Reabilitação Pós Reconstrução LCA

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Reabilitação Pós Reconstrução LCA
INTRODUÇÃO
Programas de reabilitação tem tido progresso ao lado de avanços cirúrgicos em reconstrução
de ligamentos cruzado anterior. Cada vez mais se utiliza programas pré-operatórios de
reabilitação, e preparação do Joelho para cirurgia de Reconstrução do LCA (ligamento Cruzado
Anterior) com muito sucesso, reduzindo complicações pós-operatórias e retornando pacientes
para atividade mais rapidamente possível, com muita segurança. Utilizam-se técnicas
fisioterápicas que garantem a melhora da função muscular, já fase pré-operatória incluindo a
redução agressiva dos edemas, exercícios de hiper-extensão, treinamento de marcha dando
também um aporte psicológico a este tipo de paciente. Os objetivos pós-cirúrgicos são o
controle de edema enquanto se recupera toda a série de movimentos do joelho. Depois que os
objetivos de fortalecimento de quadríceps forem alcançados, os pacientes podem passar para
exercícios esportivos específicos.
MOBILIZAÇÃO MANUAL ARTICULAR
Antes de tudo, é bom deixar claro que as técnicas descritas são baseadas na mecânica
articular onde são considerados os vetores de compressão e movimentos dos músculos, as
superfícies articulares (côncava e convexa) e os movimentos que são permitidos no complexo
articular do joelho.
Seguindo a fisiologia articular e a hierarquia dos micro e macro movimentos, serão utilizadas
técnicas de tração (afastamento das superfícies articulares, aumentando espaço articular),
deslizamento (respeitando a regra do côncavo x convexo), as rotações (no joelho são
permitidas na art. tíbio-femural) e os rolamentos.
Os graus de movimento para tração e deslizamento são classificados em:
Grau I: Força de tração ou deslizamento de amplitude extremamente pequena, que não gera
separação articular apreciável e mobilizações leves. São bem utilizados para aliviar a dor e
também como testes e mobilizações de deslizamento.
Grau II: Movimento de alongamento gradual onde se observa o aparecimento de resistência
significativa dos tecidos que circundam a articulação. São bem utilizados para aliviar a dor,
testar a folga articular, aumentar ou manter o movimento.
Grau III: Movimento de alongamento que envolve força suficiente para esticar os tecidos que
cruzam a articulação. São bem utilizadas para testar a percepção do fim do movimento na folga
articular e aumentar a mobilidade.
Na mobilização articular do joelho, descreve-se que ocorrerá com a mobilização da superfície
articular côncava da tíbia em relação aos côndilos femorais (art. tíbio-femural) e na superfície
articular posterior côncava da patela em relação a tróclea femoral (art. patelofemural). A
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articulação é colocada em 25 a 40º de flexão caracterizando posição de repouso articular. As
técnicas geralmente são aplicadas com o paciente deitado sobre maca em altura adequada
para o terapeuta.
Tração do joelho (para dor e hipomobilidade): o objetivo é aumentar o espaço entre as
superfícies articulares para diminuir o atrito, dor e aumentar a mobilidade do joelho. O paciente
é posicionado em decúbito ventral, com o lado anterior da coxa sobre a superfície de
tratamento e o joelho em posição de repouso. O terapeuta fixa com uma das mãos a parte
distal do paciente contra a superfície de tratamento e segura a perna do paciente acima da
articulação do tornozelo, posicionando seu antebraço em linha com a perna do paciente.
Aplica-se um movimento de tração de grau I, II ou III em linha com a perna.
A sugestão é que o movimento (ida e volta) seja de forma lenta e dure cerca de 10 segundos e
o número de repetições seja de 3 a 5.
Deslizamento posterior do joelho (para restrição da flexão): a técnica pode ser empregada
inicialmente com o joelho em posição neutra (sem rotação aparente da tíbia) e depois com a
tíbia posicionada em rotação (lateral e medial), o objetivo é aumentar a flexão do joelho e a
amplitude de movimentos em rotações lateral e medial. O paciente é posicionado em decúbito
dorsal, joelho posicionado em 30º de flexão associada ou não a rotações da tíbia. O terapeuta
fixa com uma das mãos a coxa do paciente acima do joelho e fixe-o contra o seu corpo e
segura a perna abaixo do joelho pelo lado anterior (procedimento sem rotação da tíbia),
ântero-medial (com rotação medial da tíbia) ou ântero-lateral (com rotação lateral da tíbia).
