FACULDADE 7 DE SETEMBRO – FA7 Curso de Graduação em Publicidade e Propaganda OS FATORES INFLUENCIADORES DO CONSUMO ALIMENTAR INFANTIL E A RELAÇÃO COM A MIDIA TELEVISIVA AURICÉLIA DO RÊGO SOUSA FORTALEZA – 2010.1 AURICÉLIA DO RÊGO SOUSA OS FATORES INFLUENCIADORES DO CONSUMO ALIMENTAR INFANTIL E A RELAÇÃO COM A MIDIA TELEVISIVA Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em comunicação Social, com Habilitação em Publicidade e Propaganda. Período, 2010.1. Orientadora: Luciana Freire, mestre. FORTALEZA – 2010.1 OS FATORES INFLUENCIADORES DO CONSUMO ALIMENTAR INFANTIL E A RELAÇÃO COM A MIDIA TELEVISIVA Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social - habilitação em Publicidade e Propaganda. _________________________________ AURICÉLIA DO RÊGO SOUSA Monografia aprovada em 11 de junho de 2010 Monografia aprovada em: ______ / ______ / ______ ________________________________________ Profª.Luciana Freire, Ms. Orientadora(FA7) 1º Examinador: ______________________________________ Prof. Eric Picanço Dias, Esp. (FA7) 2º Examinador: _______________________________________ Profª Alessandra Marques C. de Fontoura, Ms. (FA7) _________________________________________ Profª Juliana Lotif Araújo, Ms. (FA7) Coordenadora do Curso de Publicidade e Propaganda AGRADECIMENTOS A educação de um ser humano abrange diferentes fases e formas ao longo de sua vida. Agradecer não é uma tarefa fácil, e pode não ser justa. Tantos foram aqueles que contribuíram para esta formação e em momentos tão diversos, que se torna inviável sermos justos em agradecimentos. Com a consciência desta limitação, gostaria de agradecer a algumas das pessoas que tornaram possível a minha Graduação. Inicio meus agradecimentos a Deus: Obrigada Senhor por essa vitória. Aos meus pais Armando Marques de Sousa e Ivanilda do Rêgo Sousa, que contribuíram de todas as formas possíveis para a minha formação, com dedicação, compreensão e amor. Agradeço ao meu companheiro Paulo Sérgio Ávila, Obrigada! Pelo incansável apoio, estímulo, sempre me dando força a nunca desistir de percorrer todos os degraus da evolução e realização como pessoa para tornar possível, em todos os sentidos, a concretização de mais essa etapa do meu caminho, pois sem você, esta vitória não teria sido possível. E a minha filha Ana Beatriz Ávila Luz da minha vida que tire como exemplo toda a minha dedicação aos estudos e seja um grande exemplo para o futuro. Também agradeço a todos os professores da Faculdade 7 de Setembro , que direta ou indiretamente contribuíram para o meu enriquecimento e desenvolvimento pessoal e profissional e em especial a professora e minha orientadora Luciana Freire, que com muita dedicação me deu as condições necessárias para esta primeira experiência acadêmica mais significativa. Agradeço a minha amiga Gesy, que esteve ao meu lado todos os dias durante estes 4 anos de estudo, sempre estimulando o meu crescimento em minha caminhada em busca de meus ideais. Um agradecimento também especial para as coordenadoras e todas as professoras do ensino fundamental do colégio Antares que ajudaram na aplicação dos questionários dos alunos e dos pais. Aos colegas da faculdade principalmente os da minha turma de publicidade e propaganda pelos quatro anos de estudos e em especial a Edileuza Benainous e Priscila Sousa que estiveram sempre ao meu lado nos trabalhos de grupo. Agradeço a todos os encontros e desencontros que vivenciei nestes quatro anos, que ficarão na memória, porque fundamentaram o meu progresso como pessoa, além do que significaram a ponte para mais uma etapa na minha existência. Assim, também agradeço a todos que de alguma forma na passaram pela minha vida e contribuíram para a construção de quem sou hoje! 2 O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. (Fernando Pessoa) RESUMO A violência na sociedade como um todo tem causado aos brasileiros uma vida sedentária, especialmente às crianças, que além deste problema, ainda possuem, em sua maioria, pais que trabalham fora e, desta forma, o maior divertimento acaba sendo a televisão, vídeo games ou computadores, aparelhos que atuam como um tipo de amigo que esta ali para proporcionar divertimento. O objetivo deste trabalho é analisar os fatores que influenciam no comportamento de consumo e a influência da mídia televisiva na alimentação das crianças de 6 a 10 anos, matriculadas em uma instituição de ensino fundamental particular na cidade de Fortaleza. A metodologia é baseada em uma analise de pesquisa quantitativa e observação sistemática através de comerciais da televisão aberta e fechada mais assistidos pelas crianças de seis a dez anos. Portanto com este estudo pode-se perceber que as crianças hoje estão mais expostas à internet e outros meios de influencia do que a televisão devido aos valores culturais e sociais que vivemos. Palavras-chaves: Comportamento do consumidor, televisão, criança, consumo alimentar. ABSTRACT The violence in society as a whole has caused the Brazilians a sedentary life, especially children, who apart from this problem, still have, in most cases, parents who work outside and thus the most fun is over and the television, video games or computers, devices that act as a kind of friend who is there to provide entertainment. The aim of this study is to analyze the factors that influence consumer behavior and the influence of television on feeding children 6-10 years, enrolled in an institution of private elementary schools in the city of Fortaleza. The methodology is based on an analysis of quantitative research and systematic observation through television commercials opened and closed most watched by children from six to ten years. Therefore this study can be seen that children today are exposed to the Internet and other means of influence than television because of cultural and social values which we live. Keywords: Strategy: consumption. Consumer behavior, television, children, food 2 FIGURAS Figura 1 – Tipos de consumidores ............................................................................ 25 Figura 2 - Processo de Decisão do Consumidor ....................................................... 27 Figura 3 - Fatores de influência no processo de decisão de compra ........................ 34 Figura 4 - Processo de Aprendizagem.......................................................................32 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Sexo........................................................................................................ 49 Gráfico 2 - Idade........................................................................................................ 49 Gráfico 3 - Turma ...................................................................................................... 49 Gráfico 4 – Pais ......................................................................................................... 50 Gráfico 5 - Irmão ....................................................................................................... 50 Gráfico 6 - Quantidade de irmãos ............................................................................. 50 Gráfico 7 - Sexo dos Pais .......................................................................................... 51 Gráfico 8 - Sexo X Escolaridade ............................................................................... 51 Gráfico 9 -Sexo X Nível de Renda X Trabalha .......................................................... 51 Gráfico 10 - Quantidade de Filhos dos Pais .............................................................. 51 Gráfico 11 - Sexo dos Filhos ..................................................................................... 51 Gráfico 12 - Pedidos dos filhos aos pais ................................................................... 52 Gráfico 13 - Sexo X Crianças que vão ao supermercado com os pais ..................... 52 Gráfico 14 - Sexo X Idade das crianças que vão ao supermercado com os pais...... 52 Gráfico 15 - Sexo X Alimentos que as crianças mais gostam ................................... 53 Gráfico 16 - Sexo X Hábito alimentar dos filhos ........................................................ 53 Gráfico 17 - Consumo do lanche escolar X Sexo ...................................................... 53 Gráfico 18 - Idade X Periodicidade que os pais compram o que os filhos pedem ..... 54 Gráfico 19 - Classe Social X Quantidade de Filhos X Periodicidade que os pais compram o que os filhos pedem ............................................................................... 54 Gráfico 20 - Os alimentos mais consumidos pelos filhos segundo os pais ............... 54 Gráfico 21 - Freqüência de consumo de alimentos dos filhos X Quantidade de filhos .................................................................................................................................. 55 Gráfico 22 - Lazer X Sexo dos filhos ......................................................................... 55 Gráfico 23 - Lazer X Sexo dos filhos ......................................................................... 56 Gráfico 24 - Tipo de site acessados X Sexo dos filhos ............................................. 56 2 Gráfico 25 - Motivos que influenciam a decisão dos filhos X Número de filhos ........ 57 Gráfico 26 - Grau de Preocupação dos pais em relação com relação aos filhos ...... 57 Gráfico 27 - Quantidade de filhos X Restrições de comerciais ................................. 58 Gráfico 28 – Audiência TV Aberta X Sexo ................................................................ 59 Gráfico 29 - Audiência TV Fechada X Sexo ............................................................. 59 Gráfico 30 – Programação mais assistida pelas crianças ......................................... 59 Gráfico 31 - Programa que mais gosta ...................................................................... 60 Gráfico 32 - Assiste a programação que mais gosta todos os dias ........................... 60 Gráfico 33 - Propagandas que mais chamam a atenção das crianças X Sexo ......... 61 Gráfico 34 - Lembra de alguma propaganda de comida ........................................... 61 Gráfico 35 - Propagandas lembradas X Sexo ........................................................... 62 Gráfico 36 – Crianças vão ao supermercado – Alimento que mais compra X Sexo . 62 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 12 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................................. 14 1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 14 1.2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 14 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 14 1.3 METODOLOGIA .................................................................................................................. 14 1.4 JUSTIFICATIVAS ................................................................................................................ 18 2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INFANTIL ................................................................ 20 2.1 CONSUMIDOR.................................................................................................................... 20 2.2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR .......................................................................... 23 2.3 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA .......................................................................... 24 2.4 PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM A DECISÃO DE COMPRA .......................... 26 2.4.1 FATORES CULTURAIS ................................................................................................ 27 2.4.2 FATORES SOCIAIS..................................................................................................... 29 2.4.3 FATORES PESSOAIS .................................................................................................. 30 2.4.3.1 IDADE E ESTÁGIO DO CICLO DE VIDA ............................................................... 30 2.4.3.2 OCUPAÇÃO ........................................................................................................... 30 4.2.3.3 CONDIÇÕES ECONÔMICAS................................................................................. 30 2.4.3.4 ESTILO DE VIDA ................................................................................................... 30 2.4.3.5 PERSONALIDADE ................................................................................................. 31 2.4.4 FATORES PSICOLÓGICOS ......................................................................................... 31 2.4.4.1 MOTIVAÇÃO .......................................................................................................... 31 2.4.4.2 PERCEPÇÃO ......................................................................................................... 32 2.4.4.3 APRENDIZAGEM ................................................................................................... 33 2.5 VARIÁVEIS QUE AFETAM E DETERMINAM O COMPORTAMENTO DE CONSUMO NA INFÂNCIA ................................................................................................................................. 36 2.6 MÍDIA TELEVISIVA ............................................................................................................. 40 3 ANALISE DE RESULTADOS .................................................................................................... 