REVISTA Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Ano XIV – Dezembro/2016 - Edição n° 100 Trabalho médico em xeque Delegados seccionais relatam avanço da terceirização e queda na remuneração página central Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul Avenida Princesa Isabel, 921 • CEP 90620-001 • Porto Alegre/RS Fone: (51) 3219.7544 • Fax: (51) 3217.1968 [email protected] • www.cremers.org.br Composição da Diretoria Presidente: Rogério Wolf de Aguiar Vice-presidente: Fernando Weber Matos 1º Secretário: Ismael Maguilnik 2º Secretário: Isaias Levy Tesoureiro: Cláudio Balduíno Souto Franzen Corregedor: Regis de Freitas Porto Corregedor Adjunto: Joaquim José Xavier Coordenador das Câmaras Técnicas: Jefferson Pedro Piva Coordenador de Patrimônio: Iseu Milman Coordenador da Ouvidoria: Ércio Amaro de Oliveira Filho Coordenador da Comissão de Fiscalização: Antonio Celso Koehler Ayub Conselheiros Antonio Celso Koehler Ayub • Arthur da Motta Lima Netto • Céo Paranhos de Lima • Cláudio Balduíno Souto Franzen • Douglas Pedroso • Ércio Amaro de Oliveira Filho • Euclides Viríssimo Santos Pires • Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Iseu Milman • Ismael Maguilnik • Jefferson Pedro Piva • Joaquim José Xavier • Maria Lúcia da Rocha Oppermann • Mário Antônio Fedrizzi • Mauro Antônio Czepielewski • Newton Monteiro de Barros • Regis de Freitas Porto • Rogério Wolf de Aguiar • Sílvio Pereira Coelho • Tomaz Barbosa Isolan • Airton Stein • Asdrubal Falavigna • Clotilde Druck Garcia • Diego Millan Menegotto • Dirceu Francisco de Araújo Rodrigues • Isabel Helena F. Halmenschlager • Jair Rodrigues Escobar • João Alberto Larangeira • Jorge Luiz Fregapani • Léris Salete Bonfanti Haeffner • Luiz Carlos Bodanese • Luiz Alexandre Alegretti Borges • Ney Arthur Vilamil de Castro Azambuja • Paulo Amaral • Paulo Henrique Poti Homrich • Philadelpho M. Gouveia Filho • Raul Pruinelli • Ricardo Oliva Willhelm • Sandra Helen Chiari Cabral • Tânia Regina da Fontoura Mota Conselho Editorial Rogério Wolf de Aguiar • Fernando Weber Matos • Ismael Maguilnik • Isaias Levy • Cláudio Balduíno Souto Franzen A Revista Cremers é uma publicação bimestral da Stampa Comunicação Corporativa para o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul www.stampacom.com.br (51) 3023.4866 (51) 8317.7000 REDAÇÃO W/COMM Comunicação (www.wcomm.jor.br), Viviane Schwäger e Filipe Strazzer Santiago Jornalista Responsável: Ilgo Wink • Mat. 2556 Fotografias: W/COMM Comunicação, Marcelo Fripp/Jornal Atualidades e Simers Direção-geral: Eliane Casassola Revisão: Regina Cirne Lima Guedes Direção de arte: Thiago Pinheiro Editoração: Gustavo Kautzmann Designer assistente: Mel Brendler Banco de imagens: Fotolia e Shutterstock IMPRESSÃO Tiragem: 30.000 exemplares Correspondência Envie seus comentários sobre o conteúdo editorial da Revista Cremers, sugestões, críticas ou novas pautas. Se deseja publicar artigos, eventos e notícias de interesse da categoria, também, a Revista do Conselho de Medicina do RS está aberta à participação da classe médica. Contatos com Assessoria de Imprensa: [email protected] 2 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 Cremers investe em comunicação O Cremers promoveu uma reforma em seu sistema de telefonia, modernizando a central de atendimento e tornando as ligações mais estáveis. Também estabeleceu linhas independentes para setores em que o contato externo é muito importante, como Assessoria de Imprensa, Licitações, Ouvidoria e Secretaria de Assuntos Técnicos. Confira os novos números desses setores na página 35. Através do trabalho conduzido pelo conselheiro e coordenador da Ouvidoria e da Tecnologia da Informação do Cremers, Ércio Amaro de Oliveira Filho, os médicos e a comunidade também podem acompanhar as atividades do Conselho através das redes sociais, o que agiliza e torna mais dinâmica a informação aos médicos e à sociedade. Os perfis oficiais do Cremers no Facebook e no Twitter podem ser seguidos em @cremersoficial. Lançado edital para o Mais