Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos CARACTERIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS, METEOROLÓGICAS E DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA DA REGIÃO DE JÚLIO DE CASTILHOS, RS. Introdução Esta nota técnica descreve as condições climáticas e de produção agrícola de Júlio de Castilhos, RS, e apresenta a relação entre as condições meteorológicas ocorridas na safra 2013/2014, de setembro de 2013 a fevereiro de 2014, em especial a disponibilidade hídrica (chuva), a temperatura do ar e a situação das principais culturas agrícolas da região. De acordo com a divisão adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Júlio de Castilhos localiza-se na mesorregião Centro Ocidental Rio-grandense e na microrregião Santiago (juntamente com outros 8 municípios). Considerando a divisão político-administrativa da EmaterRS, Júlio de Castilhos pertence a regional Santa Maria que abrange, ao todo, 52 municípios. Júlio de Castilhos localiza-se na região ecoclimática denominada Planalto Médio, entre a região Missioneira e Depressão Central (Figura 1), regiões essas definidas de acordo com a vegetação natural e a amplitude das variáveis meteorológicas. Figura 1. Regiões ecoclimáticas do estado do Rio Grande do Sul. Fonte: adaptado de Rio Grande do Sul (1994). Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos Caracterização climática da região de Júlio de Castilhos No estado do Rio Grande do Sul, de acordo com a classificação climática de Köppen, são encontrados dois tipos de climas: Cfa e Cfb. A letra C indica que o território gaúcho situa-se na faixa de climas subtropicais (temperados). A letra f indica que as precipitações pluviais médias são relativamente bem distribuídas, no sentido de que não há estação seca nem estação chuvosa bem definida. As letras “a” e “b” indicam que, em algumas regiões do Estado os verões são quentes (com temperatura média do mês mais quente superior a 22°C) e, em outras, os verões são amenos. O clima Cfa é o que ocorre na maior parte do Estado, enquanto o clima Cfb ocorre somente nas regiões de maiores altitudes. A região de Júlio de Castilhos fica a aproximadamente 490 metros de altitude e o clima é do tipo Cfa e caracteriza-se por precipitação pluvial bem distribuída nas estações do ano e total anual de 1.678 mm (Atlas, 2011). As condições climáticas normais da região de Júlio de Castilhos são apresentadas para as estações do ano e totais anuais (Quadro 1). O número de dias de chuva é bem distribuído entre as estações, embora variável entre os meses, com apenas seis dias em maio e nove dias de chuva em janeiro, fevereiro, setembro e outubro. As temperaturas do ar variam entre 8,8°C como temperatura mínima média no inverno a 28,4°C, temperatura máxima média do ar no verão, com uma temperatura média anual de 18,5°C. A evapotranspiração potencial é de 869 mm anual, com média de 105 mm durante o período de inverno e 351 mm durante o período de verão. A umidade relativa do ar é de 77,6% variando de 74,8% no período de verão a 80,3% no inverno. Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos Variável meteorológica Verão Outono Inverno Primavera Anual Temperatura do ar – média (°C) 23,0 18,9 13,8 18,3 18,5 Temperatura do ar – máxima (°C) 28,4 23,9 18,7 23,6 23,6 Temperatura do ar – mínima (°C) 17,6 13,9 8,8 12,9 13,3 Precipitação (mm) 390 420 422 446 1678 Dias de chuva (n°) 25 22 25 23 95 Evapotranspiração potencial (mm) 351 210 105 203 869 Umidade relativa do ar (%) 74,8 79,9 80,3 75,5 77,6 Quadro 1. Variáveis meteorológicas de Júlio de Castilhos (RS), nas estações do ano e anual, média de 1976 a 2005. Fonte dos dados: Atlas Climático do Rio Grande do Sul (disponível em www.cemet.rs.gov.br). Caracterização dos rendimentos de grãos O município de Júlio de Castilhos apresenta elevada variabilidade de rendimentos de grãos de milho e soja (Figura 2). Na média dos anos 2000 a 2012, de acordo com os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), o rendimento de grãos de milho e soja do Estado foi de 3.470 kg ha-1 e 1.992 kg ha-1, respectivamente. Na microrregião de Santiago, os valores médios foram superiores aos do Estado: 2.806 kg ha-1 para cultura do milho e 2.011 kg ha-1 para soja. O município de Júlio de Castilhos, por