Aplica-se um movimento de deslizamento posterior de grau III à tíbia. A mobilização do joelho é
mais fácil e efetiva quando o tratamento é orientado diretamente para o lado medial ou lateral.
A sugestão é que os movimentos são feitos em pequena amplitude e o nº de repetições fica a
critério do terapeuta e também dependendo do grau de restrição de mobilidade articular.
Deslizamento anterior do joelho (para restrição de extensão): a técnica pode ser empregada
com o paciente na mesma posição do deslizamento posterior, aplicando neste caso um
movimento de deslizamento anterior da tíbia. Mas Kaltenborn descreve esta técnica com o
paciente em decúbito ventral, com o joelho perto da borda da mesa de tratamento (maca) e
como sempre em posição de repouso, a coxa do paciente é fixada contra a superfície de
tratamento e (o ideal é que isto seja feito por outra pessoa) e o terapeuta segura a perna do
paciente contra seu corpo com ambas as mãos, uma proximalmente ao tornozelo e a outra
distalmente ao joelho, os polegares são apoiados na face posterior da perna do paciente e
assim como na técnica anterior a tíbia pode estar em posição neutra, rotação lateral ou medial.
Aplica-se um movimento de deslizamento anterior de grau III à tíbia proximal, inclinando o
corpo em direção ao antebraço que está sobre a região proximal da tíbia e dobrando seus
joelhos, movimentando ambas as mãos e o corpo juntamente. A mobilização do joelho é mais
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fácil e efetiva quando o tratamento é orientado diretamente para o lado medial ou lateral.
Deslizamento lateral do joelho (para restrição de flexão e extensão): a técnica é empregada
com o objetivo de aumentar a amplitude de movimentos do joelho em flexão, extensão e
rotação. O paciente é posicionado em decúbito lateral, com a lateral da perna sobre a
superfície de tratamento e o joelho em posição de repouso. A parte distal da coxa do paciente
é fixada contra a superfície de tratamento e (o ideal é que isto seja feito por outra pessoa) para
melhorar a fixação, coloca-se uma cunha ou toalha de rosto (enrolada ou dobrada) num local
imediatamente proximal ao espaço articular. O terapeuta segura a perna do paciente pelo lado
medial com ambas as mãos, uma das mãos segura proximalmente ao tornozelo e a outra
distalmente ao joelho. Aplica-se um movimento de deslizamento lateral de grau II ou III,
inclinando o corpo na direção de seus braços estendidos, movimentando ambas as mãos e o
seu corpo conjuntamente (KALTENBORN, 2001).
A sugestão é que os movimentos são feitos em pequena amplitude e o nº de repetições fica a
critério do terapeuta e também dependendo do grau de restrição de mobilidade articular.
Deslizamento medial do joelho (para restrição de flexão e extensão): a técnica é empregada
com o objetivo de aumentar a amplitude de movimentos do joelho em flexão e extensão. O
paciente é posicionado em decúbito lateral, com a lateral da perna sobre a superfície de
tratamento e o joelho em posição de repouso. A parte proximal do tornozelo do paciente é
fixada contra a superfície de tratamento e coloca-se uma cunha ou toalha de rosto (enrolada ou
dobrada) num local imediatamente distal ao joelho. O terapeuta segura a coxa do paciente pelo
lado medial com uma das mãos num local imediatamente proximal ao joelho, enquanto a outra
mão segura proximalmente ao tornozelo. Aplica-se um movimento de deslizamento medial ao
fêmur de grau II ou III, inclinando o corpo em direção ao braço que está estendido na região
proximal do joelho (KALTENBORN, 2001).
Deslizamento distal da patela (para restrição da flexão): a técnica é empregada com o objetivo
de aumentar a amplitude de movimentos em flexão do joelho ao aumentar o deslizamento
distal da patela. O paciente é posicionado em decúbito dorsal, utiliza-se uma cunha ou toalha
de rosto (enrolada ou dobrada) para colocar o joelho em posição presente de repouso. O joelho
é fixado pela cunha ou toalha, o terapeuta segura com a palma de uma das mãos a borda
proximal da patela e repousa o antebraço ao longo da coxa do paciente e posiciona uma mão
sobre a outra para aumentar a preensão. Aplica-se um movimento de deslizamento distal de
grau II ou III à patela, mantendo o antebraço paralelo à coxa para evitar forças de compressão
direcionadas à patela. A restrição do deslizamento distal pode estar associada à restrição da
flexão do joelho. Nesse caso, é importante aumentar a mobilidade patelar antes de utilizar
técnicas de mobilização da articulação do joelho (KALTENBORN, 2001).
