Apostila 03 - oficina da pesquisa

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OFICINA DA PESQUISA
ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE
Prof. Msc. Carlos José Giudice dos Santos
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A FORMAÇÃO DA MORAL OCIDENTAL
SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES
OS TRÊS MAIORES FILÓSOFOS
DA HISTÓRIA
ERA GRECO-ROMANA
Períodos da Filosofia
Filosofia antiga - séc. VI a.C. ao séc. VI d.C.
Filosofia patrística - séc. I ao séc. VII
Grega
Latina
Filosofia medieval - séc. VIII ao séc. XIV
História
da
Filosofia
Filosofia da Renascença - séc. XIV ao séc. XVI
Filosofia moderna - séc. XVII a meados do séc. XVIII
Filosofia da Ilustração (Iluminismo) – meados do séc.
XVIII até início do séc. XIX
Filosofia contemporânea – meados do séc. XIX até hoje
SÓCRATES (*469 a.C / †399 a.C.) [1]
Sócrates considerava que a verdade vem da reflexão
racional sobre o que nos rodeia, e não da percepção ou
da opinião. Ele construiu grande parte do seu
pensamento em oposição aos sofistas, aos quais
acusava de não ter respeito pela verdade.
Ele é considerado o pai da filosofia, e costumava
distribuir perguntas pelas ruas de Atenas que
desconcertavam os cidadãos gregos.
De Santi (2013) afirma que durante o período de ouro
da Grécia, a filosofia se debruçou sobre quatro
conceitos-chave: o bom, o bem, o belo e o justo.
SÓCRATES [2]
Muitos estudiosos observaram que existem algumas
semelhanças entre a vida de Sócrates e de Jesus
Cristo. Ambos vieram de uma família pobre,
incomodaram muita gente e foram admirados por uma
legião. Ambos seguiram a profissão do pai por algum
tempo, andavam pelas ruas ensinando e fazendo
perguntas embaraçosas e nunca escreveram uma
palavra. Ambos morreram de forma trágica, aceitando
o seu destino (DE SANTI, 2013)
Aranha (1993) afirma que Sócrates era feio, mas,
quando falava, era dono de estranho fascínio.
SÓCRATES [3]
Procurado pelos jovens, passava horas discutindo em
praça pública. Interpelava os transeuntes, dizendo -se
ignorante, e fazia perguntas aqueles que se julgavam
entendidos sobre determinado assunto. Então,
colocava o interlocutor em tal situação que não havia
saída senão reconhecer a própria ignorância. Com isso
Sócrates conseguiu rancorosos inimigos, mas também
muitos discípulos.
Este método de debate e discussão no mundo das
ideias (a dialética) foi inventado por Sócrates e
adotado pelo seu discípulo, Platão.
SÓCRATES [4]
O interessante é que na segunda parte do seu método
(a dialética), que se seguia à destruição da ilusão do
conhecimento, nem sempre se chegava de fato a uma
conclusão efetiva. Afinal, acusado de corromper a
mocidade e desconhecer os deuses da Cidade,
Sócrates foi condenado à morte.
Aranha (1993) considera alguns fatos sobre Sócrates
que são dignos de nota, a saber:
• Sócrates
não
ficava
em
seu
"gabinete"
contemplando "o próprio umbigo", e sim em praça
pública.
SÓCRATES [5]
• A relação que Sócrates estabelecia com as pessoas
não era puramente intelectual e nem alheia às
emoções.
• Seu conhecimento não é livresco, mas vivo e em
processo de se fazer; o conteúdo é a experiência
cotidiana.
• Ele se guia pelo princípio de que nada sabe e, desta
perplexidade primeira, inicia a interrogação e o
questionamento do que é familiar.
SÓCRATES [6]
• Ao criticar o saber dogmático, não quer com isso dizer
que ele próprio é detentor de um saber. Ele desperta
as consciências adormecidas, mas não se considera um
"farol" que ilumina; o caminho novo deve ser construído
pela discussão, que é intersubjetiva, e pela busca
criativa das soluções.
• Portanto, Sócrates é "subversivo" porque "desnorteia",
perturba a "ordem" do conhecer e do fazer e,
portanto, deve morrer.
• Se fizermos um paralelo entre Sócrates e a própria
filosofia, chegaremos à conclusão de que o lugar da
filosofia é na praça pública, daí a sua vocação política.
SÓCRATES [7]
Para Sócrates, o debate no mundo das ideias (a dialética)
era quase sempre precedido pela “arte de perguntar” (a
ironia). Para ilustrar estes dois exemplos, veja o exemplo
a seguir (DE SANTI, 2013, p. 18-19):
Certa vez, perguntou se ser enganador correspondia a
ser imoral. “É claro que sim”, respondeu o interlocutor.