Médicos O Ministério da Saúde lançou edital para substituição de médicos da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O objetivo é substituir 838 profissionais cubanos e 166 desistentes. Ao todo, são mil novas vagas, em seleção nacional para 462 municípios, para ampliar a participação de brasileiros no Programa Mais Médicos. As inscrições foram abertas no dia 20 de novembro e vão até dia 23 de dezembro. As vagas que não forem preenchidas por médicos brasileiros com atuação no País serão disponibilizadas aos brasileiros formados em qualquer país. O Mais Médicos oferece aos profissionais bolsa-formação mensal de R$ 11.520,00, ajuda de custo de até R$ 30 mil para o médico que optar por uma vaga longe da cidade onde reside, auxílios moradia e alimentação garantidos pelos municípios mensalmente. Conselhos de Medicina: ética e transparência O Cremers acompanha – e aplaude - as mudanças que acontecem na sociedade brasileira e que podem levar a um país mais justo, mais ético e igualitário. Desde sua criação há quase 60 anos, pela Lei 3.268/57, o Cremers tem feito a sua parte por um Brasil melhor no âmbito da medicina, com reflexos evidentes na área da saúde, sempre dentro de suas prerrogativas e limites legais. lhos de fiscalização sujeitam-se ao poder/dever de exação, isto é, de cobrar as anuidades de todos os médicos e empresas registradas em sua jurisdição, sob pena de responsabilização dos gestores da instituição. Outro dado significativo: as contas dos Conselhos são auditadas pelo CFM e pelo Tribunal de Contas de União, segundo as normas da Administração Pública Federal. Portanto, é com absoluta tranquilidade que o Cremers cumpre com o que determina a Lei de Acesso à Informação, que assegura ao cidadão o direito amplo a documento, ou informação, produzido ou custodiado pelo Estado que não tenha caráter pessoal e não esteja protegido por sigilo constitucional. Além de sua ação fiscalizadora, o Cremers, assim como os demais Conselhos, cumpre função cartorial e também normativa e reguladora, emitindo resoluções, pareceres e recomendações destinadas a orientar os médicos, inclusive contribuindo com políticas de saúde pública através de trabalhos de suas Câmaras Técnicas, constituídas por especialistas de todas as áreas da medicina. Durante o ano de 2016, o Cremers trabalhou intensamente para construir o seu Portal da Transparência, para se adequar às exigências do CFM e do TCU. Após várias reuniões, inclusive com procuradores do TCU, e assessorados pelo nosso próprio Departamento Jurídico, o entregamos à comunidade médica e à população em geral, disponível em nosso site, com todas as informações sobre as atividades administrativas, seus custos e suas decisões. Além disto, e aproveitando a oportunidade, estamos reformulando a comunicação do Cremers com os médicos, tornando-a mais ágil, atualizada e mesmo com menos custo. Os Conselhos de Medicina são autarquias federais com autonomia administrativa e financeira, e com personalidade jurídica de direito público. Em face disso, gozam das prerrogativas e dos deveres das entidades de direito público. O diferencial – é importante deixar isso muito claro - é que não recebem verbas públicas, o que lhes permite autonomia para atuar na defesa do trabalho médico ético e resolutivo. Então, os Conselhos de fiscalização do exercício profissional se mantêm sem nenhum aporte de verba governamental, sendo as anuidades as fontes de receitas necessárias para dar cumprimento ao orçamento de cada exercício. Os valores são fixados anualmente pelo Conselho Federal de Medicina. Como agentes públicos, os diretores dos conse- No caso específico do Cremers, cada vez mais a entidade se posiciona no sentido de defender a qualidade no atendimento de saúde, buscando a valorização profissional do médico, questionando a mercantilização e a proliferação de cursos de medicina, cobrando mais investimentos em saúde e melhor gestão dos recursos, lutando contra a invasão de outros profissionais da saúde na esfera da medicina ao trabalhar