Deslizamento medial e lateral da patela: a técnica é empregada com o objetivo de aumentar os
deslizamentos medial e lateral da patela, contribuindo para o ganho de mobilidade no joelho. O
paciente é posicionado em decúbito dorsal, utiliza-se uma cunha ou toalha de rosto (enrolada
ou dobrada) para colocar o joelho em posição presente de repouso. O terapeuta segura com
uma das mãos em torno da coxa, imediatamente acima da patela pelo lado anterior e com a
palma da outra mão segura a borda lateral da patela, com o antebraço paralelo à superfície de
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tratamento. Aplicam-se movimentos de deslizamentos medial e lateral de grau II ou III à patela,
mantendo o antebraço paralelo à coxa para evitar forças de compressão direcionadas à patela
(KALTENBORN, 2001).
O ALONGAMENTO MUSCULAR
Serão descritas algumas técnicas de alongamento da musculatura que age principalmente no
joelho e também no quadril. As técnicas são baseadas na fisiologia muscular e nos vetores de
força dos músculos e suas resultantes. O alongamento é feito de forma lenta e progressiva,
sugerindo o nº de 5 a 10 repetições com duração média de 25 segundos cada uma. Mas
deve-se respeitar a condição muscular e a individualidade de cada paciente.
Alongamento dos isquiotibiais (bíceps femoral, semimembranoso e semitendinoso):
para alongamento desta musculatura de uma “forma uniforme”, o paciente deve estar em
decúbito dorsal, articulação coxofemoral em posição neutra, o membro que não será alongado
deve estar com a perna estendida e apoiada na superfície de tratamento (solo ou maca). O
terapeuta posiciona-se ao lado do paciente e do membro a ser manipulado, uma mão é
apoiada na porção proximal da face anterior da coxa e a perna á apoiada no ombro do
terapeuta e com o auxílio de outra mão promove-se flexão passiva do quadril. O joelho quando
está em flexão produz encurtamento dos isquiotibiais em sua inserção distal e assim o
alongamento é maior na inserção proximal (quadril), já com o joelho estendido ocorre
alongamento evidente nas duas inserções (quadril e joelho). Para se dar ênfase no
alongamento do semimembranoso e semitendinoso, coloca-se o paciente na mesma posição
só que agora o alongamento ocorre com rotação lateral da coxa para que ocorra um
alongamento maior desta musculatura que está na face póstero-medial da coxa e seus vetores
de força agem medialmente em flexão do joelho e rotação medial da tíbia. Para se dar ênfase
no alongamento do bíceps femoral, coloca-se o paciente na mesma posição só que o
alongamento ocorre com rotação medial da coxa para que ocorra um alongamento maior desta
musculatura que está na face póstero-lateral da coxa e seus vetores de força agem
lateralmente em flexão do joelho e rotação lateral da tíbia. (KALTENBORN, 2001).
Alongamento do quadríceps (vasto lateral, vasto intermédio, vasto medial, vasto medial
oblíquo e reto femoral): para alongamento desta musculatura, o paciente deve estar em
decúbito lateral (deitado sobre o lado do membro que não será alongado), articulação
coxofemoral em posição neutra, joelho fletido para que o alongamento ocorra nas inserções
proximal e distal. O terapeuta posiciona-se posteriormente ao paciente, uma das mãos
estabiliza o quadril (altura da crista ilíaca - face lateral e posterior) e promove-se extensão
passiva do quadril movendo a coxa do paciente (puxando para trás) com a outra mão. E o
movimento deve ocorrer em linha reta para que o alongamento seja de “forma uniforme” em
toda a musculatura. (KALTENBORN, 2001).