Então Sócrates indagou: “Mas e se um amigo estivesse
muito triste e quisesse se matar e você roubasse a faca
dele? Não seria um ato imoral?” Sim, ouviu como
resposta. Sócrates concluiu: “Mas seria moral em vez
de imoral, já que seria uma coisa boa e não ruim”.
SÓCRATES [8]
Neste ponto do diálogo, quando os neurônios do cidadão se
debatiam, Sócrates dava-se por satisfeito.
Ele comparou este método com a profissão da mãe, que
era parteira. Sua mãe usava suas habilidades para trazer
à luz uma vida. Sócrates partejava espíritos, trazendo à
luz a verdade. A esta arte de parir a verdade damos o
nome de maiêutica.
Sócrates não alimentava ilusões sobre o próprio saber, e
foi dessa lógica que ele extraiu uma de suas frases mais
famosas: “Só sei que nada sei’.
SÓCRATES [9]
Acusado de colocar em risco a moralidade ateniense e
corromper a juventude, ele foi levado ao tribunal para
prometer abrir mão de suas ideias. Sócrates preferia a
morte a viver sem questionamentos, na completa
ignorância.
Ele declarou que se corromper a juventude significava
ensinar a cuidar menos do corpo e mais da alma, então era
culpado. Durante seu julgamento, disse outra de suas
frases marcantes: “A vida irrefletida não vale a pena ser
vivida”.
Foi condenado a tomar um cálice de cicuta, veneno
extraído de uma planta que paralisa o corpo.
SÓCRATES [10]
Pouco antes de cumprir o seu destino, Sócrates se despede
de seus discípulos, dizendo:
Já é hora de irmos. Eu para a morte, vocês para a vida.
Quem de nós segue o melhor rumo? Isso é segredo, exceto
para Deus.
Sócrates afirmava que a verdade pode ser conhecida, mas
primeiro devemos afastar as ilusões dos sentidos e as das
palavras ou das opiniões e alcançar a verdade apenas pelo
pensamento. Os sentidos nos dão as aparências das coisas e
as palavras, meras opiniões sobre elas. Conhecer é passar da
aparência à essência, da opinião ao conceito, do ponto de
vista individual à ideia universal de cada um dos seres e de
cada um dos valores da vida moral e política (CHAUÍ, 2000).
SÓCRATES [11]
"Conhece-te a ti mesmo" - o lema em que Sócrates cita
em toda a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento do
homem é o objetivo de todas as suas especulações e a
moral, o centro para o qual convergem todas as partes da
filosofia.
Como Sócrates nunca escreveu uma palavra, tudo o que
conhecemos dele vem de seus discípulos Platão e
Xenofante.
Sócrates professa a espiritualidade e imortalidade da
alma, distingue as duas ordens de conhecimento (sensitivo
e intelectual), mas não define o livre arbítrio,
identificando a vontade com a inteligência.
SÓCRATES [12]
Sócrates estabelece racionalmente a existência de Deus:
• com o argumento teológico, formulando claramente o
princípio: tudo o que é adaptado a um fim é efeito de uma
inteligência;
• com o argumento, apenas esboçado, da causa eficiente: se
o homem é inteligente, também inteligente deve ser a
causa que o produziu;
• com o argumento moral: a lei natural supõe um ser
superior ao homem, um legislador, que a promulgou e
sancionou. Deus não só existe, mas é também Providência,
governa o mundo com sabedoria e o homem pode propiciálo com sacrifícios e orações.
SÓCRATES [13]
Apesar destas doutrinas elevadas, Sócrates aceita em
muitos pontos os preconceitos da mitologia corrente que
ele aspira reformar.
A Moral é a parte culminante da sua filosofia. Sócrates
ensina a bem pensar para bem viver. O meio único de
alcançar a felicidade ou semelhança com Deus, fim
supremo do homem, é a prática da virtude. A virtude
adquire-se com a sabedoria ou, antes, com ela se
identifica.
Esta doutrina, uma das mais características da moral
socrática, é consequência natural do erro psicológico de
não distinguir a vontade da inteligência.
PLATÃO (*427 a.C / †347 a.C) [1]
Foi o principal discípulo de Sócrates, e registrou grande
parte de suas ideias sob a forma de diálogos. De Santi
(2013) afirma que “[...] se Sócrates construiu um pequeno
altar para a filosofia, Platão foi o responsável por
transformar esse altar em uma grande igreja”.