42 3.1 PROGRAMAÇÃO INFANTIL NOS CANAIS DE TV ABERTA E FECHADA E TIPOS DE PRODUTOS VEICULADOS NOS COMERCIAIS ...................................................................... 42 3.2 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DO CONSUMIDOR INFANTIL ...................................... 49 3.3 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DOS PAIS PESQUISADOS .......................................... 50 3.3. FATORES CULTURAIS, SOCIAIS, PESSOAIS, PSICOLÓGICOS QUE INFLUENCIAM AS DECISÕES DE CONSUMO INFANTIL ...................................................................................... 52 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 63 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................................. 65 12 APÊNDICE I ................................................................................................................................. 68 APÊNDICE II ................................................................................................................................ 70 APÊNDICE III ............................................................................................................................... 71 ANEXOS I..................................................................................................................................... 72 12 1 INTRODUÇÃO A mundialização da economia propiciou uma maior facilidade e acesso as informações, oportunizando assim o surgimento de novos produtos e serviços, que facilitam o dia-a-dia dos consumidores e, ao mesmo tempo, acirrando a guerra entre empresas concorrentes. Ter produtos nas prateleiras do varejo, não garante a aquisição por parte dos consumidores. É importante compreender o consumidor enquanto indivíduo é capaz de reconhecer e sentir vontades, ter preferências, buscar satisfazê-las, realizar pesquisas conscientes e inconscientes para obter informações sobre produtos, avaliar alternativas, e decidir a compra. Neste sentido, utilizar a comunicação para valorizar os clientes a escolherem o que consumir, e ao mesmo tempo fazer com que estas escolhas atendam às suas necessidades e os seus desejos de forma mais eficaz e eficiente do que a concorrência (KOTLER, 2000), é um elemento estratégico para empresas. Diante deste cenário, o estudo sobre o papel da criança de condição mais economicamente favorável, como consumidora, é qualificado como importante para o mercado, pois estas constituem, também, um mercado futuro. Vale salientar, ainda, que o poder econômico e a influência das crianças sobre as decisões de compras familiares aumentaram, principalmente em relação às categorias de produtos como: brinquedos, roupas, eletrodomésticos, alimentos, em especial matinais, lanches e guloseimas. Esta situação proporcionou o surgimento de mensagens comerciais direcionado ao público infantil, que segundo estudos (FIATES, DIAS, TEIXEIRA, 2010) relatam que: os produtos com maior freqüência de anúncio são de alimentos, em especial guloseimas e fast food; que os comerciais são veiculados em programas direcionados para crianças; e que as crianças passam em média de 4 horas e 45 minutos por dia em frente à TV. Acredita-se que estas mensagens veiculadas durante a programação infantil têm mudado o hábito de consumo dos pequenos brasileiros. Antes a alimentação típica brasileira, dita como uma das mais saudáveis do mundo deixou, a algum tempo, de ser referência, pois o conhecido arroz com feijão, carnes e saladas é substituído pelas “delícias” impostas pela propaganda, que invade os lares através 13 de imagens “suculentas” de pizzas, milk-shake, hambúrgueres. Nesse cenário, a alimentação acaba sendo um dos itens mais negligenciados. Cada vez mais a população não se preocupa com sua alimentação, mas muitos não têm o conhecimento suficiente para saber o que é e como ter uma alimentação saudável, buscando na televisão o veículo mais fácil e rápido para seu conhecimento e suas curiosidades. (GOUVEIA, 1999). A propaganda televisiva de alimentos e sua influência nas escolhas alimentares têm sido alvo de discussões freqüentes, atribuindo a ela grande parte da responsabilidade pela má alimentação da população. Com o grave problema da obesidade e outros decorrentes da má alimentação, as crianças são alvos de pesquisa, estudos e também targets de mercado. Vítimas da comunicação publicitária, as crianças são vistas como seres hipossuficientes1. Em gerais, a propaganda é vista como a principal inimiga dos bons hábitos de consumo alimentar. Vale salientar, ainda, que apesar de estarem no estado de desenvolvimento, as crianças são suficientemente espertas para escolherem os produtos que querem consumir. Os pequenos experimentam muito mais que os adultos e possuem potencial para seguirem caminhos diferentes de seus pais. Eles escolhem o que querem consumir, o que prova que eles entendem perfeitamente todo o processo de comunicação que é direcionado a elas. A televisão é um dos veículos de comunicação que mais exerce influência sobre a vida das crianças. Tal fato tem gerado grande polêmica e muitos estudos com relação à influência que ela tem quando se trata de alimentação infantil. Sabese que a TV pode sim, exercer uma influência poderosa no desenvolvimento de valores e na formação do comportamento da criança. Essa relação entre televisão e má alimentação sempre foi apontada por médicos como perigosa, mas será que a televisão é a fonte mais importante de influência neste consumo? Ou a responsabilidade deste consumo inadequado é dos pais que são compradores dos alimentos? 1 Hipossuficientes – a palavra é composta pelos prefixos “hipo” e pelo substantivo “suficiente”, indicando seu significado: “diz-se de, ou pessoa que é economicamente fraca, que não é auto-suficiente”. O prefixo “hipo”, por si, significa “posição inferior”. Segundo o sentido lingüistico da palavra, portanto, a hipossuficiência relaciona-se às próprias condições econômicas da pessoa, situando-a em posição inferior dentro da sociedade. 14 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Diante do exposto, o presente trabalho monográfico tem como problema de pesquisa: Quais os fatores influenciadores pela propaganda televisiva no comportamento de consumo alimentar das crianças de 6 a 10 anos, matriculadas em uma instituição de ensino fundamental particular na cidade de Fortaleza, e a influência da mídia televisiva neste processo? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL Analisar os fatores que influenciam no comportamento de consumo e a influência da mídia televisiva na alimentação das crianças de 6 a 10 anos, matriculadas em uma instituição de ensino fundamental particular na cidade de Fortaleza. 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Investigar os principais conteúdos bibliográficos relacionados com o tema como: consumidor, comportamento do consumidor, processo de decisão de compra do consumidor, principais fatores que influenciam a decisão de compra, as variáveis que afetam e determinam o comportamento de consumo na infância, mídia televisiva. Identificar a TVs com foco em crianças entre 6 a 10, sua programação e os tipos de produtos veiculados em seus comerciais. Analisar o perfil do consumidor infantil e dos pais, público-alvo desta pesquisa. Analisar través de uma pesquisa, aplicando questionários às crianças de 6 a 10 anos e seus respectivos pais para identificar qual programação e comercial mais assistidos pelas crianças assim como identificar os hábitos alimentares dos mesmos. 1.3 METODOLOGIA Para alcançar os objetivos propostos por esta investigação, se faz necessário definir uma estratégia metodológica capaz de estabelecer os melhores métodos e 15 instrumentos de trabalho, que possibilitem a coleta e a análise dos dados necessários para a realização desta investigação (GUILHERME, 2002). Foram usadas fontes de pesquisa primárias e secundárias, e de acordo com Schultz e Barnes, (2001), a “pesquisa primária é a pesquisa original realizada para coletar informações específicas sobre o problema em estudo” e “examinar as informações já disponíveis, quer dos registros históricos, quer de fontes compartilhadas ou bibliográficas [...] consiste em pesquisa secundária”. (SCHULTZ E BARNES, 2001). O trabalho, ora apresentado, foi desenvolvido a partir de uma pesquisa exploratória com o objetivo de se definir a sua amplitude metodológica com seus respectivos investimentos. “exploratória é usada quando se busca um entendimento sobre a natureza geral de um problema. [...] Normalmente, existe pouco conhecimento prévio daquilo que se pretende conseguir. Os métodos são muito flexíveis, não estruturados e qualitativos, para que o pesquisador comece seu estudo sem preocupações sobre aquilo que será encontrado. [...] As hipóteses da pesquisa exploratória são vagas e pouco definidas, ou até inexistentes. (AAKER; KUMAR; DAY, 2004)”. Para o desenvolvimento da pesquisa foi elaborado um questionário estruturado, com perguntas fechadas e poucas perguntas abertas, aplicado aos alunos do colégio Antares sede Fátima da cidade de Fortaleza com idade entre 06 à 10 anos do turno da manhã e da tarde estendendo-se a seus pais, cujo modelo encontra-se no apêndice. A aplicação da pesquisa foi feita em sala de aula com as crianças e os dos seus pais foram encaminhados as suas residências. Desta Forma para se obter as evidências citadas por Guilherme (2002), utilizou-se três tipos de pesquisa: Pesquisa bibliográfica – realizada através de literaturas inerentes ao estudo desta monografia; Pesquisa documental – realizada a partir de material institucional (imagens Televisivas, vídeos, e internet) Pesquisa de campo – realizada através de uma observação direta intensiva (observação e entrevista) e extensiva (questionários). Neste trabalho de pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta de dados: 16 Entrevista com a diretoria da organização estudantil Colégio Antares sede Fátima para a autorização da aplicação dos questionários. Questionário aplicado aos alunos do Colégio Antares sede Fátima. (Apêndice 01). Questionário aplicado aos pais dos alunos do Colégio Antares sede Fátima. (Apêndice 01). Como o universo de alunos do Colégio Antares entre 06 à 10 anos era superior a 345, procurou-se trabalhar com um cálculo da amostra que tivesse a menor margem de erro possível. Sendo assim, para a realização da pesquisa buscou-se utilizar o processo de amostragem que “tem a finalidade de permitir generalizações sobre todo um grupo sem precisar examinar cada um de seus membros”. (STEVERSON, 1981). “A amostragem pode ser adequada quando o tamanho da população for muito grande e o custo e o tempo apropriados na obtenção de informações de toda a população forem muito expressivos. Além disso, a oportunidade de tomar uma decisão rapidamente pode ser perdida se houver a necessidade de fazer levantamento da população inteira. Com a amostragem, em certo período de tempo, pode-se dedicar mais atenção a cada entrevista (pessoal), aumentando assim a qualidade da resposta. Adicionalmente é fácil aplicar enquetes a amostras menores e ainda exercer o controle da qualidade do processo de entrevistas. (AAKER; KUMAR; DAY, 2004)”. Para o cálculo do tamanho da amostra foi utilizada a formula: n=Z².p.q E² Onde: n = tamanho da amostra Z = nível de confiança escolhido, em unidades de desvio padrão p = porcentagem com o qual o fenômeno se verifica q = porcentagem complementar E = margem de erro da estimativa Foi utilizado na fórmula p = 50%, ou seja, a proporção pressuposta de que os alunos são influenciados pela mídia televisiva ao consumo de produtos alimentícios 17 e se esse consumo é contemplado nos mesmos 50%; e q = 50%, identificando a proporção dos alunos que não são influenciados pela mídia televisiva pelo consumo dos produtos alimentícios. Esse valor foi escolhido, pois não havia disponíveis dados anteriores que pudessem servir como referência de um percentual. E também porque, com essa proporção pode ser encontrado um maior número de amostra. À margem de erro foi atribuído o valor de 10%, ou seja, o máximo de erro permitido ao transformar em uma estimativa na população. Essa variação acontece com uma proporção de 10% para mais ou 10% para menos. Não foi escolhida uma margem de erro menor, por restrição de tempo e recursos para desenvolver uma pesquisa maior, já que quando a margem de erro é reduzida, aumenta o número de amostras. Com base nos fundamentos de Stevenson (1981) o uso de 2 desvios–padrão dá a garantia de um nível de confiança de 95% de acordo com a Teoria do Limite Central. O erro máximo permitido é de 5% e Gil (1994) afirma que “é um valor comumente aceito em pesquisa social”. Assim, o valor de Z é igual a 1,96, valor obtido na tabela de distribuição normal, correspondente ao nível de significância de 95%. O nível de significância escolhido é de 95%, ele representa a probabilidade de que fique 95% dentro do limite que foi estipulado, neste caso, permite que o erro fique entre os 10%, ou seja, como se estipulou uma margem de erro de 10%, isso garante que 95% das estimativas feitas vai se obter uma margem de erro menor ou igual a 10%. Para saber quantos alunos precisariam ser entrevistados, foi feito um cálculo do tamanho da amostra com base nos valores acima citados, demonstrados abaixo: n = (1,96) ² . 0,5 . 