conhecimento e freguência de doenças sexualmente transmissíveis

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Elidiane Souza dos Reis
Maria Aparecida Vital
CONHECIMENTO E FREGUÊNCIA DE DOENÇAS
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM UM GRUPO DE
IDOSOS DO INTERIOR PAULISTA
Pindamonhangaba – SP
2015
Elidiane Souza dos Reis
Maria Aparecida Vital
CONHECIMENTO E FREGUÊNCIA DE DOENÇAS
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM UM GRUPO DE
IDOSOS DO INTERIOR PAULISTA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
parte dos requisitos para obtenção do Diploma de
Bacharel em Enfermagem pelo Curso de
Enfermagem da Faculdade de Pindamonhangaba.
Orientadora: Professora Ma. Catarina Rodrigues da
Silva.
Pindamonhangaba – SP
2015
Reis, Elidiane Souza; Vital, Maria Aparecida.
Conhecimento e frequência de doenças sexualmente transmissíveis em um grupo de idosos do interior
paulista
Elidiane Souza dos Reis; Maria Aparecida Vital / Pindamonhangaba-SP: FUNVIC – Fundação Universitária
Vida Cristã, 2015
55f. :il.
Monografia (Graduação em Enfermagem) FUNVIC-SP
Orientadora: Prof. Ma. Catarina Rodrigues da Silva
1 Idoso. 2 Doenças Sexualmente Transmissíveis. 3 Enfermagem.
I Titulo
Dedicamos o presente trabalho à nossa família, que
proporcionaram toda condição necessária para conclusão
desta faculdade.
AGRADECIMENTOS
À Deus, que tem o poder de tornar tudo possível.
Aos nossos pais e familiares, que nos apoiaram em todos os momentos difíceis, aos
filhos e marido que estiveram privados de nossa presença durante a elaboração do mesmo, e
por proporcionarem toda condição necessária para a conclusão desta faculdade.
À Prof. Me. Catarina Rodrigues da Silva por sua paciência e dedicação na
elaboração desse trabalho, e a todos os professores que estavam presentes em nossa
jornada e de alguma forma nos ensinaram.
À Fundação Universitária Vida Cristã - FUNVIC, por toda estrutura docente e
física.
A ONG e aos idosos, que gentilmente concordaram em participar da pesquisa
para realização do presente trabalho.
E por fim, agradecemos a coordenadora de enfermagem Denise Carvalho e Ana
Paula Nagaoka, pela colaboração e participação de todas as atividades propostas
durante o curso.
“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como
arte, requer uma devoção tão exclusiva, um
preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer
pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta
ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo
vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das
artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!”.
Florence Nightingale
RESUMO
A população idosa tem aumentado cada vez mais no país devido ao avanço da medicina e
baixa incidência de natalidade. Estudos corroboram que a falta de informação sobre
sexualidade voltada a este grupo os tornam alvos fáceis de doenças sexualmente
transmissíveis e propagadores das doenças em questão. Devido a falta de preparo dos
profissionais de saúde para lidar com casos dessa natureza, ou mesmo por não acreditarem
que indivíduos idosos ainda mantenham relações sexuais, acabam se tornando despreparados
para instruírem a população idosa neste aspecto. Diante desta realidade, o presente estudo visa
identificar o conhecimento das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em um grupo de
idosos do interior paulista e a frequência de DSTs entre eles. Trata-se de estudo exploratório e
transversal e, com amostra de idosos de uma organização não governamental (ONG) do
interior paulista. Foi aplicado formulário estruturado com 25 perguntas fechadas com os
sujeitos que participaram de projetos da ONG entre fevereiro e maio de 2015, e que
contemplaram os critérios de inclusão: aceitar participar e assinar termo de consentimento de
livre esclarecimento; ter idade igual ou maior que 60 anos. O projeto foi aprovado pelo CEPUNITAU nº 1.018.498 de 10/04/2015. Foram realizadas análises descritivas por meio dos
cálculos das frequências absoluta e relativa das medidas de tendência central (média). 28
idosos foram incluídos na amostra. Perfil: 86% sexo feminino; 46% cor branca e média de
idade 69 anos. Situação conjugal: 54% casado, 25% viúvo, 18% divorciado, 3% solteiro. 52%
tinham vida sexual ativa, 18% tiveram alguma relação extraconjugal. Conhecimento sobre
DSTs: 57% declararam não ter conhecimento; 82% nunca viram campanhas direcionadas à
prevenção com idosos. Somente 7% (n=2) referiram ter adquirido alguma DST após os 60
anos. Discussão: embora nem todos tivessem vida sexual ativa, é importante que conheçam os
riscos e medidas preventivas. É imprescindível que a enfermagem quebre tabus e paradigmas
e direcione campanhas a este público a fim de esclarecer mitos e verdades sobre sexualidade e
possibilidade de agravos, evitando dupla carga de doenças (DSTs + comorbidades) que nesta
fase podem se manifestar. Os idosos pareceram não estar preparados para a realidade da
sexualidade nesta fase, pois demonstrou pouco conhecimento acerca das DSTs, o que pode
deixá-los vulneráveis a adquirirem esse tipo de doenças. Conclusão: 57% declararam não ter
conhecimento sobre DSTs e quanto a frequência de DSTs: 7% da amostra.
Palavras-chaves: Idoso, Doenças Sexualmente Transmissíveis, Enfermagem.
ABSTRACT
The elderly population has increased more and more in the country due to the advancement of
medicine and low incidence of birth. Studies confirm that the lack of information on sexuality
aimed at this group makes them easy targets for sexually transmitted diseases and propagators
of the disease concerned. Due to lack of trained health professionals to deal with such cases,
or even do not believe that older adults still maintain sex, end up being unprepared to instruct
the elderly in this regard. Given this reality, the present study aims to identify the knowledge
of sexually transmitted diseases (STDs) in a group of elderly in São Paulo State and the
frequency of STDs among them. It is exploratory and cross-sectional study, with elderly
sample of a non-governmental organization (NGO) in São Paulo. Was applied structured
questionnaire with 25 closed questions with the subjects who participated in the NGO projects
between February and May 2015, which contemplated the inclusion criteria: agree to
participate and sign free clarification consent; of age or over 60 years. The project was
approved by CEP-UNITAU No 1018498 of 04/10/2015. Descriptive analyzes were performed
through the calculation of absolute and relative frequencies of the measures of central
tendency (average). 28 individuals were included in the sample. Profile: 86% female; 46%
white, mean age 69 years. Marital status: 54% married, 25% widowed, 18% divorced, 3%
single. 52% were sexually active, 18% had any extramarital relationship. Knowledge about
STDs: 57% reported having no knowledge; 82% have never seen campaigns aimed at
prevention with the elderly. Only 7% (n = 2) reported having acquired an STD after 60 years.
Discussion: although not all were sexually active, it is important to know the risks and
preventive measures. It is imperative that nursing breaks taboos and paradigms and direct
campaigns to this audience in order to clarify myths and truths about sexuality and the
possibility of injuries, avoiding double burden of disease (STD + comorbidities) that this
stage can manifest. The elderly did not seem to be prepared for the reality of sexuality at this
stage, as demonstrated little knowledge about STDs, which can leave them vulnerable to
acquiring such diseases. Conclusion: 57% reported having no knowledge about STDs and as
the frequency of STDs: 7% of the sample.
Keywords: elderly, Sexually Transmitted Diseases, Nursing.
LISTA DE TABELAS
Figura 1. Número de idosos do interior paulista que declararam saber o que é doença sexualmente
transmissível (DST). Pindamonhangaba, 2015.................................................................................36
Figura 2. Número de idosos de um grupo do interior paulista que declararam conhecer campanhas
voltadas à 3ª idade sobre doenças sexualmente transmissíveis. Pindamonhangaba, 2015...............37
Figura 3. Número de idosos de um grupo do interior paulista que declararam já ter contraído doença
sexualmente transmissível. Pindamonhangaba, 2015..................................................................38
Tabela 4. Sinais e sintomas sugestivos de doenças sexualmente transmissíveis DSTs referidos por
idosos de um grupo do interior paulista. Pindamonhangaba, 2015...............................................39
LISTA DE FIGURAS
Tabela 1. Características sócio demográficas de um grupo de idosos do interior paulista.
Pindamonhangaba, 2015..................................................................................................................35
Tabela 2. Características sócio demográficas de um grupo de idosos do interior paulista.