Ao longo de sua vida, Platão escreveu cerca de 40
diálogos, que podem ser considerados verdadeiras obrasprimas filosóficas e literárias.
Platão era um mestre em usar mitos e fantasias como uma
alegoria para explicar suas teorias filosóficas. Um de seus
mitos mais famosos, contado no livro “A República” é o
famoso “Mito da Caverna”.
PLATÃO [2]
Chauí (2000, p. 46-47) relata assim este diálogo:
Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância,
geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas
pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são
forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar
apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás
nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma
luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semiobscuridade, enxergar o que se passa no interior.
A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira
externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há
um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma
mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de [...]
PLATÃO [3]
[...] marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens
transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres
humanos, animais e todas as coisas.
Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os
prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as
sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver
as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.
Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as
sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem
saber que são sombras, nem podem saber que são imagens
(estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais
fora da caverna. Também não podem saber que enxergam
porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que [...]
PLATÃO [4]
[...] toda luminosidade possível é a que reina na caverna.
Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os
prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro
lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a
mureta, as estatuetas e a fogueira.
Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a
caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com
o caminho ascendente, nele adentraria.
Num primeiro momento, ficaria completamente
fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria
ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com
veria os homens que transportam as estatuetas e,
cego, pois a
inteiramente
a claridade,
[...]
PLATÃO [5]
[...] prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas,
descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras
de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da
caverna) e que somente agora está contemplando a própria
realidade.
Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à
caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos
outros o que viu e tentaria libertá-los.
Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros
zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não
conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo
espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o
que viu e os convidasse a sair da caverna, [...]
PLATÃO [6]
[...] certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns
poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também
decidissem sair da caverna rumo à realidade.
O que é a caverna? O mundo em que vivemos. Que são as
sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que
percebemos. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da
caverna? O filósofo. O que é a luz exterior do sol? A luz da
verdade. O que é o mundo exterior? O mundo das ideias
verdadeiras ou da verdadeira realidade. Qual o instrumento
que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros
prisioneiros? A dialética. O que é a visão do mundo real
iluminado? A Filosofia. Por que os prisioneiros zombam,
espancam e matam o filósofo? [...]
PLATÃO [7]
[...] Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e
o único verdadeiro.
Cabe aqui uma pergunta: Quem é esse filósofo que os
prisioneiros zombam, espancam e matam?
Platão defendia a tese de que o mundo das ideias só
poderia ser acessado pelos filósofos. Logo, essa era a
classe mais indicada para governar a pólis (cidade em
grego). Esse pensamento originou a teoria política de
Platão, em que ele cria aquilo que ele chama de cidade
ideal. Nessa estrutura existiriam apenas três categorias
de cidadãos, cada um deles desempenhando a tarefa para
a qual estava melhor preparado.
PLATÃO [8]
A primeira categoria reuniria os cidadãos que tinham “a
alma com apetite” – estes seriam os trabalhadores.
A segunda categoria reuniria os cidadãos corajosos, que
seriam os guardiões da pólis.
A terceira e última categoria reuniria os cidadãos dotados
de sabedoria e razão, os governantes-filósofos.
A tarefa do governante-filósofo é “regressar à caverna e
relatar o mundo das ideias aos demais”.
Na comunidade ideal de Platão, os casamentos seriam
coletivos e sem casais fixos. Sexo seria só para
reprodução.
PLATÃO [9]
As crianças seriam criadas pelo Estado como filhos da
comunidade.
Platão foi o primeiro filósofo a lançar a ideia de igualdade
entre os sexos, algo impensável para a época. Em sua
comunidade ideal, as mulheres não seriam discriminadas e
poderiam ocupar postos de trabalho até no serviço militar.
Platão tentou implantar este sistema na cidade de
Siracusa, sem sucesso, e por causa de suas ideias, chegou
a ser preso.
Seu nome de batismo era Aristócles, e antes de ser
filósofo, era um estudante de pintura com um dom [...]
PLATÃO [10]
[...] especial para a ginástica.
O apelido Platão (Platón, em grego, que significa amplo)
foi dado pelo seu treinador, Aríston de Argos, por causa
do porte musculoso de seu aprendiz.
Após fazer 20 anos de idade, foi apresentado a Sócrates,
deixando então de exercitar o corpo para poder exercitar
mais a mente.
Platão fundou uma escola (a Academia). Seu pensamento
político transparece de forma mais contundente nas obras
“A República” e “As Leis”. De onde vem a origem do
pensamento político de Platão?