0,5 (0,1) ² Então: n = 96 18 Através de cálculos estatísticos foi estipulado um número para amostragem de 96 alunos com perguntas fechadas e abertas. A forma de análise foi feita através da tabulação dos dados coletados durante a pesquisa e dos gráficos criados com base na tabulação. Os gráficos serão mostrados no capítulo seguinte. Em virtude do universo de emissoras de TV aberta e fechada assim como as inúmeras propagandas existentes, optou-se pelo desenvolvimento de uma pesquisa somente nos canais com programação infantil estabelecida em sua grade, que são: Aberta (Globo,Rede TV, Cultura, Bandeirantes, Reocord, SBT) e fechada(Discovery, Cartoon, Boomerang, Nicklodeon, HBO Family, Animax, Disney, Ra-tim-bum). Esta monografia esta dividida em capítulos, o primeiro encontra-se a introdução, problema de pesquisa, objetivos, metodologia e justificativa. No segundo encontra-se o referencial teórico, onde se abordou os seguintes temas: O comportamento do consumidor infantil, variáveis que afetam e determinam o comportamento do consumidor infantil e a influencia da Propaganda no comportamento de consumo. No terceiro, foi efetuada a análise dos dados da pesquisa, em seguida as considerações finais, referências bibliográficas, e por fim apêndices. 1.4 JUSTIFICATIVAS A escolha do tema está fundamentada no contexto do Projeto Pedagógico do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda da Faculdade 7 de Setembro, cuja missão é “contribuir para o desenvolvimento da sociedade, educando para a cidadania, propiciando a formação de profissionais competentes, felizes e éticos” Ao longo do curso se estuda técnicas de planejamento de campanha, estratégias e ações de marketing e criação para desenvolver campanhas tanto de caráter comercial como institucional; capacitação para desenvolver pesquisas de opinião e mercadológicas quantitativa ou qualitativa; atendimento, direção de arte, teorias da comunicação para que se possa analisar com competências técnicas e éticas as mudanças sociais, políticas e econômicas que influenciam diretamente ou indiretamente no ambiente social. Estas são ensinadas com o viés da responsabilidade do profissional no comportamento de consumo do público-alvo. 19 Diferente do que se têm assistido nos comerciais de TV’s em relação ao público infantil, sendo muito criticados por médicos e nutricionistas, os quais relatam que as propagandas influenciam de forma negativa nas escolhas alimentares das crianças, desenvolvendo mecanismos de modismo e de coação (força, influencia), transformando os bons hábitos em maus. Em virtude da preocupação da alimentação infantil, por ter uma filha com idade de 9 anos, cuja alimentação é restrita a biscoitos, iogurte, pizza, sanduíche, achocolatado, e perceber que este hábito se estende aos seus amigo. Surgiu, então, o interesse e a curiosidade de estudar a influência da mídia televisiva no consumo infantil diante do surgimento de novos tipos de mídias, bem como, o papel dos pais neste processo. Acredito que o resultado desta pesquisa poderá ser utilizado por pais, educadores, profissionais da mídia e empresários da indústria de alimentos como elemento de reflexão do papel que cada um exerce no processo de decisão de compra do público infantil. E, assim, plantar uma semente da necessidade de mudar o foco da publicidade infantil, que atualmente está voltada para o consumo simplesmente, e transformá-lo em consumo com responsabilidade. 20 2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR INFANTIL 2.1 CONSUMIDOR Partindo do princípio que consumidores são pessoas que compram bens e serviços para si e ou para outros, e não com o objetivo de revender ou usar como insumos. Churchill (2000), afirma que, para criar valor para os consumidores e lucros para as organizações, os profissionais de marketing precisam entender porque os consumidores compram determinados produtos e não outros. O consumidor é motivado em busca de ambições para conquistar seu espaço e realização pessoal. Os consumidores sao dotados de personalidade que com sua preferência determina a escolha do produto que lhe identifica mais. A percepção é onde o consumidor desenvolve atitudes positivas e negativas com relação aos produtos, às propagandas, as lojas e a tudo que diz respeito a sua vida e a aprendizagem quando aprendemos como utilizar, espelhar-se e como precisar desses produtos e lojas (KARSAKLIAN, 2008). A Brand Asset Valuator2 (BAV) classifiou os perfis dos consumidores brasileiros em 7 grupos: Os integrados: Se preocupa muito com a família e por isso nunca toma decisões individuais. Os bens de consumo mais procurados por eles são aqueles de marcas tradicionais e não arriscam novidades. Idade de 40 a 60 anos e fazem parte de uma população de 26% com classe social predominante C e que procuram segurança. São funcionários públicos, bancários e donas de casa. As marcas apreciadas são: Maisena, Brastemp. Nestlê, Coca-Cola, Novalgina e Bonso. Os emuladores: São superficiais, materialistas e esnobes. Para eles a embalagens são mais importante do que o conteúdo, por isso compram tudo que esta na moda, aparece na mídia, e reflete-status. Idades de 18 a 34 anos, fazem parte de uma porcentagem da população de 25% predominantes da classe social A e D e procuram aparência e status. São 2 O Valuator BrandAsset (BAV) é um banco de dados do consumidor a percepção de marcas criadas e gerenciadas por BrandAsset Consulting, uma divisão da Young & Rubicam Brands para fornecer informações para permitir às empresas melhorar o processo decisório de marketing e gestão de marcas melhores. Brand Asset Valuator BAV e também descrever a Y & R grupo gestor do banco de dados. 21 os alpinistas sociais e novos ricos. Suas marcas apreciadas são: Giorgio Armani, Malboro, Sony, Ferrari, Moet Chandon e Smirnoff Ice. Os vencedores: Tem como objetivo vencer na profissão. São aplicados, concentrados e organizados. Gostam de viajar, ir a festas e praticar esportes competitivos. Quando o assunto é comprar, procuram prestígio e qualidade. Idades de 24 a 29 anos, fazem parte de uma porcentagem de 19% da população de classe social A, B e C que procuram luxo e status. São empresários e executivos e apreciam marcas como: Land Rover, Chivas Regal, Unilever, Perrier, Jaguar e Christian Dior. Os exploradores: Vivem intensamente e adoram praticar exportes de aventura. Tem como objetivo buscar novas experiências e sensações é os primeiros a aceitar as evoluções tecnológicas e comprar produtos inovadores. Idade de 18 a 24 anos fazendo parte do percentual de 10% da população da classe B e D procura sempre descobertas e desafios normalmente são músicos, hoteleiros, diplomatas e artistas. Suas marcas preferidas são: Google, Yahoo!, Harley Davidson, WWF, Flash Power e Marathon. Os transformadores: São pessoas que visão mudar o mundo trabalhando em projetos sociais ou organizando projetos. Esses consumidores são os menos materialistas, vistos como intelectuais e buscam produtos que sejam política e ecologicamente corretos. Idades de 18 a 24 anos, fazem parte do percentual de 9% da população da classe social A e B e que procuram um mundo melhor. São eles: os acadêmicos, escritores e assistentes sociais. Suas marcas preferidas são: Greenpeace, MTV, Projeto Tamar, Corpus, Nutry e Danone Activa. Os resignados: Seguem os dogmas religiosamente. Não fazem nada fora da regra, respeitam as instituições e temem passar isso para a família. Para essas pessoas, a compra esta ligada à segurança e preço adequado. Idades de 18 a 39 anos fazem parte do percentual de 6% da população da classe social C e D e que procuram viver de acordo com as regras. São eles os operários e aposentados e que gostam das marcas: Leite de Rosas, Fininvest, Nova Schin, Novelas do SBT, Phebo e Soya. 22 Os inconformados: São os grupos insatisfeitos e que esperam que as oportunidades Caim do céu. Permanecem em casa assistindo televisão, se alimentam básicamente de fast food e fazem poucos planos para o futuro. Suas compras estão relacionadas ao preço e a uma gratificação instantânea. Idades de 18 a 29 anos e fazem parte do percentual de 6% da população de classe social C e D e que procuram esperar pela sorte. São eles os desempregados ou pessoas com empregos temporários e suas marcas apreciadas são: Velho Barreiro, Lojas Riachuelo, Mirabel, Brahma, Fritex. Figura 1- Tipos de consumidores no Brasil e em outros países. Fonte: Valuator BrandAsset (disponível em : http://www.brasil bussiness.biz. Acessado em 14/06/10. Em relação ao consumidor infantil, a empresa de pesquisa Play Kids, definiu em três categorias, que são: Os egocentros - crianças de 3 a 5 anos, auto-centrados, o mundo gira em seu redor, a sua vontade é prioridade, o brinquedo é auto-suficiente/ individual, a opinião dos semelhantes exerce pouca influëncia em suas escolhas, os pais possuem um papel soberano; Emergentes - possuem de 6 a 8 anos, estão nascendo para o social, tem sentimento de frustração, desejo de independência (poder), a opinião do 23 grupo passa a ter maior importância, mas não abre mão fácil dos seus interesses, necessidade de busca de aliados, início da formação dos futuros líderes; e Balança - engloba crianças de 9 a 12 anos, que lutam pela infância e buscam o mundo adolescente, o pertencer é o mais importante, ser aceito, possui necessidade de atender aos desejos do grupo, abandono dos personagens troca pelos ídolos, bandas, início da formação das tribos (regras dos grupos, escolha de uma identidade). 2.2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Criar valor para os consumidores e lucros para as organizações têm sido o grande desafio dos profissionais de marketing, que buscam entender porque os consumidores compram determinados produtos e não outros (CHURCHILL, 2000). Neste sentido, estudar o comportamento do consumidor, ou seja, “os pensamentos, sentimentos e ações dos consumidores e as influências sobre eles que determinam mudanças” é base para criação de valor. Para Gade (1998), o comportamento do consumidor é definido como comportamento de procura, busca uso e avaliações de produtos e serviços para satisfazer necessidades. São atitudes, físicas, mentais e emocionais realizadas na seleção, compra e uso de produtos e serviços para satisfação de necessidades e desejos. Karsaklin (2008) relata que a psicologia permite entender as influências dos fatores psicodinâmicos internos e psicossociais externos que atuam sobre o consumidor. Mowen e Minor (2003) definem o comportamento do consumidor como o estudo das unidades compradoras e dos processos de troca envolvidos na aquisição, no consumo e na disposição de mercadorias, serviços, experiências e idéias. Já para Kotler (2000), o comportamento do consumidor estuda como pessoas, grupos e organizações. Selecionam, compram, usam e descartam artigos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer suas necessidades e seus desejos, buscando compreender quais os fatores determinam a decisão de compra dos consumidores, 24 os quais têm fundamental importância para o direcionamento das estratégias de marketing que determinarão o sucesso de vendas do produto ou serviço. Portanto pode-se concluir que o comportamento do consumidor é um processo que busca desvendar e interpretar os processo de influência dos fatores psicodinâmicos internos e psicossociais externos dos indivíduos e grupos, no que se refere a seleção, compra, utilização e descarte de produtos e serviços que satisfazem suas necessidade e seus desejos. 2.3 PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA O processo de decisão de compra consiste no conjunto de processos envolvendo o reconhecimento do problema e buscando soluções na avaliação de alternativas, na escolha entre opções e na avaliação dos resultados da escolha. (MOWEN, MINOR, 2003). Para a psicologia, segundo Gade (1998), este é o momento que o consumidor pesará todos os pros e contras na aquisição do produto ou serviço, ou se deixará levar por um impulso irresistível, comprando itens que não vai usar jamais assim como produtos ou serviços que lhe trará alegria ou arrependimento. Segundo a autora, a tomada de decisão de compra começa na infância e vai até o fim dos seus dias e que de certa forma a decisão sempre implica ganhos, perdas e gastos. A freqüência e importância das escolhas variam de acordo com variáveis psicologias, demográficas e sociais que giram em torno da compra. Churchill e Peter (2000) reforçam que “[...] se um consumidor tem repetidamente experiências favoráveis com determinada marca, pode desenvolver lealdade a ela”. Para Mowen e Minor (2003), os consumidores tomam suas decisões com o intuito de alcançar seus objetivos como: fazer a melhor escolha entre duas ações, minimização de emoções negativas, redução de esforço para tomada de decisão e aumento da capacidade de justificativa da decisão. Segundo os autores a tomada de decisão do consumidor é compreendida no conjunto de processos que envolvem cinco etapas: reconhecimento do problema, busca de informação, avaliação de alternativas, escolha de uma das alternativas e na avaliação pós-compra. Como mostra a figura 1. 25 Figura 2 - Processo de Decisão do Consumidor Fonte: SOLMON (2002). A primeira etapa da tomada de decisão é o reconhecimento do problema. O consumidor percebe que há um problema a ser resolvido seja ele pequeno, grande, simples ou complexo, e que essa percepção pode ser resolvida de várias maneiras desde o mau funcionamento de um objeto a um desejo por coisas novas. A Segunda é a busca da informação. O consumidor reconheceu o seu problema e vai em busca de informações e fontes adequadas reunindo uma série de informações possível sobre o produto desejado. A terceira etapa é quando o consumidor avalia as opções existentes no mercado como modelos ou marcas e serviços para depois escolher as diferenças de um produto para o outro e daí fazer sua escolha. A quarta etapa vem à escolha. Qual marca é melhor, preço, forma de pagamento, ou seja, é o momento de julgar os méritos de opções dos concorrentes e produtos que realmente o atraia. A quinta etapa é a pós-compra quando o consumidor constata se realmente fez boa compra e tira suas conclusões de satisfação ou não do seu investimento. 