N.º39 Jan-Mar 2016 Pág. 42-48 Paula Broeiro1, Ana Teresa Melo2, Ricardina Barroso3 Médica de Família na UCSP de Sete Rios, Assistente Convidada da FMUL 1 2 Aluna de Mestrado em Medicina, FMUL 3 Médica de Família Aplicação do Mapa de Problemas a um caso de Multimorbilidade Palavras‑chave: M ultimorbilidade; Comorbilidade; Envelhecimento; Mapa de Problemas Resumo Introdução: A multimorbilidade tem uma elevada prevalência na população adulta (72,7%) em contexto de cuidados de saúde primários. Encontra-se consistentemente associada à idade, ao género feminino, ao baixo nível socioeconómico e à doença mental. Nos estudos de multimorbilidade, entre os dez problemas mais frequentes nos idosos encontram-se: a hipertensão arterial, a alteração do metabolismo dos lípidos, a cardiopatia isquémica e as arritmias. Relata-se um caso de multimorbilidade utilizando o mapa de problemas como instrumento facilitador da abordagem holística, da definição de prioridades e do acordo terapêutico. Métodos: Com o recurso ao mapa de problemas equacionam-se os diferentes problemas e suas relações recíprocas, determinam-se prioridades e definem-se linhas de conduta terapêuticas e de intervenção. Resultados: Doente do sexo feminino, 87 anos, autónoma em todas as atividades de vida diária que tem diagnosticados onze problemas de saúde: hipertensão arterial, alteração do metabolismo dos lípidos, bradiarritmia com pacemaker, refluxo gastro-esofágico, dispneia (asma intermitente), 42 litíase renal, osteoartrose, osteoporose, ansiedade, perturbação do sono e solidão. Relata-se o caso, ilustrando a aplicação do mapa de problemas. Conclusões: Discute-se o resultado da aplicação deste método e as consequências que advieram para a condução do caso. Introdução A multimorbilidade – ocorrência de dois ou mais problemas de saúde diagnosticados na mesma pessoa – é uma constante e uma preocupação em cuidados de saúde primários. A comorbilidade designa qualquer problema independente e adicional a uma doença existente e em estudo – doença ou problema índice - colocando-a em posição central e as restantes em situação secundária, interfiram ou não no curso e tratamento da doença índice1,2. A distinção entre multimorbilidade e comorbilidade depende apenas da perspetiva de análise, uma vez que o mesmo paciente tem multimorbilidade para o seu médico de família e comorbilidade para o seu cardiologista (e.g. Cardiopatia isquémica, doença índice). Ambos os termos, comorbilidade e multimorbilidade, se referem a múltiplos pro- blemas ou condições de saúde presentes na mesma pessoa1,3. A abordagem de múltiplos problemas na perspetiva de um problema índice e comorbilidades, pode tornar-se redutora, pois considera a maioria dos problemas apenas na sua relação com o problema índice2-3. Em sentido inverso, o conceito de multimorbilidade potencia a alteração do metabolismo dos lípidos, a cardiopatia isquémica e as arritmias8. O conceito de multimorbilidade, como descrito, vem colocar em questão o paradigma de gestão da doença (definida, desenvolvida e orientada para a doença). Centrando o cuidado no paciente e não con�templando apenas um problema dominante A distinção entre multimorbilidade e comorbilidade depende apenas da perspetiva de análise, uma vez que o mesmo paciente tem multimorbilidade para o seu médico de família e comorbilidade para o seu cardiologista a abordagem da totalidade dos problemas (holística), tendo em conta o sentir da pessoa (centrada no paciente) e promove a compreensão da interação entre problemas físicos, mentais e sociais (complexidade)2-4. Um estudo recente realizado em Portugal revelou uma prevalência de multimorbilidade de 72,7% na população adulta 5 . Numa revisão sistemática de estudos de prevalência em contexto de cuidados de saúde primários, os resultados revelaram estimativas globais que oscilaram entre 12,9% na população adulta e 95,1% na permite considerar o