PLATÃO [11]
Segundo Aranha (1993), o século V a.C. foi a "época das
luzes" da Grécia, mas, ao final dele, a derrota de Atenas
na guerra contra Esparta, a condenação e morte de
Sócrates, as convulsões sociais que agitaram a cidade
acentuam em Platão o descrédito na democracia.
É bem verdade que não se trata apenas disso, pois Platão é
de origem aristocrática, e seu posicionamento teórico de
valorização da reflexão filosófica o leva a conceber uma
"sofocracia" (etimologicamente, "poder da sabedoria").
Segundo ele, os homens comuns são vítimas do
conhecimento imperfeito, da "opinião", e portanto devem
ser dirigidos por homens que se distinguem pelo saber.
PLATÃO [12]
Na visão de Aranha (1993), Platão consegue, em suas
obras, resolver problemas filosóficos que incomodaram os
pensadores por muito tempo. Um exemplo é a disputa
entre os pré-socráticos Heráclito e Parmênides.
Sendo as ideias a única verdade, o mundo dos fenômenos
só existe na medida em que participa do mundo das ideias,
do qual é apenas sombra ou cópia (mito da caverna).
Por exemplo, um cavalo só é cavalo enquanto participa da
ideia de "cavalo em si". Trata-se da teoria da participação,
mais tarde duramente criticada por Aristóteles.
PLATÃO [13]
Para Platão há uma dialética que fará a alma elevar-se das
coisas múltiplas e mutáveis para as ideias unas e
imutáveis.
As ideias gerais são hierarquizadas, e no topo delas está a
ideia do Bem, a mais alta em perfeição e a mais geral de
todas: os seres e as coisas não existem senão enquanto
participam do Bem. E o Bem supremo é também a Suprema
Beleza. É o Deus de Platão.
Se lembrarmos dos pré-socráticos, podemos verificar que
Platão tenta superar a oposição instalada pelo pensamento
de Heráclito, que afirmava a mutabilidade essencial do
ser, e a posição de Parmênides, para o qual o ser é imóvel.
PLATÃO [14]
Platão resolve o problema: o mundo das ideias se refere ao
ser parmenideo, e o mundo dos fenômenos ao devir
heraclitiano.
Mas como é possível aos homens ultrapassarem o mundo
das aparências ilusórias? Platão supõe que os homens já
teriam vivido como puro espírito quando contemplaram o
mundo das ideias. Mas tudo esquecem quando se degradam
ao se tornarem prisioneiros do corpo, que é considerado o
"túmulo da alma". Pela teoria da reminiscência, Platão
explica como os sentidos se constituem apenas na ocasião
para despertar nas almas as lembranças adormecidas. Em
outras palavras, conhecer é lembrar.
PLATÃO [15]
A explicação da teoria da reminiscência é demonstrada na
obra A República. Platão desenvolve esta teoria que já
fora esboçada no Mênon. De acordo com esta teoria,
nascemos com a razão e as ideias verdadeiras, e a
Filosofia nada mais faz do que nos relembrar essas ideias.
Platão é um grande escritor e usa em seus escritos um
procedimento literário que o auxilia a expor as teorias
muito difíceis. Assim, para explicar a teoria da
reminiscência, narra o mito de Er (CHAUÍ, 2000).
O pastor Er, da região da Panfília, morreu e foi levado
para o Reino dos Mortos. Ali chegando, encontra as almas
dos heróis gregos, de governantes, de artistas, [...]
PLATÃO [16]
[...] de seus antepassados e amigos. Ali, as almas
contemplam a verdade e possuem o conhecimento
verdadeiro.
Er fica sabendo que todas as almas renascem em outras
vidas para se purificarem de seus erros passados até que
não precisem mais voltar à Terra, permanecendo na
eternidade. Antes de voltar ao nosso mundo, as almas
podem escolher a nova vida que terão. Algumas escolhem a
vida de rei, outras de guerreiro, outras de comerciante
rico, outras de artista, de sábio.
No caminho de retorno à Terra, as almas atravessam uma
grande planície por onde corre um rio, [...]
PLATÃO [17]
[...] o Lethé (que, em grego, quer dizer esquecimento), e
bebem de suas águas. As que bebem muito esquecem toda
a verdade que contemplaram; as bebem pouco quase não se
esquecem do que conheceram.
As que escolheram vidas de rei, de guerreiro ou de
comerciante rico são as que mais bebem das águas do
esquecimento; as que escolheram a sabedoria são as que
menos bebem. Assim, as primeiras dificilmente (talvez
nunca) se lembrarão, na nova vida, da verdade que
conheceram, enquanto as outras serão capazes de lembrar
e ter sabedoria, usando a razão.
