteligência dentro do esperado para idade
cronológica e outros podem ter inteligência acima da média.
Sendo assim Patrício (2013), complementa que o Transtorno do Espectro
Autista interfere de forma atípica ao desenvolvimento da criança, principalmente no
conhecimento do mundo externo e na aprendizagem. Ou seja, pode ser considerado
uma perturbação evasiva do desenvolvimento, que se manifesta no período da
infância e interfere qualitativamente na interação social reciproca, na comunicação
verbal e não-verbal, no uso da imaginação e no comportamento, com repertório
restrito, estereotipado e repetitivo de atividades e interesses.
2.1 RECURSOS CLÍNICOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
A partir dos estudos acima mencionados a respeito da definição mais
especifica sobre o quadro de funcionamento destes sujeitos, a questão diagnóstica
foi sendo aprimorada e utilizada com maior precisão.
Segundo Khoury et.al (2014), até o ano de 2013, o diagnóstico de autismo
era realizado através do DSM-IV-TR4 da Associação Norte-Americana de Psiquiatria,
a partir de maio de 2013 a base diagnóstica compreende o DSM-V, a CID-105 da
4
5
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
Classificação Internacional de Doenças.
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Organização Mundial da Saúde, ambas as classificações avaliam áreas do
desenvolvimento que encontram-se comprometidas, tais como: déficits da interação
social e comunicação e nos padrões de comportamentos fixos e repetitivos.
O diagnóstico também se estabelece através da CIF-CJ6 Código Internacional
de Funcionalidades versão crianças e adultos, da Organização Mundial da Saúde,
que auxilia a verificar as maiores dificuldades e barreiras encontradas por estes
sujeitos na vida cotidiana.
De acordo com a CID-10 (1993) inclui o autismo como uma categoria de
Transtorno
Mental
desenvolvimento
e
do
psicológico
Comportamento,
especificado
sugerindo
como
um
Transtorno
transtorno
do
Invasivo
do
Desenvolvimento (TID) incluindo, Autismo Infantil, Autismo Atípico, Síndrome de
Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno com Hipercinesia associada
a Retardo Mental e Movimentos Estereotipados, Síndrome de Asperger, Outros
Transtornos
Globais
do
Desenvolvimento
e
Transtornos
Globais
do
Desenvolvimento Não Especificado.
Khoury et.al (2014) nos trás a 5ª edição do DSM, que inclui mudanças
importantes nos critérios diagnósticos de autismo, incluindo o termo TEA (Transtorno
do Espectro Autista) como única categoria diagnóstica. Ou seja, o Transtorno
Autista, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno de Asperger e Transtorno
Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação, não serão mais distintos em
termos de condições diagnósticas, todos estes serão considerados TEA. Exceto o
Transtorno de Rett considerado outra patologia.
Já a CIF (2011), é considerada um sistema de classificação funcional, que
engloba as dimensões de atividades para caracterizar a execução de tarefas ou
ações realizadas por um individuo; participação que caracteriza-se pelo ato de
envolver-se em uma situação vital; qualificadores de desempenho que representa
aquilo que a pessoa faz em seu ambiente real e atual; capacidade caracterizada
pela potencialidade ou dificuldade de realização de atividades. Estas dimensões
estão diretamente ligadas às áreas cotidianas de: aprendizagem e aplicação do
conhecimento, tarefas e demandas gerais, comunicação, mobilidade, cuidado
6
Classificação Internacional de Funcionalidade: versão crianças e jovens.
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pessoal, vida doméstica, relações e interações interpessoais, áreas principais da
vida e vida comunitária social e cívica.