equilíbrio de todos os problemas, ideal para uma abordagem integrada2. Os objetivos do cuidado aos pacientes com multimorbilidade são evitar a iatrogenia, reduzir a morbilidade e mortalidade, sem comprometer a funcionalidade e qualidade de vida. Um possível instrumento para lidar com a multimorbilidade é o mapa de problemas que facilita o raciocínio clínico e a tomada de decisão.9,10 O mapa de problemas é uma representação gráfica bidimensional que, ao introduzir elementos de representação dinâmica das hipotéti- Entre os dez problemas mais frequentes nos idosos encontram-se a hipertensão arterial, a alteração do metabolismo dos lípidos, a cardiopatia isquémica e as arritmias população com 65 anos ou mais6. Nesta revisão a multimorbilidade encontrava-se consistentemente associada à idade (igual ou superior a 65 anos), ao género feminino, ao baixo nível socioeconómico 6-7, bem como à doença mental6. Os resultados do estudo de Koller et al revelaram que entre os dez problemas mais frequentes nos idosos se encontravam a hipertensão arterial, cas relações e interdependências entre os vários problemas de saúde que coexistem numa mesma pessoa, permite pensá-los de modo abrangente (todos) e coerente (sem eliminar pontos de vista)9. Tal como outros mapas, auxilia o registo, encoraja e facilita a compreensão e a organização de ideias e conceitos científicos complexos associados a cada diagnóstico9. 43 N.º39 Jan-Mar 2016 Pág. 42-48 Quadro 1 Lista de Problemas por ordem cronológica de diagnóstico Lista de Problemas Ano de diagnóstico História Tuberculose 1951 e 1954 1971 Dois internamentos de 3 e 4 meses, por tuberculose pulmonar, aos 22 e 25 anos respetivamente. Aos 42 anos outro internamento de 3 meses, por pericardite. Litíase renal 1975 Vários episódios de cólica renal (primeira aos 45 anos) e litíase renal atual confirmada ecograficamente. Hipertensão arterial 1985 HTA diagnosticada aos 57 anos, desde há 5 anos episódios de subida tensional com recurso ao serviço de urgência, o primeiro dos quais associa a evento pessoal relevante. Terapêutica regular: Perindopril 4mg, Lercanidipina 10mg, Clortalidona 50mg. Dispneia (Asma intermitente) 1995 Episódios de dispneia que associa ao RGE e se agrava com infeções respiratórias. Recurso muito esporádico a terapêutica de recurso com Salbutamol, no máximo 3 dias. Poliartralgias: ombros, joelhos e coluna. Terapêutica analgésica eficaz com Paracetamol. Artroses Dislipidémia 2005 Alteração do metabolismo dos lípidos desde os 76 anos para a qual não faz terapêutica medicamentosa. Bradiarritmia (Pacemaker) 2009 Na sequência de bradiarritmia colocou pacemaker, mantendo desde então vigilância em consulta de Cardiologia. 2013 Na sequência da avaliação dos sintomas respiratórios realizou Endoscopia Digestiva Alta que confirmou a presença de hérnia do hiato com cardia incontinente. Desde então, encontra-se medicada com Pantoprazol 20 mg e Domperidona (esporadicamente), com melhoria da sintomatologia digestiva e respiratória. Refluxo Gastro-Esofágico (Hérnia do hiato) Osteoporose Ansiedade com Perturbação do sono Achado radiológico sem história de fraturas. 2013 Ansiedade e insónia reativas a acontecimentos de vida, tomando lorazepam ao deitar como terapêutica de recurso (atualmente diária). Definiu-se como objetivo relatar um caso de multimorbilidade com recurso ao mapa de problemas como instrumento facilitador da abordagem holística, da definição de prioridades e do acordo terapêutico. Métodos O mapa de problemas é uma construção dinâmica que obedece a uma sequência de pensamento, adequada a cada momento, num processo em espiral. Neste relato seguiram-se como etapas: 44 ● Mapear os problemas de saúde (dar lugar, pôr em confronto) (Figura 1). ● Colocar em situação de proximidade aqueles que a priori têm relação entre si (e.g. ansiedade/perturbação do sono) (Figura 2). ● Interrelacionar os problemas (Figura 3). ● Centrar