PLATÃO [18]
Conhecer, diz Platão, é recordar a verdade que já existe
em nós; é despertar a razão para que ela se exerça por si
mesma. Por isso, Sócrates fazia perguntas, pois, através
delas, as pessoas poderiam lembrar-se da verdade e do
uso da razão.
Se não nascêssemos com a razão e com a verdade, indaga
Platão, como saberíamos que temos uma ideia verdadeira
ao encontrá-la? Como poderíamos distinguir o verdadeiro
do falso, se não nascêssemos conhecendo essa diferença?
(CHAUÍ, 2000, p. 86).
PLATÃO [19]
Para exemplificar a teoria anterior, no diálogo Mênon
Platão descreve como um escravo, ao examinar figuras
sensíveis que lhe são oferecidas, é induzido a "lembrar-se"
das ideias e descobre uma verdade geométrica.
Voltando ao mito da caverna: o filósofo (aquele que se
libertou das correntes), ao contemplar a verdadeira
realidade e ter passado da opinião (doxa) à ciência
(episteme), deve retornar ao meio dos homens para
orientá-los.
Eis assim a segunda dimensão do mito, a política, surgida
da pergunta: como influenciar os homens que não vêm?
PLATÃO [20]
Cabe ao sábio ensinar e governar. Trata–se da necessidade
da ação política, da transformação dos homens e da
sociedade, desde que essa ação seja dirigida pelo modelo
ideal contemplado.
Fica assim reforçada, mais uma vez, a origem do
pensamento político de Platão.
ARISTÓTELES (*384 a.C / †322 a.C) [1]
Aristóteles foi discípulo de Platão, e também um de seus
maiores críticos. Nasceu na região de Estagira, e foi ainda
criança para a cidade de Pela (capital da Macedônia)
quando seu pai Nicômano foi chamado para ser o médico
de Felipe, rei e pai de Alexandre, o Grande.
Desde criança ele mostrava interesse em tudo relacionado
com a natureza, de insetos e plantas até as estrelas. Aos
18 anos ele ficou órfão e gastou toda a sua herança em
vinhos e festas em menos de um ano.
Depois dessa fase inconsequente, partiu para Atenas e
matriculou-se na Academia de Platão, onde ficou por 20
anos.
ARISTÓTELES [2]
Platão logo percebeu o potencial de seu discípulo e lhe deu
a missão de lecionar retórica. Aristóteles ficou na
Academia até a morte de seu mestre, quando então
resolveu sair e ir para a Macedônia, atendendo a um
convite para ser o preceptor de Alexandre, o Grande.
Aristóteles não acreditava no mundo das ideias de Platão,
e fundou a sua própria escola, o Liceu, contando para isso
com generosas verbas de seu pupilo, o imperador
Alexandre.
Essa discordância de ideias começou ainda quando ele era
discípulo de Platão, e gerou uma grande divergência com o
seu mestre, a quem é atribuída a frase: [...]
ARISTÓTELES [3]
[...] “Aristóteles me despreza como o potro que escoiceia a
mãe que o deu à luz”. E Aristóteles respondeu: “Amigo de
Platão, mas mais amigo da verdade” (CHASSOT, 2004, p.
51).
Enquanto a Academia de Platão tinha o seu maior foco na
matemática, na música e na retórica, o Liceu tinha foco
nas ciências da natureza.
O gosto pela filosofia natural (que deu origem à ciência)
foi passado para Alexandre, o Grande, que criou o maior
centro cultural da antiguidade, conhecido como Biblioteca
de Alexandria.
ARISTÓTELES [4]
O principal motivo da discordância de Aristóteles com
Platão em relação ao mundo das ideias (apresentado no
Mito da Caverna) se deve ao fato que, para Aristóteles, o
mundo real (a natureza) não tinha nada de ilusório, ou
seja, para Aristóteles a verdade está em nosso mundo e
não em um universo paralelo, como defendia Platão.
Assim, Aristóteles não acreditava na dialética como um
método seguro para se obter o conhecimento. O método
aristotélico para a busca da verdade era a lógica,
considerada como o seu maior legado.
Aristóteles acreditava que para bem se viver, era preciso
ser feliz, e isto inclui inclusive bens materiais.
ARISTÓTELES [5]
Na visão de Aranha (1993) , toda a estrutura teórica da
filosofia aristotélica desemboca na teologia. A descrição
das relações entre as coisas leva ao reconhecimento da
existência de um ser superior e necessário, ou seja, Deus.
Isso porque, se as coisas são contingentes, já que não têm
em si mesmas a razão de sua existência, é preciso concluir
que são produzidas por causas a elas exteriores.
