DIETOTERAPIA EM PACIENTES COM DOENÇA CELÍACA Bruno Nascimento da Silva1; Karyne Barros Queiroz1; Sabrina Kécia de Freitas Almeida1 Edmir Geraldo de Siqueira Fraga2 1 2 Discente do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Católica de Quixadá; Mestre Docente do curso de Biomedicina do Centro Universitário Católica de Quixadá; E-mail: [email protected] RESUMO A doença celíaca é uma intolerância à ingestão de glúten que é o fator indutor da doença. Trata-se de uma proteína existente em diversos cereais, a qual se inicia nos primeiros anos de vida com diarreia crônica, vômitos. Má absorção dos alimentos, em indivíduos geneticamente predisposto. Acomete um processo inflamatório que envolve a mucosa do intestino delgado, conduzido a atrofia das vilosidades intestinais, consegue expor seguintes formas de evolução: clássica, não clássica e assintomática. Dietoterapia da doença celíaca resume-se na inclusão de dieta isenta de glúten de forma continua, em alguns casos os celíacos também são intolerantes à Lactose. O celíaco deve sempre conhecer os ingredientes que compõem as preparações alimentares e fazer leitura minuciosa dos ingredientes listados nos rótulos de produtos industrializados. Palavras-chave: Dietoterapia. Doença Celíaca. Glúten. Mostra Científica em Biomedicina, Volume 1, Número 01, Jun. 2016 Rua Juvêncio Alves, 660 – Centro – CEP: 63900-257 – Quixadá/CE – Brasil – Fone: (88) 3412.6700 / Fax: (88) 3412.6743 INTRODUÇÃO A doença celíaca (DC) é caracterizada como enteropatia imune causada por hipersensibilidade intestinal gradativamente ocasionada pela ingestão do glúten, com isso a mucosa do intestino é afetada com vários graus de alterações. Desenvolve-se em indivíduos predispostos geneticamente, e possui rigidez variável, apresentando um vasto espectro clínico (MORÓN et al., 2008) Doença celíaca ou enteropatia sensível ao glúten é uma resposta inadequada do nosso sistema imunológico mediada pelas células T ao glúten não digerido em pessoas que são geneticamente predispostas a possuir a doença. A DC é causada por atrofia total ou parcial da mucosa do intestino delgado e decorrente da má absorção de alimentos. (Freeman, 2008; Patel et al., 2005). O glúten é uma substância albuminóide, a mesma não é solúvel em água. Se divide em duas proteínas: a gliadina, e a glutelina. A gliadina é um componente presente no glúten que dá inicio à um dano da mucosa em indivíduos com uma predisposição genética. Pode-se encontrar o glúten no trigo, centeio, cevada e aveia. A doença por sensibilidade ao glúten pode ser definida como um estado de resposta imunológica, tanto humoral como celular, ao glúten dos cereais já relatados (Kotze, 2006; Casemiro, 2006). A gliadina é um componente presente no glúten que inicia o dano da mucosa nos indivíduos. Geralmente aparece no período da infância, acomete crianças que tenham entrem 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive nos adultos. Consequente da má absorção de nutrientes, com quadros clínicos que apresentam diarreia crônica, vômitos, irritabilidade, emagrecimento, anorexia, comprometimento variável do estado nutricional, déficit de crescimento, diminuição do tecido celular subcutâneo (Shamir, 2003). O diagnóstico da DC é baseado juntamente aos testes sorológicos, a biópsia do intestino delgado, e resolução dos sintomas através da retirada do glúten da dieta. O exame histopatológico do intestino delgado, preferencialmente da junção duodeno jejunal, é indispensável para o diagnóstico da DC. A microscopia revela mucosa anormal do intestino delgado proximal, com vilosidades atrofiadas ou ausentes, aumento no comprimento das criptas e no número de linfócitos intraepiteliais (Silva et al., 2006). O segredo para o tratamento da doença celíaca é ao longo da vida aderir à dieta rigorosa totalmente ausente de glúten, como terapia usual. Por ser uma doença cujo tratamento é fundamentalmente dietético (Rauen, Back, Moreira, 