Pindamonhangaba, 2015.............................................................................................................36
Tabela 3. Comportamento sexual de idosos de um grupo do interior paulista. Pindamonhangaba,
2015............................................................................................................................................38
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 15
1.1
Justificativa ............................................................................................................................... 16
2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................................... 17
2.1 Idoso Vs DSTs ................................................................................................................................. 17
2.2 Doenças Sexualmente Transmissíveis............................................................................................. 18
2.2.1 HPV (Papiloma Vírus Humano) .................................................................................................. 18
2.2.2 Sífilis ............................................................................................................................................ 19
2.2.3 Herpes genital............................................................................................................................... 20
2.2.4 Gonorréia...................................................................................................................................... 21
2.2.5 Cancro Mole ................................................................................................................................. 21
2.2.6 Tricomoníase ................................................................................................................................ 22
2.2.7 Hepatite B..................................................................................................................................... 23
2.2.8 Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV ................................................................................. 23
2.3 Níveis de Conhecimento e Comportamento dos Idosos Relacionados às DST/AIDS .................... 24
2.4 Vulnerabilidades da Mulher no Mundo........................................................................................... 26
2.5 Uso de preservativo na População Idosa ......................................................................................... 27
2.6 Campanhas Voltadas para o Idoso .................................................................................................. 28
2.7 Papel do Enfermeiro em Relação às DSTs no idoso ....................................................................... 29
3
3.1
OBJETIVOS ................................................................................................................................. 31
Objetivo Geral ........................................................................................................................... 31
3.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................................... 31
4 MÉTODO........................................................................................................................................... 32
4.1 Tipo de estudo ................................................................................................................................. 32
4.2 Local e período ................................................................................................................................ 32
4.2.1 Caracterização do campo de estudo ............................................................................................. 32
4.3 População e amostra ........................................................................................................................ 32
4.3.1 Critérios de inclusão ..................................................................................................................... 33
4.4 Instrumento de coleta de dados ....................................................................................................... 33
4.5 Procedimento para a coleta ............................................................................................................. 33
4.6 Aspectos éticos ................................................................................................................................ 34
4.7 Análise de resultados....................................................................................................................... 34
5 RESULTADOS .................................................................................................................................. 35
5.1 Características Sócio demográficas dos Respondentes ................................................................... 35
5.2 Conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis por idosos ............................................ 36
5.3 Frequência de DSTs em idosos ....................................................................................................... 38
6 DISCUSSÃO...................................................................................................................................... 40
6.1 Características Sócio-demográficas do Respondente ...................................................................... 40
6.2 Conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis por idosos ............................................ 42
6.3 Frequência de DST em idosos ......................................................................................................... 44
6.4 Implicações para a prática profissional ........................................................................................... 44
7 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 46
8 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 47
APÊNDICES ......................................................................................................................................... 49
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). .................................. 49
APÊNDICE B - Formulário de coleta de dados .................................................................................... 51
APÊNDICE C - Solicitação de Autorização da Instituição .................................................................. 52
ANEXOS............................................................................................................................................... 53
ANEXO 1. Parecer Substanciado do Comitê de Ética em Pesquisa ........................................... 53
15
1 INTRODUÇÃO
A população idosa vem aumentando, isso pode ser observado devido a queda
acentuada na taxa de mortalidade e de fecundidade, ou seja, ao mesmo tempo em que se
morre menos também se nasce menos, causando assim o aumento da população idosa, não só
em países desenvolvidos, mas também em países subdesenvolvidos como o Brasil. Essa
longevidade se dá também devido ao avanço tecnológico crescente da ciência.1,2,3,4
Em 1990 a população do Brasil era de aproximadamente 169.799.710 de pessoas,
destes 6,3%, ou seja, 10.722.705 de pessoas tinham mais de 60 anos de idade. Em 2000 os
idosos no Brasil eram 14.536.290, sendo 8,6% da população, o que significa um aumento de
35,6% da população idosa. Sendo assim, estima-se que no Brasil em 2025 a população idosa
seja de 30 milhões.1,3
Em decorrência do aumento da longevidade e das facilidades da modernidade, que
incluem a reposição hormonal e as medicações para impotência, os idosos vêm redescobrindo
a experiência sexual. Contudo, as práticas sexuais inseguras tornam os idosos mais
vulneráveis a se contaminarem pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e outras
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).3,4
Segundo Pereira2, Laroque3 e Rocha4, coexiste falta de informação direcionada a este
público, o que torna esta população alvos fáceis das DSTs e HIV, e os caracterizam
propagadores das doenças em questão. Não é difícil entender o porquê dos idosos se
mostrarem desinformados para lidarem com esta realidade: os serviços de saúde podem não
estar de alguma forma transmitindo informações necessárias por vários motivos, tais como a
falta de preparo dos profissionais em conduzir casos dessa natureza ou mesmo por não
acreditarem que indivíduos idosos ainda mantenham relações sexuais.2
A compreensão errônea dos idosos de que o preservativo é algo dispensável nas
relações sexuais, pois as mulheres já estão na menopausa e não correm o risco de engravidar,
faz com que eles não vejam a necessidade do uso de preservativo. Deste modo, os idosos
acabam por manifestar comportamento de risco.3
Poucas são as campanhas preventivas de DSTs visualizadas nas mídias (televisão,
rádio, internet e revistas) voltadas à população idosa. Ainda que os serviços de saúde estejam
pouco preparados para abordar sobre este tema com idosos 2, onde os mesmos não encontramse em grupo de risco para DSTs por informações errôneas ou mitos3, sendo imprescindível
16
chamar a atenção da comunidade acadêmica e da sociedade para este tema, visto que a
tendência destas doenças se disseminarem neste público específico é aumentar cada vez mais
se estes problemas pontuados não forem resolvidos com estratégias pertinentes e pontuais.3
Por atuarem em diversos lugares e desenvolverem várias funções dentro da área da
saúde e, na maioria das vezes, sem que as pessoas percebam o que realmente estes
profissionais executam e com qual potencial, tanto em nível curativo quanto preventivo, os
profissionais de saúde são cogitados a cuidar de idosos com possíveis DSTs.5
Entretanto, o profissional da saúde demonstra-se despreparado e pouco integrado do
assunto, não sabendo conduzir a situação. Atualmente, esse tipo de realidade, com a
população idosa vem crescendo de forma gradual, para tanto o despreparo profissional coloca
essa população em questão vulnerável. É preciso conscientizar os enfermeiros e suas equipes
de saúde quanto a importancia de inserir os idosos em campanhas e estratégias de prevenção a
DSTs visto que a estimativa de vida tem aumentado gradativamente. A enfermagem
desenvolve várias áreas de atuação, representando principal eixo para promover qualquer
política de saúde que tenha como uma assistência de qualidade a saúde para todas as faixas
etárias.1,2,3,6
1.1 Justificativa
Questiona-se o quão vulnerável encontram-se os idosos acerca do tema. Será que um
grupo de idosos que frequenta uma organização não governamental para realizar diversas
atividades tem acesso à informações sobre DSTs? Qual seria a frequência de DSTs entre estes
idosos?
Os resultados do trabalho em questão contribuirão para a elaboração de estratégias
públicas dirigidas à essa população em especial, melhorando assim, a qualidade de vida e
também provávelmente irão reduzir os custos diretos e indiretos relacionados a este problema.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Idoso Vs DSTs
Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS), a população mundial está tendo
maior longevidade, indicadores sociais preveem para os próximos 20 anos o aumento de
idosos para 1,2 bilhões no mundo. O Brasil acompanha fraca contribuição para tendência
mundial no aumento da população idosa devendo ocupar uma das dez primeiras posições no
ranking mundial, quando o assunto é envelhecimento populacional mundial.7
Entende-se como “idoso” o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos. Para
tanto, o envelhecimento consiste em alterações graduais e irreversíveis na estrutura e
funcionamento de um organismo que ocorre com resultados da passagem do tempo, processo
que compõem qualquer fase entre o nascimento e a velhice, sendo relevantes os fatores:
ambientais, sociais e culturais que também promovem o envelhecimento do ser humano.8
O evento “envelhecimento da população mundial” não se caracteriza como uma nova
questão. Países desenvolvidos do oriente e ocidente convivem há tempos com grande
quantidade de indivíduos idosos e com todos os problemas associados ao envelhecimento,
como aposentadorias e doenças próprias da idade, tendo como consequências altos custos para
o estado, o que requer políticas sérias e consistentes a respeito. Já em países em
desenvolvimento, vêm aumentando rapidamente a quantidade de indivíduos idosos,
necessitando urgentemente de políticas racionais para lidar com as consequências sociais,
econômicas e de saúde da longevidade populacional, ou seja, o Brasil não tem se preparado ao
longo dos anos para este aumento crescente desta população.1,8,9
Atualmente, o idoso tem apresentado doenças que não são características desta faixa
etária, devido ao descuido e falta de informação. Contudo, práticas sexuais inseguras tornam
os idosos mais propensos a se contaminarem pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV),
doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) ou infecções sexualmente transmissíveis (IST),
estas também são conhecidas “grosseiramente” como doenças venéreas, ou doenças
infecciosas que se transmitem essencialmente (porém não de forma exclusiva) pelo contato
sexual, onde a utilização do preservativo tem sido considerada como medida mais eficiente
para prevenir e impedir seu contágio.3,4,10
Dado curioso é que no Brasil, indivíduos com idade entre 40 e 49 anos eram os mais
afetados, da década de 80 a meados de 2010. No entanto, os últimos anos apresentaram
18
incremento na taxa de incidência da doença HIV (11% dos idosos são portadores), em
indivíduos com idade igual ou superior a 50 anos.1
O desenvolvimento de drogas que melhoram o rendimento sexual, o uso de prótese
para a disfunção erétil para os homens e a reposição hormonal para as mulheres, tornam os
idosos cada vez mais ativos “sexualmente”. Todo esse aparato veio na tentativa de promover
qualidade de vida e uma vida sexual ativa para indivíduos com idade igual ou superior a 50
anos, entretanto, a prevenção das DSTs para os idosos não acompanhou o ritmo desta
evolução.1
2.2 Doenças Sexualmente Transmissíveis
Na antiguidade, a população romana denominou “morbus indecens”, as
enfermidades contraídas pelo ato sexual, já escritas bíblicas tinham a “gonorreia” como
impureza, a palavra “sífilis” denotava amor imundo, contudo a denominação “venérea”
surgiu por volta de 1600 d.C., com origem a deusa Vênus com o sentido “micróbios do
amor”. Atualmente atribuí-se o termo DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) ao grupo
de doenças endêmicas que se apresentam de formas
variadas.11,12,13
Estima-se que sejam mais de trinta as doenças endêmicas que compõem o grupo da
DSTs, podendo citar as doenças clássicas mais transmitidas pelo ato sexual: HPV (Papiloma
vírus Humano), Sífilis, Herpes genital, Gonorréia, Cancro Mole, Tricomoníase, Hepatite B e
HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).11,12,13
2.2.1 HPV (Papiloma Vírus Humano)
HPV (Papiloma Vírus Humano), ou popularmente “verruga genital” é um vírus.
