Curso - Psicologia Disciplina: Psicofarmacologia Resumo Aula 7- Psicofármacos e Esquizofrenia Esquizofrenia • Uma das mais graves doenças neuropsiquiátricas e atinge 1% da população mundial; • No Brasil, a esquizofrenia ocupa 30% dos leitos psiquiátricos hospitalares; • Ocupa 2ºlugar das primeiras consultas psiquiátricas ambulatoriais; • Drogas neurolépticas ou antipsicóticos se estabeleceram como tratamento primário para todos os estágios da doença Taxa de resposta 60 a 80% • Tipo particular de psicose (transtorno mental causado por alguma disfunção inerente ao cérebro); • Afeta geralmente no final da adolescência ou início da vida adulta; • A expectativa da vida do esquizofrênico pode ser 20 a 30 anos mais curta do que a da população geral • Não apenas devido a suicídio (Nos EUA 25-50% tentam e 10% conseguem); • Doença cardiovascular prematura, fatores genéticos, estilo de vida, tratamento prolongado com antipsicóticos Incidência alta de obesidade e diabetes • Transtorno que deve durar pelo menos 6 meses ou mais; • Incluindo 1 mês de delírios, alucinações (na forma de vozes), fala desorganizada, comportamento catatônico, etc; • Sintomas são divididos em positivos (Refletem geralmente o excesso das funções normais) e negativos (Reduções das funções normais) Circuitos Cerebrais e dimensões dos Sintomas na Esquizofrenia Cada área do cérebro tem neurotransmissores, receptores que regulam funções cerebrais; Neurotransmissores e Circuitos na Esquizofrenia • Base biológica da esquizofrenia permanece desconhecida; • Dopamina exerce papel proeminente nas hipóteses sobre esquizofrenia; Vias Dopaminérgicas e Regiões Cerebrais-Chave Via mesolímbica e a hipótese dopaminérgica dos sintomas positivos da Esquizofrenia Hipótese Dopaminérgica da Esquizofrenia • A hiperatividade da via mesolímbica dopaminérgica: Sintomas positivos da psicose agressividade Vias mesocorticais e a hipótese dopaminérgica mesocortical para sintomas negativos da Esquizofrenia • Papel exato da via dopaminérgica mesocortical é incerto; • Muitos pesquisadores acham alguns sintomas negativos se devem a déficit da dopamina nessa via • Estado deficitário comportamental sugerido pelos sintomas negativos: Indica “Esgotamento dos sintomas neuronais” devido a hiperatividade excitotóxica das vias glutamatérgicos • Isso acarreta um dilema terapêutico: Como aumentar a dopamina na via mesocortical e ao mesmo tempo diminuir sua atividade na via mesolímbica? Glutamato • Atualmente tem papel chave em novas substâncias psicofarmacológicas para futuros tratamentos da esquizofrenia; • Impacto do funcionamento deficiente dos sintomas glutamatérgicos sobre os sistemas dopaminérgicos; Vias-Chave do glutamato no cérebro e a hipótese de hipofunção dos receptores NMDA na Esquizofrenia • • Glutamato é neurotransmissor excitatório capaz excitar praticamente todos os neurônios do cérebro: Interruptor-mestre Via glutamatérgica age como freio para a via dopaminérgica mesolímbica Através interneurônio GABA (inibitório) Inibição da liberação de dopamina na via mesolímbica Hipofunção dos Receptores NMDA e sintomas negativos Esquizofrenia Hipótese Neurodegenerativa da Esquizofrenia • Estudos de neuroimagem dos cérebros esquizofrênicos: Sugere processo neurodegenerativo com perda progressiva de função neuronal Processos neurodegenerativos foram propostos: - Programação genética anormal da apoptose; - Degeneração de neurônios importantes; - Exposição pré-natal à toxinas; - Infecções ou desnutrição; - Excitotoxicidade; Fármacos Antipsicóticos • Fármacos neurolépticos ou tranquilizantes maiores; • Não são curativos e nem eliminam o transtorno crônico do pensamento: Diminui a Frequência e a intensidade das alucinações e ilusões O que torna um antipsicótico típico convencional? Primeiras drogas comprovadas como capazes de tratar esquizofrenia; Possui afinidade ao receptor D2 da dopamina: Inibidor competitivo – via dopaminérgica mesolímbica Causam neurolepsia afetiva; retardo psicomotor, tranquilização emocional e indiferença Eficácia antipsicótica, mas contém efeitos colaterais: Diminui Sintomas positivos, mas bloqueia sistema de recompensa e prazer assim o Paciente fica apático, sem motivação, sem interesse social Antipsicóticos também bloqueiam receptores D2 na via dopaminérgica mesocortical Sintomas Extrapiramidais e Discinesia Tardia • Quando os receptores D2 são bloqueados na via dopaminérgica nigroestriada • Pior ainda quando são bloqueados cronicamente Elevação da Prolactina Receptores D2 na via dopaminérgica tuberoinfundibular também são bloqueados por antipsicóticos típicos; Faz elevar a concentração plasmática de prolactina: Secreção mamária e à amenorréia Dilema do Bloqueio dos Receptores D2 em todas as vias dopaminérgicas Delírios e alucinações são reduzidos ao se bloquearem os receptores D2 mesolímbicos; Dilema do Bloqueio dos Receptores D2 em todas as vias dopaminérgicas A dúvida farmacológica aqui é o que fazer quando se deseja reduzir a dopamina na via dopaminérgica mesolímbica para tratar os sintomas positivos e simultaneamente aumentar a dopamina da via dopaminérgica mesocortical para tratar os sintomas negativos, deixando ainda inalterado o tônus muscular dopaminérgico nas vias nigroestriada e tuberoinfundibular, para evitar os efeitos colaterais? Outras propriedades farmacológicas dos antipsicóticos típicos Bloqueio geralmente indesejado dos receptores de histamina-1: Causando ganho de peso e sonolência Bloqueio dos receptores α-1 adrenérgicos: Provocando efeitos cardiovasculares como hipotensão e sonolência O que torna um antipsicótico atípico? A partir de uma perspectiva clínica: Poucos efeitos extrapiramidais Ponto-de-vista farmacológico: Antagonistas da dopamina e serotonina; Antagonistas de D2 com dissociação rápida; Agonistas parciais de D2; Agonistas parciais de serotonina; Receptores 5HT1A e 5HT2A têm ações opostas na regulação da liberação de dopamina • Alguns receptores de serotonina têm grande influência sobre a liberação de dopamina • Antipsicóticos atípicos reduzem os sintomas negativos em comparação com os típicos; Antipsicóticos Atípicos • Clozapina (Leponex): • Padrão ouro de eficácia na esquizofrenia; • Age como antagonista da serotonina; • Pois a clozapina pode demonstrar maior eficácia do que outros antipsicóticos atípicos; • Único capaz de reduzir o risco de suicídio; Tratamento • Sintomas positivos: • Antipsicóticos típicos; • Se tudo falhar, pode-se considerar o uso de doses altas de primeira ou de segunda linha; • Uma combinação como a potencialização de um tratamento de primeira linha com estabilizador de humor; • Polifarmácia com dois antispicóticos (atípico e típico); • Sintomas agressivos: • Tanto antipsicóticos típicos ou atípicos podem reduzir esses sintomas; • Sintomas negativos: • Antipsicótico atípicos; • Associar com antidepressivos para potencializar o antipsicótico atípico; •