Alongamento de adutores e abdutores: é muito importante o alongamento desta
musculatura do quadril, pois um posicionamento excessivo da articulação coxofemoral tanto
em adução ou abdução (lembrando que estes movimentos são associados às rotações, pois
esta articulação é classificada como balanço impuro) altera o posicionamento e a pressão
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sobre o joelho e além de tudo trata-se de uma unidade funcional inferior e não simplesmente
de uma articulação. Para o alongamento desta musculatura, o paciente deve estar em decúbito
dorsal, para os adutores um membro deve ficar em flexão e leve abdução de quadril, flexão de
joelho e apoiando o pé sobre o solo ou maca. O pé do terapeuta serve como apoio medial
evitando o deslocamento deste membro, pois a forca produzida em abdução levara o quadril a
inclinar para o lado oposto e a tendência e que a perna flexionada se mova em adução, o outro
membro deve estar em extensão e a força de alongamento é aplicada para promover abdução
passiva e de forma progressiva. Para aumentar o grau de alongamento, deve-se aumentar a
amplitude de abdução do membro que está apoiado no chão. Para o alongamento dos
adutores os dois membros devem ficar em extensão, o terapeuta estabiliza um dos membros
com o pé na face lateral do terço distal da perna com o mesmo propósito acima descrito, evitar
que a perna se mova como compensação devido à inclinação do quadril, evitando assim o
deslocamento lateral de um dos membros. O outro membro é seguro pelo terapeuta no terço
médio ou distal da perna, e este promove adução passiva ultrapassando a linha sagital,
ocorrendo assim o alongamento do grupamento abdutor deste membro. (KALTENBORN,
2001).
FORTALECIMENTO MUSCULAR
Após cirurgia ou imobilização a musculatura encontra-se hipotrofiada e hipotônica, condições
que são desfavoráveis ao movimento estabilidade articular. Em um processo de fortalecimento
muscular, deve-se conhecer bem os conceitos de alavancas, vetores de força, torque,
vantagem mecânica, cadeia cinética e energia potencial para sabermos explorar bem e
fisiologicamente de um grupo muscular, em qual momento angular este grupo trabalha com
vantagem mecânica e como poder adequar um trabalho explorando os vetores de força com
predominância de movimento. Conhecer bem os vetores de força e suas resultantes para
trabalhar um músculo em suas ações acessória e principal é de grande valia saber identificar
em que cadeia cinética é mais adequado trabalhar determinado movimento. Saber explorar os
movimentos convergentes e contracorrentes é ótimo em casos de lesão muscular, onde
podemos iniciar um fortalecimento trabalhando um músculo com pré-encurtamento ou com
pré-estiramento da inserção contrária à lesão, fazendo assim um trabalho muscular com
vantagem mecânica. E finalmente, conhecer os tipos de resistência que podem ser utilizadas.
(KALTENBORN, 2001).
Com relação à resistência elástica, ela oferece diversas vantagens. Uma delas e que podemos
trabalhar um movimento com o paciente em qualquer posição, pois segundo a formula de
energia potencial elástica (Epe=Kx²/2) a gravidade não influencia, outra vantagem e que devido
a sua capacidade de deformidade podemos explorar melhor a 3ª lei de Newton aplicando este
tipo de resistência na mesma direção e em sentido oposto ao da potencia e alem disso pode-se
trabalhar em velocidade constante e neste caso o Br tem pouca variação o que gera um
exercício mais homogêneo, caracterizando um exercício isocinético que através da utilização
de aparelho, oferece resistência acomodativa e já o elástico oferece menor variação de Braço
de resistência.
Quanto ao ângulo de inserção sabe-se que quanto mais perpendicular o tendão estiver da
superfície óssea caracteriza-se maior fortalecimento muscular e o melhor momento do músculo
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para o movimento articular e quando este estiver paralelo à superfície óssea estará em seu
momento estabilizador. Partindo destes conceitos, a sugestão e que devemos trabalhar o
fortalecimento muscular de forma fracionada, para podermos assim explorar estes melhores
momentos de movimento. No caso do quadríceps, a tendência para o movimento ocorre na
angulação de 0 a 30º, considerando o paciente sentado e 0º corresponde a 90º de flexão, de
30 a 60º ocorre a transição de movimento para estabilidade, onde o tendão ocupara uma
posição paralela a superfície óssea e na angulação de 60 a 90º ocorre a estabilidade da
articulação onde o joelho esta totalmente estendido e os tendões estão paralelos a superfície
óssea. No caso dos isquiotibiais, a tendência para a estabilidade ocorre de 0 a 30º,
considerando o paciente sentado e 0º corresponde à extensão total do joelho, de 30 a 60º
ocorre transição de estabilidade para movimento onde o melhor momento para o movimento e
de 60 a 90º onde os tendões estão em suas posições perpendiculares à superfície óssea. Vale
ressaltar que este trabalho fracionado e realizado em cadeia aberta e em estágios iniciais e
intermediários de fortalecimento, onde tardiamente o fortalecimento deve ser feito em cadeia
fechada e no trabalho de propriocepção estimula-se a estabilidade. Conhecendo estes
conceitos, podemos identificar porque em alguns trabalhos de fortalecimento onde o terapeuta
exige um fortalecimento em estagio inicial e intermediário de forma não fracionada ocorre à
formação de processos inflamatórios nos tendões (tendinites). (KALTENBORN, 2001).