Assim, todo ser contingente foi produzido por outro ser,
que também é contingente e assim por diante. Para não ir
ao infinito na sequência de causas, é preciso admitir uma
primeira causa, por sua vez incausada, um ser necessário
(e não contingente).
ARISTÓTELES [6]
Esse Primeiro Motor (imóvel, por não ser movido por
nenhum outro) é também um puro ato (sem nenhuma
potência). Chamamos Deus ao Primeiro Motor Imóvel, Ato
Puro, Ser Necessário, Causa Primeira de tudo existente.
Por causa dessa lógica, a filosofia aristotélica foi de
encontro aos ideais da Igreja Católica, que praticamente
“batizou” Aristóteles e toda a sua obra.
O modelo astronômico de Aristóteles baseia-se na
cosmologia de Eudoxo (discípulo de Platão), que coloca o
planeta Terra como o centro do universo (modelo
geocêntrico).
ARISTÓTELES [7]
O pensamento político de Aristóteles pode ser resumido
por meio de uma de uma de suas frases mais famosas: “É
preciso que o melhor governo seja aquele que possua uma
constituição tal que todo o cidadão possa ser virtuoso e
viver feliz”.
Voltaremos a conhecer mais do pensamento político de
Aristóteles na próxima unidade.
O pensamento político grego [1]
A democracia que surgiu em Atenas no século V a.C. era
relativa. Naquela época a cidade tinhas cerca de 500 mil
habitantes, dos quais 300 mil eram escravos, 50 mil eram
estrangeiros e cerca de 100 mil eram mulheres e crianças.
Somente os homens livres tinham o direito de decidir os
assuntos relacionados com a cidade por meio das
assembleias.
O primeiro filósofo a pensar em uma forma de governo
ideal foi Platão. Assim, ele imagina uma cidade utópica
chamada Callipolis (Cidade Bela). Platão imagina uma
cidade que não existe, mas que deve ser o modelo da
cidade ideal.
O pensamento político grego [2]
Segundo Aranha (1993), Platão partiu do princípio de que
as pessoas são diferentes e por isso devem ocupar lugares
e funções diversas na sociedade.
Platão imagina que o Estado, e não a família, deveria se
incumbir da educação das crianças. Para isso, propõe
estabelecer-se uma forma de comunismo em que é
eliminada a propriedade e a família, a fim de evitar a
cobiça e os interesses decorrentes dos laços afetivos,
além da degenerescência das ligações inadequadas.
O Estado orientaria as formas de eugenia para evitar
casamentos entre desiguais, oferecendo melhores
condições de reprodução e, ao mesmo tempo, [...]
O pensamento político grego [3]
[...] criando creches para a educação coletiva das crianças.
A educação promovida pelo Estado deveria, segundo
Platão, ser igual para todos até os 20 anos, quando então
aconteceria o primeiro corte identificando as pessoas
que, por possuírem "alma de bronze", têm a sensibilidade
grosseira e por isto devem se dedicar à agricultura, ao
artesanato e ao comércio. Estes cuidariam da subsistência
da cidade.
Os outros continuariam os estudos por mais dez anos, até
o segundo corte. Aqueles que tivessem a "alma de prata"
e a virtude da coragem essencial aos guerreiros
constituiriam a guarda do Estado, os soldados [...]
O pensamento político grego [4]
[...] que cuidariam da defesa da cidade.
Os mais notáveis, que sobrariam desses cortes, por terem
a "alma de ouro", seriam instruídos na arte de pensar a
dois, ou seja, na arte de dialogar. Estudariam filosofia,
que eleva a alma até o conhecimento mais puro e é a fonte
de toda verdade.
Aos cinquenta anos, aqueles que passassem com sucesso
pela série de provas estariam aptos a ser admitidos no
corpo supremo dos magistrados. Caberia a eles o governo
da cidade, o exercício do poder, pois apenas eles teriam a
ciência da política. Sua função seria manter a cidade
coesa. Por serem os mais sábios, também seriam [...]
O pensamento político grego [5]
[...] os mais justos, uma vez que justo é aquele que
conhece a justiça. A justiça constitui a principal virtude, a
própria condição das outras virtudes.
Se para Platão a política é "a arte de governar os
homens com o seu consentimento" e o político é
precisamente aquele que conhece essa difícil arte, só
poderá ser chefe quem conhece a ciência política. Por isso
a democracia é inadequada, pois desconhece que a
igualdade deve se dar apenas na repartição dos bens, mas
nunca no igual direito ao poder. Para que o Estado seja
bem governado, é preciso que "os filósofos se tornem
reis, ou que os reis se tornem filósofos".
