ROSEANO MEDEIROS DA SILVA PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIROAMARELO COM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA MOSSORÓ – RN 2012 ROSEANO MEDEIROS DA SILVA PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-AMARELO COM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Agronomia: Fitotecnia. ORIENTADOR: Prof. D. Sc. VANDER MENDONÇA MOSSORÓ – RN 2012 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA. S586p Silva, Roseano Medeiros da. Produção de mudas de maracujazeiro-amarelo com diferentes tipos de enxertia e uso da câmara úmida / Roseano Medeiros da Silva. – Mossoró, 2012. 59 f.: il. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) Área de concentração em Fruticultura – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Orientador: Prof. D. Sc. Vander Mendonça. 1. Passiflora edulis Sims. 2. Propagação. 3. Enxertia. I. Título. CDD: 634.425 Bibliotecária: Vanessa de Oliveira Pessoa CRB15/453 ROSEANO MEDEIROS DA SILVA PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-AMARELO COM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Agronomia: Fitotecnia. 18 09 APROVADA EM: ____/____/2012 Aos meus pais, José Ramos (in memorian) e Rosita Medeiros, pela minha vida e formação e por serem exemplo de caráter e a quem devo tudo que sou. Dedico A minha noiva Ana Verônica pela amizade, companheirismo e amor. Ofereço AGRADECIMENTOS À Deus, pela saúde e força para enfrentar cada dia; À Universidade Federal Rural do Semi-Árido, pela formação acadêmica e pela oportunidade de concluir o curso de mestrado em fitotecnia; À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão da bolsa de estudo; À Pós-Graduação em Fitotecnia e a todos aqueles que compõem o corpo docente pelos ensinamentos transmitidos durante o mestrado; Ao Professor Vander Mendonça, pela orientação, pelas oportunidades, ensinamentos, pelo exemplo de profissionalismo e competência, pelo apoio na realização deste trabalho e pela amizade conquistada; Aos membros da banca examinadora, Renato Dantas Alencar e Django Jesus Dantas pela contribuição no enriquecimento deste trabalho; Aos meus pais José Ramos e Rosita Medeiros, pelo amor e incentivo; A minha noiva Ana Verônica pelo companheirismo, carinho e ajuda que sempre me deu no decorrer do curso; Aos meus padrinhos Cícero e Graça, pelo apoio e atenção que sempre me deram; Aos meus Amigos Celso Pommer, Patrício Maracajá, Aécio Cândido, Roberto Pequeno, Eudes Cardoso, Kaio Gráculo, Cillas Policarto, Tarcísio Martins, Hortência Gomes, Socorro Gomes, Eliane Menezes, Karen Mariany, Pedro Ramualyson, Carol Lima, Flaviano Souto, João Guilherme, João Maria e Elisia pelo apoio e amizade; A todos os colegas do Grupo de Pesquisa em Fruticultura e do curso de PósGraduação em Fitotecnia, pelo convívio e pela amizade conquistada ao longo do curso; Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram por mais uma etapa concluída. BIOGRAFIA ROSEANO MEDEIROS DA SILVA, filho do Agricultor e Sindicalista José Ramos da Silva e da Agricultora Rosita Medeiros da Silva, nasceu em 06 de junho de 1987 no distrito Sítio Campo Comprido, município de Cuité, Paraíba. Iniciou os estudos em 1994, no Grupo Escolar Pedro Viana da Costa, na mesma comunidade rural, onde concluiu o fundamental I. Em 1999 foi estudar o fundamental II na Escola Técnica Agrícola de Cuité – ETAC. Concluiu o ensino Médio em 2005, na Escola Estadual Orlando Venâncio dos Santos, na mesma cidade. Em fevereiro de 2006 ingressou no curso de Agronomia, onde foi monitor de Horticultura e desenvolveu vários trabalhos na área de Fruticultura Tropical, fazendo parte do Grupo de Pesquisa Passiflora – GPP, coordenado pelo professor Eudes de Almeida Cardoso e em dezembro de 2010 diplomou-se Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Mossoró – RN. No período de 2006 a 2008 foi professor de Química e Biologia da Escola Estadual José de Freitas Nobre, Mossoró – RN. Em março de 2011 iniciou o curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, na área de concentração em Fruticultura Tropical e Propagação de Plantas da UFERSA, sendo bolsista da CAPES. No mestrado foi integrante do Grupo de Pesquisa em Fruticultura coordenado pelo professor Vander Mendonça, concluindo o curso em setembro de 2012. Durante o período da Graduação à conclusão do Mestrado desenvolveu diversos trabalhos de pesquisa nesta área, tendo no seu currículo mais de 20 artigos publicados em periódicos e 10 resumos expandidos publicados em anais de congressos, entre outros diversos trabalhos. RESUMO GERAL SILVA, Roseano Medeiros da. Produção de mudas de maracujazeiro-amarelo com diferentes tipos de enxertia e uso da câmara úmida. 2012, 59f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2012. O objetivo deste trabalho foi avaliar a combinação de três formas de realização da enxertia pelo método de garfagem e uso da proteção da enxertia com câmara úmida na a produção de mudas de maracujazeiro-amarelo. O delineamento experimental adotado foi o de blocos completos casualizados em esquema fatorial 3x2, com seis repetições, sendo cada parcela constituída de nove plantas, onde os fatores foram as combinações de três formas de realização da enxertia pelo método de garfagem (fenda cheia, fenda lateral e fenda simples) e utilização e não do uso da proteção da enxertia com câmara úmida. Para produção das mudas dos porta-enxertos e enxertos foram utilizadas sementes da cultivar FB 100 e redondo-amarelo da marca comercial Topseed® respectivamente. As enxertias foram realizadas aos 70 dias após a semeadura. Aos 21 dias após as enxertias foram retiradas as proteções por câmara úmida e avaliado a porcentagem de pegamento. Aos 28, 42 e 56 dias após a enxertia foi avaliado a sobrevivência em porcentagem de plantas que permaneceram vivas. Aos 56 dias após a enxertia avaliou-se o número de folhas, diâmetro do enxerto e porta-enxerto, altura da planta e massa seca da parte aérea. Verificou-se interação significativa para os diferentes tipos de enxertia e uso da câmara úmida aos 21 dias após a enxertia, os tipos de enxertia que apresentaram as maiores porcentagem de pegamento foram: fenda cheia (94,45%) e fenda lateral (91,67%). Não houve influência do uso da proteção com câmara úmida para as enxertias tipo fenda cheia e lateral. Com a realização da enxertia do tipo fenda simples, verificou-se diminuição da taxa de pegamento quando não se utiliza a proteção. Os tipos de enxertia por fenda cheia e fenda lateral apresentaram os maiores índices de sobrevivência e permaneceram em 86,12% e 91,67% respectivamente para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia. As plantas provenientes de enxertos protegidos com câmara úmida apresentaram a maior média de porcentagem de sobrevivência (79,63%) para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia. O uso da câmara úmida promoveu um decréscimo no crescimento das plantas, sendo necessário um menor tempo de permanência da proteção sobre as plantas. As enxertias de garfagem tipo fenda cheia e lateral associadas ao uso da proteção com câmara úmida promoveram os melhores índices de pegamento e sobrevivência das mudas de maracujazeiro-amarelo. Palavras Chave: Passiflora edulis Sims, propagação, enxertia. GENERAL ABSTRACT SILVA, Roseano Medeiros da. Production of seedlings of yellow passion fruit through different types of grafting and use of moisture chamber. 2012, 57f. Dissertation (Masters in Plant Science) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró – RN, 2012. The objective of this study was to evaluate the combination of three forms of grafting methods and use of protective grafting with moist chamber in the production of yellow passion fruit seedlings. The experimental design was a randomized complete block in a 3x2 factorial arrangement with six replications, each plot consisting of nine plants, where the factors were the combinations of three embodiments of the method of grafting (cleft, side slit and simple slot) with the use of grafting protection with moist chamber or not using it. Seeds from FB 100 passion fruit cultivar were used for production of rootstock plants. On the other hand, seeds from the rounded-yellow cultivar (Topseed® Company) were used for production of scions. Grafting were performed 70 days after sowing. After 21 days, grafts were removed from the protection of the moisture chamber. At this time, the effectiveness of grafts was evaluated. At 28, 42 and 56 days after grafting it was evaluated the amount of plants remained alive. Fifty six days after grafting it was evaluated the number of leaves, graft and rootstock diameter, plant height and shoot dry weight. There was a significant interaction for different types of grafting and use of moist chamber at 21 days after grafting. Types of grafting with the highest percentage of graft effectiveness were: cleft (94.45%) and side slit (91.67%). There was no influence on the use of protection with moist chamber for cleft and side slit. Cleft type grafting showed a decrease in the rate of fixation when not using moist chamber protection. Cleft grafting and side slit showed the higher rates of survival with 86.12% and 91.67% respectively for the 28, 42 and 56 days after grafting. Plants from grafts protected with moist chamber had the highest average survival percentage (79.63%) for 28, 42 and 56 days after grafting. The use of moist chamber caused a decrease in plant growth showing that there is a need for plants to remain in it much less than the used in the trial. Cleft and side slit grafting types associated with the use of protection promoted by moist chamber lowest rates of fixation and survival of seedlings of yellow passion Keywords: Passiflora edulis Sims, propagation, grafting. LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Resumo da análise de variância para avaliação de diferentes tipos de enxertia (TE) e uso da proteção (PT) na produção de mudas de maracujazeiro. Mossoró – RN, 2011. .................................................................................................................. 