2005). Mostra Científica em Biomedicina, Volume 1, Número 01, Jun. 2016 Rua Juvêncio Alves, 660 – Centro – CEP: 63900-257 – Quixadá/CE – Brasil – Fone: (88) 3412.6700 / Fax: (88) 3412.6743 A DC pode ser considerada, mundialmente, um problema de saúde pública principalmente devido à alta prevalência, frequente associação com morbidade variável e não específica e, em longo prazo, à probabilidade aumentada de aparecimento de complicações graves (Silva et al., 2006). Apesar das múltiplas características histológicas relacionadas à DC, para se ter um diagnóstico definitivo, ainda é relevante que se tenha a melhora clínica e sorológica com a dieta totalmente isenta de glúten (Casemiro, 2006). Ao planejar o tratamento dietoterápico deverão ser considerados alguns fatores, como: situação fisiopatológica e as necessidades nutricionais que se relacionam com a do faixa etária do paciente, estada de gravidade do doente e etapa evolutiva da DC. A ampliação da dieta deve ser gradativamente e individual, apesar da resposta terapêutica rápida, pois há regressos na evolução profundamente ligados a técnicas dietéticas inadequadas. O glúten não é uma proteína indispensável e pode ser muito bem substituída por outras proteínas animais e vegetais (Kotze, 2006). Segundo Kotze (2006) os pacientes e seus familiares devem ficar alerta quanto a transtornos clínicos e histológicos com o consumo acidental de glúten. O seguimento da dieta pelo paciente celíaco depende, fundamentalmente, dos familiares, no que se deve ter cuidado com alimentos proibidos. Portanto, é de suma importância saber educar os doentes. Este trabalho ira auxiliar a conhecer mais sobre a doença. Principalmente quem convive com pacientes celíacos. Através deste trabalho estamos abordando a grande importância de uma dieta regrada com ausência do glúten para que o celíaco possa vir a adquirir uma melhor qualidade de vida com a ausência total do glúten. Temos como o objetivo deste trabalho demonstrar a importância da dietoterapia para pacientes celíacos, e oferecer a uma pessoa com doença celíaca os nutrientes adequados que melhor se adapte. O único meio de tratamento que consiste em seguir uma dieta rigorosa com a ausência total de alimentos que contem glúten, tendo assim a substituição de alguns alimentos por outros. Eliminar as alterações fisiopatológicas intestinais, facilitar e favorecer a absorção dos nutrientes, normalizar o trânsito intestinal, recuperar o estado nutricional e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Mostra Científica em Biomedicina, Volume 1, Número 01, Jun. 2016 Rua Juvêncio Alves, 660 – Centro – CEP: 63900-257 – Quixadá/CE – Brasil – Fone: (88) 3412.6700 / Fax: (88) 3412.6743 METODOLOGIA Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura especializada, realizada entre fevereiro e maio de 2016, no qual realizou-se uma consulta artigos científicos dos últimos 16 anos (2000 – 2016), selecionados através de busca no banco de dados do PubMed, BVS, e Google Acadêmico. Foram utilizados os seguintes descritores (palavraschaves): Doença Celíaca, Dietoterapia e Dieta Livre de Glúten, para as línguas portuguesa, inglesa e espanhola. RESULTADOS E DISCUSSÃO A doença celíaca é acometida por uma intolerância à ingestão de glúten, composto de cereais como cevada, centeio, trigo e malte, em indivíduos geneticamente predispostos, definido como um processo inflamatório que envolve a mucosa do intestino delgado, conduzido a atrofia das vilosidades intestinais, má absorção e uma variedade de manifestações clínicas. As manifestações clínicas acometem o trato gastrointestinal, assim como pele, fígado, sistema nervoso, sistema reprodutivo, ossos e sistema endócrino (Gama Silva et al., 2010) A DC consegue expor seguintes formas de evolução: clássica, não clássica e assintomática. Samuel Gee, em 1886, relata a forma clássica da doença, na qual se inicia nos primeiros anos de vida com diarréia