pela aprovação da regulamentação do Ato Médico, e levantando há mais de uma década a bandeira de uma carreira de Estado para os médicos, a exemplo do que ocorre no judiciário. O Cremers também foi firme diante do lançamento do Mais Médicos, um programa eleitoreiro lançado pelo governo federal em meio a uma crise em que a população cobrava fortemente uma política de saúde e ‘hospitais padrão Fifa’, criticando os gastos absurdos com a Copa do Mundo. Enfim, neste país em que a saúde é prioridade apenas nos períodos eleitorais, não é fácil lutar por melhores condições de trabalho aos médicos e demais trabalhadores do setor - em especial do sistema público -, visando o benefício da população. Dr. Rogério Wolf de Aguiar Presidente do Cremers Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 3 Médicos: credibilidade e confiança Apesar de toda a crise na saúde, os médicos são os profissionais em quem a população brasileira mais confia. É o que aponta pesquisa feita pelo Instituto Datafolha, divulgada no dia 23 de novembro. O trabalho, feito a pedido do CFM, registra que essa é a percepção de 26% dos brasileiros. O questionário foi aplicado com 2.089 pessoas entre 31 de agosto e 3 de setembro, em todas as regiões do País, em áreas metropolitanas e no interior. Dificuldades para o trabalho médico Ao mesmo tempo em que confia nos médicos, a população reconhece que esses profissionais têm sua atuação prejudicada devido à falta de condições estruturais. Para 94% dos entrevistados, a qualidade do trabalho do médico é afetada por problemas, como as precárias condições de trabalho (41%), pelos baixos salários e pela corrupção na área de saúde (33%, cada uma) e pela má gestão da saúde pública (28%). Também foram apontados como fatores que impedem o pleno exercício da Medicina: a falta de acesso a exames e tratamentos de complexidade (25%); a falta de fiscalização (24%) de clínicas e de hospitais; e a ausência de leitos para internação no SUS, entre outros problemas. As condições de trabalho foram apontadas como os principais problemas para os moradores do Norte e Centro-Oeste, de regiões metropolitanas, mulheres, entre 25 a 34 anos e com nível superior. Reconhecimento da população Para o presidente do CFM, Carlos Vital, os resultados revelam que a população “reconhece o mérito na rotina da prática médica, visualiza a perícia, a diligência, a prudência, a humildade e a compaixão nos esforços profissionais dispendidos”. Segundo ele, “apesar dos aviltamentos, das difamações da categoria médica e das deserções dos postulados morais por parte de poucos médicos, a população ainda preserva a outorga de crédito à imensa maioria da classe”. Pesquisa confirma que saúde é o principal problema Nenhuma surpresa. A saúde é mesmo o principal problema do País na visão dos brasileiros. É o que mostra a pesquisa do Instituto Datafolha. O levantamento registra que essa é a opinião de 37% da população, que coloca suas preocupações com a corrupção (18%) e com o desemprego (15%) em segundo e terceiro lugares, respectivamente. O trabalho aponta, ainda, que a percepção da qualidade dos serviços de saúde (públicos e privados) é negativa. Para 65% dos entrevistados, esta área merece os conceitos de ruim e péssimo. 4 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 Para mudar este cenário com respeito à saúde, a população cobra do governo um elenco de medidas. Entre elas, é vista como prioridade máxima o combate à corrupção (65%), o aumento no número de profissionais de saúde (58%) e a maior disponibilidade de leitos (50%). Outros pontos destacados são: destinar mais recursos para a saúde (47%), facilitar o acesso aos medicamentos (47%), qualificar os profissionais da saúde (46%), contratar mais médicos (45%) e melhorar a infraestrutura de hospitais e prontossocorros (44%). Cremers lança nova edição da Operação Verão O Cremers lançou sua tradicional Operação Verão. Neste ano, o destaque está centrado nos perigos que os momentos de lazer da estação escondem, dando ênfase a situações reais