48 TABELA 2 – Médias da porcentagem de pegamento de mudas de maracujazeiro em função do tipo de enxertia e uso da proteção com câmara úmida. Mossoró – RN, 2011............................................................................................................................... 49 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. Dados médios mensais de temperatura máxima, média, mínima e umidade relativa (UR %) para região de Mossoró – RN no período da condução do experimento com base nos mapas agroclimáticos do INMET (2011) .............................................. 46 FIGURA 2. Avaliação de tipos de enxertia quanto à porcentagem de sobrevivência das mudas aos 28, 42 e 56 dias após a realização. Mossoró – RN, 2011 ....................................................................................................................................... 51 FIGURA 3. Avaliação da influência do uso da proteção da enxertia quanto à porcentagem de sobrevivência aos 28, 42 e 56 dias após a realização. Mossoró – RN, 2011 .............................................................................................................................. 52 FIGURA 4. Diâmetro do porta-enxerto em função do tipo de enxertia aos 56 dias após a realização. Mossoró – RN, 2011 ............................................................................... 53 FIGURA 5. Avaliação da influência do uso da proteção da enxertia sobre a altura das plantas – ALP (cm), diâmetro do porta-enxerto – DPE (mm) e matéria seca da parte aérea – MSPA (g). Mossoró – RN, 2011...................................................................... 54 SUMÁRIO CAPÍTULO I – PEGAMENTO DE MUDAS DE MARACUJAZEIROAMARELO EM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA..................................................................................................... 13 1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 14 2. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................... 16 2.1 ORIGEM E TAXONOMIA DO MARACUJAZEIRO .................... 16 2.2 DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO MARACUJAZEIRO ............ 17 2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ............................................... 18 2.4 PRINCIPAIS CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO .................. 19 2.5 PROPAGAÇÃO DO MARACUJAZEIRO ...................................... 23 2.5.1 Sexuada ....................................................................................... 23 2.5.2 Assexuada ................................................................................... 24 2.5.2.1 Enxertia ........................................................................................ 25 2.6 FATORES QUE AFETAM A PROPAGAÇÃO POR ENXERTIA .......27 2.7 FATORES FITOSSANITÁRIOS .................................................... .......30 2.7.1 Pragas e doenças ........................................................................ 30 REFERÊNCIAS ...................................................................................... 33 CAPÍTULO II – PEGAMENTO DE MUDAS DE MARACUJAZEIROAMARELO EM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA..................................................................................................... 40 RESUMO ................................................................................................. 41 ABSTRACT ............................................................................................. 42 1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 43 2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................. 45 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 48 4. CONCLUSÃO .................................................................................... 56 REFERÊNCIAS ...................................................................................... 57 CAPÍTULO I PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO-AMARELO COM DIFERENTES TIPOS DE ENXERTIA E USO DA CÂMARA ÚMIDA 13 1. INTRODUÇÃO A produção de maracujá vem ganhando grande importância no mundo, o Brasil é o maior produtor e consumidor mundial da fruta. Segundo dados do IBGE (2011), a produção em 2010 foi de 920.158 toneladas, onde cerca de 76% é produzida na região Nordeste em uma área colhida de 47.677 hectares, na qual 95% é cultivada com maracujá-amarelo (P. edulis Sims) e 5% é cultivada com maracujá-doce (P. alata Dryander). Apesar do Brasil ser considerado o maior produtor mundial, não estar entre os maiores exportadores, pois o consumo interno é maior que sua produção. A partir da década de 80 a cultura do maracujá vem adquirindo expressão econômica, devido ao aumento da área cultivada e da produção dos frutos impulsionando a profissionalização da atividade. Mas, segundo El-Moor (2002), as doenças têm sido limitante para a cultura do maracujazeiro, ocasionando a redução da vida útil dos pomares e aumentando os custos de produção, devido à necessidade de aplicação de medidas de controle. Pires (2007), afirma que devido a esses fatores, torna-se necessário manter os genótipos resistentes a doenças e de qualidade superior disponíveis para o cultivo através da propagação assexuada. A propagação em escala comercial é realizada por via sexual, no entanto a propagação por enxertia poderá ter grande importância para a cultura, na solução de problemas relativos a pragas e doenças. Algumas espécies de passifloráceas nativas apresentam resistência a doenças, porem, segundo Chaves et al. (2004), a utilização destas como porta-enxertos oriundas de sementes tem sido dificultada pela diferença de diâmetro entre o porta-enxerto e o enxerto, além de outras características morfológicas e fenológicas. Silva et al. (2011), trabalhando com germinação e crescimento inicial de mudas de cinco espécies de maracujazeiro visando obtenção de porta-enxerto, observaram que as espécies P. foetida, P. morifolia, P. giberti e P. alata apresentaram o mesmo comportamento 14 quanto ao diâmetro do caule, podendo serem utilizadas como porta-enxertos para o maracujazeiro-amarelo. Segundo Hartmann et al., (1990); Simão, (1998); Cavichioli et al., (2009) na propagação de frutíferas, o método de enxertia mais utilizado é o de garfagem com o uso da proteção do enxerto com saquinhos de polietileno transparente, com a finalidade de proteger e formar uma câmara úmida que impede a troca de umidade entre o ambiente interno e o externo, mantendo assim, a umidade da região enxertada e favorecendo o processo de fixação e soldadura da enxertia. No que diz respeito ao processo de enxertia para o maracujazeiro, Ruggiero (1991) afirma que os tipos de enxertia mais usados são por fenda cheia e inglês simples, como pegamento superior a 90%, em ambos os processos. Na passicultura, a propagação assexuada já é utilizada na manutenção de materiais de plantio com boas características agronômicas e vem favorecendo a multiplicação de plantas produtivas e tolerantes a pragas e doenças (MELETTI, 2000). Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da combinação dos tipos de enxertia pelo método de garfagem e o uso da proteção com câmara úmida na produção de mudas de maracujazeiro-amarelo. 