Atualmente sabe-se da existência de 100 tipos ou mais de Papiloma Vírus Humano, alguns
podem causar câncer, essencialmente no colo do útero e no ânus5,12,14
A principal forma de contágio do vírus HPV é através da relação sexual, o uso do
preservativo durante ato sexual geralmente impede o contágio pelo HPV, que também pode
ser transmitido para o bebê durante o parto.7
A infecção pelo HPV geralmente causa verrugas (condiloma acuminado), de
tamanhos variados. No gênero masculino, é comum na glande (cabeça do pênis) e na região
do ânus, porém no gênero feminino, os sintomas mais comuns do HPV manifestam-se na
vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões do vírus também podem aparecer na
19
boca e na garganta em indivíduos masculinos e femininos, que podem estar infectados pelo
vírus sem apresentar sintomas.12
A vacina contra HPV é recomendada para mulheres e homens entre 09 e 26 anos,
servindo para diminuir risco do câncer do colo de útero, de pênis e ânus, para todas as
meninas entre 09 e 13 anos de idade encontram-se gratuitas, apresenta eficácia de 100%
quando administrada antes do primeiro contato íntimo. Após utilização da vacina ainda se faz
necessário utilizar preservativo em todas as relações sexuais para evitar contágio por outros
vírus do HPV.11,14
Fundamentalmente, nem sempre tem cura para HPV, pois nem sempre o vírus é
eliminado do organismo. Contudo, quando o tratamento é realizado corretamente as lesões
somem podendo dizer que o indivíduo está "tratado".3,14
Sinal de cura do HPV é eliminação das verrugas, porém estas podem estar tão
pequenas que não se nota visualmente a olho nu, por isso, paciente devem realizar exames
como papanicolau e peniscopia, para confirmar eliminação de todas as verrugas ou condiloma
acuminado.3
2.2.2 Sífilis
Sífilis é nome designado pelo contágio por uma bactéria chamada “Treponema
pallidum”. Forma de transmissão basicamente sexual, podendo ser transmitida da mãe para o
feto. Esta “doença” divide-se em 03 fases, denominadas de sífilis primária, secundária e
terciária. O uso do preservativo é o melhor método para a prevenção da sífilis. Lesão primária
manifesta-se como uma úlcera, semelhante a uma afta de boca, e que não causa dor nos
órgãos genitais, surgem 02 semanas após o ato sexual. Em mulheres pode passar despercebida
uma vez que não dói e costuma ficar escondida entre os pelos pubianos e a vulva. Essa úlcera
é chamada de “cancro duro”, onde 03 a 06 semanas somem, mesmo sem tratamento, levando
a falsa impressão de cura natural.15,16
A sífilis é uma doença infecto contagiosa podendo ser transmitida através do contato
íntimo com indivíduo infectado, de forma vertical, de mãe para filho através da placenta,
raramente, por objetos contaminados, como ao fazer uma tatuagem, transfusões sanguíneas,
entre outros.1
Os sintomas da sífilis secundária apresentam-se após semanas ou meses ao
desaparecimento do cancro duro, onde a doença retorna disseminada pelo organismo, esta
forma de sífilis manifesta-se com erupções na pele, basicamente nas palmas das mãos e solas
20
dos pés, seguida de febre, mal estar, perda do apetite e aumento dos linfonodos (gânglios)
pelo corpo. As lesões nas solas e palmas são características, porém erupções podem ocorrer
em qualquer local do corpo. Novamente a doença some mesmo sem tratamento.1,3
Nos sintomas terciários da sífilis, os pacientes podem levar de 01 à vários anos,
assintomáticos (sem sintomas) até o retorno da doença.3
Seu tratamento é diferenciado variando com estágio da doença, onde sífilis primária
ou secundária administrando penicilina benzatina (Benzetacil) em dose única. Já sífilis com
mais de 01 ano de evolução ou de tempo indeterminado, indicado é penicilina benzatina
(Benzetacil) em 03 doses, com 01 semana de intervalo entre cada, salve que, doentes, alérgico
a penicilina podem ser tratados com tetraciclina, doxiciclina ou azitromicina.17
Após tratamento, todo paciente tratado para sífilis deve refazer o VDRL de 06 a 12
meses.17
2.2.3 Herpes genital
Transmitida por vírus que ataca a pele e membranas mucosas dos genitais.18
É sabido que 02 vírus distintos podem causar herpes genital, o vírus do herpes
simples Tipo 1 (HSV1) e vírus do herpes simples Tipo 2 (HSV-2). Transmissão de herpes
genital por ambos os vírus acontece principalmente via contato sexual desprotegido.18
HSV-1 pode espalhar da boca aos genitais durante o sexo oral. Já o HSV-2 é mais
comum na vagina.19
Herpes genital é comumente transmitido pelo contato com a pele de uma pessoa
infectada com lesões visíveis, bolhas ou erupções (uma crise ativa), podendo contrair herpes a
partir do contato com a pele de uma pessoa infectada mesmo quando não há lesões visíveis (e
a pessoa pode nem saber que está infectada) ou pelo contato com a saliva ou com fluidos da
vagina de uma pessoa infectada.17,19
Não é sabido se existe cura para herpes genital, porém tratamento é realizado por
medicamentos antivirais, podendo ajudar a evitar a reincidência da doença e impedir que ela
se complique com sintomas mais graves e espalhe-se pelo corpo, o acompanhamento médico
pode agir para amenizar os sintomas e para não transmitir herpes para outras pessoas.17,18
21
2.2.4 Gonorréia
Doença causada pela bactéria "neisseria gonorrhoeae", conhecida como gonococo,
indivíduos que tenham qualquer prática sexual pode adquirir gonorreia. Infecção se dá pelo
contato oral, vaginal ou anal, ocorrendo proliferação da bactéria em áreas quentes e úmidas do
corpo, incluindo a uretra. Pode ser encontrada no sistema reprodutor feminino, tubas uterinas,
no útero e colo do útero.17,18
Transmite-se gonorreia pelo contato com o pênis, vagina, boca ou ânus, não sendo
necessário ocorrer ejaculação para a gonorreia ser transmitida, esta também pode ser
transmitida da mãe para o bebê durante o parto. Indivíduos que tiveram gonorreia e receberam
tratamento podem ser infectadas de novo se houver contato sexual com indivíduos
infectados.18
Homens com gonorreia ficam com testículos doloridos, já nas mulheres os sintomas
da gonorreia, apresentam-se geralmente moderados, contudo a maioria das infecções não
caracteriza sintomas. Sinais e sintomas iniciais apresentam sensação de queimação ao urinar e
aumento do escoamento vaginal ou sangramento vaginal entre os períodos menstruais. Os
sintomas da infecção retal, tanto para homens como mulheres, podem incluir corrimento,
coceira no ânus, dor, sangramento ou excreção dolorida. A infecção retal também pode não
apresentar sintomas.14,17,19
Para o tratamento, primeiramente é curar a infecção do indivíduo enquanto o
segundo é interromper a cadeia de transmissão da doença, assim, além de tratar o paciente, é
importante localizar e examinar todos os contatos sexuais para tratá-los.18
Após o tratamento é importante ter o acompanhamento médico, principalmente em
caso de dor nas articulações, erupções cutâneas ou dores mais fortes na região pélvica ou
abdominal, devendo ser realizados exames para garantir que a infecção tenha sido curada.19
O uso do preservativo na relação sexual é melhor meio para prevenir a gonorreia.13
2.2.5 Cancro Mole
Conhecido como úlcera “mole venérea” ou “cancroide”, esta caracteriza doença
sexualmente transmissível com agente etiológico a bactéria “Haemophilus ducreyi”, pois é
inerte e difícil de ser cultivado em ambientes artificiais, frequentemente encontrada em
indivíduos do sexo masculino, com tudo nas mulheres afeta o colo uterino e os grandes e
pequenos lábios. Doravante, pode ocorrer no ânus e raramente dependendo do individuo, nos
22
lábios, na boca e na garganta. Esta doença é muito contagiosa, porém apenas durante o ato
sexual (vaginal, anal e oral), sem a utilização de preservativo, onde sua manifestação eleva as
chances de transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana tendo como procedimento
a circuncisão.1
Tratamento caracteriza-se pelo uso de antibióticos, higiene local e compressa com
permanganato de potássio dissolvida em água boricada, em caso de inflamações purulentas, o
líquido é retirado cirurgicamente, para tanto correto é que individuo seja acompanhado no
mínimo 03 meses para que possa certificar cura completa.14,17,18
Prevenção é realizada em virtude da utilização de camisinha, casos de infecção de
gestantes deve-se informar médico urgente, pois tratamento é importante, mesmo que não
tenha oferecido risco ao feto.18,19
2.2.6 Tricomoníase
Tricomoníase é uma doença contraída pelo ato sexual que atinge homens e mulheres,
ocorrendo geralmente com mulheres. Parasita responsável pela doença “trichomonas
vaginalis”, contagia as mulheres na vagina e os homens na uretra, esta por sua vez ocorre
essencialmente com o ato sexual, onde um dos indivíduos esteja infectado. Possui como
característica corrimento vaginal, podendo permanecer encubada até 28 dias após ato sexual
sem uso de preservativo. Nas mulheres os sintomas aparecem alguns meses após período de
contagio, já em alguns indivíduos a doença não apresenta sintomas sendo possível descobrir
com realização de exames preventivos, faz-se assim acompanhamento com o profissional da
saúde pelo menos 01 vez a cada 06 meses, crucial para prevenir e tratar várias doenças,
inclusive da tricomoníase.17,19,20
Tratamento ocorre com base em medicação, podendo ser dose única, ou tratamento
por 07 dias, com pequena dosagem, sendo importante o individuo avisar parceira (o), procurar
ajuda profissional para executar exames a fim de checar possível contágio da doença.20
Previne-se o contágio desta doença pela utilização correta e incessante de
preservativos quando realizar ato sexual, bem como realização de exames preventivos de
período em período a fim de prevenir maiores problemas com a saúde, para tanto em caso do
problema com os exames será encaminhado para o profissional da saúde.18,19,20
O preservativo feminino e masculino é o meio mais eficiente de prevenção da
tricomoníase como também de outras doenças que ocorrem pela ação do ato sexual sem
devida proteção oferecida pelos preservativos.18,19
23
2.2.7 Hepatite B
Doença infecciosa causada pelo vírus B (HBV), chamada de “soro-homóloga”,
estando este HBV existente no sangue, no esperma e no leite materno. É tida como doença
sexualmente transmissível, que pode ser contraída por relações sexuais sem preservativo com
pessoa infectada, da mãe infectada para o filho durante a gestação, parto ou a amamentação,
compartilhamento material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), de higiene
pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que
furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem, colocação de piercings, e ainda por transfusão
sanguínea. A maioria dos casos de hepatite B não apresenta sintomas, porém é frequente o
cansaço, tontura, enjoo/vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e
fezes claras, sendo estes sinais da ação da hepatite B no organismo do indivíduo.18,19,20
Diagnóstico da hepatite B é realizado por exame de sangue característico, sendo que
após resultado positivo, o profissional da saúde auxiliará tratamento especifico, além de
medicamentos (quando necessários).17