Para melhorar o atendimento a estas pessoas, foi publicado pelo Ministério da
Saúde do Brasil (2013), as Diretrizes de Atenção a Reabilitação da Pessoa com
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) para se referir a parte do TGD entre eles:
Transtorno Autista, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno de Asperger e
Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. Esta diretriz tem
como objetivo orientar as equipes de profissionais para o cuidado com a saúde da
pessoa com TEA e sua família, nos diferentes pontos de atenção a rede de cuidados
à pessoa com deficiência. Nela está contida os seguintes critérios diagnósticos: deve
surgir antes dos três anos de idade, tendo como principais características problemas
com a linguagem, problemas de interação social e problemas no repertório de
comportamentos restritos e repetitivos, incluindo alterações nos padrões de
movimentos.
O primeiro passo para realizar intervenção e tratamento precoce do TEA
surge através do diagnóstico, sendo que o profissional psicólogo somente terá
precisão no processo diagnóstico através de uma adequada avaliação psicológica. A
qual de acordo com a Resolução do CFP 07 (2003), refere-se a um processo
técnico-científico de coleta de informações, estudos e interpretação dos dados a
respeito do fenômeno psicológico investigado, resultante da relação do indivíduo
com a sociedade, apropriando-se de estratégias, técnicas e instrumentos que
possibilitem resposta para o caso em questão.
2.2 MÉTODOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PSICODIAGNÓSTICA
Segundo Facion (2007), ainda que o TEA possa envolver comprometimentos
de caráter neurológico, ainda não existe um único exame, procedimento médico ou
instrumentos psicológicos específicos da profissão que confirme isoladamente seu
diagnóstico. Na área médica faz-se necessário realizar exames clínicos que avaliem
a capacidade auditiva e neurológica, que possibilitem verificar presença de tumores,
convulsões ou anormalidade cerebrais, realizar investigações e coleta de dados
sobre o quadro clínico do sujeito. Além de identificar como se desenvolvem as
habilidades emocionais, sociais, comunicativas e cognitivas.
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Para Brasil (2013), Silva e Mulick (2009) e Marques (1998), ao observar
funcionamento atípico deve ser realizado encaminhamento da pessoa e sua família
para realização de avaliação com equipe multiprofissional de saúde, entre eles o
psicólogo responsável em complementar o diagnóstico clínico através de
investigação do fenômeno psicológico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e
fisioterapeuta, todos para prescreverem as intervenções terapêuticas necessárias,
ao tratamento de reabilitação do sujeito com TEA.
Esses profissionais têm a oportunidade de analisar cada caso
conjuntamente, identificando as várias nuanças do quadro clínico da criança
e oferecendo à família informações detalhadas não apenas acerca do
diagnóstico, mas também do perfil médico, cognitivo e adaptativo da
criança. Além disso, esses profissionais devem orientar a família acerca das
possibilidades de tratamentos e intervenções e encaminha-la aos serviços e
apoios necessários. (SILVA e MULICK, 2009, p.123).
De acordo com Cunha (2000), a avaliação psicológica é realizada através do
processo de psicodiagnóstico, de maneira mais completa possível, utilizando-se da
entrevista inicial com pais ou responsáveis; entrevista de anamnese que consiste na
coleta de informações detalhadas desde a gestação, até o momento atual de
desenvolvimento da criança; definições de hipóteses iniciais; planejamento e
seleção; utilização de instrumentos, técnicas e estratégias psicológicas junto à
criança, realizando intervenções quando julgar necessário; integração dos dados
colhidos durante o processo de avaliação; entrevista de devolução comunicando os
resultados e orientações quanto ao tratamento e elaboração de informe escrito.
Uma técnica eficaz e muito utilizada pelos psicólogos no processo de
avaliação é o ludodiagnóstico. Para Affonso (2012) está ferramenta consiste na
investigação clínica, através da utilização de brinquedos estruturados ou não,
buscando estabelecer vínculo com a criança e explorar a partir da associação livre
as dificuldades que porventura esteja enfrentando.