15 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ORIGEM E TAXONOMIA O gênero Passiflora é originário da América do Sul, predominantemente no Centro-oeste do Brasil (LEITÃO FILHO; ARANHA, 1974). A família Passifloraceae pertence à ordem Violales (CRONQUIST, 1988), que é constituída de um agrupamento natural de famílias, originárias das Theales, uma ordem primitiva. Esta família apresenta os seguintes gêneros: Adenia, Chlorophoranthus, Crossostemma, Deidania, Dilkea, Echinothamus, Hollrungia, Machadoa, Mitostemma, Modecca, Parapsia, Passiflora, Schlechterina, Smeathmannia, Tetrapathaea, Tetrastylis e Tryphostemma (KILLIP, 1938; LEITÃO FILHO; ARANHA, 1974). No Brasil, a família é representada por quatro gêneros, Dilkea (ocorrência no Amazonas e Pará), Mitostemma (presente no Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul), Passiflora (de ocorrência em todo o País) e Tetrastylis (Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro) (REITZ, 1980). No entanto, segundo Leitão Filho; Aranha (1974), apenas os gêneros Dilkea e Passiflora representam esta família no País. O maracujá pertence à ordem Passiflorales, tribo Passiflorae e família Passifloraceae, esta com 18 gêneros e 620 especies. Os gêneros Dilkea e Passiflorae são os únicos existentes no Brasil, sendo que o segundo e composto de 24 subgêneros e 465 especies (LOPES, 1994). As plantas de maracujá são consideradas perenes em sua grande maioria, existindo em pequeno número espécies como e o caso de P. gracilis Jack (VANDERPLANK, 1996). Dentre as principais espécies do gênero Passiflora temos 150 a 200 originárias do Brasil, que podem ser utilizadas como alimentícias, medicinais e ornamentais, muitas das quais com finalidade múltipla, no entanto, apenas 70 espécies possuem 16 frutos comestíveis (CUNHA et al., 2002). Para Oliveira (1996), o maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sims) é a espécie mais cultivada no país. 2.2 DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA O maracujazeiro caracteriza-se como uma planta trepadeira glabra. Segundo Martin; Nakasone (1970) as principais espécies do gênero são diplóides, com 2n=2x=18 cromossomos. Para Vanderplank (1996) as raízes são do tipo axial e 73 a 85 % de todas as suas ramificações estão concentradas entre 15 e 45 cm de profundidade, o caule é cilíndrico ou angulado, raramente quadrangular, em geral estriado longitudinalmente. As folhas são alternas, geralmente simples, inteiras ou lobadas, raramente compostas, os pecíolos podem ou não apresentar glândulas nectaríferas que variam de tamanho, número e forma. Esta glândula ocorre na margem da bráctea ou na parte dorsal da folha, sendo uma característica importante para a classificação taxonômica. As estípulas são variáveis quanto à forma e bordo e também são úteis para classificar espécie (VANDERPLANK, 1996). Esta cultura apresenta estruturas denominadas de gavinhas, que são modificações foliares, utilizada para prender a planta a suportes, e que em algumas espécies, são ausentes. Para Bruckner et al. (1995) as flores reúnem-se em inflorescências e são hermafroditas, actinomorfas, geralmente isoladas ou aos pares nas axilas foliares. O pólen de uma planta é incapaz de fertilizar suas próprias flores ou flores de plantas que possuem constituição genética similar, apresentando auto-incompatibilidade, onde nesta espécie, predomina a auto-incompatibilidade homomórfica do tipo esporofítica. Segundo Matsumoto; São José (1991), para que ocorra a polinização e fertilização é necessária a presença de diferentes genótipos e de insetos polinizadores ou a polinização manual. Tanto o pegamento do fruto quanto o seu tamanho são 17 influenciados pela quantidade de pólen depositado no estigma (AKAMINE; GIROLAMI, 1959). Vanderplank (1996) define o fruto como uma baga, pericarpo carnoso, indeiscente, não dividido em lóculos e com muitas sementes. As sementes são compridas lateralmente, com testa reticulada ou verrugosa, cobertas por arilo saciforme, suculento e colorido, de origem funicular. De acordo com Bruckner; Silva (2001), a frutificação ocorre nos ramos do ano, ou seja, nas brotações emitidas na respectiva estação de crescimento. As flores brotam a partir dos ramos novos e se abrem por volta do meio-dia, estando aptas a serem polinizadas no período da tarde. Caso não haja polinização, as flores abertas murcham e caem. Ocorrendo a polinização e, conseqüentemente a fecundação, a flor se fecha e tem início o desenvolvimento do fruto (TEIXEIRA, 1994). É uma frutífera relativamente precoce começando a produção com cerca de 6 a 9 meses após o plantio. Nas condições do sudoeste da Bahia, o primeiro surto de floração ocorre nove meses após a semeadura e pode se estender por até nove meses do ano, sendo que durante o período de outubro a março é verificada a maior ocorrência de flores e em dezembro há um pico de florescimento (MATSUMOTO et al., 1991). 2.3 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS O Brasil é o maior produtor mundial de maracujá, teve uma produção em 2010, de 920.158 t numa área de 62.019 ha com um rendimento médio de 14,84 t/ha, segundo dados do IBGE (2011). Segundo o mesmo levantamento, dentre os estados brasileiros, o destaque de produção é para o estado da Bahia, o principal produtor com 461.105 t produzidas em 2010 em uma área de 32.378 ha, tendo um rendimento médio de 14,24 t/ha, seguido por Ceará, Espírito Santo, Sergipe e Minas Gerais. O estado do Rio Grande do Norte é o décimo quinto produtor de maracujá, com uma produtividade 18 abaixo da média nacional (8,70 t/ha) com uma área colhida de 614 hectares. Essa baixa produtividade está diretamente ligada à baixa tecnologia e a problemas fitossanitários. Nos últimos anos a produção nacional não foi suficiente para abastecer o consumo interno, havendo necessidade de importação de polpa de outros países para abastecer a indústria de sucos nacional (COSTA; COSTA, 2005; FERRAZ; LOT, 2007; NOGUEIRA et al., 2007). Neste contexto, percebe-se um espaço para expansão da cultura no País, tanto em função do déficit na produção quanto nas expectativas de aumento da demanda por frutas, em função dos hábitos de vida mais saudáveis, que vêm despertando a atenção da população mundial nos últimos anos. Porém, são necessários maiores investimentos em pesquisa a fim de dar suporte técnico à atividade. Nogueira et al., (2007), afirma quer a produção, em geral, ocorre em pequenas propriedades, a maioria no contexto de agricultura familiar, em área cultivada variando de 1 a 5 hectares. As necessidades de tratos culturais fazem com que a atividade seja exigente em mão-de-obra, notadamente nas fases de plantio, florada (polinização) e colheita. Contudo, ultimamente tem crescido o número de plantios em grande escala, sob irrigação por pivô central, visando atender à demanda industrial. 2.4 PRINCIPAIS CULTIVARES DE MARACUJAZEIRO Devido aos avanços significativos empregadas na tecnologia de produção do maracujazeiro amarelo, já existem algumas seleções e híbridos, com sementes disponíveis comercialmente. Essas cultivares foram criadas pelas empresas Flora Brasil, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Instituto Agronômico de Campinas, suas cultivares são identificadas pelas abreviações FB, BRS e IAC respectivamente. As principais lançadas no mercado são: Seleção FB 100, Híbrido FB 200, BRS Gigante Amarelo, BRS Sol do Cerrado, BRS Ouro Vermelho, IAC Monte Alegre, IAC Maravilha e IAC Jóia. 19 A Seleção FB 100, desenvolvido pela Flora Brasil, conhecida por seleção Maguary ou Araguari apresenta alto rendimento de suco e alto teor de açúcares, polpa de cor amarela-alaranjada, alta produtividade e rusticidade. É uma mistura de clones desenvolvida para atender o mercado industrial, apresentando variação de coloração de casca, frutos desuniformes em tamanho e sabor e de tamanho pequeno (COSTA et al., 2008). O híbrido FB 200 (Yellow Master) da Flora Brasil, têm como principais características o vigor de plantas, tamanho de frutos, formato ovalado, coloração de polpa amarela-alaranjada, bom rendimento de suco e normal teor de açúcares. Destinado para o mercado de frutas “in natura” (COSTA, et al., 2008). O hibrido BRS gigante amarelo, desenvolvido pela Embrapa, foi obtido com base no melhoramento populacional por seleção recorrente e obtenção e avaliação de híbridos intraespecíficos. É derivado das matrizes selecionadas MSC (matriz derivada da seleção Sul Brasil) X GA (matriz derivada da seleção Redondão). Seu número de referência no Registro Nacional de Cultivares - MAPA é 21712. Os frutos são de coloração amarelos, formato oblongo, com a base e o ápice ligeiramente achatados, pesando de 120 a 350g, rendimento de polpa em torno de 40% e teor de sólidos solúveis de 13 a 15° Brix. Sua produtividade nas condições do Distrito Federal, irrigado e plantado no período de maio a julho, no espaçamento de 2,5 m x 2,5 m, tem ficado em torno de 42 t/ha no primeiro ano, mesmo com ataque da virose. No segundo ano de produção, essa produtividade