O meio de prevenir doença é através de vacina realizada em três doses e utilizar
preservativo nas relações sexuais.20
2.2.8 Vírus da Imunodeficiência Humana - HIV
Causador da Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), que destrói o sistema
imunológico, característico pelo adoecimento do sistema imunológico do corpo e pelo
surgimento de doenças oportunistas. A infecção age destruindo os glóbulos brancos
(linfócitos T CD4+), onde a falta destes diminui capacidade do organismo de se defender de
doenças oportunistas, causadas por microorganismos que normalmente não são capazes de
promover males em indivíduos com sistema imune normal.17
Contágio se dá pelo sangue, esperma, secreção vaginal, leite materno e transfusão de
sangue contaminado. Para tanto, é possível conviver com pessoa portadora do HIV ou da
AIDS, podendo beijar, abraçar, dar carinho e compartilhar do mesmo espaço físico sem ter
medo de pegar o vírus da AIDS.19,20
O tratamento é realizado através de acompanhamento contínuo com profissionais de
saúde e realização de exames, para tanto indivíduo só vai começar a tomar medicamentos
antirretrovirais quando exames clínicos e laboratoriais indicarem necessidade. Remédios desta
natureza promovem controle pelo maior tempo possível do HIV, onde a medicação diminui a
24
multiplicação do HIV no corpo, recuperando defesas do organismo, o que consequentemente,
aumenta qualidade de vida do soropositivo.17
Principais sintomas surgem em média após 10 anos do contagio, onde a maioria dos
pacientes é diagnosticada com a doença, pois esta se manifesta em 4 estágios, sendo: infecção
aguda, fase assintomática, sintomas iniciais e AIDS.18,19,20
2.3 Níveis de Conhecimento e Comportamento dos Idosos Relacionados às DST/AIDS
Atualmente, evidencia-se que o conhecimento sobre as formas de transmissão das
DST/AIDS, embora sejam bem divulgadas, poucos são os adultos que afirmam fazer uso do
preservativo durante ato sexual. Pesquisa indica que grande parte dos idosos é heterossexual
ativo e que está mais exposta a este tipo de infecção.8
O grau de escolaridade representa nível socioeconômico dos indivíduos e do seu
impacto sobre a saúde. Escolaridade denota, portanto, indicador mais instável ao longo dos
tempos, evidenciados pelos indivíduos, grupos ou eventuais consequências advindas do
próprio processo de adoecimento. Deste modo, é observado que os idosos com menor grau de
escolaridade são mais expostos a doença da AIDS, o que potencializa importância do ensino
como forma de medida preventiva no combate à doença.2
Pereira2, Rocha4, Medeiros8 enfatizam que os idosos acreditavam que a AIDS era
contraída somente por jovens, embora grupos específicos na sociedade considerados, “grupos
de risco”, como: profissionais do sexo, usuários de drogas e homossexuais masculinos,
contribuem para disseminação na melhor idade quando os idosos contratam os serviços
destes. Esta ideia surgiu com a epidemia da AIDS na década de 80, quando a AIDS fora
rotulada como: especifica para certos grupos de pessoas, o que, contribuiu para discriminação
de indivíduos infectados pelo HIV.2,4,8
Nota-se que existem muitas crenças e mitos a respeito da sexualidade para esta faixa
etária, em virtude da falta de conhecimento e informações adequadas sobre a infecção da
AIDS a respeito da transmissão, prevenção e situações de vulnerabilidade, salienta-se a não
existência de grupos de risco, mas situações de risco, nas quais todos os indivíduos estão
expostos a adquirir a doença, mesmo sendo eles: jovens, adultos ou idosos independentemente
do sexo, idade, cor ou condição social.4,8
Deste modo, é importante desenvolver projetos educativos voltados aos idosos, para
que possam esclarecer sobre as formas de transmissão da infecção e medidas de prevenção
25
como o uso de preservativo com intuito de promover mudanças de comportamento em suas
relações sexuais.4
Observa-se que nível de conhecimento entre os idosos possui lacunas em relação a
fatores de risco que contribui para aumento da infecção pelo HIV nessa faixa etária, outro
ponto refere-se às dúvidas sobre os meios de transmissão do vírus da AIDS, acreditando que a
contaminação possa ser através de compartilhamento de sabonetes, toalhas, assentos
sanitários, por picada de mosquito e na contaminação por aproximação de indivíduo infectado
pelo HIV. Considerando os conceitos envolvidos por crenças e mitos, faz-se necessárias
medidas de elucidação das principais formas de transmissão do HIV/AIDS.2,8
Pesquisa8 realizada com grupos de idosos, no município de São Paulo, demonstrou
que possuíam informações adequadas sobre HIV/AIDS e percebiam sua suscetibilidade ao
HIV, relacionando-o à presença de DST e a relação desprotegida com o parceiro infectado, no
entanto a maioria considerou consultórios, salões de beleza e farmácia como fonte de
infecção, e identificaram a síndrome como incurável, porém, sua dificuldade é para convencer
o seu parceiro para adesão ao uso do preservativo, desta forma constitui uma barreira que
prejudica a realização de ações de prevenção da infecção.
Interessante que parte dos idosos desconhece campanhas especificamente voltadas à
terceira idade, como a Caderneta da Saúde da Pessoa Idosa, que esboça leque de ferramentas
que oferece garantia da atenção integral à Saúde da população idosa, enfatizando
envelhecimento saudável e ativo, por contabilizar dados de levantamentos importantes
referente saúde do idoso, além de conter dados do indivíduo idoso, bem como a
vulnerabilidade social.2,4,8
Quanto aos profissionais entranhados neste ciclo de triagem da coleta e análise das
cadernetas de consultas, representam a parte “Estratégia Saúde da Família e Atenção Básica”.
Os Profissionais instituem movimento que emprega atividades em grupo, promovendo a
saúde, bem como temas correlatos à sexualidade, DSTs e AIDS.4
Grande dificuldade dos profissionais de saúde em lidar com esta temática está ligada
a oratória de caráter informativo sobre tema “sexualidade do idoso” com os mesmos, onde
evidencia déficit em administrar situação de que idoso mantém vida sexual ativa, pois rol de
informações juntamente ao perfil quanto às DST/AIDS, num todo, são administradas apenas
para grupos específicos, que não inserem os indivíduos idosos. Temas referentes a
sexualidade neste grupo, que não possuem interesses quanto a prática de contraceptivos,
recebem menor atenção, fazendo necessária, práticas de conscientização por parte dos
26
profissionais da saúde em identificar que os idosos possuem sim vida sexual ativa, sendo real
e importante a orientação sobre medidas preventivas voltadas à DST/AIDS.3
Nota-se comportamento errôneo do idoso quanto ao ato sexual, devido ao fim do
período menstrual, as mulheres passam a ter nenhuma preocupação com o uso de
contraceptivos, sendo estas pouco influenciadas a prática de utilização dos mesmos, onde na
maioria dos casos, estas mulheres, mantém vida sexualmente ativa, sendo muitas as
características que contribui para o uso do preservativo na relação, pois a mulher se encontra
em ciclo pós-reprodutivo, representando assim baixo nível de informação referente as formas
de contágio do HIV, com pequena concepção para o risco da transmissão do HIV
caracterizada por pouca informação da mulher no relacionamento estável, o que nos
contrapõem a necessidade de reeducação dos riscos e prevenção de DST para esta população
idosa.3,4,8
Tópico curioso está ligado a fraca consciência quanto a utilização do preservativo
entre indivíduos desta população idosa, segundo Laroque 3, no período de 2011, apontou-se
que mais da metade dos indivíduos não faziam uso do preservativo nas relações sexuais, no
entanto sabiam que o uso deste impediria contagio do Vírus da Imunodeficiência Humana.3
Observa-se que os indivíduos possuem informações sobre a AIDS, para tanto é
iminente relatos incorretos quanto as várias formas de contagio e prevenção idealizadas pelo
pensamento dos indivíduos, onde o real conhecimento previne que toda morbidade seja
causada pela transmissão com microorganismos facilmente elimináveis pelo processo de
higienização.2,3,4
2.4 Vulnerabilidades da Mulher no Mundo
Dados epidemiológicos do Programa Conjunto das Nações Unidas (PCNU), sobre
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) no fim de 2007, evidenciou que existiam 33,2
milhões de indivíduos vivendo com HIV em todo hemisfério terrestre, onde provavelmente
15,4 milhões seriam mulheres. Um estudo da tendência pandêmica avaliou possíveis
características: existe epidemia concentrada em Países do continente Africano, bem como
epidemias no resto do globo terrestre que se localiza principalmente entre os indivíduos mais
vulneráveis. Dentre os grupos destes indivíduos, as mulheres infectadas por seus parceiros
representam maior grau de vulnerabilidade.14
27
Atualmente vive no Brasil um terço de toda a população da América Latina infectada
pelo vírus, onde o aumento da quantidade de casos entre heterossexuais trouxe expressiva
inserção e contribuição das mulheres no quadro epidemiológico.13,14
O gênero feminino, devido a trajetória histórico-social, tem se demonstrado muito
vulnerável às doenças sexualmente transmissíveis, salvo para a infecção pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV). O fator que mais contribui para que o evento
“vulnerabilidade do gênero feminino” aconteça é geralmente ligada a dificuldade da mulher
em negociar o uso do preservativo com o parceiro, pois a mulher constrói a ideia de
“imunidade” por viver um relacionamento estável complementada pela crença no amor
romântico e protetor presente em relações mais longas e duradouras.12,14
Fato marcante nos dias atuais é a submissão do gênero feminino proveniente das
relações assimétricas de gênero e poder. Ao longo dos tempos, a mulher tem sido oprimida,
subjugada, com poder bastante limitado no campo das relações afetivo-sexuais. A este fim,
consciente ou inconscientemente, em determinado momento do relacionamento, decidem por
submeterem-se às escolhas do parceiro.11,12,13,14
Curiosamente maior parte das mulheres contamina-se, em plena idade reprodutiva.
Para tanto, observa se aumento exponencial dos casos entre adultos com idade igual ou
superior a 50 anos.13 Vale ressaltar também que a mucosa vaginal é extensa devido a
anatomia e desta forma também favorece uma porta de entrada para as DSTs.
Interessante é que quando se pensa em mulheres idosas, remete-se que a sociedade
estipula quem deve ter ou não atividade sexual, de acordo com sua idade. Estas mulheres, que
já possuem papel social de esposa bem intrínseco, mesmo se já infectadas pelo vírus, não se
classificam nos grupos de indivíduos vulneráveis, onde a AIDS continua a ser pensada como
uma “doença do outro”.5,12,14
2.5 Uso de preservativo na População Idosa
Pesquisa20 realizada no período de 2005 e 2006, com população de 3.005 pessoas
com idade de 57 a 85 anos, apontou que 67% dos homens e 39,5% das mulheres, com idade
de 65 a 74 anos, estão sexualmente ativos, índice que diminuiu para 38,5% dos homens e
16,7% das mulheres entre 75 e 85 anos de idade.