os problemas que a doente refere como preocupações (HTA) ou causadores de mal-estar (e.g. RGE/ osteoartrose) (Figura 4). Mapa de problemas Mapa de problemas Mapear os problemas de saúde (dar lugar, pôr em confronto) Interrelacionar os problemas Litíase Renal Litíase Renal Hipertensão arterial Refluxo Gastro-Esofágico Hérnia do Hiato Bradiarritmia Pacemaker Dispneia Asma Intermitente Dislipidemia Osteoartrose Hipertensão arterial Bradiarritmia Pacemaker Refluxo Gastro-Esofágico Hérnia do Hiato Dispneia Solidão Dislipidemia Asma Intermitente Osteoartrose Ansiedade Ansiedade Osteoporose Perturbação do sono Osteoporose Perturbação do sono Figura 1 Problemas de saúde diagnosticados Figura 3 Problemas de saúde e as suas possíveis interações Mapa de problemas Mapa de problemas Colocar em situação de proximidade aqueles que a priori têm relação entre si (e.g. ansiedade/ perturbação do sono) Centrar os problemas que a doente refere como preocupações (HTA) ou causadores de mal-estar (e.g. RGE/osteoartrose) Litíase Renal Litíase Renal Hipertensão arterial Bradiarritmia Pacemaker Refluxo Gastro-Esofágico Hérnia do Hiato Solidão Dislipidemia Ansiedade Perturbação do sono Dispneia Asma Intermitente Osteoartrose Osteoporose Figura 2 Problemas de saúde com prioridades da doente destacadas Hipertensão arterial Bradiarritmia Pacemaker Refluxo Gastro-Esofágico Hérnia do Hiato Dispneia Solidão Dislipidemia Asma Intermitente Osteoartrose Ansiedade Perturbação do sono Osteoporose Figura 4 Problemas de saúde com prioridades e interações realçadas 45 N.º39 Jan-Mar 2016 Pág. 42-48 Quadro 2 Terapêutica Habitual Medicamentos (DCI, dosagem) Posologia (nº comprimidos / horário) Pantoprazol, 20 mg 1 /jejum Clortalidona, 50 mg 1 /pequeno almoço Nebivolol, 5 mg 1 / almoço Domperidona, 10 mg 1 /antes do jantar Perindopril, 4 mg 1 /jantar Paracetamol, 1g se tiver dor: 1 / até 3 por dia Salbutamol inalador se dispneia: 2 puff/ 3 vezes por dia, 3 a 5 dias Resultados Doente do sexo feminino, 87 anos, residente em Lisboa há cerca de 62 anos. Vive só e é autónoma em todas as atividades de vida diária. Como suporte familiar tem uma sobrinha que reside na proximidade e a visita diariamente. Tem registados onze problemas de saúde (Figura 1): hipertensão arterial (HTA), alteração do metabolismo dos lípidos, bradiarritmia com pacemaker, refluxo gastro-esofágico (RGE), dispneia (asma intermitente), litíase renal, osteoartrose, osteoporose, ansiedade, perturbação do sono e solidão. A síntese da história de cada problema encontra-se no Quadro 1. Tem como terapêutica habitual (Quadro 2): perindopril 4 mg, clortalidona 50 mg, nebivolol 5 mg, pantoprazol 20 mg, domperidona 10 mg e lorazepam 1 mg. Como terapêuticas de recurso utiliza salbutamol nas crises de dispneia e paracetamol como analgésico. Perante a dificuldade em controlar a HTA programou-se consulta para reavaliação e estabelecimento de concordância terapêutica. Em consulta, os valores tensionais encontram-se dentro dos valores de controlo (abaixo de 140 e 90 mmHg, respetivamente para TAS 46 e TAD). Foi pois necessário fazer a revisão da história clínica e compreender quais os problemas que mais preocupavam a doente (suas prioridades) e eventuais fatores agravantes. Perante a exploração de questões relacionadas com sentimentos, ideias, impacto e expetativas sobre os seus problemas de saúde confirmámos que a HTA é o problema que mais a preocupa, seguido do RGE e das dores articulares. Sendo o ponto de concordância a HTA, tentámos compreender o perfil hipertensivo, verificando que a subida tensional era vespertina e agravada pelo medo da ocorrência de algum evento cérebro-cardiovascular durante a noite (a viver sozinha). Neste caso a ansiedade, a perturbação do sono e o agravamento noturno dos sintomas associados ao RGE pareciam ser os potenciadores da subida tensional. Efetuou-se a revisão terapêutica: ● Fez-se o ajuste cronotrópico