fica em torno de 20 a 25 t/ha, dependendo do manejo (EMBRAPA, 2008a). Tem boa tolerância à antracnose e bacteriose, mas é susceptível à virose, verrugose e às doenças causadas por patógenos de solo (COSTA, et al., 2008). O híbrido BRS Sol do cerrado é derivado das matrizes Seleção GA-2 e MA (matriz derivada da seleção Redondão). Seu número de referência no Registro Nacional de Cultivares - MAPA é 21716. Os frutos são amarelos, grandes, com formato oblongo, sendo afilados no ápice e mais arredondados na base. Pesam de 150 a 20 350 g, apresentam rendimento de polpa em torno de 38 %, e teor de sólidos solúveis de 13 a 14° Brix. Sua produtividade nas condições do Distrito Federal, com irrigação e plantado no período de maio a julho, no espaçamento de 2,5 m x 2,5 m, tem ficado acima de 40 t/ha no primeiro ano de produção, sem o uso da polinização manual. No segundo ano de produção, essa produtividade fica em torno de 20 a 25 t/ha, dependendo do manejo. Tem tolerância a doenças foliares, como bacteriose, antracnose e virose. É susceptível a doenças causadas por patógenos de solo. Não há informações sobre maiores danos causadas por pragas (EMBRAPA 2008c). O hibrido BRS Ouro vermelho é derivado das matrizes selecionadas (Cv. Sul Brasil Marília X Seleção de Passiflora edulis Roxo) F1 x matriz derivada do GA-2. Seu número de referência no Registro Nacional de Cultivares – MAPA é 21713. Produz de 10 % a 20 % de frutos de casca vermelha ou arroxeada. Os frutos pesam de 120 a 350 g, são arredondados, com teor de sólidos solúveis de 13 a 15° Brix e rendimento de suco em torno de 40%. Nas condições do Distrito Federal, vem-se obtendo em torno de 40 t ha-1 no primeiro ano de produção, se plantado de maio a julho, com irrigação, no espaçamento de 2,5 x 2,5m. Tal produtividade tem sido obtida sem a polinização manual. Tem sido tolerante a doenças foliares, incluindo a virose. Em diferentes locais, tem-se comportado como tolerante a doenças causadas por patógenos do solo (EMBRAPA 2008b). Os híbridos IAC - 273, IAC - 275 e IAC - 277, lançados em 1999 pelo IAC, que atualmente constituem as cultivares IAC Monte Alegre, IAC Maravilha e IAC Jóia. Estes híbridos intra-varietais F2 selecionados pela qualidade de fruto e produtividade. Foram originados dos híbridos da Série 270, resultantes de um programa de melhoramento de nove anos, baseado em seleção massal, retrocruzamentos e teste de progênies. O maracujazeiro IAC - Monte Alegre (IAC-273) foi desenvolvido para o segmento in natura. Seus frutos são alongados, grandes e pesados: apresentam, em média, 8,8 cm de diâmetro longitudinal, 7,5 cm de diâmetro transversal e 200-240 g de 21 peso. Correspondem às classes 3A e 4A do mercado atacadista de São Paulo, onde alcançam preços bastante elevados. A cavidade interna é profunda e completamente preenchida, resultando numa proporção média de 47% de polpa em relação à casca, quando decorrente de polinização manual. A coloração interna é alaranjada; e o teor de sólidos solúveis totais apresenta média anual de 14-15 °Brix, sendo tanto maior quanto menor a pluviosidade, podendo atingir até 17 °Brix. A casca é espessa (0,7 a 1 cm), conferindo maior resistência ao transporte a longas distâncias. O potencial produtivo desta cultivar é de 52 t/ha/ano, obtida em condições de sequeiro e sob polinização manual (MELETTI, 2001). A cultivar IAC – Maravilha (IAC – 275), selecionada por seu elevado rendimento industrial em função da casca fina, tem dupla finalidade: além de ser utilizada pela agroindústria, também vem sendo comercializado in natura, principalmente nos mercados que privilegiam o peso e não apenas o tamanho dos frutos. Os frutos da IAC - Maravilha são do padrão 2A do mercado atacadista, com média de 180 g de peso, menores que os produzidos pelas cultivares Monte Alegre e Jóia, mas bastante densos. A produtividade anual média tem ficado em torno de 48 t/ha, quando se utiliza polinização manual complementar. A seleção para intensificação da coloração da polpa foi realizada para tornar o suco mais atraente, em termos comerciais (MELETTI, 2001). A cultivar IAC - Jóia inicialmente distribuída com a denominação IAC-277, também foi desenvolvida para atender ao segmento de frutas frescas. Seus frutos são muito parecidos externamente com os da IAC-Monte Alegre (IAC-273), sendo difícil para o produtor distinguí-los visualmente. A principal diferença está na espessura da casca: a cultivar Jóia possui casca menos espessa (de 5 a 6 mm), o que aumenta a proporção da polpa para 49% do peso do fruto. Os frutos são internamente mais suculentos, a coloração interna é amarelo-alaranjada e o teor de sólidos solúveis totais (SST) varia de 13 a 16,6 °Brix. Seus frutos também são grandes e pesados, de forma mais pronunciada quando se utiliza polinização manual complementar. A 22 produtividade da cultivar Jóia, em relação à Monte Alegre, tem se mostrado 10% inferior, na média dos pomares avaliados (MELETTI, 2001). 2.5 PROPAGAÇÃO DO MARACUJAZEIRO 2.5.1 Sexuada Propagação sexuada é o processo onde ocorre a fusão dos gametas masculinos e femininos para formar uma só célula, denominada zigoto, no interior do ovário, após a polinização (FACHINELLO et al, 2005). Segundo São José (1991), a multiplicação em escala comercial no Brasil e em muitos países é feita por sementes. Muitos autores relatam que o poder germinativo das sementes de maracujá não é superior a um ano, podendo o período de armazenagem influir diretamente sobre a capacidade de emergencia e vigor das mesmas, bem como o ambiente de conservação também afetar o poder germinativo das sementes. Para Lima; Trindade (2004), na propagação por sementes, as plantas dos pomares comerciais possuem elevada variabilidade e baixa uniformidade dos pomares. As sementes utilizadas, geralmente são provenientes de plantios anteriores, contudo com os novos híbridos disponíveis no mercado essa prática deve ser evitada. Quando as sementes forem reaproveitadas de plantios anteriores, estas devem ser retiradas de plantas vigorosas, produtivas, precoces, com flores com estigma/estilete totalmente curvos, resistentes a doenças e a pragas, produtoras de frutos grandes, maduros e com alto rendimento de suco (LIMA, 2009), Devido a viabilidade de a semente ser muito curta, o plantio deve ser feito após a coleta dos frutos. Segundo Melleti et al. (2002), a semente recém colhida apresenta um tipo de dormência temporária, que tem sido superada com o armazenamento, variando de região para região, em geral possibilitando a obtenção de índices de germinação superiores a 95% , valor que decresce, 8% ao mês com o prosseguimento 23 do armazenamento. Contudo, dependendo das condições climáticas a germinação ocorre de duas a quatro semanas após a semeadura (SÃO JOSÉ, 1991). A desuniformidade na germinação de sementes de passifloráceas leva a ampliação de contratação de mão de obra nos viveiros pela necessidade de replantes periódicos, reclassificação dos lotes e descarte de recipientes sem plântulas (MELETTI et al., 2002). As mudas propagadas por sementes podem apresentar sintomas de doenças quando ainda estão no viveiro ou estufa, ou quando implantadas no campo em período chuvoso, tendo em vista a intensidade dos problemas fitossanitários (JUNQUEIRA et al., 2001). O plantio das mudas no local definitivo deve ser feito quando as mesmas estiverem com 15 a 25 cm de atura, podendo chegar a 30 cm, o que pode ocorrer entre 45 a 75 dias após a semeadura. Nessa ocasião tem inicio a emissão das gavinhas (LIMA et al., 1994). De acordo com Fonseca (2002), nos cultivos comercias com mudas obtidas por via sexuada há grande variação na produtividade, forma, tamanho e coloração do fruto. 2.5.2 Assexuada A propagação vegetativa ou assexuada se dar pelos processos de estaquia ou enxertia, possibilita a multiplicação de plantas matrizes selecionadas, mantendo suas características desejáveis, como alta produtividade e uniformidade na obtenção de frutos com teores elevados de suco e sólidos solúveis, além da obtenção de plantas mais resistentes à doenças (SALOMÃO et al. 2002). 