Camargo21 e Teixeira22 apontam que os indivíduos numa relação estável justificam
não utilização do preservativo por motivo de confiança, onde as mulheres preconizam relação
28
estável e fixa já os homens, enfatizam o desconforto e a demora em se utilizar o preservativo.
Nota-se que a atual geração estabelece práticas sexuais sem meios preventivos pois há baixa
estatística de gravidez entre as mulheres idosas, levando falsa impressão da inutilidade do
preservativo na vida sexual, bem como percepção que os idosos são monogâmicos.21,22
A ligação entre amor e cuidado, no contexto sexual e amoroso possui espaço
importante, nota-se que os homens são menos favoráveis que as mulheres se tratando da
prevenção, onde o papel de cuidadora atribuído socialmente à mulher considera-se ligado a
este achado. Fato que a manutenção da atividade sexual durante período de envelhecimento é
fator possível e saudável, sendo ainda necessário a criação de recursos informativos, sociais e
familiares que insira discussão de forma cuidadosa, o tema sexualidade e saúde sexual durante
o envelhecimento, juntamente a ações que respeite a intimidade do indivíduo com mais de 50
anos, fator essencial para envolvê-los no processo de conhecimento, promovendo mudanças
de comportamento.21
2.6 Campanhas Voltadas para o Idoso
O processo de envelhecimento de forma sustentável é possível, porém, se houver
manutenção da saúde. Ações ilustrativas embasadas nas características da Educação Popular
em Saúde juntamente com olhar inovador amplia o leque de debates, a fim de influenciar
idosos a pensar sobre corpo/vida, atuando no sentido de agrupar o “fazer individual” com o
“coletivo” envolvendo a saúde.23
O pensamento de ação ampla e crítica em relação a abordagem da Educação em
Saúde integrando qualidade e justiça social, vem sendo adotada no país por profissionais que
se assimilam com a Educação Popular em Saúde, empregando princípios teóricometodológicos da área com raízes pedagógicas de Paulo Freire podendo conectar
sinteticamente como: concepção de saúde e qualidade de vida; valorização da cultura popular
e de sua interação com o saber técnico-científico; estímulo ao diálogo e a processos
reflexivos; priorização de metodologias participativas; princípio filosófico política pela não
opressão; compromisso com justiça social e o fortalecimento dos movimentos sociais;
humanização, afetividade e prática voltada à afirmação dos sujeitos. Estes por sua vez
questionam a Educação em Saúde tradicional, limitada ao repasse de informações técnicas, de
maneira verticalizada e desvinculada das condições de vida da população.23
A qualidade da longevidade ativa representa característica fundamental que aumenta
a vida dependendo unicamente de condições sociais e políticas públicas que fortaleçam
29
direitos básicos de cidadania possibilitando ações saudáveis, bem como: alimentação
equilibrada, atividade física, uso prazeroso do corpo, inserção social e ocupacional dotadas de
sentido, lazer além do acesso a trabalhos assistenciais e preventivos. Metas complexas para
tanto faz se necessárias articulações individuais e coletivos que preguem a construção de nova
ordem societária, marcando referencial da promoção da saúde. Ações educativas em saúde
orientadas pela Educação Popular corrobora para visão básica da promoção da saúde ao
realizar debates voltados ao Estado e das políticas públicas com as questões que promove
prevenção e controle de doenças, contextualizando a vida cotidiana da população idosa.23
A questão não é, porém, único ponto das ações educativas, porém outros assuntos
não priorizados no trabalho em questão, tal como: envolvimento do corpo em dinâmicas de
grupo, criatividade, vínculos e as redes sociais, ainda percepção sobre a finitude de vida são
fatores cruciais no papel educacional com idosos, devendo ser ponto de futuros pensamentos.
Contudo, ações educacionais na saúde não privilegia interferência nos determinantes sociais
da longevidade com qualidade, criando ambientes e políticas públicas essencialmente à saúde,
porém contribuição significativamente com compromisso social do sistema de cuidados
partilhando com idosos, desafios neste sentido.23
Para a Organização Pan Americana de Saúde a OPAS, o envelhecimento ativo é um
processo de aprimoramento das oportunidades de saúde, participação e segurança, tendo por
objetivo a melhora na qualidade de vida do idoso, e que se aplica tanto a grupos quanto ao
indivíduo. O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de vida e qualidade
de vida de todas as pessoas que estão passando por esse processo, inclusive pessoas frágeis e
incapacitadas que requerem cuidados especiais.26
2.7 Papel do Enfermeiro em Relação às DSTs no idoso
Conforme a sociedade se desenvolvia, criou se generalizações que comprometia
imagem do indivíduo idoso que apresentava vida sexual ativa, induzindo estes a submeter a
descriminação social, sob conduta de alterações fisiológicas próprias do processo de
envelhecer começando a aceitar negativamente prática sexual como ato normal da idade.
Idosos permanecem vítimas da descriminação contidas na sociedade sob seus desejos e
vontades, sendo forçados a seguir padrões de comportamento tidos como “compatíveis” para
faixa etária, desta forma, estes escondem sua libido e negam suas vontades sexuais
danificando autoestima e autorrealização.24
30
Considerando o pensamento acima unindo à área de enfermagem, nota-se
pensamento errado dos profissionais da enfermagem quando assunto é o indivíduo idoso,
tornando empecilho no correto cuidado à pessoa idosa.5,24
Entendimento da vida sexual ativa do idoso é imprescindível, e que comece a se
compreender na fase acadêmica, com contribuição dos professores enfermeiros devendo
abordar temas em sala com intenção de criar profissionais ao mercado de trabalho que estejam
preparados para fornecer devidos cuidados a população e aos indivíduos idosos da sociedade
contemporânea. O enfermeiro, no âmbito social devido sua gama de atuação na assistência a
população, nota-se reprodução do preconceito acima do contexto “vida sexual ativa na
velhice” mediante atitudes educativas embasadas no foco reflexivo.5,24
A educação em saúde representa ferramenta marcante no comportamento humano,
pois desenvolve ideias críticas que possibilitam mudanças no contexto social, mencionando
que a educação em saúde permite aos indivíduos levantamento de conceitos por meio do ciclo
ativo inovador das ideias, elucidando atividades educativas, como reuniões em comunidades,
campanhas e elaboração de cartilhas explicativas, conseguindo este convergir a sociedade
informações acerca do contexto “ciclo de envelhecimento” esclarecendo estereótipos com
caráter conciso as pessoas da continuidade da vida sexual na velhice.5,24
31
3
OBJETIVOS
3.1
Objetivo Geral
Identificar a frequência das doenças sexualmente transmissíveis em um grupo de
idosos do interior paulista.
3.2 Objetivos Específicos

Identificar o conhecimento dos idosos sobre as doenças sexualmente transmissíveis.

Identificar a frequência das doenças sexualmente transmissíveis em um grupo de
idosos do interior paulista.
32
4 MÉTODO
4.1 Tipo de estudo
Foi realizado um estudo exploratório e transversal.
O método foi quantitativo, pois se caracteriza pela atuação nos níveis de realidade e
apresenta como objetivos a identificação e apresentação de dados, indicadores e tendências
observáveis.
4.2 Local e período
Foi realizado em uma organização não governamental (ONG) específica para
trabalhar terapia e lazer com grupo de idosos de um município do interior paulista. A coleta
de dados foi entre Fevereiro e Maio de 2015.
4.2.1 Caracterização do campo de estudo
Esta instituição foi escolhida por estar próxima a cidade das pesquisadoras e por não
haver nenhuma pesquisa já realizada neste grupo desta cidade e com esse objetivo.
Nesta ONG são realizadas atividades todas as terças feiras das 08h00min horas ao
12h00min, tais como: ginástica, dança, bailes, roda de conversas, palestra com intenção de
informar sobre saúde e hábitos saudáveis, desta forma orientar os idosos sobre como cuidar da
própria saúde.
4.3 População e amostra
A população do estudo foi composta por indivíduos com idade igual ou maior que 60
anos, sem distinção de gênero.
A amostra foi composta por todos os idosos que frequentaram a ONG no período de
coleta de dados.
33
4.3.1 Critérios de inclusão
Participaram do estudo todos idosos que estivessem envolvidos em projetos da ONG
e que contemplassem os critérios de inclusão determinados a seguir:

Aceitar participar e assinar termo de consentimento de livre
esclarecimento (TCLE) (Apêndice A).

Ter idade igual ou maior que 60 anos.

Frequentar a ONG no período de coleta de dados.
4.4 Instrumento de coleta de dados
Os dados foram coletados através de entrevista pelas pesquisadoras para
preenchimento de formulário estruturado (Apêndice B)
com 25 perguntas fechadas,
composto por parte A: informações sobre o respondente, e parte B: preenchimento sobre a
temática em questão. O instrumento para coleta de dados foi elaborado pelas pesquisadoras
visando alcançar os objetivos desta pesquisa.
4.5 Procedimento para a coleta
Foi enviada a Solicitação de Autorização da Instituição (Apêndice C) à coordenação
da ONG selecionada como campo de pesquisa. Após autorização assinada o projeto foi
cadastrado na Plataforma Brasil para apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres
Humanos. Após aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, as pesquisadoras foram ao
campo de pesquisa abordar os idosos.
Todos os idosos que faziam parte de algum projeto da ONG e estivessem dentro dos
critérios de inclusão foram convidados a participar do estudo, sendo explicados os objetivos e
procedimentos. Assim, as pesquisadoras entregaram a cada participante um TCLE, o qual o
idoso assinou, autorizando a participação na pesquisa. Após a assinatura, foi realizada a
abordagem por meio de entrevista pelas pesquisadoras para preenchimento do formulário em
sala reservada.
Foi aplicado formulário estruturado com 25 perguntas fechadas. As perguntas foram
respondidas em um único momento através de entrevistas numa sala reservada. As
entrevistadoras perguntaram e em seguida assinalaram os itens contidos no formulário e
transcreveram, de acordo com as respostas verbalmente ditas pelos entrevistados.