que representam a falta de cuidado com a vida. Com foco na prevenção de possíveis transtornos pela conscientização dos perigos, a campanha da agência Engenho de Ideias informa as medidas simples que preservam a diversão da estação. Medidas que, em uma maior amplitude, causam reflexo na lotação das estruturas de atendimento. Acesse o link www.cremers.org.br/verao e confira a campanha. CÂNCER DE PELE O câncer de pele é o mais comum de todos os tipos de câncer. Existem, basicamente, dois tipos: o não-melanoma, mais comum e raramente fatal, e o melanoma, mais raro, responsável por três em cada quatro mortes por câncer de pele. Está diretamente ligado à exposição excessiva ao sol, mas fatores como histórico familiar e cor de pele também podem influenciar no desenvolvimento da doença. Como na maioria dos cânceres, quanto mais cedo for diagnosticado, maior a chance de cura. A principal forma de prevenção é o uso de filtro solar e o cuidado com os horários de exposição ao sol. AFOGAMENTO O número de afogamentos costuma aumentar muito durante o verão. Cuidados como nadar apenas em locais permitidos, obedecer às orien- tações dos salva-vidas e não entrar na água quando o mar estiver agitado podem evitar esses acidentes. A vigilância também deve ser mantida em piscinas, praias de água doce, rios e lagos, cujos perigos frequentemente ficam invisíveis. Crianças devem ser acompanhadas de adultos responsáveis ao brincar na água. ÁLCOOL E DIREÇÃO O verão, principalmente na época de festas de final de ano, costuma registrar aumento no número de acidentes de trânsito. O álcool, um dos principais fatores nessa conta, prejudica a coordenação motora e diminui os reflexos do condutor. Evitar o álcool antes de assumir o volante é fundamental. Se não for possível, é melhor deixar o carro em casa e optar por outro meio de locomoção. Dirigir é um ato que afeta não somente o condutor, mas seus passageiros, pedestres e outros motoristas. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 5 Novos cursos de Medicina no Rio Grande do Sul Faculdades POR MUNICÍPIOS Erechim Cursos já existentes Cursos novos Porto Alegre e Passo Fundo têm três cursos cada. Pelotas e Santa Maria, dois. Passo Fundo Ijuí Uruguaiana Caxias do Sul Lajeado Santa Maria Santa Cruz do Sul Novo Hamburgo São Leopoldo Canoas Porto Alegre Pelotas O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União, no dia 27 de setembro, portaria que permite o funcionamento de novos cursos de Medicina no Estado. A autorização aconteceu quase dois anos depois da chamada pública, feita em dezembro de 2014. As mantenedoras contempladas são Fun­ dação Regional Integrada (responsável pela Universidade Integrada do Alto Uruguai das Missões), em Erechim; União dos Cursos Supe­ riores (Faculdade Estácio de Ijuí), Asso­ciação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo (Uni­ versidade Feevale) e Associação Antonio Vieira (Unisinos), em São Leopoldo. No dia 21 de outubro o Grupo Estácio acabou desistindo. Sua vaga poderá ser ocupada pela Unijuí. Os municípios contemplados no Estado, assim como os outros 35 em mais 10 Estados brasileiros, têm população superior a 70 mil habitantes e ainda não contam com formação em Medicina. No total, 2.290 novas vagas serão criadas em todo o país, sendo 230 vagas por ano no Rio Grande do Sul, que passará a contar com 20 faculdades de Medicina. 6 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 Rio Grande Disparidade No Rio Grande do Sul, os números deixam clara a disparidade na distribuição dos médicos entre Porto Alegre e o Interior. Na Capital, em 2015, existiam 13.068 profissionais (8,9 por mil habitantes), enquanto no Estado a média era de 2,46 médicos por mil habitantes. Contestação e suspensão Envolvido em uma série de contestações, o processo chegou a ser suspenso enquanto o Tribunal de Contas da União (TCU) avaliava os recursos de cidades e universidades que não haviam sido escolhidas. Assim ficou por oito meses, até que o edital foi liberado e voltou ao Ministério da Educação. Cremers