sua vez, apresentou rendimentos médios superiores aos da microrregião na qual está inserido: 3.812 kg ha-1 (milho) e 2.132 kg ha-1 (soja). Considerando o período analisado, para cultura do milho, os valores máximos de rendimentos de grãos ocorreram em 2010 (5.400 kg ha-1 em Júlio de Castilhos) e em 2011 (5.250 kg ha-1 na média do Estado). Para soja, os valores máximos ocorreram em 2003 e 2011, sendo os menores rendimentos verificados em 2005. A produção de sorgo no Estado sofreu uma redução do inicio dos anos 2000 em relação aos últimos anos (Figura 2). O município de Júlio de Castilhos não apresenta Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos dados de rendimento de grãos de sorgo, sendo apresentados os dados apenas do Estado (2.197 kg ha-1), mesorregião Centro Ocidental com rendimento de 2.079 kg ha-1 e microrregião de Santiago (2.067 kg ha -1). Nos últimos seis anos a produção de grãos de sorgo na mesorregião e microrregião foram inferiores a média do Estado. Figura 2. Rendimento de grãos de milho, soja e sorgo (kg ha-1) do Rio Grande do Sul, mesorregião Centro Ocidental, microrregião Santiago e município de Júlio de Castilhos, de 2000 a 2012, RS. Fonte dos dados: LSPA/IBGE. Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos A variabilidade interanual da precipitação pluvial é apontada em diversos estudos como a principal causa da variabilidade dos rendimentos de grãos das principais culturas de primavera-verão (especialmente milho e soja) no Estado. Essa elevada variabilidade está possivelmente relacionada ao efeito dos fenômenos El Niño e La Niña, os quais atuam predominantemente no período de primavera e início de verão. Os eventos La Niña são caracterizados por precipitações pluviais abaixo da média no Estado, enquanto eventos El Niño geralmente provocam precipitações acima da média. Estudos também demostram que mesmo em anos considerados Neutros a alta variabilidade da precipitação pluvial durante o período de verão associado à alta demanda evaporativa da atmosfera nesse período, são responsáveis por perdas nas culturas agrícolas em função da redução da disponibilidade hídrica. Condições meteorológicas de set/2013 a fev/2014 No mês de setembro os totais de chuva foram bastante variáveis no Estado, com volumes altos no Extremo Sul e baixos volumes da região Oeste (Figura 3A). Os maiores volumes registrados ocorreram em Jaguarão com 337,2 mm acumulados e os menores volumes de chuva foram registrados na Fronteira Oeste, entre 30 e 80 mm. Nas áreas mais centrais do Estado, região Noroeste e Litoral Norte os volumes de chuva variaram entre 80 e 150 mm, com registro de 94 mm em Júlio de Castilhos (Tabela 2). No mês de setembro, as precipitações ficaram abaixo do padrão climatológico na região central, Oeste e Noroeste do Estado, acima do padrão no sul e dentro do padrão nas demais regiões (Figura 3B). As temperaturas mínimas ficaram dentro do padrão climatológico em grande parte do Estado, as máximas ficaram pouco acima do padrão climatológico no Sul e Leste e dentro do padrão nas demais regiões do Estado. Os volumes de chuva registrados em outubro (Figura 3C) foram altos na maior parte do Estado, com os maiores volumes registrados em parte da Campanha, Litoral Sul e parte do Nordeste. Os volumes de chuva registrados na Fronteira Oeste e parte da Depressão Central foram mais baixos, com 92,3 mm em Júlio de Castilhos e 108,7 mm Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos em Santa Maria. No Sul do Estado e extremo do Litoral Norte foram registrados os menores volumes de chuva. As precipitações no mês de outubro ficaram acima do padrão climatológico na Serra do Sudeste, encosta do Sudeste e parte da Campanha, abaixo do padrão no extremo Oeste e Extremo sul e dentro do padrão nas demais regiões (Figura 3D). As temperaturas mínimas ficaram pouco abaixo do padrão climatológico no Nordeste e Oeste e dentro do padrão nas demais regiões, as máximas ficaram pouco acima do padrão no Oeste e dentro do padrão nas demais regiões. O mês de novembro foi marcado por volumes de chuva contrastantes entre as regiões do Estado, com volumes que variaram de 70 a 400 mm (Figura 3E). Os menores volumes foram registrados em parte da região Noroeste, Planície Costeira externa a Lagoa