34
O preenchimento do instrumento de coleta de dados ocorreu em um único momento,
não foi permitido levar consigo o formulário para preenchimento no domicílio ou em outro
momento fora da presença das pesquisadoras.
4.6 Aspectos éticos
Foi solicitada autorização da instituição para realização do estudo. Posteriormente o
projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) em atendimento a
Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, que versa sobre as Diretrizes e Normas
Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo seres humanos atraves da Plataforma Brasil,
sendo aprovado sob o parecer de número: 1.018.498 (Anexo 1).
Realizou-se então a abordagem com os sujeitos do estudo. Caso aceitassem
participar, foi apresentado o TCLE para assinatura. Todos os participantes da pesquisa foram
devidamente orientados que poderiam participar ou deixar de participar. Se concordassem em
participar, poderiam desistir a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou dano. Todas as
dúvidas relacionadas à pesquisa foram prontamente esclarecidas pelas autoras a qualquer
momento.
Foi esclarecido que a participação da pesquisa não traria nenhum risco a saúde ou
ônus financeiro.
O anonimato dos sujeitos e da Instituição foi assegurado.
4.7 Análise de resultados
Os dados foram armazenados e analisados utilizando o programa Excel 2010. Foram
realizadas análises descritivas por meio dos cálculos das frequências absoluta e relativa, da
medida de tendência central (média), sendo posteriormente realizadas as análises inferenciais
pertinentes ao estudo. Foram apresentados em forma de tabelas e figuras, conforme
apareceram às necessidades de coerência e exatidão dos resultados obtidos e exposição de
uma melhor maneira dos resultados para entendimento.
35
5 RESULTADOS
Havia inicialmente 100 idosos cadastrados na ONG, no entanto, parcelas
consideráveis destes idosos já não participavam mais das atividades recreativas da ONG,
deste modo considerou-se 34 indivíduos idosos que permaneciam cadastrados na instituição,
com a exclusão de 06 destes, pois não estavam dentro dos critérios de inclusão.
Deve-se considerar que no período de coleta de dados pode ter ocorrido ausência de
idosos frequentando o campo de estudo.
Para análise foram incluídos 28 idosos.
5.1 Características Sócio demográficas dos Respondentes
Dentre os 28 idosos incluídos na análise, 86% eram do gênero feminino e 14% do
gênero masculino. A média de idade foi de 69,14 anos. Com relação a cor referida, 46% eram
brancos, 36% pardos e 18% da cor preta. Quanto a situação religiosa, 93% eram cristãos e 7%
não eram cristãos (Tabela 1).
No que se refere a situação conjugal, 15 idosos possuíam parceiros e 13 não
relataram ter parceiros (Tabela 1).
Tabela 1. Características sócio demográficas de um grupo de idosos do interior paulista.
Pindamonhangaba, 2015
Características
Frequência
n
%
Gênero
Feminino
24
86
Masculino
04
14
Cor Referida
Branca
13
46
Parda
10
36
Preta
05
18
Situação Religiosa
Cristão
26
93
Não cristão
02
07
Situação Conjugal
Casado
15
54
Viúvo
07
25
Divorciado
05
18
Solteiro
01
03
Características
Média
Idade (anos)
69,14
36
Quanto a análise de situação trabalhista, notou-se que 46% dos idosos eram
aposentados, 22% eram pensionistas, 7% possivelmente exerciam funções trabalhistas e 25%
atuavam nos afazeres domésticos (Tabela 2).
Quanto ao grau de escolaridade, percebeu-se que 75% tinham até o 1º grau completo
e 25% tinham até o 2º grau completo (Tabela 2).
Tabela 2. Características sócio demográficas de um grupo de idosos do interior paulista.
Pindamonhangaba, 2015
Características
Frequência
n
%
Situação Trabalhista
Aposentado
13
46
Do lar
07
25
Pensionista
06
22
Exerce Função
02
07
Escolaridade
Até o 1º Grau
21
75
Até 2º Grau
07
25
5.2 Conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis por idosos
No que se refere ao conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis, 57%
(n=16) dos indivíduos idosos referiram não ter conhecimento, ou mesmo, saber o que
significa DSTs, já 43% (n=12) declaram ter conhecimento desse tipo de doença. (Figura 1).
Idosos que declararam ter conhecimento
sobre doenças sexualmente transmissíveis
43%
57%
Sim
Não
Figura 1. Número de idosos do interior paulista que declararam saber o que é doença sexualmente
transmissível (DST). Pindamonhangaba, 2015
37
Dentre os 28 idosos, 18% (n= 5) referiram que conheciam campanhas sobre DSTs
voltadas à terceira idade, no entanto predominantemente 82% (n=23) desconheciam, ou seja,
não tinham visto ainda campanhas voltadas para este público (Figura 2).
Número de idosos que conheciam campanhas
sobre doenças sexualmente transmissíveis
voltadas à terceira idade
18%
82%
SIM
NÃO
Figura 2. Número de idosos de um grupo do interior paulista que declararam conhecer campanhas
voltadas à 3ª idade sobre doenças sexualmente transmissíveis. Pindamonhangaba, 2015
Quando questionados referentes ao comportamento sexual, 52% dos idosos
responderam ter uma vida sexual ativa e 48% relataram não ter. Quanto a relacionamento
extraconjugal, 18% responderam já ter tido (Tabela 3).
A pesquisa apontou que 75% dos idosos relataram ser necessário o uso do
preservativo nas relações sexuais e 25% referiram não haver necessidade do uso de
preservativos durante ato sexual por idosos. Quanto ao uso por eles, 28% afirmaram fazer uso
de preservativos e 72% não faziam uso de preservativos (Tabela 3).
Embora 18% dos idosos conhecessem a ação e os efeitos colaterais de estimulantes
sexuais, nenhum deles fez menção quanto a utilização de fármacos estimulantes sexuais
(Tabela 3).
38
Tabela 3. Comportamento sexual de idosos de um grupo do interior paulista. Pindamonhangaba, 2015
Comportamento sexual de um grupo de idosos
Frequência
Sim
Não
n
%
n
%
Tem vida sexual ativa?
15 54
13
46
Já teve alguma relação extraconjugal?
05 18
23
82
Pensa ser necessário para o idoso usar preservativos?
21 75
07
25
Você usa preservativos na relação sexual?
08 28
20
72
Faz uso de estimulante sexual?
00 00
28
100
Sabe a ação do estimulante sexual e seus efeitos, nesta idade?
05 18
23
82
5.3 Frequência de DSTs em idosos
Quanto a frequência de DSTs na terceira idade, dentre os 28 respondentes, 7% (n=2)
referiram já ter contraído e 93% (n=26) referiram não ter contraído. (Figura 3).
Dentre os 02 idosos que contraíram DST após os 60 anos, relataram contágio e
realizaram tratamento com acompanhamento médico, sendo um caso feminino que se tratou e
tratou o parceiro (referiu sífilis), e um caso masculino (gonorreia), onde somente ele foi
tratado, não comunicando a parceira (dados não apresentados em tabela).
Idosos que declararam já ter contraído doença
sexualmente transmissível na terceira idade
7%
93%
Sim
Não
Figura 3. Número de idosos de um grupo do interior paulista que declararam já ter contraído doença
sexualmente transmissível. Pindamonhangaba, 2015
No que se refere a presença de sinais e sintomas sugestivos de doenças sexualmente
transmissíveis DSTs nos idosos em questão, os dados revelaram que 39% já sentiram dor ou
ardor ao urinar, 39% já tiveram coceira nos órgãos genitais, 22% já sentiram dor pélvica, 22%
já tiveram corrimento amarelado ou esverdeado nos órgãos genitais, 7% referiram ferida nos
39
órgãos genitais, 03% dor no ato sexual, 03% referiram presença de verrugas nos órgãos
genitais, (Tabela 4).
Tabela 4. Sinais e sintomas sugestivos de doenças sexualmente transmissíveis DSTs referidos por
idosos de um grupo do interior paulista. Pindamonhangaba, 2015
Presença de sinais e sintomas sugestivos de doenças sexualmente
Frequência
transmissíveis*
Sim
Não
n
%
n
%
Dor ou ardor ao urinar
11
39
17
61
Dor pélvica (no baixo ventre)
06
22
22
78
Dor no ato sexual
01
03
27
97
Corrimento amarelado ou esverdeado nos órgãos genitais
06
22
22
78
Presença de verrugas nos órgãos genitais
01
03
27
97
Ferida nos órgãos genitais
02
07
26
93
Coceira nos órgãos genitais
11
39
17
61
* O idoso poderia assinalar mais de uma resposta
40
6 DISCUSSÃO
6.1 Características Sócio-demográficas do Respondente
Percebeu-se que a maioria dos idosos era composta por mulheres (86%). A mulher
possui maior probabilidade de contagiar-se pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) do
que o homem, ainda mais na menopausa pois esta possui a mucosa vaginal ressecada, o que a
faz ficar mais vulnerável a lesões e exposição a contaminação.1 Fator que merece importante
papel em palestras educativas em temas voltados para esta população.
No contexto DST a mulher passa ser mais vulnerável, por agir mais emocionalmente,
com a crença do amor, romance e em relacionamentos, movida por confiança sem limite no
parceiro, por medo de querer negociar o uso do preservativo, e assim, o parceiro desconfiar
que essa atitude seria por traição, e por essa visão a mulher se torna mais vulnerável as
doenças sexualmente transmissíveis.12,14. Sendo assim, foi identificado também aqui a pouca
adesão dos respondentes ao uso do preservativo
Pereira2, Rocha4, Medeiros8 concordam que: os idosos pensam que a síndrome seja
contraída somente por jovens. Com a epidemia de AIDS na década de 80, a sociedade de
modo geral, passou a marginalizar grupos de pessoas especificas como sendo elas de fácil
contaminação, como profissionais do sexo, usuários de drogas e homossexuais, contribuindo
para a discriminação.