24 2.5.2.1 Enxertia Ruggiero (1991) define a enxertia como um processo que apresenta várias vantagens, tais como a conservação das características da planta-mãe, o controle de doenças e patógenos de solo, fator que aumenta a vida útil dos pomares e possibilita também uma melhoria na qualidade dos frutos. O processo da enxertia é resultante da união de duas plantas, uma que contribui com o sistema radicular, sendo denominado cavalo ou porta-enxerto, e outra que contribui com a parte aérea e conseqüentemente com a frutificação, denominada cavaleiro ou enxerto (LIMA; CUNHA, 2004). A base da enxertia é a união dos biontes (hipobionte e epibionte), a qual ocorre pelo contato e entrelaçamento dos calos, produzidos pelo tecido cambial do porta-enxerto e do enxerto, como resultado da reação ao corte dos tecidos (JANICK, 1968). A formação de pomares com população de plantas homogêneas é garantida pela enxertia, além de possibilitar a união de mais de um genótipo, combinando as características desejáveis de ambos em uma planta composta (PIO et al. 2008). O uso de porta-enxertos resistentes a doenças causadas por fungos de solo prolonga a vida útil da planta, preservando as qualidades do material de plantio (LIMA; CUNHA, 2004). Vários autores utilizaram espécies de passifloráceas nativas como porta-enxerto para o maracujazeiro-amarelo, como por exemplo, Chaves et al. (2004) utilizaram estacas herbáceas enraizadas e Nogueira Filho (2003) usou em enxertia hipocotilenonar. A enxertia tem como vantagens: obtenção de plantas filhas iguais as planta-mãe, controle de nematóides, resistência à seca, resistência a Phytophthora, resistência à morte prematura das plantas, melhoria na qualidade dos frutos e aumento da longevidade da cultura (MENEZES et al. 1994; RUGGIERO; OLIVEIRA, 1998). Para Pio et al. (2008), a enxertia é uma das etapas mais críticas da produção de mudas, pois, a eficiência depende da qualidade dos porta-enxertos e dos garfos ou borbulhas, da habilidade do enxertador e das condições climáticas. A época de realização e os métodos de enxertia encontram-se entre os fatores externos que afetam ou que podem 25 afetar o pegamento dos enxertos. Corrêa (1978) recomenda a enxertia por garfagem em maracujá-amarelo é viável, tanto para o tipo fenda cheia quanto para o inglês simples, apresentando taxa de pegamento de até 90%. Nesse processo de enxertia consegue-se soldar um garfo (ramo destacado) sobre outra planta (porta-enxeto) de maneira que permita o seu desenvolvimento. No tipo de garfagem por fenda cheia, corta-se o porta enxerto de maneira bem lisa na altura em que receberá o enxerto, fazendo em seguida uma fenda perpendicular com profundidade de 2 a 3 centímetros, onde será introduzido o garfo em forma de cunha. Os cortes devem ser bem lisos para que as camadas fiquem em contato integral. O enxerto e o porta-enxerto devem ter, preferencialmente, o mesmo diâmetro. Na fenda simples ou inglês simples, o garfo e o porta-enxerto são cortados em bisel (chanfradura), unindo-se as partes e posteriormente amarrados. Para a soldadura ser bem feita, os cortes devem ser bem lisos e com ferramentas adequadas (LORENZI et al. 2006). Os mesmos autores enfatizam que após os cortes as superfícies do enxerto e porta-enxerto devem estar uniformes e limpas para que haja uma boa soldadura das partes. A amarração das partes não deverá estar frouxa nem muito apertada, mantendo um constante intenso para que resulte numa união perfeita. Após a amarração os enxertos devem ser resguardados contra umidade e fungos. Para as condições brasileiras, a época mais adequada para a realização da garfagem é no início da brotação da primavera (agosto-setembro), embora se obtenham bons índices de pegamento quando a enxertia é realizada em outras épocas (RUGGIERO; OLIVEIRA, 1998). Menezes et al. (1994) observaram que, o maior número de mortes dos enxertos ocorreu entre 30 e 60 dias após a enxertia e que, o total pegamento dos enxertos estabiliza-se por volta de 60 dias após a mesma. A técnica da enxertia hipocotiledonar é recomendada por Kimura (1994), apresentando excelente rendimento, metodologia simples e redução de tempo para a formação da muda quando comparada à enxertia em mudas desenvolvidas. 26 2.6 FATORES QUE AFETAM A PROPAGAÇÃO POR ENXERTIA Segundo Fachinello et al. (2005), vários fatores, isolados ou em conjunto, podem influenciar na formação da união entre o enxerto e o porta-enxerto, sendo eles incompatibilidade e fatores ambientais. A incompatibilidade é um importante fator que afeta a propagação por enxertia, diz-se que duas plantas são incompatíveis quando, por motivos intrínsecos a elas, não são capazes de formar uma união perfeita, impossibilitando o desenvolvimento normal da nova planta. Os principais sintomas de incompatibilidade são: falta de união entre o enxerto e porta-enxerto, que pode promover a quebra no local da enxertia; diferenças do crescimento ou no vigor do enxerto e do porta-enxerto, resultando em diferenças entre os diâmetros dos mesmos; desenvolvimento excessivo abaixo, acima ou no ponto de união; amarelecimento das folhas, seguido de desfolhamento precoce; crescimento vegetativo reduzido; diferença entre enxerto e porta-enxerto, com relação ao inicio e ao final do período vegetativo; e morte prematura da planta (FACHINELLO et al., 2005). O principal sintoma de incompatibilidade é, sem dúvida, a ruptura no local da enxertia, o que pode ocorrer em seguida à produção da muda ou alguns anos após (RODRIGUES et al., 2004). Entre os fatores que afetam a incompatibilidade, podem ser citados os seguintes: afinidade genética, fatores fisiológicos, fatores bioquímicos, consistência dos tecidos, afinidade anatômica, porte e vigor, e sensibilidade a doenças (FACHINELLO et al., 2005). A temperatura tem influência marcante no processo da enxertia, especificamente, na taxa de divisão celular que afeta a divisão de novas células, responsáveis pela união entre o enxerto e porta-enxerto, e o processo de desidratação. De modo geral, temperaturas inferiores a 4°C e superiores a 32°C dificultam o processo de cicatrização (FACHINELLO et al., 2005). As células novas que formam o calo e a união entre o enxerto e o porta-enxerto apresentam paredes finas e bastante sensíveis a desidratação. Também, para que ocorra a multiplicação celular satisfatória, é necessário que as 27 paredes celulares estejam turgidas. Isso faz com que haja necessidade de se manter um alto teor de umidade no local da enxertia. O teor de umidade do solo é importante no processo da enxertia. No período da enxertia, um déficit hídrico provoca redução na divisão celular na região do cambio, tanto do enxerto quanto do porta-enxerto. Com isso, a casca torna-se muito aderida ao lenho, dificultando seu desprendimento e a realização da enxertia (FACHINELLO et al., 2005). O uso da câmara úmida tem por finalidade impedir a troca de umidade entre o ambiente interno e o externo, mantendo elevada a umidade relativa do ar. Na enxertia hipocotiledonar de maracujazeiro-amarelo, o uso da câmara úmida propiciou 100% de sobrevivência em mudas enxertadas sobre P. giberti (CAVICHIOLI et al., 2009). Durante a divisão e alongamento celulares há intensa atividade respiratória e elevada necessidade de oxigênio. Por isso, o oxigênio pode tornar-se um fator limitante no pegamento, quando são utilizadas ceras ou outros protetores que não permitem as trocas gasosas, principalmente em plantas com maior atividade respiratória (FACHINELLO et al., 2005) e a intensa luminosidade pode causar dessecação rápida do enxerto. Assim os autores recomendam fazer a enxertia com dias de baixa luminosidade. O vento pode provocar a quebra do enxerto no ponto de união, além de acelerar o processo de desidratação, após a enxertia. Poderá, também, deslocar o enxerto e prejudicar a coincidência entre o cambio e ambas as partes. Por isso, a enxertia deve ser evitada em dias ventosos, principalmente, da enxertia de garfagem. Geralmente, porta-enxertos mais jovens possibilitam maior índice de pegamento, devido a uma atividade celular mais intensa, que facilita o processo da cicatrização (FACHINELLO et al., 2005). Segundo os mesmos autores, a época mais adequada para a enxertia depende da biologia da planta e do tipo de enxerto a ser feito. Para os mesmos autores, o grau de parentesco entre as plantas utilizadas como enxerto e portaenxerto é um fato importante, pois, quanto maior for a afinidade botânica, maiores serão as possibilidades de pegamento. Recomenda-se usar plantas que, no mínimo, pertençam à mesma família. As plantas utilizadas na enxertia devem estar livres de 28 pragas e doenças, que podem comprometer o pegamento e o desenvolvimento da nova planta (FACHINELLO et al., 2005). Por muitas vezes, uma técnica mal utilizada pode causar sérios problemas na cicatrização do enxerto. Os resultados mais freqüentes do uso inadequado das técnicas de enxertia são a pequena área de contato entre os câmbios do enxerto e porta-enxerto, cortes desuniformes, amarração errada ou demorada, danos mecânicos na retirada da gema, desidratação dos ramos fornecedores de gemas, ferramentas pouco afiadas ou contaminadas, entre outros (FACHINELLO et al., 2005). Os mesmos autores concluíram que quanto mais rápido for feito o processo da enxertia, melhor será o índice de pegamento, uma vez que as partes envolvidas sofrerão menor influência dos fatores externos. Outro fator relacionado com a habilidade do enxertador é a uniformidade dos cortes, que possibilitam melhor contato entre as partes enxertadas. Para que ocorra a união, é extremamente necessário que se mantenha o enxerto na posição normal, principalmente tratando-se da enxertia de garfagem. No caso da enxertia de gema, recomenda-se manter a polaridade, mas a inversão da mesma não compromete a formação de uma união satisfatória. Porque na enxertia de garfagem, na qual é usado um fragmento maior do ramo, com xilema e floema formados, o fluxo de substancias fica totalmente comprometido, enquanto que na enxertia de gema, o sistema vascular da nova planta é formado mais tarde, com o desenvolvimento da gema. Muitas plantas frutíferas, principalmente as pertencentes à família das Mirtáceas, apresenta abundante exsudação de substancias tóxicas ao tecido, por ocasião do corte ou ferimento. Essas substâncias são, principalmente, compostos fenólicos que sofrem oxidação ao entrarem em contato com as condições ambientais, o que dificulta a formação do calo e o processo de cicatrização (FACHINELLO et al., 2005). 