Affonso (2012), Facion (2007) e Brasil (2013) expõem que para avaliação do
Transtorno do Espectro Autista, é importante observar e identificar durante o brincar:
disfunções motoras, com movimentos estereotipados, ações repetitivas como alinhar
ou empilhar brinquedos sem função; restrições sensoriais, hábito atípico em colocar
objetos na boca sem função adequada, sensibilidade exagerada quando um
brinquedo emite sons, manutenção do contato visual ou tátil; rotinas, uso do
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brinquedo de maneira inapropriada, mudanças de contexto podem ocorrer choros,
gritos ou agitação psicomotora; fala com ecolalia imediata ou tardia, emissão de
sons; expressividade emocional não demonstrada durante as atividades; uso da
atenção compartilhada, concentração, imaginação e faz-de-conta podem estar
prejudicados. Estes aspectos a serem observados, podem auxiliar no diagnóstico do
Transtorno do Espectro Autista.
Durante o processo de avaliação do TEA é necessário verificar se o
desenvolvimento infantil encontra-se dentro do esperado para idade cronológica, os
quais podem ser identificados através da tabela contida nas Diretrizes de Atenção a
Reabilitação da Pessoa com TEA, em Brasil (2013). A qual fornece informações
sobre o desenvolvimento normal e atípico nas áreas de interação social, linguagem,
brincadeiras e alimentação que engloba a idade dos 0 a 36 meses.
Bem como em Lerner e Kupfer (2008) através da investigação dos
Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI), inquérito e
observação, composto por 31 indicadores de adequado desenvolvimento do vínculo
do bebê com seus pais, entre 0 a 18 meses de idade. As perguntas são dirigidas à
mãe ou principal cuidador da criança.
Além disso, para possibilitar maior precisão diagnóstica, a utilização de
instrumentos padronizados tem sido cada vez mais necessária, porém constatou-se
que a maior parte dos instrumentos existentes para tal diagnóstico, são propostos
por outros países, sendo alguns traduzidos para o português e adaptado a nossa
realidade. Porém nenhum deles de uso exclusivo do profissional psicólogo
(SATEPSI, 2014). Dentre estes instrumentos encontram-se questionários, listas de
observações do comportamento, escalas e inventários.
Proposto por Marteleto e Pedromonico (2005), temos o ABC (Autism Behavior
Checklist) escala para detecção do autismo, contendo 57 itens que avaliam cinco
dimensões: sentidos, relações interpessoais, uso do corpo e objetos, linguagem
social e auto-ajuda. Pode ser aplicada a pais e professores.
De acordo com Lopazio e Ponde (2008), o CHAT (Checklist for Autism in
Toddlers) trata de um instrumento de rastreamento precoce do autismo, composto
por 9 perguntas em forma de questionário para a mãe e itens de observação pelo
pediatra, crianças até 18 meses de idade. Também fazem uso do M-CHAT (Modified
Checklist for Autism in Toddlers), que utiliza o questionário do CHAT complementado
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por mais 23 perguntas para a mãe, utilizado em crianças entre 18 a 24 meses de
idade.
Segundo Becker (2009), o ADI-R (Autism Diagnostic Interview-Revised)
entrevista padronizada e semi-estruturada constituída por 93 itens, aplicada a pais
ou responsáveis de indivíduos com suspeita de autismo, sendo apropriada para
análise diagnóstica de pacientes desde a primeira infância até a idade adulta, desde
que tenham uma idade mental mínima de 2 anos.
Traduzido por Pereira; Riesgo e Wagner (2008) o instrumento CARS
(Childhood Autism Rating Scale) É uma escala de 15 itens comportamentais para
observação realizada pelo avaliador, podendo ser aplicado a crianças adolescentes
e adultos.
De acordo com Facion (2007), o catálogo de características e sintomas para o
reconhecimento da síndrome de autismo, pode ser utilizado para formulação
adequada de um diagnóstico de autismo. É composto por uma descrição de 73
sintomas, aplicado a pais, professores, terapeutas e pessoas que convivem com a
criança, sendo que, se o resultado apresentar mais de um terço dos sintomas
descritos no catalogo, de forma persistente e em idade inadequada, pode sugerir
diagnóstico de autismo.