Quanto à cor referida, a somatória das cores preta e parda apresentou discreta
diferença ao observar o número de brancos. Na abordagem da cor referida no contexto DSTs
e idosos é válido ressaltar que os negros, em geral, possuem maior histórico de adoecimento
grave e/ou crônico ao longo da vida, bem como também podem apresentar mais elevados
riscos em doenças específicas como a hipertensão, diabetes, AIDS, tabagismo, alcoolismo,
amputações, cegueira e doença renal-crônica.25
A enfermagem deve abordar a temática sexualidade, bem como qualquer outro tema
de educação em saúde, livre de preconceitos, distinção de cor, raça e tabus. Entretanto,
estudo16 demonstra chance maior de doenças em determinado perfil de pessoas, devendo
incluir no seu plano de cuidados e abordagem educacional olhar diferenciado e
individualizado para prevenir e/ou minimizar riscos.25
41
Identificou-se 93% dos idosos sendo cristãos. Assis23 e Santos24 comentam que
participantes com prática religiosa demonstraram ser mais favoráveis a prevenção, para tanto
dois fatores podem possuir relação com o assunto: a ênfase no valor a vida disseminado pelo
catolicismo (religião predominante), e possível transferência da predisposição à obediência,
da instituição religiosa para programas e apelos relacionados à prevenção.
Analisando o perfil dos idosos notou-se que somente 02 não eram cristãos e 05
relataram relação extraconjugal. É sabido que o cristianismo prega a união estável e a não
relação sexual antes e fora do casamento, ou seja, uma doutrina de comportamento que se de
fato houvesse comprometimento, o número de casos de DSTs poderia provavelmente ser
diminuído devido a possível redução de numero de parceiros sexuais (promiscuidade) e
redução de troca de parceiros.
Somente 05 referiram ter tido relação extraconjugal, vale ressaltar que não foi feita
analise de co-relação entre manifestação de sinais e sintomas em ter ou não parceiros,
entretanto Brito et al6 abordam que promiscuidade, ou seja, múltiplos parceiros podem
favorecer a aquisição de DSTs.
Quanto a escolaridade, o nível de educação da pessoa pode favorecer ou dificultar a
absorção do conteúdo aprendido na educação em saúde. A maioria tinha somente até o 1º grau
escolar completo. É preciso que o enfermeiro, ao fazer sua abordagem junto à comunidade
analise as características da população para que seu nível de explanação não seja complexo,
pois, se assim for, o conteúdo pode não ser de fato apreendido pela comunidade e/ou
população alvo.
O nível de escolaridade torna-se um importante indicador do nível de conhecimento
do individuo em qualquer assunto, deste modo, observa-se que os idosos com menor grau de
escolaridade são mais expostos a doença da AIDS, o que potencializa importância do ensino
como forma de medida preventiva no combate à doença.1,2
Maschio1 e Pereira2 corroboram que o perfil dos idosos estudados está em
consonância com a tendência presente de participação de grupos de idosos, demonstrando
predominância feminina, de baixa escolaridade e baixa renda familiar, reforçando possível
iniquidade na qual epidemia possa vir se expandir. ²
42
6.2 Conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis por idosos
57% (n=16 idosos) sabiam o que era uma DST, contudo 43% assinalaram
desconhecer o que seria uma DST. 83% desconheciam campanhas para este público.
Pereira2 salienta necessidade de investimentos públicos voltados a educação do idoso
bem como retratado por Maschio1, a necessidade de estratégias educativas, realizadas por
profissionais habilitados, que promova mudanças no comportamento dos idosos,
essencialmente quanto às formas de prevenção. Souza15 identifica que os idosos também
desconhecem campanhas nacionais, estratégias de educação e de prevenção das DSTs entre
eles. O enfermeiro que atua junto a comunidade deveria melhor explorar a divulgação.
Laroque3 indica que medidas preventivas tornam a população menos vulnerável a adquirir
doenças e possivelmente não ter comportamentos de riscos.
Os encontros realizados as terças-feiras na ONG abordavam terapias como dança,
música, lazer, jogos e educação em saúde com palestras. Percebeu-se que esta temática de
sexualidade provavelmente não estava inserida na programação pois 43% (n=12 idosos) não
sabiam o que era DSTs e grande maioria referiu não ver campanhas com enfoque para eles.
Após coleta de dados, pesquisadoras captaram dúvidas pertinentes ao assunto em
questão, bem como enfatizaram práticas seguras e cuidados que os idosos devem adotar.
Quanto aos sintomas sugestivos de DSTs que os idosos referiram ter manifestado,
notou-se que alguns sintomas eram parecidos com as doenças em questão: Sífilis (ferida nos
órgãos genitais), HPV (verrugas e dor no ato sexual), Clamídia, tricomonas ou gonorreia
(presença de secreção amarelada ou esverdeada nos órgãos genitais).
Percebeu-se que alguns idosos sabiam das alterações e manifestações de possíveis
DSTs no seu próprio corpo, entretanto, ao comparar com a frequência de DSTs declarado,
somente 02 afirmaram ter contraído e tratado alguma doença venérea. Durante a coleta de
dados, as pesquisadoras aproveitavam a oportunidade para esclarecer possíveis dúvidas e
orientações quanto à procura de investigação e seguimento, porém não realizaram exame
físico e conduta, pois eram acadêmicas de enfermagem.
Ao questionar quanto ao comportamento sexual dos respondentes, 52% tinham vida
sexual ativa. Quanto a relacionamento extraconjugal, 18% responderam já ter tido. Souza15,
em seu estudo, analisou estado civil dos idosos e ter HIV e concluiu que a porcentagem de
idosos casados era igual para os solteiros e viúvos em ambos os sexos, já porcentagem de
mulheres viúvas era grande e a de homens solteiros também, o que totaliza pouco mais de
43
45%, mostrando que as mulheres soropositivas possivelmente adquiriram o vírus por meio de
relações desprotegidas com companheiros que, provavelmente morreram por causa da doença.
Identificou-se 4 homens e 24 mulheres, embora 75% (n=21) compreendessem a
necessidade de usar preservativo, somente 28% (n=8) de fato utilizavam preservativos durante
relação sexual. Dentre os 4 homens que responderam a pesquisa, nenhum comentou utilizar
preservativo, ou seja os 28% que assinalaram o uso do preservativo eram mulheres.
Tópico curioso está ligado à fraca consciência quanto à utilização do preservativo
entre indivíduos desta população idosa. Rocha4, evidencia que apesar do conhecimento sobre
as formas de contágio das DSTs/AIDS estarem presente, poucos são os idosos que afirmam
usar preservativo em todas as relações sexuais. Ainda menciona dificuldade da percepção para
a necessidade do uso do preservativo pelos idosos, pois tal prática não faz parte da sua
cultura, daí a importância de desenvolver orientação especifica a esse grupo da população.
Nota-se a dificuldade da mulher em negociar o uso do preservativo com seu parceiro.
14
Silva comenta que para as mulheres idosas a não negociação por sexo seguro é muito mais
presente quando se pensa em relações duradouras, onde companheirismo e a necessidade do
outro é mais evidenciada, para tanto, utilização do preservativo, que não por contracepção,
pode provocar a desconfiança do parceiro de estar sendo traído ou de se sentir desacreditado
pela esposa em suas atitudes extraconjugais. Também cita ser comum elas afirmarem que os
homens não gostam, que seja incômodo e que se só tem a elas, não é necessário à prevenção
contra doenças.
Embora 18% dos entrevistados conhecessem a ação e os efeitos colaterais de
estimulantes sexuais, nenhum dos entrevistados fez menção quanto a utilização de fármacos
estimulantes sexuais. Silva14 cita recorrência a intervenções farmacológicas, utilizado pelo
idoso para exercer sua virilidade e a mulher idosa o papel de negar sua sexualidade, já que
não se encontra mais na sua idade reprodutiva.
O homem idoso percebendo seu potencial sexual passa a relacionar quase sempre
com mulheres mais jovens e atraentes, pois não há razão aparente de escolher mulher de sua
idade, uma vez que imaginam que a idosa possa o desvalorizar sexualmente, ante a isso, além
de manter relações extraconjugais, possuem relações sexuais com sua parceira sem proteção,
propiciando um aumento da vulnerabilidade à doença entre estas mulheres.14
44
6.3 Frequência de DST em idosos
A visão de que idosos são assexuados, deve ser desfeito, a quebra desse paradigma
deve ser feia de imediato, para que haja melhora na compreensão desse problema de saúde
pública. O envelhecimento Ativo, proposto pela Organização Pan-americana de Saúde, insere
os idosos nesse contexto de sexualidade ativa, se assim, eles queiram e possam.
26
A
frequência de DSTs em idosos apresenta diminuição na proporção de homens e mulheres
infectados pelas DSTs, fator que vem sendo marcado pela “feminização da epidemia”. Tal
fenômeno vem sendo visualizado em todo hemisfério, inclusive no Brasil.21
Ao observar que a maioria deste estudo era mulher, a educação em saúde deve alertálas e instigá-las a se cuidarem.
Nesta pesquisa, identificaram-se dois casos de DSTs, sendo um caso feminino e um
caso masculino. No caso feminino, o parceiro ficou ciente e também fez tratamento. No caso
masculino, a parceira não foi avisada para fazer tratamento.
Camargo21 cita que a ligação entre amor e cuidado, no contexto sexual e amoroso
possui espaço importante e nota-se que os homens são menos favoráveis que as mulheres
quando se trata da prevenção, onde o papel de cuidadosa atribuído socialmente à mulher
considera-se ligado a este achado.
Barbosa5, Araújo16, Camargo21 e Santos24 corroboram que manutenção da atividade
sexual durante período de envelhecimento é fator possível e saudável, sendo ainda necessário
a criação de recursos informativos, sociais e familiares, que insira discussão de forma
cuidadosa, o tema sexualidade e saúde sexual durante o envelhecimento, juntamente a ações
que respeite a intimidade do indivíduo com mais de 50 anos, fator essencial para envolvê-los
no processo de conhecimento, promovendo mudanças de comportamento. O que vai de
encontro com o achado desta pesquisa, visto que a mulher sendo cuidadosa avisou e tratou o
parceiro, entretanto, o homem que contraiu DST não comunicou a parceira.
6.4 Implicações para a prática profissional
Percebemos que os idosos estão sendo marginalizados e sendo considerados
assexuados não somente pelos profissionais de saúde, mas também pela sociedade, haja vista
pouca informação sobre a temática e poucas campanhas voltadas aos idosos e sexualidade.
Ao elaborar o trabalho, pudemos ver o quanto a epidemiologia, estatística e educação
em saúde se fazem presentes em conjunto para o trabalho do enfermeiro junto a comunidade.