26 Esse envolvimento do consumidor vai variar dependendo do produto. Esse processo é maior quando o produto é muito caro como por exemplo uma casa, que é muito significativo para o consumidor. 2.4 PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM A DECISÃO DE COMPRA Segundo estudo realizado por Batista, Rodrigues, Brizante e Franchesci (2008), decisões de compra são frutos de influências, sejam elas conscientes ou inconscientes, intencionais ou não. A influência normalmente ocorre no relacionamento interpessoal podendo induzir o indivíduo a um determinado comportamento. Geralmente, as propagandas utilizam todas as formas de influência como, por exemplo: indicação de um especialista, personagem ou celebridade, grupos de referência como o social, etc. A publicidade é uma tecnologia que influencia muito a vida do ser humano. Qualquer pessoa pelo menos uma vez, já se deixou levar pelos anuncios da mídia. Muitas vezes compra-se algo que não era necessário, mas sim porque o anúncio era apelativo. O anúncio quando mostra a imagem do produto tenta persuadir o consumidor a compra, principalmente, os comerciáis de televisão por transmitirem: som, imagem e movimento, sendo fácil memorizar informação visual do que auditiva, como também são os de melhor acesso porque existem, pelo menos uma televisão em cada casa. Quando se trata de crianças, os anúncios têm foco de persuasão emocional, onde estão presentes atitudes e emoções. Como diz Karsaklian,(2008) em sua pesquisa 50% das crianças prestam mais atenção a história que envolve o produto do que o próprio produto. Churchill e Peter (2000) consideram a decisão de compra do consumidor como influências sociais e situacionais. Para Engel (2000) o que influencia no processo de decisão de compra são as influências ambientais, as diferenças individuais e os fatores pessoais. Solomon (2002) e Kotler (2000), partindo dos conceitos dos referidos autores, adaptaram os conceitos teóricos apresentando um modelo que demonstra os fatores psicodinâmicos internos e externos que atuam sobre o consumidor, que são fatores: culturais, sociais, pessoais e psicológicos (figura 2). 27 Figura 3 - Fatores de influência no processo de decisão de compra Fonte: Kotler (2000). 2.4.1 FATORES CULTURAIS Os fatores culturais, segundo Mowen e Minor (2003) são compostos de: cultura, subcultura e classes sociais. A cultura consiste num conjunto de padrões de comportamento social que transmite simbolicamente membros de uma determinada sociedade por meio de linguagem e de outros meios. A cultura é distinguida com relação às regras de comportamento, das atitudes, valores e estilos de vida, assim como a cultura é composta de um conjunto de imagens transmitidas pela mídia por meio de sinais e símbolos importantes, (MOWEN E MINOR, 2003). Kotler (1998) afirma que a cultura é o determinante mais fundamental dos desejos e do comportamento de uma pessoa. Dessa forma, os integrantes de uma sociedade acabam adquirindo um conjunto de valores, percepções, preferências e comportamentos através da vida familiar e, que acabam interferindo em seus hábitos de consumo. Schiffman e Kanuk (2000) já definem cultura como a soma total das crenças, valores e costumes aprendidos que servem para direcionar o comportamento de 28 consumo dos membros de determinada sociedade. Dessa forma, os integrantes de uma sociedade acabam adquirindo um conjunto de valores, percepções, preferências e comportamentos através da vida familiar e, que acabam, interferindo em seus hábitos de consumo. De acordo com Kotler e Keller (2006), a cultura exerce uma ampla e profunda influência sobre os consumidores, sendo a principal determinante do comportamento e dos desejos da pessoa. À medida que cresce, a criança adquire certos valores, percepções, preferências e comportamentos da família e de outras instituições. Segundo Gade (1998), O nosso comportamento é influenciado pela nossa cultura e nosso consumo. Ou seja, consumimos de acordo com a nossa cultura, portanto para o marketing e a Publicidade é interessante investigar a cultura determinada para cada produto porque o consumo esta ligado diretamente a cultura que o consumidor esta inserido. Cada cultura consiste em subculturas menores, as quais fornecem identificação mais específica e socialização para os seus membros. As subculturas incluem as nacionalidades, as religiões, os grupos raciais e as regiões geográficas Kotler, (1998). Para Gade (1998), as subculturas mais estudadas são as de grupos étnicos (nacionalidade ou raças), grupos religiosos (obedecendo uma norma religiosa como por exemplo comer peixe na semana santa), grupos regionais (que desenvolvem culturas próprias influenciada pela características de cada região). Mowen e Minor (2003) definem a subcultura como uma subdivisão da cultura nacional que tem características unificadoras como o status social ou nacionalidade onde membros compartilham padrões semelhantes de comportamento distintos da cultura nacional. Quando se trata das classes sociais, Kotler (1998) defendem que estas “são divisões relativamente homogêneas e duradouras de uma sociedade, que são ordenadas hierarquicamente e cujos membros compartilham valores, interesses e comportamentos similares”. Segundo Gade (1998), o que determina a classe social são as ocupações que as pessoas detêm os valores e a crenças, as posses e bens, o tipo de educação, ou seja, o estilo de vida. Churchill e Peter (2000) afirmam que “as pessoas de diferentes classes sociais tendem a fazer escolhas diferentes em relação a suas roupas, decoração doméstica, uso do tempo de lazer, escolha dos meios de comunicação e padrões de gastos e poupanças”. 29 2.4.2 FATORES SOCIAIS Os fatores sociais são como grupos de referência, família, papéis e posições sociais que influenciam no comportamento de compra (KOTLER&KELLER, 2006). Segundo Gade, (1998) este é um dos fatores de mais relevância, porque o consumo é fortemente norteado pelas forças sociais e pelo grupo social. Para ela a criança brasileira atualmente é muito independente e conhecedora de produtos, marcas, griffes e sabe exatamente o que deseja comprar. Kotler (1998) afirma que existem os grupos de afinidade “primários”, e os grupos de afinidade “secundários”. Os primários são constituídos pela família, pelos amigos, pelos vizinhos e pelos colegas de trabalho; com estes grupos a interação das pessoas é mais continua e informais. Segundo Karsaklian(2008), diz que os grupos primários é caracterizado por laços afetivos íntimos e pessoais e que em geral o comportamento é informal e espontâneo. A sua importância esta na fonte básica de aprendizagem de atitudes e da formação da personalidade dos indivíduos além de exercer influência capital sobre a formação de crenças, gostos, preferências que é o que mais influi sobre o comportamento de compra. Os secundários são constituídos pelas religiões, sindicatos e profissões, esses grupos são mais formais e exigem interação menos contínua. Para Gade(1998) e Churchill e Peter (2000), o grupo de referencia consiste em uma pessoa ou conjunto de pessoas que são consideradas modelo e que influencia os pensamentos, os sentimentos e o comportamento dos consumidores. Já os membros da família compõem o grupo primário de referência de maior influência (KOTLER, 2006). A família ao longo da vida do comprador pode se distinguir entre: a de “orientação”, que é formada pelos pais; e a de “procriação”, por esposa e filhos. De acordo com Gade (1998) a família tem um papel de destaque quanto a importância do consumo. O casal que tem a mesma classe social tem um comportamento de consumo em comum e que a criança é treinada para ser consumidora e que os pais é que as transformam em tal por dinâmicas de personalidade e inseguranças próprias. Solomon (2002) destaca que a organização familiar tradicional está diminuindo e, à medida que isso acontece, as pessoas estão colocando ênfase 30 ainda maior em irmãos, amigos íntimos e outros familiares para ter companhia e apoio social. 2.4.3 FATORES PESSOAIS Os fatores pessoais são constituídos de cinco elementos: 2.4.3.1 IDADE E ESTÁGIO DO CICLO DE VIDA Conforme Kotler (1998) “as necessidades e os desejos das pessoas modificam-se ao longo de suas vidas”. Nesse sentido, a existência dos ciclos de vida familiar, isto é, “o estágios pelos quais as famílias passam e que influenciam suas necessidades e a capacidade de satisfazê-las” (CHURCILL& PETER, 2000). 2.4.3.2 OCUPAÇÃO Diz respeito à profissão que o consumidor exerce. “Um presidente de empresa comprará ternos caros, passagens aéreas, um grande veleiro”, ou seja, o trabalho e a profissão dos consumidores influenciam nos seus padrões de consumo (KOTLER, 2006). 4.2.3.3 CONDIÇÕES ECONÔMICAS Refere-se a renda disponível, poupança e patrimônio, condições de crédito, atitudes em relação às despesas, ou seja, são elementos que determinam as condições econômicas, as quais, tendo-se por base afetam diretamente a escolha de produtos (KOTLER, 2006). 2.4.3.4 ESTILO DE VIDA O estilo de vida constitui no padrão de vida expresso em termos de atividades, interesses e opiniões. Segundo Kotler (1998), os consumidores se posicionam dentro do estilo de vida de cada um consumindo o que é real. Pesquisas realizadas por GUNTER E FURNHAM(1998), mostra que o desenvolvimento da criança como consumidora esta relacionado a participação dos pais nesse tipo de 31 comportamento quando a criança se torna mais socializada sofrendo influencias dos amigos da escola e de outros adultos que participam de sua educação. 2.4.3.5 PERSONALIDADE É uma variável importante para análise do comportamento do consumidor. Contudo, é necessário classificar tipos de personalidade e estabelecer correlações fortes entre certos tipos de personalidade e escolhas de produto ou marca. Karsaklian(2008) cita que a personalidade tem um impacto importante sobre a forma com a qual o indivíduo vai analisar as situações de compra e de consumo do que sobre seu comportamento efetivo. De acordo com Wallon (1993) dos três aos seis anos (estágio do personalismo), a criança está dividida entre um desejo intenso de autonomia e seu vínculo profundo com a família. Participar na escola com outras crianças descontrai um pouco o vínculo com a família e encontra-se um espaço em que pode ser mais fácil para ela fazer alguns ensaios de autonomia: fazer escolhas, discordar do colega e da professora não fazendo o que lhe foi pedido, enfim usar a palavra “não”, sem ser punido ou discriminado por isso. Entender essas atividades como promotoras do seu desenvolvimento, facilita encontrar formas de lidar com elas. Do autor acima citado percebe-se que esse desejo intenso de autonomia também poderá influenciar nas escolhas de consumo que a criança já pode fazer em cada estágio de desenvolvimento. 2.4.4 FATORES PSICOLÓGICOS Por fim os fatores psicológicos que influenciam as escolhas dos consumidores: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes (KOTLER, 2006). 2.4.4.1 MOTIVAÇÃO De acordo com Kotler (2006), “um motivo ou impulso é uma necessidade que influencia o suficiente para levar uma pessoa a agir”. Para Schiffman e Kanuk (2000), a motivação é a força motriz interna dos indivíduos que os impele à ação, a qual é produzida por um estado de tensão, que existe uma vez que há uma necessidade não satisfeita. 32 Segundo Salomon (2002) a motivação ocorre quando uma necessidade é despertada e o consumidor quer satisfazê-la e que essa necessidade pode ser utilitária (desejo de obter algum beneficio funcional ou prático, como por exemplo quando as pessoas comem legumes por razão nutricional) ou hedônica ( uma necessidade de experiência, que envolve respostas ou fantasias emocionais, como por exemplo alguém pensa com saudades de alguma comida preferida). Quem nunca voltou do supermercado com coisas que depois, ao chegar em casa, não soube explicar por que comprou? Às vezes nem gosta-se daquele produto, ou não precisa-se dele, mas mesmo assim o comprou. A quem diga que comprou porque sentiu vontade. 2.4.4.2 PERCEPÇÃO Kotler (2006) diz que quando uma pessoa se encontra motivada, ela está pronta para agir. Neste sentido, “percepção é a forma pela qual uma pessoa seleciona, organiza e interpreta as informações para criar um quadro significativo do mundo”. Schiffman e Kanuk (2000,) definem percepção como “o processo pelo qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta estímulos visando a um quadro significativo e coerente do mundo” Segundo Karsaklian (2008), a percepção é como um processo dinâmico pelo qual aquele que percebe atribui um significado a matérias brutas oriundas do meio ambiente. Na psicologia, a percepção é a tomada de consciência sensorial de objetos ou eventos externos, sejam complexos ou não. Para a psicologia perceber significa reagir automaticamente ao contexto através dos sentidos. De acordo com Solomon (2002), os impulsos captados por nossos sentidos, dão início ao processo perceptivo, onde os sensores internos captam influências do ambiente externo, gerando assim lembranças, bem-estar, saudades, desejos ou até mesmo repugnância. Por exemplo, ao ouvir uma música no rádio você pode lembrar alguém e trazer a mente o perfume desta pessoa ou até mesmo a sensação de ouvila. O processo de consumo inicia-se com as expectativas que as pessoas têm sobre a vida que gostariam de levar, organizadas em torno de eixos centrais, como expectativas sobre uma nova vida, o corpo, as idéias, o outro, os objetos etc.. E 33 diante dessas expectativas o ser humano seleciona os estímulos que se relacionam com eles; este processo é chamado de percepção (GIGLIO, 2002). As empresas entendem que utilizando os sentidos das pessoas vai facilitar na relação dessas pessoas com o produto. É por isso que nos pontos-de-vendas tudo é estudado: A luz (visão), o aroma (olfato), a degustação (paladar), o tocar nos produtos (tato), o som na loja (audição), tudo para estimular os sentidos do consumidor e fazer com que ele se sinta a vontade. Esses sentidos funcionam como uma porta de ligação do meio interno como meio ambiente e é por isso que nós percebemos as coisas necessárias para a nossa melhor adaptação. É fundamental, portanto, que a publicidade encontre estratégias que facilitem e acelerem o fenômeno da percepção que, por sua vez, leva à ação, à participação e, finalmente, à aquisição do produto. A percepção esta próxima da realidade. O cérebro estimula os sentidos nos quais estão expostos Uma propaganda do guaraná antártica mostra que pipoca só é bom com guaraná bem gelado. Ao entrar no cinema e sentir o cheiro de pipoca o consumidor logo associa a pipoca ao guaraná. 