Para Marques (1998), o diagnóstico precoce é importante para que ocorra
intervenção terapêutica desde a primeira infância. Há situações em que o
diagnóstico ou a procura dos pais, por serviços especializados somente é realizado
quando a criança em torno do 2º ou 3º ano de idade, começa a demonstrar atrasos
na linguagem como: não falar ou regredir na linguagem, emitir sons impróprios ou
produzir ecolalia. Demonstrar dificuldades nas interações sociais, com aspectos de
isolamento, comportamentos inadequados ou “estranhos”, realizar atividades
repetitivas, demonstram não necessitar afetivamente dos pais, entre outros aspectos
já descritos anteriormente.
Diante da exposição dos autores acima mencionados, pode-se perceber que
existem várias ferramentas que podem auxiliar no processo de investigação e
hipóteses diagnósticas, importantes para o planejamento de tratamentos e
intervenções eficazes.
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3 DANÇATERAPIA COMO MÉTODO DE INTERVENÇÃO NO TRATAMENTO
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Para Cunha (2010), antigamente a dança era cultural, caracterizada por
comemorar eventos, estabelecer contato religioso e espiritual, estabelecer contato
entre comunidades. Sendo mais tarde utilizada como lazer e entretenimento,
também explorada em níveis mais clássicos, como no ballet. Começando a surgir
novas abordagens da dança, como na ciência psicológica, com a distinção entre
corpo e mente através da expressividade humana. Sendo a dança e o movimento
considerados, um meio de expressão criativa do “eu”, como forma de intervenção
terapêutica. Sendo assim a dança como meio expressivo passa a se chamar
dançaterapia, por promover aprendizado e revelação do inconsciente através do
movimento, sendo possível observar, interpretar e conduzir o comportamento,
facilitando mudanças internas.
Para tanto Souza (2004), nos traz que apesar de não existir cura para o TEA,
é possível através de intervenção terapêutica, reduzir sintomas e limitações que
estão
associadas
ao
transtorno,
possibilitando
maior
intervenção
nos
comportamentos, na capacidade de comunicação verbal e não-verbal, nas
habilidades e relações sociais, aumento da capacidade de vida autônoma e
independente. Cabe ressaltar que a intervenção deve ser planejada e direcionada
para a necessidade de cada sujeito. A intervenção é segundo passo a ser realizado,
após o diagnóstico, sendo a base do processo de reabilitação, é o ponto de partida
para o estabelecimento dos programas terapêuticos e metas a serem atingidos.
De acordo com Glat (1996); Silva, Gaiato e Reveles (2012), um dos primeiros
passos ao iniciar a intervenção terapêutica é a orientação e suporte psicológico a
família da pessoa com TEA, pois, a maioria dos pais ao vivenciar uma gravidez,
projetam e idealizam um filho “normal”, criam expectativas e planejam o futuro desta
criança. Ao receber a noticia de que o filho apresenta um transtorno, passam por
momentos de culpa, desespero, negação, até mesmo depressão. A família suporta
uma carga emocional que vai desde o choque da descoberta, o desespero, o medo
do futuro desconhecido e não programado, até o momento de aceitarem e
estruturarem uma nova condição familiar de ajuda, amparo, suporte e busca por
avanços ao desenvolvimento do filho com TEA. Sendo assim, necessitam de
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amparo emocional para elaboração da perda do filho idealizado e enfrentamento as
situações adversas, isso ocorre através da capacidade de resiliência, com
capacidade de lidar com os problemas e superar os obstáculos que aparecerão no
decorrer da vida.
Sendo assim, é importante ressaltar que uma das alternativas que
complementam as demais terapias e auxiliam no processo de reabilitação e
intervenção psicossocial e emocional, é realizada através da dança terapia.