45
O cuidar não se faz somente ao tocar no paciente, vai desde o estudo e elaboração de
estratégias, bem como levar o conhecimento das salas de aula para os consultórios e grupos de
terapias.
Cabe aos enfermeiros, líderes de equipes, instigar em seus liderados um olhar
diferenciado para a população idosa, pois, ao traçar o plano de cuidados deve-se incluir
também a necessidade psicobiológica de sexualidade e psicossocial de amor, visando desta
forma proporcionar qualidade vida em todas as possíveis necessidades básicas afetadas de seu
cliente, família ou comunidade.
46
7 CONCLUSÃO
Quanto ao conhecimento dos idosos sobre as doenças sexualmente transmissíveis,
identificou-se que 57% referiram ter conhecimento e 43% negaram. O que nos leva a refletir,
sobre a educação em saúde proposta ao grupo, através de palestras: o tema sexualidade e
DSTs na população idosa, apesar de ser um tema atual, não era abordado pelos palestrantes
que por ali passaram.
No que se refere a frequência das doenças sexualmente transmissíveis em um grupo
de idosos do interior paulista, 7% (n=2) referiram ter adquirido alguma DST após os 60 anos.
Desses 2, uma era do sexo feminino e o outro do sexo masculino. No homem a DST contraída
foi a Gonorréia e na mulher a sífilis, a mulher tratou-se e avisou o parceiro e o homem tratou
somente a si mesmo e não comunicou sua parceira.
47
8 REFERÊNCIAS
1.
Maschio MBM, Balbino AP, De Souza PFR, Kalinke LP. Sexualidade na Terceira:
medidas de prevenção para doenças sexualmente transmissíveis e AIDS. Gaúcha
Enfermagem. Porto Alegre (RS). 2011.
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de Idosos de Anápolis-Goiás. Escritora Anna Nery. 2010.
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Porto Alegre (RS). 2011.
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HIV/AIDS. Revista Interdisciplinar. 2013.
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Trabalho do Enfermeiro em Saúde Coletiva. Revista Eletrônica de Enfermagem. 2004.
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Pessoa- Paraíba III Congresso Internacional de Envelhecimento. 2013.
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Ministério da Saúde. In: Súmula. Ministério da Saúde, Fundação Oswaldo Cruz, Escola
Nacional de Saúde Pública. Rio de Janeiro, 2001.
8.
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Informação em Relação à AIDS/HIV por Idosos Assistidos no Programa de Saúde da Família.
Geriatria e Gerontologia. 2008.
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Veras RP, Ramos LR, Kalache A. Crescimento da População Idosa no Brasil:
transformações e consequências na sociedade. Saúde Pública. 1987.
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Atitudes Sobre a Sexualidade em Idosos Portadores do HIV. Acta Paul Enferm. 2012.
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Abrão H. Doenças Sexualmente Transmissíveis: saiba evitá-las; Ilustrações, Virgílio
Veloso. Belo Horizonte. 1988.
12.
Kuke R. Doenças Sexualmente Transmissíveis. Bandeirantes S.A. Gráfica e Editora.
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Eleutério Junior J. Doenças Sexualmente Transmissíveis. Contexto. São Paulo. 2002.
14.
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Relação à Aids. Gaúcha Enfermagem. Rio Grande do Sul. 2010.
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DST e Aids. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Brasília.
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Santa Catarina, Secretaria de Estado da Saúde, Diretoria de Vigilância Epidemiológica
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19.
Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Coordenação Nacional
de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. Manual de Controle das Doenças
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IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Rio de Janeiro; 1995.
21.
Camargo BV, Torres T de L, Biasus F. Práticas sexuais, conhecimento sobre hiv/aids
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22.
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Preservativos: as escolhas dos jovens de três capitais brasileiras na iniciação e na última
relação sexual Cad. Saúde Pública [online]. 2006; 22(7):1385-1396.
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Assis M de. Envelhecimento Ativo e Promoção da Saúde: reflexão para as ações
Educativas com os Idosos. Revista APS. 2005.
24.
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Idade: percepção social e atuação do enfermeiro diante do Preconceito. Núcleo
Interdisciplinar de Pesquisa – NIP. 2014.
25.
Batista LE. Mulheres e homens negros: saúde, doença e morte (Tese de doutorado não
publicada). Universidade Estadual Paulista, Araraquara - São Paulo. 2002.
26.
World Health Organization Envelhecimento ativo: uma política de saúde / World
Health Organization; tradução Suzana Gontijo. – Brasília: Organização Pan-Americana da
Saúde, 2005. 60p.: il.
49
APÊNDICES
APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
(Instrução de Orientação no verso)
______________________________________________________________________
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA
Nome: _________________________________________________
RG: _____________________ Data de nascimento: ___/___/____
Telefone para contato: ___________________________
______________________________________________________________________
II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1. Título: Conhecimento e frequência de doenças sexualmente transmissíveis em um grupo de
idosos do interior paulista
2. Pesquisadoras: Elidiane Souza dos Reis e Maria Aparecida Vital
3. Avaliação do Risco da Pesquisa:
Sem risco
 Risco Baixo
X Risco Mínimo
 Risco Médio
 Risco Maior
(Probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como consequência imediata ou tardia
do estudo).
4. Duração da Pesquisa: 12 meses.
5. Objetivos da pesquisa: Este estudo objetiva identificar o conhecimento de indivíduos
idosos sobre doenças sexualmente transmissíveis e a frequência das doenças. Considerando a
importância e relevância que se tem nesse tipo de informação, como o idoso utiliza essa
informação para evitar a disseminação desse tipo de doenças.
50
(verso)
______________________________________________________________________
III – ESCLARECIMENTOS DADOS PELAS PESQUISADORAS SOBRE
GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA
1. Você poderá ter acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos
e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive esclarecer eventuais dúvidas.
2. Liberdade de se negar a participar da pesquisa.
3. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar da
entrevista, sem que isso traga prejuízo.
4. Garantia de confidencialidade, sigilo e privacidade de todas as informações que forem
prestadas.
5. Acesso aos resultados da pesquisa.
______________________________________________________________________
IV - INFORMAÇÕES DE NOMES, ENDEREÇOS E TELEFONES DOS
RESPONSÁVEIS PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA, PARA CONTATO
EM CASO DE INTERCORRÊNCIAS.
Faculdade de Pindamonhangaba – FAPI/FUNVIC
Orientadora Prof.a. Ma. Catarina Rodrigues da Silva e-mail: [email protected]
Coordenação de Enfermagem - (12) 3648-8323 (inclusive ligações a cobrar)
______________________________________________________________________
V– CONSENTIMENTO POS-ESCLARECIDO
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelos pesquisadores e ter entendido o que me
foi explicado, consinto em participar do presente protocolo de pesquisa.
____________________________ de ________ de __________.
______________________
Assinatura do Sujeito da pesquisa
_________________________
Assinatura da pesquisadora
51
APÊNDICE B - Formulário de coleta de dados
CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRAFICAS DO RESPONDENTE
Idade: ________anos
Gênero: Masculino
Feminino 
Cor referida: preta parda branca amarela
Situação conjugal: Casado Viúvo Solteiro
Divorciado  Outros___________
Situação trabalhista: Aposentado Pensionista exerce profissão
Situação religiosa: Cristão 
Não cristão
Escolaridade: 1º grau:  completo incompleto
2º grau: completo  incompleto
Superior :  completo incompleto
CONHECIMENTO SOBRE DOENÇA SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL (DST)
Tem vida sexual ativa?
Já teve alguma relação extraconjugal?
Sim
Sim
Não
Não
Sabe o que é DST?
Sim
Não
É necessário para o idoso usar preservativo?
Sim
Não
Você usa preservativo na relação sexual?
Sim
Não
Faz uso de estimulante sexual?
Sim
Não
Sabe a ação do estimulante sexual e seus efeitos colaterais nesta idade?
Conhece alguma campanha voltada para o idoso com esse tema, DST?
Sim
Sim
Não
Não
Já contraiu alguma DST na terceira idade?
Sim
Se sim, qual(quais)_________________________________________________________
Se sim, foi tratada com acompanhamento médico?
Sim
Se sim, o(a) parceiro(a) também foi tratado (a)?
Sim
Já teve algum dos sintomas a seguir (na terceira idade):
Dor ou ardor ao urinar
Sim
Dor pélvica (no baixo ventre)
Sim
Dor no ato sexual
Sim
Corrimento amarelado ou esverdeado nos órgãos genitais
Sim
Presença de verrugas nos órgãos genitais
Sim
Ferida nos órgãos genitais
Sim
Coceira nos órgãos genitais
Sim
Não
FREQUENCIA DE DST NA AMOSTRA DE IDOSOS
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
52
APÊNDICE C - Solicitação de Autorização da Instituição
08 de Outubro de 2014
Ofício nº XXX/2014
SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
Ilma. Srª. ...................................
Coordenadora da......................................., Pindamonhangaba –SP.
Apresento a V.S.ª Elidiane Souza dos Reis e Maria Aparecida Vital, acadêmicas de
Graduação em Enfermagem na Fundação Vida Cristã- FUNVIC, que pretendem desenvolver
sua pesquisa na área de Enfermagem na Saúde do Idoso com o projeto intitulado:
“Conhecimento e frequência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em um grupo de
idosos do interior paulista”, sob minha orientação, Prof.ª Me. Catarina Rodrigues da Silva.
Este estudo objetiva identificar o conhecimento sobre as DSTs e a frequência das
doenças. Consideramos este estudo de grande relevância visando à melhoria da qualidade da
assistência à saúde prestada aos mesmos.
É, pois com esta finalidade que estamos solicitando autorização para realização deste
estudo junto aos participantes do grupo. Solicitamos também a utilização das instalações para
a realização da entrevista com os sujeitos do estudo. Esclarecemos que a participação dos
idosos será de livre e espontânea vontade e que o sigilo da identidade e confidência das
respostas serão mantidos.
Ressaltamos ainda que não haverá nenhum ônus para vossa Instituição.
Sendo assim, informamos que estamos a disposição para quaisquer esclarecimentos.
Antecipados agradecimentos.
Cordialmente,
____________________________________
Prof.ª Enf.ª Ma. Catarina Rodrigues da Silva
Orientadora
De acordo: ______________________________________
Data: ___/____/______
53
ANEXOS
ANEXO 1. Parecer Substanciado do Comitê de Ética em Pesquisa
54
55
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