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Indústria projeta dobrar produção de
cacau em 10 anos
Estimativa é da Associação Nacional das Indústrias Processadoras do Cacau (AIPC), que participa do
evento Fóruns Estadão sobre a importância da commodity
SÃO PAULO ­ A indústria de cacau brasileira quer dobrar a produção da commodity no Brasil de 200
mil para 400 mil toneladas em 10 anos, levando o País a se tornar o terceiro maior produtor mundial,
disse o diretor executivo da Associação Nacional das Indústrias Processadoras do Cacau (AIPC),
Eduardo Bastos, em palestra no Fóruns Estadão ­ A importância do cacau na economia brasileira".
Segundo ele, só o aumento de 100 mil toneladas nos primeiros cinco anos vai irrigar R$ 15 bilhões para
a economia brasileira. "São recursos muito importantes que o País precisa para crescer e distribuir mais
renda, trazendo um benefício para a sociedade." Bastos ressaltou que, em outras cadeias agrícolas, o
Brasil sempre está entre os principais produtores por ter uma das maiores áreas cultiváveis do mundo e
a ideia é que isso volte a ser uma realidade também para o cacau. Ele ressaltou que o País precisa ter
protagonismo na produção de alimentos, fibras e energia. "É isso que o mundo espera."
Bastos assinalou ainda que, com uma produtividade média de 500 quilos por hectare e uma
propriedade familiar de cacau tendo em média 10 hectares, a expectativa é trazer 20 mil novas famílias
para a produção de cacau. "Isso significa quase 100 mil brasileiros voltando a produzir." Bastos
destacou ainda o benefício ambiental do cacau, nativo da região amazônica, para a proteção da floresta.
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, lembrou
que o Brasil foi um grande exportador até 1995, quando a cadeia sofreu dois impactos, a falta de
renovação da pesquisa para a cultura e a ocorrência da vassoura de bruxa e caminhos não adequados
para o combate à doença, elementos que fizeram com que o Brasil se tornasse importador e perdesse
espaço para o continente africano. "Em um país com a dimensão do Brasil, o potencial do cacau é
extraordinário", assinalou Carvalho. Ele destacou que o setor de cacau passou a ter participação de
capital externo pesada e o Brasil precisa participar disso. "É fundamental investimento em pesquisa e
desenvolvimento e a procura por novas áreas que permitam o desenvolvimento da cultura."
Carvalho assinalou ainda que o setor precisa buscar uma produção com alta competitividade para
retomar a importância que o Brasil já teve na oferta global. "Nosso caminho não é a proteção.
Brasileiros têm que lutar contra o protecionismo." ENTRAR
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