Com relação às cadeias cinéticas, em trabalho inicial e intermediário de fortalecimento deve
ser em cadeia aberta, pois temos a possibilidade de controlar bem a aplicação da resistência e
trabalhar de forma fracionada. Em trabalho final de fortalecimento, treinamento proprioceptivo e
atividades funcionais e que exploramos o fortalecimento em cadeia fechada onde há
sustentação do peso corporal e trabalha-se bem a estabilidade e equilíbrio, pois este tipo de
treinamento exige muito controle neuromotor. (KALTENBORN, 2001).
Quanto aos vetores de força e suas resultantes, e importante considerá-los, pois a partir disto
se conhece as ações acessória e principal de cada músculo e podemos adequar um trabalho
de fortalecimento exigindo de forma gradual. Pela fisiologia articular, o movimento de rotação
precede o rolamento, sendo assim a sugestão e que em estágios iniciais trabalha-se bem as
rotações da tíbia com o joelho fletido onde fortalecemos os músculos bíceps femoral,
semimembranaceo e os da pata de ganso em suas ações acessórias e depois se trabalha o
fortalecimento da musculatura exigindo sua ação principal.
Mais um fator importante para o programa de fortalecimento muscular e a relação
comprimento x tensão onde através da formula de energia potencial e fisiologicamente
comprovou-se que os músculos que estão em posição de pré-estiramento (alongados) antes
de se contraírem liberam maior quantidade de energia que e convertida em cinética
(movimento). Quanto maior o pré-estiramento, maior será o recrutamento de fibras musculares
e melhor qualidade de contração e produzida. Um exemplo de exercício em cadeia aberta e
partindo de um pré-estiramento e a extensão do joelho com o paciente sentado e com o quadril
em extensão em cadeia fechada (retroversão pélvica), onde a inserção proximal do reto
femoral e pré-estirada, potencializando assim sua ação no joelho. Já no movimento de flexão,
com o paciente em decúbito ventral, o quadril estando em flexão em cadeia fechada
(anteroversão pélvica), onde a inserção proximal do isquiotibiais e pré-estirada, potencializando
sua ação no joelho. Uma técnica de reabilitação motora baseada neste conceito de
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pré-estiramento e o PNF. Outro fator importante e a relação velocidade de contração x tensão
onde quanto maior for a velocidade de contração, menor será a tensão produzida e atrito
intra-articular. Este e mais um fator que reforça a importância do trabalho de fortalecimento de
forma fracionada, associadas com pré-estiramento melhores ângulos de inserção e adequando
assim o programa de fortalecimento muscular.
A sugestão e que se inicie e termine as sessões de fortalecimento muscular com mobilização
para que se mantenha um bom espaço e congruência articular.
O numero de series de repetições dependera da condição muscular de cada paciente, dos
objetivos funcionais (resistência, forca, potência, etc).
TREINAMENTO PROPRIOCEPTIVO
O treinamento proprioceptivo engloba três aspectos que são inter-relacionados e importantes
para a criação de exercícios e estes são: contração isotônica excêntrica, base de sustentação
e cadeia cinética fechada. E não e difícil identificar a importância de cada um, movimento de
MMII ocorre em maior parte do tempo em cadeia fechada, sustentando o peso corporal e com
aceleração e desaceleração sendo este ultimo um fator que exige muito controle neuromotor. A
partir disto, a propriocepção se encaixa como importantíssimo aspecto a ser abordado na
reabilitação da unidade funcional inferior.
Os exercícios de propriocepção são realizados após o trabalho de ganho de mobilidade
articular e pode ser iniciado durante o trabalho de fortalecimento muscular em cadeia fechada.
A evolução dos exercícios ocorre com o posicionamento do paciente onde se tem
deslocamento do centro de gravidade, diminuição da base de sustentação, etc. A sugestão e
que se comece o treinamento com o paciente em apoio bipodal executando transcrições
latero-laterais e Antero posteriores exigindo assim, controle neuromotor e estimulando os
receptores ligamentares (LCA, LCP, LCL, LCM), depois se coloca o paciente em posição de
passo e pedindo novamente as transcrições. Na transcrição Antero-posterior ocorrera
desaceleração e exigência neuromuscular para o controle da tíbia para frente. Em fases
intermediaria e final, a sugestão e que o treinamento explore o apoio unipodal e os gestos
esportivos (aspecto funcional). O apoio unipodal e realizado primeiramente em solo estável e
com a evolução do treinamento ocorre em solo instável como cama elástica, areia e pode
associar o gesto esportivo como jogar bola para o paciente segurar ou chutar com a perna que
está em balanceio.