luta por mais qualidade na formação Para o Cremers, não há necessidade de novas faculdades de Medicina no País. Hoje, são 271 cursos, que injetam no mercado mais de 20 mil médicos por ano. O importante agora, destaca o presidente Rogério Wolf de Aguiar, é trabalhar para que esses novos cursos ofereçam qualidade na formação médica: "Dentro do alcance de sua competência, o Cremers vai acompanhar a construção das propostas de cada faculdade para garantir a formação de bons profissionais e a segurança do atendimento à população. Para isso, é preciso que haja condições de ensino, com hospitais onde os acadêmicos possam ter aulas práticas, corpo docente qualificado, estágios e possibilidade de residência médica para a formação de especialistas". Defendemos que haja uma carreira de estado para a real fixação dos médicos em todo território nacional O presidente do Cremers reforça que aumentar o número de médicos não irá resolver a carência de profissionais nos municípios mais afastados. Aguiar diz que as capitais e as cidades de maior porte acabam naturalmente atraindo mais profissionais: "Se depender apenas do mercado de trabalho, os médicos vão continuar se concentrando nos lugares onde há melhores condições de exercer a Medicina. Ninguém vai mudar para lugares precários, com prefeituras que não podem arcar com as despesas e onde o médico não pode se bancar. Por isso, defendemos que haja uma carreira de estado para a real fixação dos médicos em todo território nacional." Confemel: "Dia Latino-Ibero-Americano contra agressões a médicos e sanitaristas" A violência contra médicos tem crescido cerca de 20% ao ano, principalmente por parte de pacientes inconformados com a falta de atendimento. Diante disso, a Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe (Confemel), durante a assembleia geral realizada em São Paulo, de 23 a 25 de novembro, decidiu oficializar a data de 4 de dezembro como "Dia Latino-Ibero-Americano contra agressões a médicos e sanitaristas". A data foi escolhida em memória de Marco Antônio Becker, ex-presidente do Cremers e da própria Confemel. “A violência é crescente, principalmente na rede pública. As pessoas que não conseguem uma consulta, um exame, atribuem a culpa ao médico”, avalia o conselheiro federal pelo RN, Jeancarlo Cavalcante, eleito presidente da Confemel. Cavalcante aconselha que o profissional converse com o paciente e mostre que a responsabilidade é do poder público, que não oferece as condições, e pressione o gestor, para que providências sejam tomadas. A Confemel emitiu uma nota na qual defende que as agressões no âmbito da saúde “deterioram a qualidade assistencial porque rompem a confiança médico-paciente, que é imprescindível para se conseguir bons resultados” e também promovem a “inaceitável medicina defensiva”. A Confemel propõe, então, a adoção de algumas medidas preventivas e de segurança no entorno dos estabelecimentos de saúde para proteger os profissionais, a habilitação dos profissionais para que eles possam se proteger em casos de agressão e a sensibilização da sociedade para que ela entenda a saúde como um bem público essencial, a ser utilizado de “forma responsável e promovendo o respeito para os profissionais de saúde”. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 7 Entidades médicas lutam por reajuste no Ipergs Atual representante do Cremers na Comissão Paritária, que foi criada há 12 anos (Lei 12.134/2016) e que reúne a direção do Ipergs e entidades representativas de médicos e hospitais, o diretor Iseu Milman relata que o último reajuste na remuneração médica concedida pelo Instituto aconteceu em 2011. Lembra que uma das principais lutas das entidades médicas nesses anos foi a adequação da tabela de honorários do IPE à Classificação Brasileira Hierarquizada de Honorários Médicos, o que resultaria em honorários mais dignos aos médicos e uma prestação de serviço mais eficiente aos usuários do plano estadual. APEDIDO Honorários médicos no IPERGS estão sem reajuste desde 2011 "As entidades