crônica, vômitos, irritabilidade, anorexia, diminuição do tecido celular subcutâneo e atrofia da musculatura glútea. A forma não clássica se manifesta mais tardiamente manifestações isoladas, por anemia devido deficiência de ferro refratária à ferroterapia oral, constipação intestinal e osteoporose (Sdepanian et al., 2001). O glúten é o fator indutor da doença. Trata-se de uma proteína existente em diversos cereais, constituída por prolaminas e gluteninas. As prolaminas tóxicas encontram-se no trigo (gliadina), cevada (hordeina) e centeio (secalina) (2,4-6). Estes pépticos são resistentes à digestão pelas enzimas gástricas e pancreáticas e alcançam a lâmina própria do intestino delgado, possivelmente em consequência de aumento da permeabilidade intestinal (SDEPANIAN,1999) A terapia da doença celíaca resume-se na inclusão de dieta isenta de glúten de forma continua, excluindo da dieta os seguintes cereais e seus derivados: trigo, centeio, cevada, Mostra Científica em Biomedicina, Volume 1, Número 01, Jun. 2016 Rua Juvêncio Alves, 660 – Centro – CEP: 63900-257 – Quixadá/CE – Brasil – Fone: (88) 3412.6700 / Fax: (88) 3412.6743 malte, aveia. Em alguns casos os celíacos também são intolerantes à Lactose (Sdepanian et al., 2001). A terapia é diretamente para dietético. Que compõe na restrição do glúten, na condições utilizada para descrever frações proteicas encontradas no trigo, centeio, cevada, aveia e em seus derivados. Para assegurar uma dieta restrita ao glúten, o celíaco deve sempre conhecer os ingredientes que compõem as preparações alimentares e fazer leitura minuciosa dos ingredientes listados nos rótulos de produtos industrializados (ARAÚJO et al, 2010). CONCLUSÃO Atualmente a maioria dos casos de DC não tem um diagnóstico estabelecido, pois a confirmação é realizada mediante a apresentação de sintomas característicos para tal patologia. A dietoterapia para a esta doença deve ser exclusivamente a restrição dos cereais que inclui o glúten, observando a importância da orientação relativa à escolha dos alimento e a não ingestão de glúten, que vai desde a etapa de preparo ou distribuição do alimento e nas orientações relativas à deficiência de absorção de macro e micronutrientes. Verifica-se também a necessidade de um melhor acompanhamento e orientação a este grupo de pacientes, uma constante para avaliação nutricional adequada e um melhor acompanhamento dietoterapêutico, na qualidade de vida dos pacientes celíacos. REFERÊNCIAS ARAUJO, H. M. C.; ARAUJO, W. M. C.; BOTELHO, R. B. A.; ZANDONADI, R. P. Doença celíaca, hábitos e práticas alimentares e qualidade de vida. Rev. Nutr. vol.23, n.3, pp.467-474. 2010. NOBRE, S. R; SILVA, T. CABRAL, J. E. "Doença celíaca revisitada." J Port Gastrenterol. 2007. RAUEN, M. S.; BACK, J. C. V.; MOREIRA, E. A. M.; Doença celíaca: sua relação com a saúde bucal. Rev. Nutr. vol.18, n.2, pp.271-276. 2005. SDEPANIAN, V. L.; MORAIS, M. B.; FAGUNDES-NETO. U. Doença celíaca: a evolução dos conhecimentos desde sua centenária descrição original até os dias atuais. Arq. Gastroenterol. vol.36, n.4, pp.244-257. 1999. Mostra Científica em Biomedicina, Volume 1, Número 01, Jun. 2016 Rua Juvêncio Alves, 660 – Centro – CEP: 63900-257 – Quixadá/CE – Brasil – Fone: (88) 3412.6700 / Fax: (88) 3412.6743 SDEPANIAN, V. L; MORAIS, M. B; ULYSSES F. N. "Doença celíaca: características clínicas e métodos utilizados no diagnóstico de pacientes cadastrados na Associação dos Celíacos do Brasil." J Pediatr. 2001. SILVA, T. S. G; FURLANETTO, T. W. Diagnóstico de doença celíaca em adultos. Rev. Assoc. Med. Bras. v.56, n.1, pp.122-126. 2010. TEIXEIRA, N.S.; Dietoterapia na doença celíaca. GANEP – GRUPO DE APOIO NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL. Belo Horizonte. 2010. Mostra Científica em Biomedicina, Volume 1, Número 01, Jun. 2016 Rua Juvêncio Alves, 660 – Centro – CEP: 63900-257 – Quixadá/CE – Brasil – Fone: (88) 3412.6700 / Fax: (88) 3412.6743