2.4.4.3 APRENDIZAGEM A aprendizagem é um processo contínuo, cujo objetivo é gerar uma mudança relativamente permanente no comportamento causado pela experiência. O indivíduo aprende até mesmo quando não está aprendendo a aprender. GADE(1998) define como modificações de resposta em função da experiência. Os psicólogos propõem várias teorias para explicar este processo, dentre elas as Behavioristas (estímulo resposta) e Cognitivas (observação) SALOMON (2002). A teoria Behaviorista da aprendizagem segundo Salomon (2002) são os processos de resposta exterior que é o estímulo. Segundo psicólogos essa teoria não se concentra nos processos internos do pensamento, a mente é estudada como uma “caixa preta”, ou seja, o consumidor é comparado com uma “caixa preta” daí sai à observação dos aspectos do comportamento, como é representado na figura. 34 Figura 4 - Processo de Aprendizagem Fonte: SALOMON (2002). Nesta perspectiva são compreendidas duas abordagens da aprendizagem: o condicionamento clássico (quando o estimulo que acarreta uma resposta é igualado a outro estimulo que inicialmente não provoca uma resposta própria.) e o instrumental (quando o individuo aprende a ter comportamentos que produzem resultados positivos evitando o que acarreta conseqüências negativas). A Teoria Cognitiva é composta pelos processos mentais internos, onde as pessoas são vistas como individuo que solucionam problemas e utilizam informações do mundo à sua volta para dominar seu ambiente e que, também, salientam o papel da criatividade e da percepção durante o processo de aprendizagem (SALOMON, 2002). O processo de memorização consiste em adquirir e registrar a informação de maneira a poder acessá-la mais tarde. A forma como a informação chega ao indivíduo, dar a possibilidade de entender o que esta sendo representado. Segundo (SALOMON, 2002, KARSAKLIAN, 2008). A memória funciona em três etapas: Memória sensorial - responsável pelo processamento inicial da informação sensorial e sua codificação; A memória de curto prazo - recebe as informações já codificadas; De longo prazo recebe as informações da memória de curto prazo e as armazena. Existe corrente teórico que defende que o processo de memorização dos produtos está relacionado com a quantidade e forma da informação referente ao produto e a idade. Eles relatam, ainda, que entre 8 a 11 anos a memória das crianças está realmente capacitada a tomar consciência dos objetos informativos e persuasivos nos quais se baseia o discurso publicitário. 35 Segundo Karsaklian (2008), “a aprendizagem é a modificação relativa e durável do comportamento em virtude da experiência passada.” É um processo de adaptação do indivíduo a seu meio ambiente. Segundo Kotler (1998), Esta teoria ensina que se pode desenvolver a demanda por um produto associando-o a impulsos fortes, usando sugestões motivadoras e fornecendo reforço positivo. Richers (1984) Diz que “o homem é capaz de aprender e alterar os seus comportamentos através da ampla utilização de sua experiência passada”. O autor ainda apresenta duas explicações psicológicas para a natureza do aprendizado: a cognitiva (por meio da qual o indivíduo se conscientiza de um estímulo) e a afetiva (que ocorre quando alguém começa a apreciar o estímulo após tornar-se consciente dele). Pesquisadores educacionais, em especial os psicólogos, têm estudado o comportamento infantil e a sua relação com a aprendizagem. Dos estudos realizados decorre que os comportamentos são apreendidos, são às vezes imitados, são condicionados, enfim, a criança aprende de várias formas. Para Piaget, por exemplo, o objeto da aprendizagem não é a aquisição de informações, mas a compreensão de conceitos de diferentes ramos do conhecimento. As atitudes colocam as pessoas numa estrutura mental de gostar ou desgostar de um objeto. Ainda, como afirma Solomon (2002), “uma atitude é duradoura porque tende a persistir ao longo do tempo”. Segundo Kartz (apud KARSAKLIAN, 2008), As atitudes têm quatro funções básicas: Função instrumental ajustativa: o indivíduo tem sua atitude em torno da recompensa e da redução de insatisfação. Função ego-defensiva: atende a necessidade básica do psiquismo quanto a proteção do eu. Função de expressão de valores: faz o individuo expressar atitudes apropriadas a seus valores pessoais e seu autoconceito. Função de conhecimento: permite construir o universo de forma organizada, dando significado e organização das percepções. Outra questão a ser discutida no âmbito social é a influência da Publicidade nas relações de consumo, seu real reflexo na vida do consumidor, ou seja, como isso afeta sua satisfação e sua consagrada busca pela felicidade. 36 A constante evolução dos meios de comunicação permitiu a mensagem publicitária, percorrer de forma mais ampla e célere no meio social, alcançando uma nova dimensão e atuando intensamente nos costumes e padrões do seu onsumidor, apresentando o produto e sua finalidade. Portanto, pode-se constatar que a Publicidade é o link entre a produção e o consumo, nesse sentido ela age de modo informativo e de maneira persuasiva, criando um paralelo entre a abundância dos bens de consumo com o bem-estar e a auto-realizaçao. Conclui-se que provavelmente o consumismo não existiria sem sua ferramenta principal, a notória Publicidade, e é por seu intermédio que se desenvolvem novos padrões de consumo, surgem novos estilos de vida e conseqüentemente afloram-se novas necessidades, não somente físicas e psicológicas, mas principalmente psicossociais. Na verdade hoje é muito comum quando as crianças, ao saírem de casa com seus pais para fazer compras, peçam alguma coisa para ser comprada. Não só durante as compras como em casa, no carro, no cinema, etc... Depois de um estudo especifico sobre o comportamento do consumidor e a decisão de compra dos consumidores que foi identificado desde o estilo de vida das pessoas até os hábitos de consumo o que se pode ver é que as crianças estão cada vez mais tendo o poder na decisão de compras da família. O que se tem visto é que a compra familiar são muito influenciadas pelos filhos e que os pais realmente ouvem a opinião das crianças sobre os produtos comprados para toda a família, como por exemplo, um carro. Elas dão palpites sobre cores, som, tipo de carro, bancos e até a marca. 2.5 VARIÁVEIS QUE AFETAM E DETERMINAM O COMPORTAMENTO DE CONSUMO NA INFÂNCIA Na Idade Média, as crianças eram vistas como adultos de tamanho reduzido e que entre o século XV e XVI, pais e filhos tornaram-se mais próximos e as crianças foram reconhecidas como diferentes dos adultos. Com uma convivência maior entre os pais e filhos, as crianças do século XIX conseguem atrair mais a atenção dos adultos (KARSAKLIAN, 2008). Durante o século XX, para uma grande parte da população o orçamento só tinha uma palavra: a alimentação, (ou seja, em primeiro lugar estava a alimentação) 37 o que se pode observar a diferença para os dias de hoje. O consumo atual está dividido em diversas categorias como: divertimentos, saúde, água, luz, telefone, moradia, cultura, educação, despesas pessoais, entre outras (ou seja, o orçamento tornou-se importante não só papa a alimentação como para o lazer também), (KARSAKLIAN, 2008). Estas mudanças geram alterações no comportamento do consumo da família, e por conseqüência no comportamento das crianças. Essas mudanças e transformações não ocorreram por acaso; pode-se atribuir que é conseqüência das alterações no ambiente em que a família vive, porque as crianças estão crescendo em um ambiente familiar em que acabam passando mais tempo em espaços fechados e com pouco contato com outras crianças, então acabam fazendo da televisão e da internet seu principal contato com o mundo exterior. Há algum tempo, observa-se a propagação de estereótipos do que seria ser criança, especialmente quando se trata de comportamento de consumo. Tem se identificado muito, principalmente nos estudos acadêmicos3 um retrato de crianças manipuladoras que sabem muito bem o que querem e que fazem de tudo para obter o que desejam. Esse poder de influência das crianças tem sido identificado inclusive no consumo familiar, porque na grande maioria os pais não têm preferências por uma marca e ai a opinião das crianças nesse momento é determinante. Quase todos os pais costumam levar os filhos às compras e as crianças sentem-se importantes ao desempenharem tal função. Diferentes estudos de mercado mostram resultados que indicam que as crianças brasileiras estão influenciando em até 80% dos produtos consumidos no domicílio, como: carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança. Neste sentido, houve uma socialização do consumidor infantil. As crianças são vistas tanto como consumidores primários, ou seja, quem adquire produtos para si próprios, como também influenciadores na decisão de compra dos pais em diversos itens, do mais acessível ao bem de consumo mais caro, e isso desperta o interesse do mercado publicitário em conquistá-las cada vez mais. (KARSAKLIAN 2008). 3 Disponível em www.pesquisaconsumo.blogspot.com/.../consumidor-infantil-de-quem-estamos.html, acessado em 16/01/2009. 38 A publicidade vem crescendo com grande intensidade o interesse pela criança, como público-alvo, tanto que sua participação no mercado de consumo vem ganhando um espaço muito grande nos Meios de Comunicação principalmente o da televisão. Diante disso a iniciação da criança como consumidora acontece cada vez mais cedo e segundo estudiosos elas são consideradas consumidoras três em um, ou seja, consumidoras atuais, promotora do consumo familiar e futuros consumidores adolescentes. Segundo o pensamento de Boniface e Gaussel (1981, apud KARSAKLIAN, 2008, p240) “crescer é consumir”. Eles constatam que a criança de hoje é acumuladora, porque elas nascem com um chocalho e aos 20 anos já possuem um número enorme de bens. Ou seja, quando elas nascem o consumo é limitado porque suas aptidões são restritas, mas à medida que vão crescendo vão se desenvolvendo a um efeito de sinergia e assim ampliando rápida a esfera do consumo. Le Bigot(1980, apud KARSAKLIAN, 2008) descreve esse processo da seguinte forma: de 0 a 2 anos existem mais rejeição do que aceitação. De 2 a 4 anos as primeiras solicitações. De 4 a 6 anos as preferências são mais acentuadas. De 7 a 8 anos os pedidos são mais precisos e orientados para produtos familiares utilizados. De 9 a 11 anos surgimento do desejo por produtos de adulto. De 12 a 14 anos entra na idade do especialista, seu universo se reorganiza em torno das especialidades. A psicologia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos: físicos, motor, intelectual, afetivo-emocional e social desde o nascimento até a idade adulta. Segundo Piaget (1896), o desenvolvimento humano se refere ao desenvolvimento mental e ao crescimento orgânico. Suas pesquisas mostram que existem formas de perceber, compreender e de se comportar própria de cada faixa etária. Assim ele divide o desenvolvimento humano em 4 períodos: o primeiro em sensório motora (0 a 2 anos), o segundo préoperatório de (2 a 7 anos), o terceiro são operações concretas (7 a 11 anos), o quarto são das operações formais (11 a 12 anos). Seguindo o raciocínio de Piaget (1896 – 1980) as crianças de 6 a 8 anos desenvolvem fisicamente, de uma forma lenta e gradual e crescem a nível social, emocional e mental. Nesse período as crianças já aprenderam regras e padrões de 39 comportamento básico da sociedade e já sabem se uma ação é certa ou errada. A vida social dessa criança já passa a ser mais importante, por isso é comum as crianças dessa faixa etária chamar o amigo de “meu melhor amigo”. Também passam a analisar os padrões de comportamento ensinados pela família e a sociedade se comparando com outras crianças da mesma faixa etária e com isso diminui a importância dos pais e da família como modelo de comportamento aumentando a importância dos amigos e dos professores. Aos dez anos elas passam a dar mais importância a um grupo de amigos que gostam das mesmas coisas que elas. Essa participação num grupo de amigos passa a ser muito importante porque o modelo dado pelos amigos começa a obscurecer o modelo dado pelos pais. É uma faixa etária onde há grandes mudanças físicas e psicológicas, onde as crianças passam a ter mais responsabilidades e ao mesmo tempo querer e exigir mais respeito de outras pessoas principalmente dos adultos. Elas passam também a compreender mais a sociedade, ordens social e grupos onde elas se tornam instáveis ao desenvolvimento psicológico. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, não só as crianças como o público de forma geral impactado pelas mídias de massa principalmente a televisão e são estimulados a consumir. As crianças ainda em desenvolvimento são mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e sofrem cada vez mais cedo com as graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo. A publicidade na televisão é hoje uma ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto mesmo não estando prontas para isso. Segundo Karsaklian (2008), não se pode responsabilizar somente a idade como fator de influência na relação da criança com a propaganda, ela diz que a maturidade e a personalidade da criança, bem como a intensidade de seu contato com a propaganda, participam desse processo. Ela relata em seu livro que quanto mais exposta à propaganda, mais a criança desenvolve uma maturidade e um espírito critico com relação a ela. Para a autora o que a criança identifica na propaganda é o caráter informativo, porque o caráter persuasivo vem bem mais tarde com o avanço da idade. Ela conclui que independente da questão consciente ou inconsciente da propaganda o que a criança gosta é do espetáculo oferecido por 40 ela. São as cores, os movimentos, as musicas, as personagens, tudo o que chama a atenção das crianças. E que para elas as propagandas estão no mesmo nível que os programas de TV. Grabner (1998) realizou uma pesquisa com crianças onde ele pediu para que cada criança desenhasse uma propaganda que ela gostasse e outra que ela não gostasse. Entre 38 desenhos metade representava propagandas de refrigerantes, 25% de propaganda de cosméticos e o restante de produtos diversos. Ele concluiu que até 8 anos o que interessa às crianças é a diversão que a propaganda proporciona independente de terem entendido ou não o significado da propaganda, e as que não gostavam era as de excesso de abstração, o medo,a incredulidade e o discurso longo. Segundo pesquisas realizadas por Karsaklian (2008), 50% das crianças prestam mais atenção à história que envolve o produto do que o próprio produto. Como por exemplo: a propaganda da esponja de aço ASSOLAM onde tem uma esponja dançando com um jingol da musica do cantor Latino (Festa no AP). As crianças ficam vidradas na propaganda sem nem se ligar no produto. Outra propaganda é a do Night Power onde os personagens saem de uma maquina dançando. Segundo a autora as crianças formam um público-alvo mais vulnerável do que os dos adultos porque desconhecem os objetivos da comunicação publicitária, porém os adultos que se diz não deixar se influenciar pela propaganda são persuadidos por ela, pois o que se tem visto é que atualmente a televisão é considerada uma das principais formas de passatempo humano de todas as faixas etárias. 2.6 MÍDIA TELEVISIVA A mídia é uma mediação como condição inerente ao “existir no mundo” e como “campo” de informação, de codificação e decodificação de mensagens, que opera tanto sob o princípio da regularidade e da ritualização, quanto sob o da “ruptura” (OLIVEIRA, p.27). A televisão, como meio de comunicação de massa, principalmente da publicidade, pode ser considerado como a segunda mídia mais utilizada no Brasil e também a de maior impacto social (WITTER, 1989). Tanto em quantidade de telespectadores, como na qualidade de ser o meio que atinge, simultaneamente, a 41 audição e a visão, aumentando seu poder sobre o indivíduo (WITTER, 1989). Assim, pode-se considerar que a atenção que se presta a uma televisão é superior, por exemplo, a atenção que prestaria a um aparelho de rádio ligado, já que esse somente utiliza-se das ondas sonoras. Além disso, as mensagens apresentadas pela televisão são sempre cheias de dinamismo e rapidez, o que aumenta ainda mais sua concentração. (WITTER, 1989). Estas mensagens apresentadas pela televisão enfatizam, de alguma maneira, os comportamentos sociais, passando valores e crenças para as pessoas (BELTRÃO apud WITTER, 1989). Segundo Witter (1989) a mídia televisiva tem um papel na formação de conceitos, idéias e padrões de comportamento. Apesar de ser considerado isso, os sujeitos não estão passivos diante de seus aparelhos de TV. De alguma maneira eles interpretam o que vêem, mas também: (...) realizam uma comunicação efetiva e ativa com seus pares, família, colegas de trabalho, clubes, igrejas, etc – na medida em que comentam, discutem, reorganizam as idéias sobre os fatos, informações, dados, idéias e demais aspectos culturais recebidos pelo meio de comunicação de massa. (LULL, apud WITTER, 1989). 42 3 ANALISE DE RESULTADOS 3.1 PROGRAMAÇÃO INFANTIL NOS CANAIS DE TV ABERTA E FECHADA E TIPOS DE PRODUTOS VEICULADOS NOS COMERCIAIS Conforme pesquisa realizada pelo IBOPE4, o público infantil tem trocado as opções oferecidas na parte da manhã pelas emissoras com sinal livre pelas atrações infantis dos canais pagos. ¨O levantamento foi realizado em janeiro em oito cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. No período, na faixa entre 6h e 12h, quando algumas redes abertas, como Globo, SBT, Band e Cultura, destinam parte de sua programação ao público infanto-juvenil, a audiência dessa faixa de público (4 a 11 anos, com acesso a TV por assinatura) foi 48% maior na TV paga em relação aos canais abertos. O índice registrado em janeiro foi o recorde até então. Em 2009, a preferência pelas produções infantis dos canais fechados foi 32% maior que a dos canais abertos.¨ A mudança no hábito inciou na virada de 2008 para 2009, quando pela primeira vez a audiência da TV fechada entre crianças com acesso a esta superou a dos canais abertos. Em 2008, as emissoras por assinatura tinham audiência na faixa da manhã 37% menor que a das redes convencionais. A Rede Globo5 divulgou os índices para simples conferência dos dados de mídia do programa infantil TV Globinho, exibido de segunda à sábado nas manhãs da emissora. O bloco conta com várias animações, dentre elas Os Incríveis Espiões, Os Pinguins de Madagascar, Pucca, Bob Esponja e o anime Dragon Ball Z, além da série Drake e Josh. Os índices mostram que o programa possui uma média de 11 de pontos de audiência, com 40% de participação, de modo que um ponto equivale a 52.300 tevês ligadas no horário correspondente. A pesquisa revela também o tipo de público com base no sexo, idade e classe que o programa possui. Crianças e adolescentes possuem o maior percentual (39%); mulheres são 37% da audiência, e homens, 24%. Com relação a idade, o maior público está entre os 25 e 49 anos, seguido pelas crianças de 4 a 11 e os jovens de 12 a 17. Pessoas de 18 a 24 e acima de 50 anos são o público de menor número. Quanto ao nível de renda, a pesquisa relata que o maior índice de audiência está na classe social C, o que equivale a 55% do total de audiência. Em segundo estão as pessoas das classes D e E, com 26%, e em terceiro, das A e B, com 19%. 4 Disponível em http://tvemrede.blogspot.com/2010/02/criancas-preferem-programacao-infantil.html. Acessado em 03/06/10. 5 Disponível em http://www.anmtv.com.br/2010/05/tv-globinho-rede-globo-bob-esponja.html. Acessado em 03/06/10. 43 A TV Globinho é líder em audiência nas manhãs, quando são exibidos o Bom Dia e Cia. do SBT, e o Hoje em Dia, da Rede Record, principais concorrentes de TV aberta do horário. Conforme pesquisa realizada pelo Ibope6 da audiência dos canais infantis de TV Fechada, em 2010: 1º lugar – Discovery Kids (0,93), 2º lugar - Carrtoon Newtwork (0,62); 3º lugar – Disney Channel (0,60); 4º lugar – Nickelodeon (0,42) , 5º lugar – Disney XD (0,20). O conteúdo dos desenhos Discovery kids Brasil que formam a programação diária, é composto de uma pequena lista com os desenhos mais famosos e assistidos pelas crianças de todo o país: LazyTown, Backyardigans, Hi-5, Inky Dinky Dôo, As aventuras de Doki. Além dessa programação, o canal passa várias lições para as crianças, como, por exemplo, a importância de fechar a torneira quando escova-se os dentes e outras dicas para que as crianças cresçam sabendo a importância de cuidar do nosso meio ambiente, alimentação saudável, viver em família. Atualmente a programação da Discovery Kids é voltada para crianças de 0 a 6 anos. Cartoon Network, é considerado o canal infantil mais importante da Turner. Segundo o Diretor Sênior de conteúdo do Cartoon Network, o argentino Pablo Zuccarino7 ,após uma análise do mercado de conteúdos (com foco no público entre 4 e 11 anos), o canal considerou que é importante renovar a estratégia de programação e criou um novo plano, que fará com que o CN passe por uma forte redefinição em 2010, sem modificar a sua própria personalidade. Durante esse e o próximo ano, o Cartoon Network irá aumentar fortemente o desenvolvimento de produções no Brasil, com destaque a Turma da Mônica. Sobre a programação para o fim do ano, Zuccarino destacou especialmente Ben 10, com novos episódios, especiais e o filme live-action (que estreará em novembro), falando que a série é: "a propriedade de maior sucesso do momento (do CN), tanto em relação à audiência quanto o seu potencial de licensing". Por fim, disse: "consideramos que nossa audiência se expande e tem cada vez mais expectativas, uma demanda por conteúdos de espectro mais amplo. Nesse sentido 6 Disponível em http://www.anmtv.com.br/2010/04/audiencia-ibope-cartoon-network-disney.html. Acessado em 03/06/10 7 Disponível em: http://www.tvmagazine.com.br/talktv/read.asp?ID=9971. Acessado em 06/06/10. 44 já não podemos produzir apenas animação: os filmes, a música, vídeo-game e os live-actions, são elementos de uma mix que temos que balancear." O Disney Channel possui um gigantesco acervo de filmes e séries dirigidos ao público infanto-juvenil que são exibidos periodicamente pelo canal. A grande maioria dos filmes são exibidos através do programa O maravilhoso mundo de Disney, como a Bela e a Fera. Outros, como High School Musical e The Cheetah Girls, foram feitos especialmente para serem exibidos no canal. Este canal sempre deu muito enfoque à música, principalmente ao pop. Séries como Hannah Montana (Miley Cyrus) e Lizzie McGuire e os filmes da DISNEY têm sua parcela de “programa musical”. Nos intervalos comerciais, regularmente são transmitidos videoclipes de músicas de programas exibidos pelo canal. Além disso, são exibidos desenhos animados como Kim Possible, O Point do Mickey, Lilo & Stitch, As Aventuras de Brandy & Sr. Bigodes e Jake Long: O Dragão Ocidental. Os relatórios da medidora de audiência IBOPE8 indicam que os índices panregionais de múltiplos países - Argentina, Brasil, América Central, Chile, México e Peru - que o Disney Channel posicionou-se em primeiro lugar, no período de janeirofevereiro de 2010, entre os canais por assinatura, nos seguintes targets: Lares com cabo - O Disney Channel posicionou-se #1 entre todos os canais por assinatura básicos, tanto nas 24hs (1.27) como no horário nobre (1.68). Pessoas com cabo (4-55+ anos) - O Disney Channel posicionou-se #1 entre todos os canais por assinatura básicos, tanto nas 24hs (0.44) como no horário nobre (0.59). Pessoas de 4 a 17 anos com cabo - Disney Channel posicionou-se #1 entre todos os canais por assinatura básicos, tanto nas 24hs (1.10) como no horário nobre (1.44). Pessoas de 4 a 11 anos com cabo - Disney Channel posicionou-se #1 entre todos os canais por assinatura básicos, tanto nas 24hs (1.34) como no horário nobre (1.78). 8 Fonte: IBOPE MW MC9 (Pan-regional) – Lares com cabo, pessoas (4-55 anos) com cabo, pessoas 4-17 anos com cabo, pessoas 4-11 anos com cabo, e pessoas 12-17 anos com cabo. Segunda a domingo, Rat% 06:0030:00 e 17:00-24:00; (janeiro – fevereiro 2010). Disponível em: http://www.anmtv.com.br/2010/04/disneychannel-mantem-sua-lideranca-em.html . Acessado em 06/06/10. 45 Pessoas de 12 a 17 anos com cabo - Disney Channel posicionou-se #1 entre todos os canais por assinatura básicos, tanto nas 24hs (0.81) como no horário nobre (1.03). Nickelodeon (Brasil) é a versão brasileira do canal americano Nickelodeon e pertencente a Viacom Networks Brasil e MTV Networks. A Nick está disponível para a criança quando ela liga a televisão, acessa a internet, fala no celular, escuta música ou joga um game, sendo o único canal infantil do Brasil que possui um site banda larga completo, o NickTurbo (www.nickturbo.com.br). Nele a criança pode assistir a episódios completos de desenhos, séries, clássicos da Nick, trailers de filmes e fazer sua playlist com os vídeos preferidos. É indicado para crianças e adolescentes. Os blocos da programação são compostos por atrações imperdíveis. Os desenhos Nickelodeon Brasil são Fanboy & Chum Chum, Jimmy Two-Shoes, O Segredo dos Animais - A Série , Os Pinguins de Magadascar, Escola pra Cachorro, Os Padrinhos Mágicos, Speed Racer-Nova Geração, Mighty B!, Bob Esponja, Jimmy Neutron, Rugrats Crescidos, Dora, A Aventureira , As Pistas de Blue , Go, Diego, Go, Super Fofos, eles representam uma garantia de diversão para toda a família; e séries - Brilhante Vitória, iCarly, VP, Alf, o Eteimoso, Um Maluco no Pedaço, A Feiticeira, Jeannie é um Gênio, Zoey 101, Drake & Josh The Naked Brothers Band. Entre os programas Nickelodeon Brasil, há séries prestigiadas pelo público infantojuvenil, como Isa TKMais, Big Time Rush e True Jackson e Normal Demais. As produções ajudam a compor uma programação mista e com novidades a todo o momento. Disney XD apresenta filmes de ação com a marca Disney, desenhos animados, além de séries live-action estão na grade. Uma das maiores apostas é "Aaron Stone", que conta a história de Charlie, um menino craque em um jogo online que um dia descobre que a brincadeira é, na verdade, um treinamento para agentes secretos. E ele será recrutado. Charlie não tem poderes de verdade, não é um super-herói. Ele usa seus acessórios para salvar o mundo. Como interação é palavra de ordem no novo canal, o game da série, "HeroRising", ganhará uma versão "real", para que os telespectadores também possam jogar. Outra série que promete é "Zeke e Luther", sobre dois amigos que vivem em competições de skate. 