dos Patos, parte do Planalto e extremo Sul. Os maiores volumes de chuva do mês de novembro foram registrados nas áreas próximas a Quarai e Rio Pardo. Em Júlio de Castilhos foram registrados 251,5 mm (Quadro 2). No mês de novembro, as precipitações ficaram dentro do padrão climatológico no norte e acima do padrão nas demais regiões. As temperaturas mínimas ficaram pouco acima do padrão climatológico no Sul e Sudoeste e dentro do padrão nas demais regiões (Figura 3F). As máximas ficaram pouco abaixo do padrão no Sul e Sudoeste, pouco acima no Norte e Noroeste e dentro do padrão nas demais regiões do Estado. Os sistemas meteorológicos que provocaram chuva no mês de dezembro sobre o Estado foram à passagem de frentes frias e áreas de instabilidades típicas de verão, formados pela combinação de calor e umidade. Os maiores volumes foram observados nas Regiões Noroeste, Norte e Serra do Nordeste e os menores volumes registrados foram na região da Campanha (Figura 3G). No mês de dezembro, as precipitações ficaram abaixo do padrão climatológico no extremo Sul, Sudoeste, região Central e parte do Planalto e dentro do padrão nas demais regiões do Estado (Figura 3H). As temperaturas mínimas e máximas ficaram acima do padrão climatológico em todo o RS. Os volumes de chuva do mês de janeiro foram variáveis entre as regiões, com os maiores volumes registrados na Campanha, Litoral Sul e parte da região Nordeste e os menores volumes registrados apenas na região de São Borja com 34,4 mm (Figura 3I). Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos Na região Central do Estado os volumes ficaram em torno de 150 mm, com registro de 161 mm em Júlio de Castilhos. No mês de janeiro, as precipitações ficaram acima do padrão climatológico em grande parte do Estado, apenas em áreas da região Central ficaram próximas do padrão e em regiões isoladas (São Borja e Bento Gonçalves) ficaram abaixo do padrão (Figura 3J). As temperaturas mínimas e máximas ficaram acima padrão climatológico em todo o Rio Grande do Sul. O mês de fevereiro registrou altos volumes de chuva na maior parte do Estado, com volumes que variaram entre 150 e 300 mm nas áreas do Sul, Centro, Nordeste e Noroeste. Nas áreas dos Campos de Cima da Serra e Litoral Norte os volumes máximos foram superiores a 350 mm, com 432 mm em Torres. Nas áreas entre Iraí, Cruz Alta e Júlio de Castilhos os volumes de chuva foram menores, com registros de 109 mm em Santa Maria, 93,9 mm em Iraí e apenas 88,3 mm em Júlio de Castilhos (Figura 3K). No mês de fevereiro, as precipitações ficaram abaixo do padrão climatológico em áreas isoladas, como parte da região Central (Júlio de Castilhos, Santa Maria e Cruz Alta), parte do Noroeste (região de Santa Rosa), região de Vacaria e parte do Alto Vale do Uruguai (região de Iraí), dentro do padrão no Sul, Noroeste e parte da Depressão Central e acima do padrão nas demais regiões (Figura 3L). As temperaturas mínimas ficaram dentro do padrão climatológico em grande parte do Estado, e as temperaturas máximas ficaram pouco acima do padrão climatológico na região de Júlio de Castilhos. Meses Temperatura (°C) Precipitação (mm) Méd Máx Méd Min Máx abs Min Abs Normal (mm) Total (mm) Desvio (mm) set/13 22,5 10,3 31,0 2,0 150,0 94,0 -56,0 out/13 25,5 12,3 31,5 7,5 177,3 92,3 -85,0 nov/13 30,0 15,1 33,5 11,0 149,1 251,5 102,4 dez/13 30,3 18,1 37,5 13,0 119,7 159,7 40,0 jan/14 31,8 18,9 34,5 15,0 135,9 161,0 25,1 fev/14 31,6 18,6 37,0 14,0 136,4 88,3 -48,1 Quadro 2. Condições meteorológicas ocorridas em de Júlio de Castilhos, no período de setembro de 2013 a fevereiro de 2014, RS. Fonte: Fepagro Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos A B C D E F Figura 3. Total de chuva acumulada (mm) de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2013 e janeiro e fevereiro de 2014 e desvio da normal (1976-2005) no RS. Continua... Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos G H J I K L Figura 3. Total de chuva acumulada (mm) de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2013 e janeiro e fevereiro de 2014 e desvio da normal (1976-2005) no RS. Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos Situação das principais culturas agrícolas no RS na safra 2013/2014 MILHO (Zea mays L.) As primeiras lavouras de milho começaram a ser semeadura ainda em meados de agosto. Durante o mês de setembro a semeadura foi avançando, porém mais lentamente que em anos anteriores. Segundo último levantamento do mês de setembro da Emater/RS a safra havia alcançado 47% da área cultivada, ficando abaixo dos percentuais de anos anteriores. As condições de desenvolvimento das lavouras implantadas mais no cedo eram consideradas boas, enquanto as áreas semeadas mais tarde estavam apresentando emergência e desenvolvimento mais lento em função das baixas temperaturas. No mês de outubro o percentual de área semeada atingiu 68% da área total projetada. O plantio da cultura do milho começou a diminuir seu ritmo para voltar com mais força a partir de dezembro, dando lugar a semeadura da soja. As áreas implantadas no início de outubro começavam a entrar em fase de floração e a aplicação de nitrogênio em cobertura foi intensificada pelos produtores. A semeadura do milho sofreu atrasos durante o mês de novembro em função da alta umidade dos solos que impediu a entrada das máquinas em algumas regiões do Estado. A cultura encontrava-se com bom padrão de lavouras, privilegiada pelas condições climáticas verificadas até o momento, com 39% das lavouras em desenvolvimento vegetativo, 26% em floração e 22% em fase de enchimento de grãos. O mês de dezembro iniciou com condições meteorológicas favoráveis a cultura do milho, com temperaturas e umidade que permitiram bom desenvolvimento das Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos lavouras. A semeadura avançou de forma lenta em dezembro, passando de 85% em 05/12/2013 para 92% em 02/01/2014 e a evolução dos estádios fenológicos seguiu em ritmo normal. A partir da metade do mês a preocupação dos produtores passou a ser a frequência de precipitações, pois a maioria das lavouras encontrava-se em fase crítica quanto à necessidade hídrica. Os baixos volumes de chuva registrados na última metade do mês ocasionaram déficit hídrico para a cultura provocando comprometimento dos rendimentos em algumas regiões. A situação foi mais severa nas áreas implantadas mais tardiamente, principalmente onde a cultura estava no período crítico (floração e início de enchimento de grãos), quando o consumo médio de água pelas plantas é de 7 a 8 mm diários. A retomada das chuvas no final do mês de dezembro e início de janeiro serviu para estancar a queda do potencial produtivo de boa parte das lavouras do Estado. O mês de janeiro de 2014 foi caracterizado pela ocorrência de altas temperaturas do ar em todas as regiões do Estado, inclusive com registro de valores recordes de temperatura máxima em algumas estações meteorológicas. O milho já se encontrava em fase de colheita, alcançando 33% do total da área semeada, segundo dados da Emater/RS em final de janeiro. Desde o início da colheita os rendimentos vinham surpreendendo de forma positiva, com casos pontuais que superaram os 10 mil kg/ha. As condições climáticas ocorridas com altas temperaturas e baixos volumes de chuva prejudicaram as lavouras de milho que estavam em floração e enchimento de grão, período critico da cultura, que correspondiam a aproximadamente 30% das lavouras. Estas lavouras começaram a apresentar sintomas de estresse hídrico, o que deverá reduzir a produtividade final da cultura. Em final de fevereiro a cultura do milho encontrava-se com 40% das áreas já colhidas e encaminhava-se de forma geral para o final do ciclo na maioria das áreas, Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos com 20% em fase de enchimento de grãos e 23% maduro por colher. Apenas 17% da área ainda encontravam-se nas fases mais iniciais, com 7% em desenvolvimento vegetativo e 10% em floração. A ocorrência de chuvas veio favorecer a cultura, de modo que se pode dizer que a safra está praticamente definida, não devendo ocorrer maiores prejuízos daqui para diante, segundo informações da Emater/RS. Embora com algumas perdas pontuais severas em função das condições climáticas ocorridas em meados de dezembro principalmente, a produtividade tem se mantido dentro do esperado com perspectiva de uma boa safra. SOJA (Glycine max. L.) Segundo a Emater/RS, durante o mês de outubro com o início do período preferencial para o plantio da cultura da soja, a semeadura ocorria