médicas financiaram um estudo para que essa adequação fosse realizada. O Instituto chegou a adotar a CBHPM, mas de modo parcial. Inúmeros procedimentos ficaram de fora, com aplicação apenas da nomenclatura", comenta Iseu, destacando o trabalho de seu antecessor na Comissão Paritária, o segundosecretário Isaias Levy. Diante do fato de que há cinco anos o IPERGS não reajusta os honorários médicos, Cremers, Simers e Amrigs publicaram nota conjunta no dia 2 de dezembro anunciando a suspensão na participação das entidades na Comissão Paritária. O IPERGS E OS MÉDICOS Diante do descaso da atual administração do IPERGS, que não reajusta os honorários há cinco anos, as entidades médicas decidiram suspender as atividades na Comissão Paritária, constituída pela Lei 12.134/2004, que reunia a direção do IPERGS, as entidades representativas dos médicos e hospitais. Tememos pelo futuro do atendimento médico aos funcionários públicos e não seremos coniventes com o desmonte do IPE–Saúde. Essa decisão já foi comunicada ao Senhor Governador, de quem esperamos providências. Porto Alegre, 2 de dezembro de 2016. Dr. Alfredo Floro Cantalice Neto Presidente Dr. Rogério Wolf de Aguiar Presidente Dr. Paulo de Argollo Mendes Presidente 8 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 Declaração de óbito: segue o impasse Reunião realizada no dia 2 de dezembro entre Ministério Público Estadual (MP), secretarias da Saúde de Porto Alegre e Estado, ProcuradoriaGeral do Município (PGE), Procuradoria-Geral do Estado, Instituto Geral de Perícias (IGP), Conselho Municipal de Saúde, Conselho Regional de Medicina (CREMERS) e Sindicato Médico do RS (SIMERS) com o objetivo de encontrar uma solução para os serviços de verificação de óbito na Capital não resolveu o problema. O Cremers foi representado pelo presidente Rogério Wolf de Aguiar. Apesar de todos os esforços desenvolvidos pelo Cremers e suas Câmaras Técnicas, o impasse permanece. Ainda não existe uma estrutura organizada com responsabilidades compartilhadas pelo Estado e Município, e isso faz com que o atendimento recaia sobre os médicos que estão em atividade assistencial em emergências, prontos atendimentos (PAs) e postos. O impasse envolve mortes em residência e outros casos não violentos. Havia expectativa que essa reunião organizada pelo MPE fosse conclusiva, com a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) propôs como alternativa ao TAC a adoção de um Termo de Cooperação. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) alegou que os termos necessitariam de maior detalhamento e posterior análise. As entidades médicas defendem que esse trabalho de verificação de óbito não pode ser do médico da assistência – do médico que atua no Samu, nos PAs ou nas emergências. Câmara Técnica Essa questão vem sendo discutida no Cremers há meses, em especial pela Câmara Técnica de Medicina Legal. Em julho, foram realizadas duas reuniões no Conselho com a participação de representantes das entidades diretamente envolvidas na questão. Posição do Cremers No dia 15 de setembro, o Cremers publicou nota na imprensa sobre o fornecimento de Declaração de Óbito, enfatizando que cabe ao gestor público definir e implementar ações para o fornecimento do documento. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 9 Cremers orienta sobre prontuário médico A Faculdade de Medicina da PUCRS, após consulta ao Cremers sobre acesso ao prontuário médico por acadêmicos de Medicina em hospital universitário, decidiu fornecer senha própria para os alunos a partir do quinto semestre, tendo responsabilidade solidária com o professor orientador. Após consulta à Projur, os alunos irão assinar o seguinte termo: “Conforme parecer do Cremers, os alunos de instituição de ensino médico devem possuir sua própria senha para acesso e manuseio do prontuário eletrônico. Assim, a SUPERVISÃO DE INFORMÁTICA do Hospital São Lucas, por solicitação da Famed/PUCRS, vai disponibilizar aos alunos que estejam do 5º semestre em diante uma senha para acesso ao prontuário