ENXERTIA NAS PLANTAS A enxertia é uma técnica de propagação vegetal que consiste na junção das superfícies cortadas de duas partes de plantas diferentes. Com a adoção desta técnica, principalmente em fruteiras, pretende-se diminuir o período de juvenilidade das plantas antecipando a fase produtiva e aliar as melhores qualidades de ambas as plantas propiciando um melhoramento que conduz, na maioria dos casos, a um aumento das produções com uma melhor qualidade. A parte da planta que origina a nova copa, selecionada a partir de uma boa variedade, onde irá ocorrer (ou não) a formação de flores, frutos e sementes é denominada de enxerto. A planta base, com um saudável sistema radicular, será o porta-enxerto ou cavalo. O resultado desta fusão será uma planta distinta com as resistências pretendidas e as qualidades da copa da planta progenitora selecionada dentre os pés-mães. Os factores de compatibilidade devem ser sempre minuciosamente analisados. Não devemos ignorar a afinidade fisiológica do enxerto e porta-enxerto, o seu parentesco botânico (que deve ser preferencialmente entre a mesma espécie), o comportamento biológico de cada um dos elementos (folhas caducas e folhas perenes). Eis os três processos mais comuns de enxertia: Enxertia de Borbulha - consiste na justaposição de uma borbulha ou gema atempada retirada de uma planta matriz sobre um porta-enxerto saudável e com bom raizame, isto é, a colocação da gema de enxerto no “cavalo”. Faz-se um corte com um canivete de enxertia bem afiado e previamente desinfetado em “I”, “T” ou “T” invertido. Separa-se a casca cuidadosamente para transformar numa pequena janela. Este orifício é aberto de modo a que se possa aconchegar a borbulha. Depois ata-se, de forma provisória, preferencialmente com fita plástica ou ráfia e coloca-se unguento apropriado de forma a isolar e facilitar a cicatrização. Enxertia de Garfo - processo de enxertia que consiste em fixar uma porção de um ramo com dois a quatro gomos (garfo) no talo de um outro vegetal (cavalo), de forma que o ramo se desenvolva. Para isso, faz-se um ou dois cortes oblíquos no enxerto (garfo) e um corte transversal seguido de um corte perpendicular à superfície de corte no porta-enxerto. Encaixa-se a estaca do garfo no porta-enxerto, ajustando as cascas, ata-se temporariamente com fita ou ráfia e passa-se um unguento próprio para esta operação. Enxertia de encosto - como o próprio nome indica, a união de dois ramos encostados (enxerto e porta-enxerto) previamente descascados, que depois são atados com ráfia ou fita para facilitar a junção. Algum tempo após a cicatrização corta-se a parte do cavalo acima da zona de intervenção e a parte do enxerto abaixo da mesma zona.