TÍTULO: PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE ISOLADOS BACTERIANOS DE AFECÇÕES CLÍNICAS DO HOSPITAL VETERINÁRIO ANHEMBI MORUMBI CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: MEDICINA VETERINÁRIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI AUTOR(ES): RAQUEL REZENDE DE CARVALHO ORIENTADOR(ES): MÁRCIO ANTÔNIO BATISTELA MOREIRA COLABORADOR(ES): NATASHA DASCENCZE BALESTERO RESUMO O uso inadequado dos antimicrobianos no tratamento de infecções bacterianas é bastante discutido, pois pode colaborar para o desenvolvimento de resistência bacteriana em animais e no homem. Os exames para identificação bacteriana e antibiogramas são pouco utilizados pelo Clínico Veterinário para direcionamento dos tratamentos das infecções bacterianas, sendo assim, o uso de antibióticos de amplo espectro é cada vez mais realizado e, na maioria das vezes, sem necessidade. Este trabalho ressalta a importância da identificação bacteriana e a realização de antibiogramas para a escolha do agente antimicrobiano apropriado no tratamento das principais afecções atendidas na área de Medicina Veterinária. Parcialmente obtivemos 18 casos de animais que mostraram crescimento bacteriano de janeiro a junho de 2014 (8 urinas, 6 feridas de pele e 4 swabs otológicos), tendo como destaque as bactérias Staphylococcus sp., Escherichia coli e Proteus sp. Palavras-chave: resistência bacteriana, antibióticos, cepas multirresistentes. INTRODUÇÃO As doenças infecciosas nos animais representam um problema clínico e econômico bastante importante para os Médicos Veterinários e donos de animais (SFACIOTTE, 2014). Dentre as principais preocupações está a resistência bacteriana, pois envolve várias espécies de microrganismos e seus mecanismos de resistência (GUARDABASSI et al. 2004). Conforme descrito na literatura, existe um risco potencial de resistência entre determinados fármacos, tanto em humanos como em animais, devido à falta de conscientização e ao uso indiscriminado dos antimicrobianos, levando ao aumento das taxas de resistência (UMBER e BENDER, 2009). A maioria dos pacientes é tratada com antibióticos de amplo espectro sem real necessidade, uma vez que a identificação das bactérias e dos antimicrobianos é primordial para o sucesso do tratamento, evitando assim a emergência de cepas multirresistentes (GUARDABASSI et al., 2008; CLARKE, 2006). O aumento no número de infecções por estafilococos coagulase-negativos (ECN) e sua frequente resistência à meticilina vem se tornando uma grande dificuldade no controle das afecções por este agente (RATTI, 2009). Para que exista um monitoramento no uso das drogas antibacterianas é necessário um controle rigoroso, sendo que a terapia antimicrobiana deve ser prescrita por um Médico Veterinário somente após os resultados de exames laboratoriais, nas doses e período determinados (QUINN et al., 2005). OBJETIVOS Este trabalho tem como objetivo avaliar retrospectivamente o perfil de resistência antimicrobiana in vitro de isolados bacterianos de diversos processos infecciosos em pacientes atendidos no Hospital Veterinário Anhembi Morumbi no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2014, através da análise dos prontuários clínicos e dados do Laboratório de Patologia Clínica. METODOLOGIA Será realizado estudo retrospectivo, utilizando dados clínicos e laboratoriais de casos registrados de afecções bacterianas, avaliação e interpretação dos antibiogramas com o objetivo de avaliar o perfil de resistência antimicrobiana encontrado. DESENVOLVIMENTO O presente trabalho encontra-se no estágio de coleta de dados em prontuários e laudos laboratoriais do Hospital Veterinário Anhembi Morumbi e revisão de literatura para posterior análise, interpretação e formulação do perfil de resistência antimicrobiana dos pacientes. RESULTADOS PRELIMINARES Até o momento foram coletados dados do período de janeiro de 2008 a julho de 2014, referente às regiões envolvidas em contaminações bacterianas e as respectivas bactérias encontradas. Além do desenvolvimento teórico do trabalho baseado em revisão de literatura. Parcialmente obtivemos 18 casos de animais que mostraram crescimento bacteriano de janeiro a junho de 2014 (8 urinas, 6 feridas de pele e 4 swabs otológicos), tendo destaque as bactérias Staphylococcus sp., Escherichia coli e Proteus sp. Nos casos de infecções urinárias as bactérias apresentaram maior sensibilidade à Amicacina, Gentamicina e Sulfametoxazol com Trimetoprim e resistência à Clindamicina, Amoxicilina e Claritromicina. Nas feridas de pele constatamos sensibilidade à Amicacina, Ceftiofur e Amoxicilina com Ácido clavulânico e resistência à Doxiciclina, Clindamicina e Cefalexina. Já em otites de orelha média observamos sensibilidade à Tobramicina, Ciprofloxacina e Gentamicina, enquanto que a resistência foi à Enrofloxacina, Neomicina e Norfloxacina. FONTES CONSULTADAS CLARKE, C.R. Antimicrobial resistance. Vet. Clin. North America: Small Animal Pract., v. 36, p. 987-1001, 2006. GUARDABASSI, L.; HOUSE, G.A., FRANK, L.A. & PAPICH, M.G. Orientações para o uso de antimicrobianos em cães e gatos, p. 224-249. In: Guardabassi, L., Jesen, L.B. & Kruse, H. (Eds), Guia de Antimicrobianos em Veterinária. Porto Alegre, Artmed, 2008. GUARDABASSI, L.; SCHWARZ, S. & LLOYD, D. Pet animals as reservoirs of antimicrobial-resistant bacteria. J. Antimicrob. Chemother. 54:321-332, 2004. QUINN, J.P.; MARKEY, B.K.; CARTER, M.E.; DONNELY, W. J.; LEONARD, F. C. Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. Cap. 6, p.46-47. Porto Alegre: Artmed, 2005. RATTI, R.P.; SOUSA, C.P. Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA) e infecções nosocomiais. Rev Ciênc Farm Básica Apl.,30(2): 9-16, 2009. SFACIOTTE, R.A.P.; VIGNOTO, V.K.C.; WOSIACKI, S.R. Perfil de resistência antimicrobiana de isolados bacterianos de afecções clínicas do Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Maringá. Rev. Ciênc. Vet. Saúde Públ., v. 1, n. 1, p. 029-038, 2014. UMBER, J.K.; BENDER, J.B. Pet and antimicrobial resistance. Vet. Clin. North America: Small Animal Pract., v. 39, n. 2, p. 279-92, 2009.