O pensamento político grego [6]
Platão propõe um modelo aristocrático de poder. No
entanto, como já vimos, não se trata de uma aristocracia
da riqueza, mas da inteligência, em que o poder é confiado
aos melhores, ou seja, é uma sofocracia.
O rigor do Estado concebido por Platão ultrapassa de
muito a proposta de educação. Se a virtude suprema é a
obediência á lei, o legislador tem de conseguir o seu
cumprimento pela persuasão em primeiro lugar,
aguardando a atuação consentida dos cidadãos livres e
racionais. Caso não o consiga, deve usar a força: a prisão, o
exílio ou a morte. Da mesma forma, a censura é
justificável quando visa manter a integridade do Estado.
O pensamento político grego [7]
Com a utopia, Platão critica a política do seu tempo e
recusa as formas de poder degeneradas. A aristocracia,
por exemplo, pode se corromper em timocracia, quando o
culto da virtude é substituído pela forma guerreira; ou em
oligarquia, quando prevalece o gosto pelas riquezas, e o
censo é a medida de capacidade para o exercício do poder.
A democracia não corresponde aos ideais platônicos
porque, por definição, o povo é incapaz de possuir a
ciência política. Quando o poder pertence ao povo, é fácil
prevalecer a demagogia, característica do político que
manipula e engana o povo (etimologicamente, "o que
conduz o povo").
O pensamento político grego [8]
Platão critica a noção de igualdade na democracia, pois
para ele a verdadeira igualdade é de ordem geométrica,
porque se baseia no valor pessoal que é sempre desigual
(já que uns são melhores do que outros), não considerando
todos igualmente como cidadãos.
Por fim, a democracia levaria fatalmente à tirania, a pior
forma de governo, exercido pela força por um só homem e
sem ter como objetivo o bem comum. O tirano é a antítese
do magistrado-filósofo (ARANHA, 1993, p. 192-194).
Aristóteles se contrapõe às ideias políticas de Platão e
pesquisa informações sobre as formas políticas
(constituições) existentes em sua época.
O pensamento político grego [9]
De acordo com Aranha (1993), Aristóteles critica o
autoritarismo de Platão, considerando sua utopia
impraticável e inumana. Ele recusa a sofocracia platônica
que atribui poder ilimitado a apenas uma parte do corpo
social, os mais sábios, o que torna a sociedade muito
hierarquizada. Não aceita a proposta de dissolução da
família nem considera que a justiça, virtude por
excelência do cidadão, possa vir separada da amizade.
Assim, em oposição à Callipolis de Platão (Cidade Bela),
Aristóteles cria um modelo que ele chama de “a cidade
feliz”. Este modelo é mais ou menos assim:
O pensamento político grego [10]
A reflexão aristotélica sobre a política não se separa da
ética, pois a vida individual está imbricada na vida
comunitária.
Se Aristóteles conclui que a finalidade da ação moral é a
felicidade do indivíduo, também a política tem por fim
organizar a cidade feliz.
Por isso, diante da noção fria de justiça proposta por
Platão, Aristóteles considera que a justiça não pode vir
separada da philia. A palavra grega philia, embora possa
ser traduzida por "amizade", é um conceito mais amplo
quando se refere à cidade. Significa a concordância entre
as pessoas que têm ideias semelhantes e [...]
O pensamento político grego [11]
[...] interesses comuns, donde resulta a camaradagem, o
companheirismo. Daí a importância da educação na
formação ética dos indivíduos, preparando-os para a vida
em comunidade.
A amizade não se separa da justiça. Essas duas virtudes
se relacionam e se complementam, fundamentando a
unidade que deve existir na cidade. Se a cidade é a
associação de homens iguais, a justiça é o que garante o
princípio da igualdade. Justo é o que se apodera de parte
que lhe cabe, é o que distribui o que é devido a cada um.
Mas é preciso lembrar que Aristóteles não se refere à
igualdade simples ou aritmética, mas à justiça [...]
O pensamento político grego [12]
[...] distributiva, segundo a qual a distribuição justa é a
que leva em conta o mérito das pessoas. Isso significa que
não se pode dar o igual para desiguais, já que as pessoas
são diferentes. A justiça está intimamente ligada ao
império da lei, pela qual se faz prevalecer a razão sobre as
paixões cegas.
Retomando à tradição grega, a lei é para Aristóteles o
princípio que rege a ação dos cidadãos, é a expressão
política da ordem natural.