O treinamento evolui de acordo com a resposta do paciente em reações de equilíbrio estático
e dinâmico e partindo assim para o treinamento funcional.
Protocolos de reabilitação pós-cirurgia de LCA
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Reabilitação Pós Reconstrução LCA
Na fase de reabilitação pós-cirúrgica, podem ser utilizados 2 tipos de protocolos diferentes. O
Protocolo normal que visa a recuperação do joelho do paciente não atleta, ou de pacientes do
sexo feminino, e o protocolo acelerado de reabilitação do joelho para pacientes atletas com a
intenção de recuperá-lo em menor tempo, retornando assim a sua atividade profissional mais
rapidamente possível. Mesmo em protocolos acelerados o tempo de afastamento das
atividades esportivas que necessitem de rotação é o mesmo. Os protocolos mais acelerados
tem um menor índice de complicações referentes a artrofibrose e déficit de mobilidade pós operatória. O uso de imobilizações pós operatórias não são mais recomendados. Utilizam-se
em casos especiais braces como medida anti álgica e para locomoção inicial.
Protocolo Normal de Reabilitação do joelho
1º ao 3º dia - pós-operatório
- Mobilização passiva da patela
- ADM a 90º e extensão passiva completa, MMII elevados
- Estimulação elétrica do quadriceps
- Marchas com 2 muletas e apoio parcial (marcha em 3 pontos)
- Mobilitdade ativa pé, tornozelo
- Crioterapia no joelho.
4º ao 14º dia
- ADM 0º até o suportável (inicialmente passiva)
- Exercícios isométricos sem carga
- Exercícios isotônicos de quadril e tornozelo com carga progressiva
- Criocinética
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Reabilitação Pós Reconstrução LCA
3ª semanas
- ADM 0º a 120º
- Marcha com 1 muleta e apoio parcial (marcha em 2 pontos)
- Exercícios ativos de flexo-extensão
- Propriocepção sem descarga de peso (sentado)
- Alongamentos leves
- Exercícios isométricos de joelho com carga progressiva
- Exercícios isotônicos de quadril com carga
- Exercícios isotônicos de tornozelo
4ª semanas
- ADM normal
- Piscina terapêutica
- Propriocepção com apoio bipodal em solo estável
- Marcha com apoio total (após 21 dias)
1º ao 2º mês
- Propriocepção com apoio unipodal em solo estável evoluindo para instável
- Bicicleta estacionária com carga gradual
- Exercícios isotônicos de joelho com carga progressiva
2º ao 3º mês
- Marcha na esteira com inclinação
- Propriocepção com apoio unipodal em solo instável
- Step com resistência gradual
3º ao 4º mês
- Propriocepção avançada
- Trote sem mudança de direção
- Natação
- Mecanoterapia com carga gradual e baixa ADM
4º ao 6º mês
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Reabilitação Pós Reconstrução LCA
- Propriocepção específica para o esporte, Saltos específicos
- Reforço muscular global intensivo
- Corrida com mudança de direção
- Nova avaliação isocinética
- Alta ambulatorial após sexto mês
6º ao 8º mês
- Reabilitação especial para retorno a atividade esportiva
- Treinamento específico
- Condicionamento físico
Protocolo acelerado reabilitação para reconstrução do ligamento cruzado anterior
1º dia de PO
- Mobilização passiva de O a 90º graus
- Apoio na marcha tanto quanto tolerado (sem muletas)
2º ao 4º dia
- extensão total
- apoio total sem muletas
7º ao 10º dia
- alongamento de isquiostibiais
- flexão ativo assistida
- Caminhar
2ª a 3ª semanas
- Mobilização passiva de 0 a 110 graus
- Fortalecimento gastrocnêmico, sóleo
- Atividades com carga
5ª a 6ª semanas
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Reabilitação Pós Reconstrução LCA
- Mobilização passiva de 0 a 130 graus
- Avaliação isocinética
- Início de corridas leves, pular corda, exercícios de agilidade
10ª semanas
- Mobilização passiva total
- Exercícios de agilidade
- Atividades esportiva específicas¨
Treinamento específico
- Condicionamento físico
4º a 6º mês
- Retorno à atividade esportiva
Fonte: http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/traumato/reconstrucao_
lca.htm
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