29 2.7 FATORES FITOSSANITÁRIOS 2.7.1 Pragas e doenças Diversas espécies de artrópodes que se encontram associadas à cultura do maracujazeiro, no entanto, somente algumas são consideradas pragas, pelos seus efeitos de redução da produção, diretamente e indiretamente. O efeito direto ocorre pela destruição dos tecidos vegetais (folhas, ramos, botões florais, flores e frutos) e pela desvalorização do produto, e o efeito indireto é a transmissão de doenças. Segundo Fancelli; Lima (2002) a importância desses insetos-praga pode variar de região para região, espoca do ano (condições climáticas) e manejo da cultura. As pragas de maior importância são as lagartas (Diono juno juno, Agraulis vanillae vanillae), percevejos (Diactor bilineatus, Holhymenia clavigera, Leptoglossus gonagra), broca-da-haste (Philonis passiflorae, P. obesus), mosca-das-frutas (Anastrepha spp., Ceratitis capitata), mosca-do-botão-floral (Protearomyia sp., Neosilba pendula, Diasops sp.) e ácaro plano (Brevipalpus phoenicis). Mas, dentre as pragas da cultura também podemos citar o besouro crisomelideo (Diabrotica speciosa) (Germar), que além de atacar a cultura na fase de crescimento inicial tanto no viveiro como no campo também pode ser o responsável pela transmissão do vírus do mosaico amarelo do maracujazeiro Passionfruit yellow mosaic virus (PFYMV), como já descrito por Crestani et al. (1986). Dentre as doenças causada por fungos que atacam as mudas, a mais importante é o tombamento de mudas ou damping-off. Pode ser causado pelos fungos Pythium aphanidermatum (Edson) Fitz, P. ultimum Tow, Phytophthora parasítica (Dastur), Fusarium sp. e Rhizoctonia sp.. Os patógenos causadores desse tipo de doença normalmente são cosmopolitas. São muito agressivos e poucos especializados, afetando diversos tipos de plantas e matam rapidamente a plântula e se multiplicam às expensas dos nutrientes obtidos. Esses patógenos são freqüentemente encontrados no 30 solo, inclusive sementeiras, onde podem viver saprofiticamente (SANTOS FILHO et al., 2004). As doenças quem ocorrem no sistema radicular de maior importância para a cultura do maracujá são a murcha ou fusariose e a podridão do colo, atribuídas a fungos dos gêneros Fusarium e Phytophthora, respectivamente (SANTOS FILHO et al., 2004). A murcha ou fusariose é causada pelos fungos Fusarium oxysporum Schlecht. f. sp. passiflorae Purss (PURSS, 1958) ou Fusarium solani (Mart) App; Wr. (EMECHEBE; MUKIIBI, 1976; PLOETZ, 1991; LUTCHMEAH; MUSAPHUR, 1993) e caracteriza-se pelos sintomas de murcha e secamento das folhas, em conseqüência de lesões necróticas que se formam nas raízes e no colo da planta ou pela obstrução e impermeabilização de vasos do xilema. A podridão do colo é uma doença causada por fungos do gênero Phytophthora (YOUNG, 1970). Os sintomas de murcha são resultantes de uma podridão seca e corticosa observada o colo da planta, ficando com os tecidos tornam-se intumescidos, com rachaduras e internamente a casca apresenta-se marrons avermelhados com tecidos firmes e aderidos ao câmbio. A doença ocorre em reboleiras, se disseminando de uma planta à outra. O patógeno prefere solos argilosos, pesados e encharcados e ricos em matéria orgânica. A bacteriose do maracujazeiro causada por Xanthomonas campestres pv. passiflorae ocorre em todas as regiões do país, podendo ser fator limitante à produção. Os sintomas tornam-se evidentes quando manchas de cor verdeescuro, encharcadas, translúcidas e halo amarelado tornam-se evidentes. A bactéria pode também atingir feixes vasculares ocasionando redução na frutificação e levando a morte da planta (CASTRO, 2008) Diversos nematóides têm sido encontrados em associação ao sistema radicular do maracujazeiro (SHARMA; LOOF, 1972; MILNE, 1982), embora somente o nematóide das galhas, Meloidogyne spp., e o nematóide Rotylenchulus reniformis causem danos de expressão econômica, limitando a produtividade e a longevidade das plantações (SHARMA et al., 2003). A virose do endurecimento dos frutos pode ser causada por duas espécies de vírus (Passionfruit woodiness virus, PWV e Cowpea 31 aphid-borne mosaic virus, CABMV), é a principal doença de etiologia viral do maracujazeiro no Brasil e atualmente está disseminada na maioria das regiões produtoras (KITAJIMA; RESENDE, 2001; NASCIMENTO et al., 2006). Os danos são maiores quanto mais cedo as plantas são infectadas, reduzindo número, peso e valor comercial dos frutos. Os sintomas se caracterizam com a malformação, rugosidade, clareamento das nervuras e mosaico nas folhas. 32 REFERÊNCIAS AKAMINE E. K.; GIROLAMI, G. Pollination and fruit set in the yellow passion fruit. Hawaii, Agricultural Experimental Station, 1959. 44p. (Tec. Bull, 39). BRUCKNER, C. H.; CASALI, V. W. D.; MORAES, C. F. de; REGAZZI, A. J.; SILVA, E. A. M. de. Self-incompatibility in passion fruit (Passiflora edulis Sims). Acta Horticulturae (World), 1995. n.370, p. 45-57. BRUCKNER, C. H.; SILVA, M. M. da. Florescimento e Frutificação. In: BRUCKNER, C. H. e PICANÇO, M. C. (Eds.). Maracujá: tecnologia de produção, pós-colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre, 2001. p. 51-68. CASTRO, A. P. G. de. Maracujazeiros comerciais e silvestres: nematóides associados e variabilidade genética com base em marcadores moleculares e na resistência a Meloidogyne incognita. 2008. 70f. Dissertação (Mestrado em Fitopatologia) – Universidade de Brasília, Brasília, 2008. CAVICHIOLI, J. 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Para produção das mudas dos porta-enxertos e enxertos foram utilizadas sementes da cultivar FB 100 e redondo-amarelo da marca comercial Topseed® respectivamente. As enxertias foram realizadas aos 70 dias após a semeadura. Aos 21 dias após as enxertias foram retiradas as proteções por câmara úmida e avaliado a porcentagem de pegamento. Aos 28, 42 e 56 dias após a enxertia foi avaliado a sobrevivência em porcentagem de plantas que permaneceram vivas. Aos 56 dias após a enxertia avaliou-se o número de folhas, diâmetro do enxerto e porta-enxerto, altura da planta e massa seca da parte aérea. Verificou-se interação significativa para os diferentes tipos de enxertia e uso da câmara úmida aos 21 dias após a enxertia, os tipos de enxertia que apresentaram as maiores porcentagem de pegamento foram: fenda cheia (94,45%) e fenda lateral (91,67%). Não houve influência do uso da proteção com câmara úmida para as enxertias tipo fenda cheia e lateral. Com a realização da enxertia do tipo fenda simples, verificou-se diminuição da taxa de pegamento quando não se utiliza a proteção. Os tipos de enxertia por fenda cheia e fenda lateral apresentaram os maiores índices de sobrevivência e permaneceram em 86,12% e 91,67% respectivamente para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia. As plantas provenientes de enxertos protegidos com câmara úmida apresentaram a maior média de porcentagem de sobrevivência (79,63%) para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia. O uso da câmara úmida promoveu um decréscimo no crescimento das plantas, sendo necessário um menor tempo de permanência da proteção sobre as plantas. As enxertias de garfagem tipo fenda cheia e lateral associadas ao uso da proteção com câmara úmida promoveram os melhores índices de pegamento e sobrevivência das mudas de maracujazeiro-amarelo. Palavras Chave: Passiflora edulis Sims, propagação, enxertia. 