Segundo Moura, Arrieche e Souza (2012) e Fux (1988), esta prática surgiu na
década de 40 nos EUA, com Marian Chace, nomeada como dança/movimento
terapia. Porém o termo “dançaterapia” surgiu há mais de 50 anos, pela bailarina,
coreografa e professora Maria Fux, com objetivo de trabalhar a dança-livre, que não
segue regras mas que possui um papel terapêutico, pois a pessoa dança livremente,
penas seguindo algumas instruções do dançaterapeuta. Este método de intervenção
baseia-se no princípio de que a personalidade é refletida através do movimento em
interação com o meio externo, sendo que mudanças nos padrões de movimentos
podem levar a mudança na personalidade, aumentando o repertório de movimentos
e melhorando a relação e interação com o ambiente. Sendo assim, as principais
características e benefícios da dançaterapia no tratamento dos sujeitos com TEA,
estão relacionadas ao aumento da capacidade de socialização e comunicação,
autoconhecimento corporal e estímulo da autoconsciência pessoal através da
expressividade do movimento, proporcionando confiança para assumirem atitudes
mais positivas, desenvolvendo ainda a auto estima.
Através da integração, a dançaterapia leva ao encontro do prazer de viver e
por meio de um diálogo corpóreo, abre possibilidades de novos caminhos
que auxiliam as pessoas a conviver e a lidar melhor com as “diferenças” e
os “diferentes”. Estimulando a criatividade através de uma motivação
adequada, a dança terapia permite que cada um crie seus próprios
movimentos com espontaneidade e liberdade, uma vez que desenvolve a
confiança a quem pratica, respeitando o tempo, o ritmo e o limite de cada
um, para que seja possível interiorizar uma ideia de confiança pessoal.
(CUNHA, 2010, p. 31).
Para Marques (1998) e Affonso (2012), durante as intervenções é necessário
o profissional estar atento às defesas do sujeito, não devendo ser forçado além de
seus limites, para não perder os avanços adquiridos. Além de identificar o que é de
seu interesse, sempre seguindo a intervenção de forma espontânea, porém,
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fornecendo projeção afetiva e intervenção adequada aos pequenos sinais, como
gestos, olhar, movimentos, palavras ou frases que possam fornecer um sentimento
para a comunicação.
Neste sentido Marques (1998), preconiza que não deve ser padronizado as
intervenções, pois é preciso perceber o sujeito com TEA como ser individual, não
existindo método que possa ser aplicado de forma abrangente, pois as
características são impares, ou seja, alguns indivíduos podem não suportar muitos
estímulos, como por exemplo, o timbre de voz, ruídos sonoros, ou ainda sensíveis
estímulos visuais, como luzes intensas ou piscantes.
Silva, Gaiato e Reveles (2012), nos dizem que durante as intervenções é
importante que ocorram etapas de evolução ao tratamento, através de apoio físico,
onde o profissional faz a atividade juntamente com o sujeito. Posteriormente apoio
leve, ocorrendo um direcionamento para o que deve ser feito na atividade. Seguido
do apoio verbal, dizendo verbalmente o que deve ser feito. Evoluindo para o apoio
gestual, quando o profissional aponta para mostrar a tarefa a ser realizada e para
concluir quando o sujeito já realiza a atividade de forma independente.
De acordo com Simões e Santos (2011), as terapias expressivas como no
caso da dançaterapia, podem estimular o desenvolvimento global do sujeito com
TEA, possibilitando aumento da linguagem verbal e não-verbal, através de uma
dinâmica
lúdica,
pois,
permite
um
treino
para
participação
interpessoal,
desenvolvendo habilidades de interação social. Ou seja:
As terapias artístico-expressivas são uma forma multi-direccional de relação
terapêutica que recorre a veículos lúdico-artísticos como forma de
possibilitar não só a expressão do mundo interno da pessoa mas também
através deles possibilitar a (re)descoberta do relacionamento interpessoal.
(SIMÕES E SANTOS, 2011, p. 05).