da terapêutica anti-hipertensiva (clortalidona ao pequeno almoço, nebivolol ao almoço e perindopril ao jantar). ● Modificou-se a hora da toma da domperidona que passou para o jantar. ● Discutiu-se a possibilidade de suspender o lorazepam ao que ofereceu resistência («meu amigo»). Tomando consciência que a subida tensional vespertina era agravada pela ansiedade e solidão ponderou-se a possibilidade de ir para uma instituição de acolhimento existente na sua área de residência. A doente ficou a pensar sobre o assunto que discutiremos numa próxima visita. Discussão/Conclusões Este é o relato de um caso simples de multimorbilidade em que os problemas de saúde presentes desde uma idade precoce não se refletiram na longevidade. O mapa de problemas permite visualizar os problemas de saúde diagnosticados e suas interações, bem como as prioridades da doente (Figuras 3 e 4). Ilustra como problemas psicossociais (e.g. solidão) podem agravar outros, neste caso cardiovascular (e.g. HTA). Facilita ainda uma abordagem complexa em contraponto a uma abordagem linear (problema a problema) tornando os cuidados centrados na doente e minimizando a iatrogenia. Permite também questionar algumas das intervenções como: o uso de β-bloqueante numa doente com bradiarrimia e broncospasmo; a ausência de terapêutica hipolipemiante numa doente com alteração do metabolismo dos lípidos; por último, a manutenção de benzodiazepinas numa idosa com osteoporose. Existe escassa evidência (estudos de pequena dimensão e heterogéneos) sobre o benefício da terapêutica antihipertensiva nos grandes idosos (≥ 80 anos). Contudo, verificou-se uma associação na redução dos eventos cardiovasculares (e.g. Acidente Vascular Cerebral A dislipidémia é um fator de risco cujo tratamento é controverso no grupo etário dos idosos, por evidência limitada sobre o benefício13-14. Neste caso o assunto foi explicado à doente e a decisão de não tratar foi tomada em conjunto. Em termos cardiovasculares importa ainda discutir o risco associado à domperidona (subsistindo o benefício de uma toma única diária, sem risco pela presença de pacemaker e inexistência de QT longo), e ao sabutamol (em utilização de SOS, habitualmente não superior a 3-5 dias)15. Outro risco não desprezível e de difícil abordagem, que não se desenvolve neste relato, é o consumo de benzodiazepinas nos idosos15. Importa no entanto salientar que as consequências de um sono escasso e O mapa de problemas é uma construção dinâmica que obedece a uma sequência de pensamento, adequada a cada momento, num processo em espiral e Insuficiência Cardíaca) sem redução da mortalidade total ou por outras causas11. No grande idoso, a evidência leva‑nos a concluir que a terapêutica deve ser individualizada, tendo em conta a opinião do doente e as suas comorbilidades11. Neste caso a HTA era claramente a maior preocupação da doente, referindo dificuldade no seu controlo, não confirmada em contexto de consulta. Atendendo às caraterísticas da doente a HTA foi o problema de saúde em que se estabeleceu a plataforma de entendimento12 entre médico e doente. Efetuou-se o ajuste cronotrópico dos hipotensores perindopril 4 mg, clortalidona 50 mg e nebivolol 5 mg. Subsistindo dúvidas quanto à racionalidade da utilização do nebivolol 5 mg apesar de se tratar de β-bloqueante cardioseletivo (doente com bradiarritmia controlada por pacemaker e com broncospasmo) enviou-se carta ao colega de cardiologia, no sentido de fundamentar de modo conjunto a decisão terapêutica. de pouca qualidade, prolongado por muito tempo, parecem ser equilibradas pelos benefícios decorrentes de uma terapêutica com benzodiazepina de curta duração, em dose baixa, passível de discussão com o médico assistente (ao invés de automedicação com este ou outros fármacos de venda livre, tomada com culpa e não revelada). As necessidades dos pacientes com multimorbilidade não são a soma das necessidades decorrentes das doenças individuais, 47 N.