41 ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the combination of three forms of grafting methods and use of protective grafting with moist chamber in the production of yellow passion fruit seedlings. The experimental design was a randomized complete block in a 3x2 factorial arrangement with six replications, each plot consisting of nine plants, where the factors were the combinations of three embodiments of the method of grafting (cleft, side slit and simple slot) with the use of grafting protection with moist chamber or not using it. Seeds from FB 100 passion fruit cultivar were used for production of rootstock plants. On the other hand, seeds from the rounded-yellow cultivar (Topseed® Company) were used for production of scions. Grafting were performed 70 days after sowing. After 21 days, grafts were removed from the protection of the moisture chamber. At this time, the effectiveness of grafts was evaluated. At 28, 42 and 56 days after grafting it was evaluated the amount of plants remained alive. Fifty six days after grafting it was evaluated the number of leaves, graft and rootstock diameter, plant height and shoot dry weight. There was a significant interaction for different types of grafting and use of moist chamber at 21 days after grafting. Types of grafting with the highest percentage of graft effectiveness were: cleft (94.45%) and side slit (91.67%). There was no influence on the use of protection with moist chamber for cleft and side slit. Cleft type grafting showed a decrease in the rate of fixation when not using moist chamber protection. Cleft grafting and side slit showed the higher rates of survival with 86.12% and 91.67% respectively for the 28, 42 and 56 days after grafting. Plants from grafts protected with moist chamber had the highest average survival percentage (79.63%) for 28, 42 and 56 days after grafting. The use of moist chamber caused a decrease in plant growth showing that there is a need for plants to remain in it much less than the used in the trial. Cleft and side slit grafting types associated with the use of protection promoted by moist chamber lowest rates of fixation and survival of seedlings of yellow passion Keywords: Passiflora edulis Sims, propagation, grafting. 42 1. INTRODUÇÃO O maracujazeiro é uma cultura que vem se destacando como uma das principais frutíferas cultivadas no Brasil, com destaque de produção para os estados da Bahia, Ceará e Minas Gerais. Apesar de o Brasil ser considerado o maior produtor mundial, não esta entre os maiores exportadores, pois o seu consumo interno é maior que sua produção. A propagação em escala comercial é realizada por via sexual, no entanto a propagação por enxertia poderá ter grande importância para a cultura, na solução de problemas relativos a pragas e doenças. A enxertia no maracujazeiro amarelo é uma técnica recomendada por vários autores (NOGUEIRA FILHO et al., 2005; CHAVES et al., 2004; LIMA; CUNHA, 2004; SILVA et al., 2005; SILVA et al., 2011). Uma das vantagens do uso da enxertia é o controle de fitopatógenos através do uso adequado de porta-enxerto. Para Ruggiero; Oliveira (1998), a utilização da enxertia na cultura do maracujazeiro tem como principais vantagens a resistência à morte prematura das plantas, melhoria na qualidade dos frutos e aumento da longevidade da cultura. Segundo Ruggiero (1991), os tipos de enxertia de garfagem mais usados para o maracujazeiro são a fenda cheia e o inglês simples, com pegamento superior a 90%, em ambos os processos. No entanto, Pace (1984) testando quatro métodos de enxertia em maracujazeiro amarelo, concluiu que a garfagem do tipo fenda lateral foi mais eficiente, com 89% de pegamento. Quanto a proteção da enxertia, alguns autores como Hartmann et al., (1990); Simão, (1998) e Cavichioli et al., (2009) descrevem que, o uso da proteção do enxerto com saquinhos de polietileno transparente, tem a finalidade de proteger e formar uma câmara úmida que impede a troca de umidade entre o ambiente interno e o externo, mantendo assim, a umidade da região enxertada e favorecendo o processo de fixação e soldadura da enxertia. 43 Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes tipos de enxertia e uso da proteção com câmara úmida na produção de mudas de maracujazeiro-amarelo. 44 2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no período de junho a novembro de 2011 no viveiro de produção de mudas (50% de interceptação de entrada de luz) do Departamento de Ciências Vegetais da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Mossoró – RN. O delineamento experimental adotado foi o em blocos completos casualizados com seis repetições, sendo cada parcela constituída de nove plantas em um esquema fatorial 3x2, onde os fatores foram as combinações de três formas de realização da enxertia pelo método de garfagem (fenda cheia, fenda lateral e fenda simples) e utilização e não do uso da proteção com câmara úmida. Para produção das mudas dos porta-enxertos e enxertos de maracujazeiros foram utilizadas sementes da cultivar FB 100 e redondo-amarelo da marca comercial Topseed® respectivamente. A semeadura foi realizada no dia 28 de junho de 2011 em sacos de polietileno preto com capacidade para 1 litro de volume, sendo o substrato composto da mistura de terra de barranco (75%) e esterco bovino curtido (25%), acrescido de uma mistura de 500 g m3 de uma formulação comercial de N-P-K (4-148). Aos 70 dias após a semeadura, quando as plantas se apresentavam em fase de irem para o campo foram realizadas as enxertias, segundo a disposição do delineamento experimental. Os porta-enxertos foram decepados com tesoura de poda abaixo do primeiro par de folhas, a uma altura média de 10 cm a partir do colo. Para a realização das enxertias utilizou-se uma lâmina tipo “bisturi” e para proteção e fixação da enxertia foi utilizado à fita biodegradável. Para os tratamentos que correspondiam ao uso da proteção por câmara úmida foi utilizados sacos plásticos transparente de 4x22 cm sem o amarrio da base. O sistema de irrigação adotado foi microasperssão, controlado no interior do viveiro por timer, programado para duas vezes ao dia pela manhã e a tarde por 45 min. 45 As médias mensais de temperatura e umidade relativa do ar foram interpretados com base nos dados dos mapas agroclimáticos do INMET para a região de Mossoró para a época de condução do experimento (Figura 1). Figura 1. Dados médios mensais de temperatura máxima – T ºCmax ( média – T ºCmed ( ), mínima – T ºCmin ( ), ) e umidade relativa – UR % ( ) para região de Mossoró – RN no período da condução do experimento com base nos mapas agroclimáticos do INMET (2011). Aos 21 dias após as enxertias foram retiradas as proteções por câmara úmida e avaliado a porcentagem de pegamento para todos os tratamentos. Aos 28, 42 e 56 dias após a enxertia foi avaliado a sobrevivência em porcentagem de plantas que permaneceram vivas. Aos 56 dias após a enxertia avaliou-se número de folhas, diâmetro do enxerto e porta-enxerto na altura da enxertia medido com auxilio de 46 paquímetro digital com precisão de duas casas decimais, altura da planta medindo-se da base ate o meristema apical e massa seca da parte aérea obtida em estufa de circulação forçada aos 65 °C por 48 horas. Os dados de porcentagem de pegamento e sobrevivência foram transformados em Arc.Sen√X(%)/100 para fins de análise estatística. Os resultados obtidos foram submetidos a analise de variância e as medias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o auxilio do software ASSISTAT® (SILVA; AZEVEDO, 2002). 47 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com a análise de variância (Tabela 1) houve diferença significativa para os diferentes tipos de enxertia e uso da proteção com câmara úmida para a maioria das características avaliadas. Verifica-se que houve interação significativa para porcentagem de pegamento aos 21 dias após a enxertia. Tabela 1 - Resumo da análise de variância para avaliação de diferentes tipos de enxertia (TE) e uso da proteção (PT) na produção de mudas de maracujazeiro, PEG (%) – porcentagem de pegamento aos 21 DAE, SOBREVIVÊNCIA (%) – porcentagem de sobrevivência aos 28, 42 e 56 DAE, NFL (und) – número de folhas, DPE (mm) – diâmetro do porta-enxerto, DEN (mm) – diâmetro do enxerto, ALP (cm) – altura da planta e MSPA (g) – matéria seca da parte aérea aos 56 DAE, (DAE) – dias após a enxertia. Mossoró – RN, 2012. QUADRADOS MÉDIOS PEGAMENTO (%)1 SOBREVIVÊNCIA (%)1 F.V G.L 21 DAE 28 DAE 42 DAE 56 DAE TE 2 3,33** 2,86** 3,21** 3,22** PT 1 1,01** 0,87* 1,07** 1,07** TE*PT 2 0,48** 0,14n.s 0,21n.s 0,21n.s TRAT. 5 1,73** 1,37** 1,58** 1,58** BLOCOS 5 0,14* 0,14n.s 0,10 n.s 0,10 n.s ERRO 25 0,05 0,13 0,08 0,08 TOTAL 35 C.V (%) 18,57 32,52 26,81 26,81 Tabela 1, continuação. F.V TE PT TE*PT TRAT. BLOCOS ERRO TOTAL C.V (%) G.L 2 1 2 5 5 25 35 - NFL unidade planta-1 15,23n.s 1,92 n.s 8,21 n.s 9,76 n.s 2,30 n.s 5,16 21,83 QUADRADOS MÉDIOS DPE DEN APL ----------- mm --------cm 0,54** 0,15n.s 112,84n.s 0,40* 0,39n.s 1806,39** n.s 0,04 0,01n.s 10,96 n.s n.s 0,31* 0,14 410,79* 0,09 n.s 0,07 n.s 32,96 n.s 0,09 0,3 129,52 5,66 11,49 22,54 MSPA g 0,56 n.s 4,97** 0,21 n.s 1,30 n.s 0,15 n.s 0,55 27,65 ** = P≤0,01; * = P≤0,05; n.s = não significativo. – Os dados de porcentagem foram transformados em Arc.Sen√x/100. 