Assim como nos coloca Silva, Gaiato e Reveles (2012) sobre as etapas de
evolução do tratamento, Simões e Santos (2011); Cunha (2010) e Fux (1983)
também mencionam sobre os benefícios da dançaterapia. Sua intervenção
proporciona significativos benefícios e avanços, quanto à diminuição da ansiedade,
maior envolvimento com pares através da integração, melhora nos comportamentos,
na comunicação e na interação social, apresentando ainda, maior capacidade nãoverbal, através do contato visual, expressões faciais, utilização de gestos, imitação,
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diminuição de estereotipias motoras, maior tolerância sensorial, contato físico e
melhora no contato interpessoal. Ou seja, quanto mais receber estímulos para
expressão
corporal,
maior
será
seu
desenvolvimento
quanto
a
aspectos
intrapessoais e interpessoais.
Ainda de acordo com Simões e Santos (2011), Cunha (2010) e Fux (1983), a
dança terapia complementa as intervenções dos demais profissionais, pois, explora
os movimentos corporais, relaxa a mente através da música e do silêncio, estimula a
concentração, estabelece maior aproximação com o próprio corpo e seus limites,
leva a pessoas a ter sentimentos de alegria e confiança, proporcionando a vivência
de bem-estar físico e emocional.
Moura, Arrieche e Souza (2012) e Fux (1983), mencionam que a dança pode
ser considerada uma das atividades mais primitivas da humanidade, por ser
realizada em grupo, através de movimentos, expressões e criações com a utilização
do próprio corpo. Sua utilização pode trazer benefícios no processo de reabilitação
de sujeitos com TEA, pois promove a interação interpessoal por apresentar caráter
lúdico, social, integrativo e divertido. Ou seja, o movimento e a expressividade
proporcionam benefícios nas atividades de vida interpessoal e social.
Segundo Fux (1988), os resultados da intervenção da dançaterapia, serão
mais eficazes quando realiza em grupo, sendo possível estimular o sujeito com TEA
a desenvolver suas habilidades de contato visual, tolerância sonora e experiência de
tomar iniciativa ao contato com o outro, possibilitando trocas através da linguagem
não verbal, expressando sentimentos, afastando medos e descobrindo de seu
próprio corpo.
Como o processo interventivo deve ser elaborado levando em consideração
as necessidades individuais Fux (1983), menciona que alguns recursos podem ser
utilizados, tais como: diversas músicas e estilos, balões, cordas, linhas, bambolês,
bolas de diversos tamanhos, tiras ou tecido de várias cores, bastões, almofadas,
imagens projetadas da natureza na parede, papel pardo e outros tipos de papel com
texturas diferentes, lápis diversos, tintas, instrumentos de percussão, roupas
figurativas, criação de histórias e personagens. Ou seja, possuem várias formas de
intervenção na dança terapia, dependendo das necessidade individuais ou grupais e
do objetivo que pretende-se atingir.
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Portanto, Fux (1988), Simões e Santos (2011), Moura, Arrieche e Souza
(2012), nos trazem que o processo interventivo da dançaterapia proporciona
integração total, pois estimula o corpo a relevar áreas até então inacessíveis e
adormecidas. Ao despertar estas áreas através das expressões corporais, a pessoa
sente-se melhor, expondo traumas, dificuldades, magoas e sentimentos. Possibilita
ainda a libertação de energia acumulada em forma de dor e tensão, sendo assim
considerada uma terapia não verbal.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a maioria dos autores mencionados (ARIMA, 2009; BRASIL,
2013; FACION, 2007; PATRÍCIO, 2013; MOURA, ARRIECHE E SOUZA, 2012;
SILVA, GAIATO E REVELES, 2012; SIMÕES E SANTOS, 2011), o TEA é
considerado um transtorno que dificulta a relação e a comunicação exterior, sendo
que a pessoa encontra dificuldades na regulação, processamento, organização da
experiência senso-perceptiva, necessitando de constante mediação para que possa
desenvolver-se com mais funcionalidade.
Diante disso, várias formas de tratamento terapêutico têm sido realizadas com
objetivo de acessar o processo patológico, diminuir comportamentos indesejados,
desenvolver habilidades sociais e comunicativas, aumentar a capacidade de
autonomia, independência e relacionamento interpessoal, bem como, organização
do processo bio-psico-emocional. Surge a necessidade de estarmos constantemente
nos aperfeiçoando e buscando novas estratégias interventivas que forneçam
melhores avanços ao tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista.