Mesmo considerando a importância das leis escritas,
Aristóteles valoriza o direito consuetudinário (ou seja,
das leis não-escritas, amparadas pelos costumes):
O pensamento político grego [13]
"Com efeito, de nada serve possuir as melhores leis,
mesmo que ratificadas por todos os cidadãos, se estes
últimos não estiverem submetidos a hábitos e a uma
educação presentes no espírito da Constituição“
(ARANHA, 1993, p. 194).
Engana-se quem acredita que Aristóteles
igualdade entre todos os cidadãos.
prega
a
O fato de se morar na mesma cidade não torna seus
habitantes igualmente cidadãos. São excluídos os
escravos, os estrangeiros e as mulheres.
O pensamento político grego [14]
Isto não significa que todo homem livre, nascido na pólis,
possa participar da administração da justiça ou ser
membro da assembleia governante. Para Aristóteles, é
necessário ter qualidades que variam conforme as
exigências da constituição aceita pela cidade.
De forma geral, Aristóteles concorda que o bom
governante deve ter a virtude da prudência prática
(plironesis), pela qual será capaz de agir visando o bem
comum. Trata-se de virtude difícil, que não se acha
disponível a muitos.
Por isso exclui da cidadania a classe dos artesãos,
comerciantes e trabalhadores braçais em geral, [...]
O pensamento político grego [15]
em primeiro lugar porque a ocupação não lhes permite o
tempo de ócio necessário para participar do governo e em
segundo lugar porque, ele reforça o desprezo que os
antigos tinham pelo trabalho manual. Aristóteles pondera
que esse tipo de atividade embrutece a alma e torna o
indivíduo incapaz da prática de uma virtude esclarecida.
Vale lembrar ainda a polêmica justificativa de Aristóteles
à escravidão. Para ele, os homens livres e concidadãos
aprisionados em guerras não deveriam ser escravizados,
mas o mesmo não acontece com os "bárbaros", nome
genérico atribuído aos não-gregos, por serem estes
considerados inferiores e, portanto, possuírem [...]
O pensamento político grego [16]
[...] uma disposição natural para a escravidão. Por isso
seria legítimo o controle que o senhor exerce sobre o
escravo, e Aristóteles recomenda apenas que o
tratamento não seja cruel, devendo mesmo ser
estabelecidos laços afetivos, como nas antigas famílias
dos tempos homéricos, quando os escravos pertenciam ao
lar.
É bem verdade que no estágio de desenvolvimento urbano
do século IV a.C. a escravidão não se restringia apenas às
atividades domésticas, mas se estendia ao comércio e à
manufatura, em condições bastante adversas de trabalho
(ARANHA, 1993, p. 195).
As formas de governo segundo Aristóteles [1]
• Constituição: do grego politeia, “a Constituição é a
estrutura que dá ordem à cidade, determinando o
funcionamento de todos os cargos públicos e sobretudo
da autoridade soberana”.
• Poder soberano: é aquele exercido em nome do povo,
por “um só” ou “por poucos” ou “por muitos”, buscando
o interesse comum.
Para Aristóteles, os dois critérios fundamentais de
governo são “quem governa” e “como governa”.
Veremos no quadro a seguir aquilo que Aristóteles
considera como boas e más formas de governar.
As formas de governo segundo Aristóteles [2]
Formas boas
QUEM GOVERNA
Formas corrompidas
Monarquia
Um só
Tirania
Aristocracia
Poucos
Oligarquia
Politeia
Muitos
Democracia
De acordo com Aranha (1993), embora considere a
monarquia, a aristocracia ou a politeia formas corretas e
adequadas ao exercício do poder, Aristóteles prefere a
última. Talvez isso se deva à constatação feita de que a
tensão política sempre deriva da luta entre ricos e pobres;
se um regime conseguir conciliar esses antagonismos,
torna-se mais propício para assegurar a paz social.
As formas de governo segundo Aristóteles [3]
Aqui Aristóteles retoma o critério já usado na ética, o de
que a virtude sempre está no meio-termo. Aplicando-se o
critério da mediania às classes que compõem a sociedade,
descobre na classe média - constituída pelos indivíduos
que não são nem muito ricos nem muito pobres – as
condições de virtude para criar uma política estável:
"Onde a classe média é numerosa raramente ocorrem
conspirações e revoltas entre os cidadãos".
Bibliografia Consultada
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofando: introdução à
filosofia. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1993.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática,
2005.
DE SANTI, Alexandre (Editor). Guia da filosofia. São Paulo:
Abril, 2013.
MADJAROF, Rosana. Mundo dos Filósofos. 1997-2011.
<Disponível em: www.mundodosfilosofos.com.br>. Acesso em: 27
mar. 2015.
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