46 Há animações como "Kid vs Kat", sobre um gato de estimação malvado, e "Clube dos caça-monstros, sobre meninos que se dividem entre a escola e a caça aos monstrengos. E há espaço para o esporte com a Copa Disney, a tradicional competição de futebol para meninos e meninas, de 10 a 12 anos, que será transmitida pelo novo canal. Quanto a programação para as meninas no Disney XD a Pucca, e em todas as séries do canal há personagens femininas. Em 2009 o Boomerang havia anunciado que faria mudanças em seu perfil. Antes voltado para crianças e adolescentes, passou a explorar somente o público adolescente, e isso ficou evidente nos novos programas e nas séries. A reformulação traz como novidades a terceira temporada de H2O, Meninas-Sereias, a segunda temporada de Lockie Leonard e a estreia da inédita Majority Rules. Uma outra série que já é exibida no Brasil pelo canal HBO Family desembarcará no Boomerang: Britannia High. Assim como aconteceu com Merlin (Disney XD), essa é a das raras vezes que uma série exibida em um canal também é comprada para ser exibida em outro. Em 2010, o Boomerang9 estreou: H2O, Meninas-Sereias (3ª temporada) - a trama da série gira em torno de três adolescentes que lidam com os problemas do cotidiano de uma forma diferente: como poderosas sereias! Lockie Leonard (2ª temporada) - é um adolescente apaixonado por surfe que se muda da cidade grande para a remota Angelus, no oeste da Austrália. A Vida Secreta de uma Adolescente Americana (3ª e 4ª temporadas) - tem como foco as questões sobre sexo e relacionamento na adolescência. Uma aluna e filha perfeita se rende ao garoto mais lindo da escola, Romeo, e acaba engravidando; outra garota, popular e virgem convicta, não percebe que a força de vontade de seu namorado não é tão grande quanto a dela na questão da abstinência; e um bom garoto, determinado a se tornar um mau garoto, percebe que ir atrás do que ama só o faz reforçar ainda mais seu lado bom. 9 Disponível em: http://www.anmtv.com.br/2010/04/boomerang-nova-tempora-de-h20-meninas.html. Acessado em: 06/06/10. 47 Nova série - Majority Rules - Rebecca “Becky” Richards é a típica adolescente que adora skate e Xbox, sem querer, ela se tornar candidata à prefeita de sua cidade, Mayfield – e ganha! Becky e seus amigos tomarão conta da prefeitura com uma energia e uma visão adolescente jamais vista antes. Nova série - Britannia High – considerado um drama musical incrível. Na escola Britannia High, os alunos são orientados em como deixar sua marca no mundo, dar o melhor de si em cada matéria e adquirir conhecimento de vida e vencer os obstáculos. Sobreviventes (2ª temporada) - Um reality show canadense em que oito adolescentes são levados para uma floresta, para aprenderem a arte da sobrevivência. Nada de videogames, internet e junk food... É sério! Connor Undercover é - o maior fã de espiões do mundo, viu sua vida mudar completamente no dia em que Gisela, a filha de um ativista político de uma pequena ilha, foi morar com a família dele. Mas, apesar de ela ter sido enviada para lá para escapar dos perigos em sua terra, as conspirações e o mistério a seguiram. Agora, as histórias de ação repletas de guarda-costas, espiões, helicópteros e perseguições não fazem apenas parte dos filmes preferidos de Connor – fazem parte de sua vida! Parental Control - Este não é mais um daqueles programas sobre namoro. Porque, desta vez, os pais estão no controle. Pais, insatisfeitos com os relacionamentos atuais de seus filhos, entrevistam potenciais pares! No fim da história, será que eles continuarão seus relacionamentos atuais ou decidirão dar uma chance à escolha de seus pais? Speaker - o Boomerang vai as ruas e empresta o microfone e aos adolescentes que mandam seu recado na TV. De Menina para Menina - Marivalda apresenta um talk show imaginário diretamente do seu quarto! Família, escola, garotos, beijos, ela vai falar sobre tudo. 48 Lookeando - Especialistas de Moda dão mil idéias para o seu guardaroupa! 30 minutos com os looks mais modernos e a apresentadora mais fashion. Verificou-se que na TV aberta os principais comerciais veiculados, no horário das 8 às 12h e das 14 às 18h, são de fast food (Mc Donald, Habibs), sucos (suco Leve, Tang), refrigerante (Coca-Cola, diet Dolly), tempero (Minhoto e Kinnor), iogurte (Activa), chocolate (Bis), matinais (Sucrilhos), alimentos (Sádia). E na TV fechada de iogurte (Chamyto), fast food (Mc Donald), matinais (Sucrilhos), alimentos (China in box). Vale salientar ainda, que o canal Discovery Kids ao longo da programação apresenta comerciais voltados para programas em família com alimentação saudável, tipo piquenique em um parque pai, mãe e filhos. A Nicklodeon, também, apresenta chamadas voltadas para o consumo de produtos saudáveis em família. Entretanto, observa-se que os anunciantes de alimentos infantis aparecem como patrocinadores de programas, e quando realizam chamadas não vendem o produto em si, mas uma promoção. Os comerciais do McDonalds no mês de abril de 2010 período da realização desta pesquisa anunciavam a idéia de traga um amigo e ganhe descontos, e posteriormente a promoção de brinquedos. Foi visto que nos comerciais em geral há sempre um apelo emocional recorrendo à expressão de sentimentos como carinho, amor, dedicação, proteção e cumplicidade, envolvendo amigos e principalmente a família em um ambiente harmonioso e feliz como mostra no comercial do Mc Donald, Habibis, Tang. Possuem um potencial de persuasão infantil que maximiza o efeito da propaganda apresentando diferentes formatos como brindes, embalagens promocionais, entre outros. Também estimulam os sentidos valorizando as sensações provocadas pela cor, forma, cheiro, aparência e o paladar dos alimentos, mostrando pessoas degustando e se deliciando com produtos como é mostrado no comercial da Sadia e assim despertando no publico o desejo de consumo. Junto a tudo isso vem os jingles que facilita o consumidor uma associação entre a melodia e o produto ou marca. 49 3.2 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DO CONSUMIDOR INFANTIL As 96 crianças pesquisadas são alunos do colégio Antares, sede Bairro de Fátima, na cidade de Fortaleza, cursando ensino fundamental do período da manhã e tarde matriculados em 2010. Destes 61% são meninas, e 39% são meninos. Com idade entre seis e dez anos, nesta amostra há uma quantidade maior de meninas com idade de seis e oito anos. Os alunos cursam do 1º ao 5 ano. No que se refere ao turno do estudo 58% estudam pela manhã, 33% no turno da tarde. Gráfico 1 – Sexo Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 2 - Idade Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 3 - Turma Fonte: Dados da pesquisa Em relação a formação familiar, 77% dos alunos tem os pais casados, 11% alunos possuem pais solteiros, 10% os pais são separados e 10% são órfã de pai ou de mãe. Deles 49% possuem 1 irmão, O gráfico mostra que as famìlias maiores são de pais casados. 50 Gráfico 4 – Pais Gráfico 5 - Irmão s Fonte: Dados da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 6 - Quantidade de filhos Fonte: Dados da pesquisa 3.3 PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO DOS PAIS PESQUISADOS Os pais pesquisados são de alunos do colégio Antares, sede Bairro de Fátima, na cidade de Fortaleza, cujos filhos cursam ensinos fundamentais do período da manhã e tarde matriculados em 2010. Os questionários foram enviados através da agenda do aluno, o que permitiu observar que a responsabilidade da educação formal dos filhos continua sendo uma função materna. Observa-se que de forma geral os pais possuem nível superior, e a maior parte possui o nível de renda entre C e B, destaca-se ainda, a existência de 23% de pais de classe E e D. 51 Gráfico 7 - Sexo dos Pais Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 8 - Sexo X Escolaridade Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 9 -Sexo X Nível de Renda X Trabalha Fonte: Dados da pesquisa Verificou-se que as famílias estão cada vez menores, 47% dos pais possuem um filho, 35% têm 2, filhos, 14% com 3 e apenas 3% com 4 filhos. Quanto ao sexo dos filhos identificou-se que se tem mais meninas dos que meninos. Gráfico 10 - Quantidade de Filhos dos Pais Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 11 - Sexo dos Filhos Fonte: Dados da pesquisa 52 3.3. FATORES CULTURAIS, SOCIAIS, PESSOAIS, PSICOLÓGICOS QUE INFLUENCIAM AS DECISÕES DE CONSUMO INFANTIL Segundo os pais, os filhos pedem mais brinquedos e menos roupa. Com relação à alimentação os mais pedidos é chocolate/ chiclete/ doce, seguido por sorvete e salgado. Gráfico 12 - Pedidos dos filhos aos pais Fonte: Dados da pesquisa Verificou-se que as meninas vão mais ao supermercado do que os meninos, demonstrando que permanece a cultura de que a mulher deve cuidar da casa, comprar os alimentos da família. Gráfico 13 - Sexo X Crianças que vão ao supermercado com os pais Gráfico 14 - Sexo X Idade das crianças que vão ao supermercado com os pais Fonte: Dados da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa Quanto à alimentação, embora os filhos gostem mais de determinados alimentos, os pais definem em parte o que os filhos consumem, pois são decisivas no processo de compra. Além de ter sido observado que os filhos levam para lanchar na escola alimentos de fácil preparo como biscoito, pão de queijo e pizza, além de uma bebida que é o suco ou achocolatado. 53 Gráfico 15 - Sexo X Alimentos que as crianças mais gostam Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 16 - Sexo X Hábito alimentar dos filhos Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 17 - Consumo do lanche escolar X Sexo Fonte: Dados da pesquisa Na opinião dos filhos, os pais são influenciados pelos seus desejos, pois não houve nenhuma resposta em que os filhos relatassem que NUNCA os pais compram coisas que eles pedem. Por outro lado, ao questionar os pais, observou-se que alguns destes relatam que não são influenciados pelos pedidos dos filhos, sendo esta uma opinião dos pais que possuem família com 3 e 4 filhos e classe social de E, D, C1, C2 e B1, uma vez que a renda é um fator limitante. Os pais que são mais condescendentes com os pedidos dos filhos são aqueles que possuem famílias entre 1 e 2 filhos. Mesmo com renda às vezes restrita fazem o sacrifício para conceder o que é de melhor aos filhos, pois possuem a crença de que o processo de ascensão social dos filhos ocorre através de uma boa alimentação para proporcionar o desenvolvimento físico. 54 Gráfico 18 - Idade X Periodicidade que os pais compram o que os filhos pedem Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 19 - Classe Social X Quantidade de Filhos X Periodicidade que os pais compram o que os filhos pedem Fonte: Dados da pesquisa O consumo de alimentos pelos filhos não difere muito na relação de gênero, e a ordem de consumo segue a seguinte: suco, bolacha, sorvete, refrigerante, pizza, batata frita, lanche fora de casa e salgadinho. Gráfico 20 - Os alimentos mais consumidos pelos filhos segundo os pais Fonte: Dados da pesquisa 55 A pesquisa permitiu identificar que as famílias com 1 e 2 filhos concedem alimentos menos saudáveis aos filhos do que aquelas que possuem até 3 (três) filhos. Acredita-se que a renda inviabiliza o consumo de produtos alimentícios mais caro para toda a família. Não sendo consumidos ou consumidos menos de uma vez por mês. Gráfico 21 - Freqüência de consumo de alimentos dos filhos X Quantidade de filhos Fonte: Dados da pesquisa Conforme os pais as meninas têm como lazer principal: esporte, vídeo game e brincar sozinha. Quanto aos meninos, o vídeo game é o principal lazer, seguido de esporte, leitura e internet (não se levar em conta a quantidade de meninos e meninas). Gráfico 22 - Lazer X Sexo dos filhos Fonte: Dados da pesquisa 56 Os pais limitam o acesso dos filhos à internet, e acreditam que seus filhos acessam canais de jogos, canais infantis e em menor proporção o orkut e sites educativos. Gráfico 23 - Lazer X Sexo dos filhos Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 24 - Tipo de site acessados X Sexo dos filhos Fonte: Dados da pesquisa Observa-se que nas famílias com: 1 filho – os amigos, as propagandas de TV, as embalagens, os personagens, programas de TV, primos/ parentes e site são citados como fonte de influência na escolha de produtos. Entretanto, observase que os amigos e as propagandas são citados com maior frequencia pelos pais; 2 filhos – possui o mesmo padrão de 1 filho; 3 filhos – os amigos e os personagens de TV são mais indicados como fonte de influência; 4 filhos – os pais indicaram como fonte de influência os amigos, as propagandas de TV e os personagens de TV. Portanto, segundo os pais a TV exerce influência no comportamento de consumo de seus filhos, muito embora os amigos sejam elemento mais importante. 