em ritmo acelerado e atingiu 20% do total projetado para safra. A germinação e a emergência foram consideradas boas nas primeiras lavouras implantadas. A implantação das lavouras de soja sofreu atrasos no mês de novembro em função das chuvas. Em algumas áreas inclusive foi necessário o replantio, com ocorrência, também, de fungos, principalmente de solo que prejudicam o desenvolvimento inicial das plantas. A semeadura da soja foi praticamente toda concluída durante o mês de dezembro, tendo sofrido alguns atrasos no inicio do mês em função da alta umidade dos solos. O desenvolvimento inicial da cultura foi considerado muito bom, por técnicos e produtores, havendo pouca incidência de pragas e doenças. A redução da disponibilidade hídrica associada às altas temperaturas a partir de meados de dezembro fez com que ocorresse desenvolvimento mais lento das plantas, em alguns casos, com a soja apresentando aspectos de murcha, folha virada e coloração verde- Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos palha. A falta de chuvas não comprometeu a produtividade da lavoura, pois as plantas encontravam-se ainda em estádio vegetativo, período não crítico para determinação do rendimento. Com o retorno das chuvas no final do ano, as lavouras retomaram o seu crescimento e desenvolvimento. Em meados de janeiro, 51% das lavouras de soja estavam em fase de enchimento de grãos, 35% em floração e 13% em desenvolvimento vegetativo. As informações divulgadas pela Emater/RS apontaram a queda de vagens recém-formadas em algumas lavouras, especialmente aquelas localizadas na porção Norte do Estado. Por sua vez, os cultivos de soja localizados na região Sul do Estado haviam sido beneficiados pela ocorrência de precipitação pluvial frequentes em janeiro, onde não são esperadas reduções no rendimento de grãos. Ao final do mês de fevereiro, com quase 90% das lavouras de soja em floração e início de enchimento de grãos, fases em que as plantas estão no período crítico, ou seja, mais suscetíveis à falta de chuvas, as condições climáticas foram determinantes para a cultura. Algumas lavouras apresentaram problemas com a falta de umidade, como queda de folhas e de vagens recém-formadas. Além disso, as altas temperaturas registradas provocaram o abortamento floral em diversas lavouras. No início do mês de março a maioria das áreas exploradas com a cultura da soja, o que compreende nesse levantamento a 85% das áreas cultivadas, encontra-se em fase de enchimento de grãos. Nas áreas mais adiantadas o que corresponde a 3% a cultura já se apresenta na fase de maturação, dando início a colheita no Estado. As lavouras de soja vêm apresentando grande variação no potencial produtivo em função das condições meteorológicas adversas ocorridas em alguns momentos do ciclo, embora de maneira geral as estimativas sejam de excelente produtividade média no Estado do Rio Grande do Sul. Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos Informações sobre os experimentos O período de semeadura de soja na Fepagro Sementes foi de 30/10 até 12/12/13. Os experimentos apresentados no dia de campo foram semeados entre os dias 18 e 19/11/13 e, parte dessa área encontra-se em enchimento de grão. Também há uma área de feijão FEPAGRO 26, com plantio em 29/01/14 que se encontra em início de florescimento. A precipitação na região de Júlio de Castilhos foi muito variável (chuvas esparsas), principalmente nos meses de janeiro e fevereiro. O período de estiagem que ocorreu no início de fevereiro foi o que mais comprometeu a produção, principalmente em cultivares de ciclo mais longo ou em plantios mais tardios, pois coincidiu com início da formação de vagem. Como consequência ocorreu o abortamento de vagens, conforme discutido anteriormente. Outra questão é que devido às altas temperaturas ocorridas neste verão houve alteração da dinâmica de doenças de final de ciclo, com menor ocorrência de doenças neste ano se comparado com o ano anterior. Nota técnica Especial Dia de Campo: Júlio de Castilhos FEPAGRO - CEMETRS Rua Gonçalves Dias, 570, Bairro Menino Deus, Porto Alegre/RS Fone: (51) 3288-8058 3288-8079 3288-8014 3288-8000 Fax: (51) 3233-7607 E-mail: [email protected] E-mail: [email protected] http://www.fepagro.rs.gov.br/ http://www.cemet.rs.gov.br/