º39 Jan-Mar 2016 Pág. 42-48 As necessidades dos pacientes com multimorbilidade não são a soma das necessidades decorrentes das doenças individuais e, portanto, a organização por doença única tem um efeito negativo na continuidade dos cuidados16. Os pacientes com multimorbilidade estão por vezes ligados a vários médicos e serviços não coordenados entre si16, como acontece com a doente em questão (consultas de: Cardiologia, Pneumologia, Gastrentrologia). A colaboração eficiente entre profissionais e serviços é essencial, devendo ser valorizado o papel do médico de família e a continuidade dos cuidados, priorizando a melhoria da qualidade de vida e funcionalidade dos pacientes3,17. O caso em apreço, apesar de simples e não representativo de todos os idosos, permite exemplificar a importância do método clínico centrado no paciente, na abordagem de pessoas com multimorbilidade2. Por último, ilustra como é que uma intervenção social (a preconizada ou outra) pode ser a solução para um melhor equilíbrio de saúde, apesar dos 87 anos de idade e da multimorbilidade presente. Aspetos Éticos Foi obtido consentimento informado da doente. Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 48 Valderas JM, Mercer SW, Fortin M. Research on patients with multiple health conditions: different constructs, different views, one voice. Journal of Comorbidity. 2011;1:1–3 Boyd CM, Fortin M. Future of multimorbidity research: How should understanding of multimorbidity inform health system design? Public Health Rev. 2011;33:451–74 Broeiro P. Multimorbilidade e comorbilidade: duas perspectivas da mesma realidade. Rev Port Med Geral Fam. 2015; 31:158-160 Starfield B. Co-morbidity and its challenges for quality of Primary care. Rev Port Clin Geral. 2007;23:9–10 Prazeres F, Santiago L. Prevalence of multimorbidity in the adult population attending primary care in Portugal : a cross-sectional study. BMJ Open. 2015; 5: e009287 Violan C, Foguet-Boreu Q, Flores-Mateo G, et al. Prevalence, determinants and patterns of multimorbidity in primary care: A systematic review of observational studies. PLoS One. 2014;9:3–11 Smith SM, Soubhi H, Fortin M, et al. Managing patients with multimorbidity: systematic review of interventions in primary care and community settings. BMJ. 2012;345:e5205 Koller D, Schön G, Schäfer I, et al. Multimorbidity and long-term care dependency—a five-year follow-up. BMC Geriatr. 2014;14:70 Broeiro P, Ramos V, Barroso R. O mapa de problemas – um instrumento para lidar com 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. a morbilidade múltipla. Rev Port Clin Geral. 2007;23:209–15 Broeiro P, Vítor R, Barroso R. O equilíbrio de um sistema dinâmico complexo – Aplicaç ão do mapa de problemas num caso de morbilidade múltipla. Rev Port Clin Geral. 2007; 23:217–22 Moura-Bastos T, Azenha S, Dias T. Hipertensão no grande idoso: tratar ou não tratar? Rev Port Med Geral Fam. 2016;32:30–6 Stewart M, Ryan BL, Bodea C. Is patient-centred care associated with lower diagnostic costs? Healthc Policy [Internet]. 2011;6:27–31 The Task Force for the management of dyslipidaemias of the European Society of Cardiology (ESC) and the European Atherosclerosis Society. ESC / EAS Guidelines for the management of dyslipidaemias. Eur Heart J. 2011;32:1769–818 Lemos ET, Veríssimo MT. Tratamento antidislipidémico no idoso. Revista Factores de Risco. 2015;38:74–91 O’Mahony D, O’Sullivan D, Byrne S, et al. STOPP / START criteria for potentially inappropriate prescribing in older people : version 2. Age and Ageing. 2015; 44:212-218 Doessing A, Burau V. Care coordination of multimorbidity: a scoping study. Journal of Comorbidity. 2015;5:15–28 Smith S, Soubhi H, Fortin M, et al. Interventions for improving outcomes in patients with multimorbidity in primary care and community settings. Cochrane Database of Systematic Reviews 2012; 4: CD006560