57 Gráfico 25 - Motivos que influenciam a decisão dos filhos X Número de filhos Fonte: Dados da pesquisa Perguntou-se as pais qual a preocupação deles em relação a exposição dos filhos a violência, alimentação saudável, amizades dos filhos, prática de esportes, controle da programação de Tv e dos conteúdos veiculados nos intervalos, e, por fim controle do conteúdo disponível na internet. A maior preocupação dos pais (nota 5) está na exposição dos filhos a violência, em seguida, o controle de conteúdo da internet. O conteúdo da programação de Tv fica em 4º lugar nas preocupação, e os comérciais de TV ficam em 7º lugar. A alimentação saudável ocupa 5º lugar. Gráfico 26 - Grau de Preocupação dos pais em relação aos filhos Fonte: Dados da pesquisa 58 Os pais concordam que deve haver algum tipo de restrição nos comerciais veiculados na TV. Gráfico 27 - Quantidade de filhos X Restrições de comerciais Fonte: Dados da pesquisa Com relação às horas de lazer das crianças foi identificado que os meninos gostam mais do vídeo game e as meninas preferem a internet, porém as meninas brincam de outras coisa se não tiver a internet, mais os meninos se não tiver o vídeo Game pare eles não tem muita diversão. Vale salientar, que o fato de ter ou não irmãos não influência na escolha pelas atividades de lazer, preferências de canais de TV, de programação e alimentação. (gráfico 22). 3.4 Comportamento de consumo tendo como base a relação entre a publicidade de certos alimentos e o consumo infantil destes. Para compreender a relação do comportamento de consumo infantil e a influëncia da TV, foi identificados que os canais mais assistidos pelo público infantil pesquisado são: TV Aberta – Globo e SBT, tendo a Globo com maior público meninas, mantendo o padrão de preferência nacional; TV Fechada – Cartoon, Disney, Nickeloaden, Discovery Kids, Ra-TimBum, Boomerang e HBO. 59 Gráfico 28 – Audiência TV Aberta X Sexo Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 29 - Audiência TV Fechada X Sexo Fonte: Dados da pesquisa Fonte: Dados da pesquisa Em relação aos programas mais citados pelas crianças verificou-se que em: 1º lugar foi o discovery, seguido por Pica-Pau, TV Globinho, Disney, Ben 10, Bob Esponja, Carro, Icarly, e Malhação. Gráfico 30 – Programação mais assistida pelas crianças Fonte: Dados da pesquisa Quando se cruza os dados dos programas que as crianças mais Gostam X Sexo, observou-se que as meninas buscam uma programação mais romântica, como a bela e a fera, Hanna Montana High School Musicalcom assim como as heroinas como as Super Poderosa, Pucca, entretanto é fato que a violência também está presente. enquanto os meninos gostam mais de filmes que retratam lutas, guerras e super herói como o Bem 10 e o Naruto. 60 Quanto a idade pode-se identificar Gráfico 31 - Programa que mais gosta x idade Fonte: Dados da pesquisa Identificou-se também que 60% das crianças assistem a mesma programação todos os dias. Gráfico 32 - Assiste a programação que mais gosta todos os dias Fonte: Dados da pesquisa Perguntou-se as crianças qual propaganda chama mais a atenção delas. Uma pequena parcela respondeu alguma de comida, porém a maioria lembram mais de propagandas como futebol e brinquedos,. uma grande parte disse que nenhuma chamava a atenção delas. 61 Gráfico 33 - Propagandas que mais chamam a atenção das crianças X Sexo Fonte: Dados da pesquisa Depois, mais diretamente foi perguntado se elas lembravam de alguma propaganda de comida e qual? 51% responderam que sim e 48% responderam que não. Gráfico 34 - Lembra de alguma propaganda de comida Fonte: Dados da pesquisa Verificou-se que os comerciais citados pelos entrevistados estão realmente sendo veiculadas pelas emissoras de TV. Entretanto, observa-se que os produtos de alimenticios veiculados na televisào não são os mesmos produtos que elas gostam de comer. Com relação ao consumo de alimentos veiculados nos comerciais indicados pelas crianças identificou-se que os alimentos que as crianças normalmente gostam com excessão do refrigerante e do suco não estão sendo veiculads na televisão, porém foi visto que uma grande parte das crianças vão ao supermercado com seus pais e compram o que mais gostam. Nos canais abertos mais indicados foi constatado que passa comerciais do Mc Donald, Suco Leve, Minhoto, Tang, Coca- 62 Cola, Bis, Activa, Sucrilhos e Produtos da Sadia. Nos canais fechados atualmente só esta passando a do Chamyto da Nestlê. Gráfico 35 - Propagandas lembradas X Sexo Fonte: Dados da pesquisa Gráfico 36 – Crianças vão ao supermercado – Alimento que mais compra X Sexo Fonte: Dados da pesquisa 63 CONSIDERAÇÕES FINAIS O resultado da pesquisa realizada evidencia fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos de influencias no processo de decisão de compra. Nos fatores culturais como diz Gade (1998), “o nosso comportamento é influenciado pela nossa cultura e o nosso consumo. Foi visto que é muito comum as crianças irem ao supermercado com os pais e que esse ambiente acaba sendo um grande influenciador de consumo alimentar, pois segundo as crianças são as guloseimas os mais preferidos por elas, embora haja um controle dos pais definindo em parte o que os filhos vão consumirem já que eles são quem decide o que comprar. Por isso pode-se concluir que: os alimentos que as crianças indicaram por serem os preferidos não passam na televisão. Quanto aos fatores sociais, que são os grupos de referencia e família, podem ser considerados como um dos principais influenciadores no processo de compra. As famílias estão cada vez menores, os casais estão na grande maioria apenas com 1 e 2 filhos e por muitas vezes fazem muito mais a vontade dos filhos do que os casais que possuem mais de 3 e 4 filhos, e que se dizem não ser influenciados por eles até porque existe o fator limitante que é a “renda familiar” . Ou seja, para quem tem mais de 2 filhos a renda inviabiliza o consumo de produtos mais caros. O que se pode concluir que a renda familiar influencia o consumo de alguns alimentos industrializados. Na opinião dos pais os amigos estão em primeiro lugar na influencia de consumo dos filhos embora eles acreditem que a TV influencie também. Quanto a programação vimos que na TV aberta a TV Globo esta em maior audiência com a TV Globinho e que esse índice de audiência esta na classe social C que é equivalente a 55%, em seguida estão as da classe D e E, com 26% e em terceiro, A e B, com 19%. Ou seja, a programação da classe menos favorável que provavelmente seja de pais que tem mais de 3 filhos e que fica inviável pagar uma TV a cabo e com isso as crianças fora do horário matinal elas ficam expostas a outras programações que não é apropriada para sua idade como por exemplo a Malhação que foi citado por algumas crianças. Quanto aos comerciais a quantidade de propagandas de alimentos veiculados nas emissoras é muito pequena, não sendo nenhuma de alimentos indicados de preferência das crianças e, além disso, não esta sendo fixada na mente das crianças com relação. As propagandas de brinquedos estão com mais intensidade. 64 No que se diz respeito aos fatores pessoais pode-se afirmar que todos influenciam até porque estes dizem respeito às características particulares das pessoas. Assim considera-se idade e estágio de ciclo de vida, ocupação, condições econômicas, estilo de vida e principalmente personalidade. A TV de fato é representa uma das principais formas de passatempo humano de todas as faixas etárias. Os pais ao passarem muito tempo fora de casa trabalhando por questões de segurança preferem que seus filhos, quando não estão na escola, fiquem em casa assistindo televisão ou no computador a estarem expostos a insegurança e a violência das ruas. Lembrando que as crianças passam muito mais tempo no computador seja jogando vídeo game, seja acessando outros sites como o Orkut que com isso estão tendo uma crescente autonomia em parte pelo maior acesso a informação. Com relação aos fatores psicológicos, conclui-se que as crianças que vão sempre ao supermercado estão sempre motivadas a comprar as guloseimas que gostam e que as que ficam em casa elas consomem aquilo que os pais compram. Independente da faixa etária de idade as crianças assistem a mesma programação (programação que nem sempre estão dentro da faixa etária de idade delas) e que quanto aos comerciais eles nem prestam tanto a atenção, pois a grande maioria não se lembra de nenhum comercial de alimentos, e os que lembraram falaram do comercial do Pão-de-açucar que mostra sempre um lugar de gente feliz, o que se conclui que os comerciais veiculados na TV não estão fazendo efeito na memória das crianças. O que vem afirmar o que concluiu Karsaklian (2008), que o que a criança gosta é do espetáculo oferecido pela propaganda, são as cores, os movimentos, as musicas, as personagens, tudo o que chama a atenção delas. Muitas vezes elas nem conhece o produto, mas a propaganda é tão animada que chama a atenção delas. Portanto com este estudo pode-se perceber que as crianças hoje estão mais expostas à internet e outros meios de influencia do que a televisão devido aos valores culturais e sociais que vivemos. Através das observações das propagandas nos horários da programação que as crianças assistem conclui-se que não estão influenciando nos hábitos alimentares, pois tirando o Mc Donald e a Coca-cola que já esta formado na mente das crianças independente de propaganda, as outras não estão fazendo parte dos hábitos alimentares das crianças. 65 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS AAKER, D. A.; KUMAR, V.; DAY, S. Pesquisa de Marketing. 2° edição, São Paulo: ed. Atlas, 2004. BONIFACE, J; GAUSSEL,G Les enfants consommateurs. Paris: Casterman, 1981. consumidor. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. CHURCHILL JR, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. 2.ed. Tradução: Cecília C. Bartalotti e Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2000. COBRA, Marcos. Marketing básico: uma perspectiva brasileira. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. ENGEL, James F.; BLACKWELL, Roger D.; MINIARD, Paul W. Comportamento do consumidor. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. 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Horário seu horario da Escola? Parcial Manhã Tarde 9. Qual o canal que mais assiste? Globo Cultura RedeTV Bandeirante Discovery Boomerang Cartoon Nicklodeon Outros______________ 10. Qual o programa que você mais gosta? 9 anos 10 anos Viúvo HBO family Animax Bricar sozinho com seus brinquedos Outras atividades esportivas (andar de patins,natação,etc.) Integal Record SBT Disney Ra-tim-bum 11. Você assiste todos os dias? Sim Não 12. Qual a propaganda que mais chama sua atenção? 13. Lembra de alguma propaganda de comida? Sim Não 14. Qual? 15. Seus pais compra as coisas que voce pede? Todas as vezez As vezes 16. Voce vai ao supermercado com seus pais? Sim Não 17. Quais os alimentos que você mais gosta? Bolacha Refrigerante Pizza Lache fora de casa O que normalmente voce Lacha na escola? Nunca Salgadinho Sorvete Batata Frita Suco 71 APÊNDICE III FACULDADE SETE DE SETEMBRO Curso de Graduação em Publicidade e Propaganda Questionário aplicado aos Pais 1. Qual o Sexo? 1- Feminino 2- Masculino 2. Qual sua Idade__________________ 3. Qual a sua escolaridade? 1- Fundamental 2- Médio 3- Superior 4. Qual estado civil? 1- Solteiro 2- Casado 3- Disquitado 4- Viuvo 5.Você Trabalha? 1- Sim 2- Não 6. Qual a sua ocupação? 1- Assalariado registrado 3.Free-lance 5- Assalariado sem registro 7- Autonomo 2- Funcionário Público 4- Empresário 6- Profissional liberal 8- Desempregado 7.Qual sua renda familiar mensal? 1- 1106,80 à 1939,88 3- 2.905,05 à 4.778,12 5- 8050,68 à 13917,44 7- 26.254,92 à 38.933,88 2- 1939,88 à 2905,04 4- 4.778,13 à 8.050,68 6- 13917,44 à 26.254,92 8- 38.933,88 acima 8. Quantos filhos você tem? Quant. Masc Fem 9. Qual a idade? 1- De 3 a 5anos 2- De 5 a 7anos 3- De 7 a 9anos 4- De 9 a 11anos 10. Qual a principal atividade de lazer realizada pelo seu filho? 1- Jogar/assistir videogame 3- Acessar a internet 5- Bricar sozinho com seus brinquedos 2- Leitura de livros,revistas,gibis,etc. 4- Outras atividades esportivas(andar de patins,natação,etc.) 11. Seu filho acessa a internet? 1- Sim 2- Não 12. Qual o site? 1- Jogos on-line 2- Canais infantis(Cartoon) 3- Orkut 4- Educativos 13. Você limita o uso da Internet? 1- Sim 2- Não 1 - sem 5 - muita preocupação 14. Qual o grau de preoculpação com relação a seu filho? 2 3 4 preocupação 1 Evitar a exposição a violência 2 Alimentação saudável para seu filho 3 As amizades do seu filho 4 Praticas de esportes 5 Controlar a programação de TV para seu filho 6 Controlar o conteúdo disponível na internet 7 Conteúdo das propagandas que passam nos intervalo comerciais da TV 15. Quais os pedidos que normalmente seu filho costuma fazer? 1. Chocolate/bala/chiclete/doce/bolacha 5 . Bolacha salgada/salgadinho 9. Roupas 2. Boneca 6. Bicicleta 10. Dinheiro 3. Carrinho 7. Bola 4. Videogame como Play Station 8. Sorvete 16. Quais os alimentos mais consumidos pelo seu filho? 1. Bolacha 3. Refrigerante 5. Salgadinho 7. Batata Frita 2. Pizza 4. Lache fora de casa 6. Sorvete 8. Suco 17. Indique a frequência: 1. Algumas vezes por semana 2. Algumas vezes por mês 3. Menos que uma vez por mês 18. Você costuma ser influenciado pelos pedidos do seu filho? 1. É influenciado pelos pedidos do filho 3. Sim, muitas vezes 2. Sim, de vez em quando 4. Não costuma ser influenciado 19. O que influencia os pedidos do seu filho? 1. As propagandas na TV nos intervalos comerciais 4. Os sites na internet 7. Os amigos 2. Os personagens de TV ou de filmes 5. Os programas de TV 8. As embalagens 3. Não é influenciado por nada 6. Primos/Parentes dos produtos 20. Você acha que pode ter algum tipo de restrição de propagandas? 1- Sim 2- Não 1. Concordo totalmente 2. Concorda 3. Disncorda em partes 4. Discorda totalmente 72 ANEXOS I Disponível em: http://www.hostpobre.com/como-descobrir-sua-classe-social.html. Acessado em 06/06/10.