Quanto a avaliação diagnóstica, constatou-se a necessidade dos profissionais
da psicologia realizarem estudos direcionados a pessoa com Transtorno do Espectro
Autista com objetivo de criar testes de uso exclusivo para auxiliar no diagnóstico
mais direcionado e preciso, pois foram encontrados inúmeros instrumentos de
rastreamento, como inventários, escalas e entrevistas de outros países, sendo
alguns adaptados à realidade brasileira, porém, nenhum de uso exclusivo do
Psicólogo. Além do uso de instrumentos de avaliação é necessário realizar
investigação por equipe multidisciplinar, incluindo no mínimo um pediatra e um
psicólogo, os quais podem analisar o quadro clinico conjuntamente, fornecendo
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informações detalhadas a família, sobre como deve ocorrer a forma de tratamento e
intervenções, bem como, encaminha-los aos serviços de atendimentos necessários.
O tratamento deve ser realizado de forma integrada entre profissionais e
família, utilizando estratégias de intervenção que englobem os mesmos objetivos,
sendo que, o processo de intervenção deve ocorre de forma diferenciada, com
utilização de ações que proporcionem avanços ao desenvolvimento destes sujeitos,
por isso torna-se necessário que os profissionais, como os pais ou cuidadores,
estejam envolvidos neste processo de dinamizar a funcionalidade e fomentar as
potencialidades, buscando um tratamento de acordo com as necessidades e
capacidades de cada um, ou seja, partindo-se para ações em pequenos grupos para
melhores resultados.
As terapias artístico-expressivas, mostram-se eficientes no tratamento do
TEA, em particular, o método de intervenção da dançaterapia, pois, estimula o
contato e interação com pares, através dos movimentos criativos e espontâneos
facilita a comunicação verbal e não-verbal, estabelece maior contato com seu
próprio corpo e limites, bem como, proporciona-lhes o desenvolvimento da confiança
e auto estima.
Para tanto, o método de intervenção da dançaterapia, apresenta constantes
estímulos e significativos avanços para os sujeitos com TEA, pois possibilita a
utilização da linguagem não verbal, percepção de si e do outro através do
movimentos estimulando a interação social, desenvolvimento de sentimentos e
emoções, estímulos visuais, musicais e sensoriais, exercita a concentração,
imaginação e integração social, comunicação corporal intra e interpessoal.
Com o passar das intervenções, estes estímulos podem atenuar os sintomas
de TEA, proporcionando maior contato social, de comunicação e melhora nos
comportamentos para uma vida mais autônoma, independente e com melhor
qualidade de vida.
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DIAGNOSTIC EVALUATION AND THE BENEFITS OF DANCE THERAPY IN INTERVENTION AND
TREATMENT OF AUTISTIC SPECTRUM DISORDER
Abstract
This article was elaborated from the graduate course in psychological evaluate, in order to describe
the diagnostic evaluate process of autistic spectrum disorder (ASD), based on dance therapy with
tools of intervention and treatment. Aims to deepen the concept of ASD through bibliographic
research; search about the clinical features and instruments of psychological evaluate used for help to
diagnostic; check how the dance therapy may assist in therapeutic intervention of subjects with ASD.
Therefore, is important to perform a process of diagnostic evaluation more complete and precise as
possible, used tools that explore the level of functionality and development of the subject. Taking into
account their interests, characteristics and behaviors, for intervention and treatment appropriate. How
effective method of intervention, stands out in this study the dance therapy, considered by various
authors a positive tool, that facilitates communication, social interaction, more contact with their own
body and limits, in addition to stimulating creative and spontaneous movements, promotes the
development of confidence and self-esteem.
Key-words: Diagnostic Evaluation, Autistic Spectrum Disorder and Dance Therapy.
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