1 Os tipos de enxertia que apresentaram as maiores porcentagem de pegamento aos 21 dias foram fenda cheia e fenda lateral. Não houve influência do uso da proteção 48 com câmara úmida para as enxertias tipo fenda cheia e lateral, portanto há uma diminuição da taxa de pegamento quando não se utiliza a proteção no tipo fenda simples (Tabela 2). Tabela 2 – Médias da porcentagem de pegamento de mudas de maracujazeiro em função do tipo de enxertia e uso da proteção com câmara úmida. Mossoró – RN, 2012. PEGAMENTO (%)2 – 21 DIAS TIPOS DE ENXERTIA1 PROTEÇÃO DA ENXERTIA COM SEM FENDA CHEIA 94,45 aA 94,45 aA FENDA LATERAL 94,45 aA 88,89 aA FENDA SIMPLES 66,67 bA 11,12 bB – Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 2 – Os dados de porcentagem foram transformados em Arc.Sen√x/100. 1 Esses resultados concordam em partes com os obtidos por Lima (2009), que observando o efeito de diferentes métodos de enxertia e ambiente na otimização de métodos de propagação do maracujazeiro por estaquia e enxertia, observou que não houve diferença para os tipos de enxertia por garfagem fenda cheia e lateral como também não sofreram interferência do ambiente interno aberto e fechado para o índice de porcentagem de pegamento. Chaves et al. (2004), estudando a enxertia de maracujazeiro-azedo em estacas herbáceas enraizadas de espécies de passifloras nativas também não observaram efeito significativo da proteção do enxerto com saco de plástico no índice de pegamento da enxertia. Santos et al. (2011), trabalhando com tipos de enxertia em diferentes idades de plântulas de maracujazeiro não observaram diferenças para os tipos de enxertia por garfagem em fenda cheia e fenda simples. Isso pode estar relacionado à idade da enxertia, pois os mesmos autores afirmam que a antecipação da enxertia para 15 dias após a emergência das plântulas facilita uma melhor fixação e soldadura do material. Roncatto et al. (2011), estudando modalidade de enxertia para o maracujazeiro não observaram diferença para os tipos de enxertia por garfagem fenda cheia e lateral quando verificaram a porcentagem de pegamento 49 aos 20 dias após a realização, portanto ao passar do tempo a enxertia por fenda cheia se sobressaiu. O menor índice de pegamento encontrado pelo tipo fenda simples também pode estar relacionado a esse tipo de enxertia apresentar como inconveniência a dificuldade de fixação por apresentar uma menor superfície de contato, como descrito por Nachitigal et al. (2005), isso associado ao não uso da proteção provocar um ressecamento maior da área enxertada, para que isso não ocorra é necessário se manter um alto teor de umidade no local da enxertia. Segundo Corrêa et al. (2010), o uso da proteção com câmara úmida tem por finalidade impedir a troca de umidade entre ambiente interno e o externo, mantendo assim a umidade do local da enxertia. Quanto aos tipos de enxertia, Lima et al. (1999), avaliando porta-enxertos e tipos de enxertia para o maracujazeiro amarelo, não observaram diferença significativa entre os tipos fenda cheia e fenda simples. Já Roncatto et al. (2011), observaram que a enxertia por garfagem em fenda cheia mostrou-se mais adequada para o maracujazeiro, obtendo 98% de pegamento contra 70% por fenda lateral, porém Pace (1984) testando quatro métodos de enxertia em maracujazeiro amarelo, concluiu que a garfagem do tipo fenda lateral foi mais eficiente, com 89% de pegamento. Porém, Lima (2005), descreve que o método de enxertia do tipo fenda cheia é o mais usado, com pegamento de até 90%. Chaves et al. (2004) e Silva et al. (2005) conseguiram percentagem de 98% de pegamento, utilizando enxertia por fenda cheia em porta-enxerto por estaca. Menezes et al. (1994) afirma que, quando se trabalha com enxertia intraespecífica em maracujazeiro, os resultados são mais promissores, alcançando até 100% de pegamento, pois existe maior afinidade quando a enxertia é feita sobre a própria espécie. Os tipos de enxertia por fenda cheia e fenda lateral apresentaram os maiores índices de sobrevivência e permaneceu em 86,12% e 91,67% respectivamente para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia (Figura 2). 50 Figura 2. Avaliação de tipos de enxertia quanto à porcentagem de sobrevivência aos 28, 42 e 56 dias após a realização. Mossoró – RN, 2012. O baixo índice de sobrevivência das mudas enxertadas por fenda simples podem estar diretamente ligada ao baixo índice de pegamento influenciado pelo não uso da câmara úmida. Nogueira Filho et al. (2011), estudando a enxertia hipocotiledonar no maracujazeiro observou que a percentagem de enxertos pegos permaneceu a mesma durante 60 dias de observações para a enxertia do P. edulis Sims sobre ele mesmo. As plantas provenientes de enxertos protegidos com câmara úmida apresentaram a maior média de porcentagem de sobrevivência (79,63%) para os 28, 42 e 56 dias após a enxertia (Figura 3). Corrêa et al. (2010), trabalhando com uso da câmara úmida em enxertia convencional de maracujazeiro amarelo, observaram que o uso da proteção da enxertia com câmara úmida favorece a sobrevivência dos enxertos. 51 Figura 3. Avaliação da influência do uso da proteção da enxertia quanto à porcentagem de sobrevivência aos 28, 42 e 56 dias após a realização. Mossoró – RN, 2012. Cardoso et al. (2010), avaliando a eficiência de tipos de proteção na substituição de copa por garfagem lateral no cajueiro comum, observaram que o uso da proteção favorece tanto a porcentagem de pegamento como a sobrevivência dos enxertos. O diâmetro do porta-enxerto para os tipos de enxertia por fenda cheia e fenda lateral apresentaram o maior crescimento (5,33mm) e (5,34mm) respectivamente (Figura 4). 52 Figura 4. Diâmetro do porta-enxerto em função do tipo de enxertia aos 56 dias após a realização. Mossoró – RN, 2012. Verificou-se que o uso da proteção com câmara promoveu um decréscimo em relação à altura da planta e diâmetro do porta-enxerto e consequentemente diminui o peso da matéria seca da parte aérea (Figura 5). 53 Figura 5. Avaliação da influência do uso da proteção da enxertia sobre a altura das plantas – ALP (cm), diâmetro do porta-enxerto – DPE (mm) e matéria seca da parte aérea – MSPA (g). Mossoró – RN, 2012. Corrêa et al. (2010), trabalhando com uso da câmara úmida em enxertia convencional de maracujazeiro amarelo, também observaram que o uso da câmara úmida prejudicou o crescimento das plantas, porém não houve interferência do uso da câmara sobre o diâmetro do porta-enxerto e matéria seca da parte aérea. Já Cavichioli et al. (2009), estudando o uso da câmara úmida em enxertia hipocotiledonar em maracujazeiro amarelo, observaram que o uso da câmara úmida provocou um decréscimo sobre o crescimento do diâmetro do porta-enxerto e o peso da matéria seca da parte aérea. Jacomino et al. (2000), avaliando métodos de proteção da enxertia para plantas frutíferas, observaram que para a nogueira macadâmia o uso de saquinhos de polietileno prejudicou o diâmetro e comprimento das brotações. O uso da proteção da enxertia prejudica o desenvolvimento apical da planta, para isso recomenda-se o uso de sacos maiores, que não interfiram no desenvolvimento da gema apical ou a redução do 54 tempo da permanência do saco plástico. Para Hartmann et al. (1990), o rápido pegamento da enxertia é fundamental para o sucesso da operação, pois diminui o período em que o enxerto fica exposto aos riscos da desidratação. Com base nas variáveis analisadas, os melhores tipos de enxertia para o maracujazeiro amarelo são por garfagem em fenda cheia e lateral. Para um melhor índice de pegamento das enxertias é fundamental o uso da proteção com câmara úmida. Porém, o uso da câmara úmida promoveu um decréscimo no crescimento das plantas, sendo assim, necessário um menor tempo possível de permanência da proteção sobre as plantas. 55 4. CONCLUSÃO As enxertias de garfagem tipo fenda cheia e lateral associadas ao uso de proteção por câmara úmida promoveram os melhores índices de pegamento e sobrevivência para o maracujazeiro-amarelo. 56 REFERÊNCIAS CARDOSO, E. de A.; SILVA, R. M. da.; MARACAJÁ, P. B.; OLIVEIRA, W. P. R. de.; SOUSA, R. P. de. Eficiência de tipos de proteção na substituição de copa por garfagem lateral no cajueiro comum. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Mossoró – RN, v. 05, n.02, p.153-157, 2010. CAVICHIOLI, J. C.; CORRÊA, L. de S.; BOLIANI, A. C.; OLIVEIRA, J. C. de. Uso de câmara úmida em enxertia hipocotiledonar de maracujazeiro-amarelo sobre três porta-enxertos. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal – SP, v.31, n.2, p.532538, 2009. CHAVES, R. da C.; JUNQUEIRA, N. T. 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