eletrônico. Acesso ao prontuário por acadêmico de Medicina em hospital universitário Diante de consulta feita pela Faculdade de Medicina da PUC/RS sobre o uso do prontuário médico por estudantes de Medicina em ambiente de hospital universitário, a iretoria do Cremers, com base em parecer do conselheiro Jefferson Piva (coordenador das CTs), apresentou as seguintes considerações: A Resolução CFM 663/1975 já destacava que os médicos mantivessem permanente supervisão dos procedimentos realizados por estudantes, assim como dessem conhecimento das implicações éticas, legais e sociais de suas atividades no atendimento de pacientes. É entendimento deste Conselho que nos hospitais universitários e demais instituições onde se realiza ensino médico 10 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 O aluno passa a ser responsável por este acesso que deve sempre respeitar o sigilo e a privacidade do paciente. As eventuais infrações realizadas pelo aluno por ocasião de atuação junto a pacientes serão determinadas pelo Colegiado da Famed”. o médico no exercício da docência segue tendo obrigações e responsabilidades junto a seu paciente, regidas pelo Código de Ética Médica (CEM), tais como: a) Artigo 110 – Obter o consentimento do paciente para a prática da docência e respeitar a possível recusa de consentimento; b) Artigo 78 – Orientar seus auxiliares e alunos a respeito do sigilo e zelar para que seja por eles mantido. No caso de algum de seus alunos desrespeitar o sigilo, o professor responsável poderia estar infringindo de forma solidária aos artigos 73, 74 e 75 (discriminados abaixo); Artigo 73 – Respeitar o sigilo e privacidade do paciente excetuando-se os casos de motivo justo, dever legal ou consentimento por escrito do paciente; Artigo 74 – Revelar sigilo relacionado a paciente menor de idade; Artigo 75 – Fazer referências a casos clínicos identificáveis; c) Artigo 87 – O acesso e manuseio do prontuário médico estão sob a responsabilidade do médico assistente e da instituição que assiste ao paciente. O médico ao permitir que alunos (portanto, não médicos) acessem ao prontuário está estabelecendo uma relação de confiança, assumindo que estes acadêmicos respeitarão o sigilo e privacidade de seu paciente, assim como de todas as normas e recomendações do CEM, porém sem abdicar de sua responsabilidade. Sistemas de segurança A implantação de prontuários eletrônicos dotados de sistemas de segurança permite identificar o momento e o computador utilizado para tal acesso. Não é recomendável que o médico professor forneça sua senha para que alunos (não médicos) acessem ao prontuário. Pois, desta forma, qualquer ato realizado no prontuário será entendido como tendo sido efetuado pelo proprietário da senha. Portanto, para melhor proteção do paciente, da instituição e de todos os envolvidos na assistência, é fundamental que alunos de instituições de ensino médico também possuam senha própria para acesso ao prontuário, tendo responsabilidade solidária com o professor orientador. Na eventualidade de um ilícito ético cometido por aluno, de forma independente e sem a participação ou concordância do médico orientador, este aluno seria inimputável pelo Código de Ética Médica, porém alcançável pelo Código Civil e pelo Código Penal. Diante desta real perspectiva, é fundamental que as instituições de ensino tenham um código de conduta para estudantes de Medicina, em que estejam definidas de forma clara as obrigações, deveres e possíveis punições a eventuais infrações realizadas pelo aluno, por ocasião de atuação junto a pacientes. De forma complementar, entendemos que deve haver uma comissão de ética da instituição de ensino que avalie e julgue casos de possível infração cometida por alunos de Medicina por ocasião de sua atuação dentro dos hospitais de ensino. Não é recomendável que o médico professor forneça sua senha para que alunos (não médicos) acessem ao prontuário Temos informação que o CFM está elaborando um código de condutas e ética direcionado especificamente para alunos de graduação de faculdades de Medicina, normatizando suas responsabilidades e postura frente à instituição, pacientes, colegas e demais profissionais. O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal elaborou em 2005 o “Código de Ética do Estudante de Medicina”, o qual normatiza muitas dessas atividades. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 11 Atualização do Código de Ética Médica A atualização do Código de Ética Médica (CEM) avançou mais uma etapa. No dia 29 de novembro, em São Paulo, foi realizado o II Encontro de Revisão do CEM – etapa das Regiões Sul e Sudeste. O Cremers esteve representado pelo presidente Rogério Wolf de Aguiar e pelo vice-presidente Fernando Matos. Ao todo, os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) do Sul e do Sudeste receberam mais de 500 propostas encaminhadas por médicos inscritos nestes e por entidades locais para inclusão, alteração e exclusão no texto que rege o exercício ético da Medicina no País. Após análise das Comissões Estaduais de Revisão, compostas por membros dos CRMs, sindicatos e associações, 66 propostas foram selecionadas para serem submetidas ao debate regional mais amplo e à votação dos delegados de todos os estados de ambas as regiões no II Encontro Regional. A solenidade de abertura teve à mesa a presença do presidente do CFM, Carlos Vital; do presidente do Conselho Regional de Medicina (Cremesp), Mauro Aranha de Lima; do 1º secretário da Associação Médica Brasileira (AMB); e do corregedor do CFM, José Fernando Vinagre. Na sequência, o presidente do CFM apresentou a conferência Código de Ética Médica – Paradigma Benigno Humanitário, em que expôs um breve diagnóstico da situação da saúde no Brasil a partir de indicadores de execução tanto financeira quanto epidemiológicos e de problemas de infraestrutura, como a falta de leitos e de equipamentos em postos de saúde. Carlos Vital ressaltou que, apesar dos fatores adversos, “o povo reconhece o mérito na rotina da prática médica, visualiza a perícia, a diligência, a prudência, a humildade e a compaixão nos esforços profissionais dispendidos”, apontando pesquisa do Instituto Datafolha que coloca os médicos como a categoria de maior credibilidade e confiança junto à população (26%) . Dinâmica de trabalho Os participantes dividiram-se em três grupos para deliberar sobre o conjunto de propostas que receberam, contendo cada uma o nome do proponente, o capítulo e o artigo a que se refere, suas descrição e justificativa. Cada grupo teve liberdade de acolher, rejeitar ou alterar as sugestões, sob a coordenação de um presidente e um secretário membros da Comissão Nacional de Revisão responsáveis por sistematizar os trabalhos. Drs. Rogério Aguiar e Fernando Matos, pelo Cremers, e Dra. Maria Rita de Assis Brasil, do Simers 12 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 Bento Gonçalves Cuidados paliativos Em reunião com médicos do hospital Tacchini, Diretoria do Cremers debate trabalho médico e esclarece questões sobre cuidados paliativos Reunião da Delegacia do Cremers em Bento Gonçalves A Diretoria do Cremers esteve em Bento Gonçalves no dia 20 de outubro para reunirse com os médicos locais. A agenda de atividades começou à tarde com um encontro com membros da Delegacia Seccional do Conselho no município, quando foram debatidas questões envolvendo o trabalho médico na região e detalhes administrativos. Depois, a comitiva do Cremers – formada pelo presidente Rogério Wolf de Aguiar, o vice -presidente e coordenador das Delegacias, Fernando Weber Matos, o primeiro-secretário Ismael Maguilnik, e Jefferson Piva, coordenador das Câmaras Técnicas –, esteve reunida com o Corpo Clínico do Hospital Tacchini. O assunto principal foi a implantação de uma ala de cuidados paliativos na instituição, o que está gerando algumas dúvidas entre os profissionais. O presidente Rogério Aguiar fez um breve comentário sobre a importância desse novo setor e teceu considerações sobre terminalidade e morte. Em seguida, passou a pala- vra a Jefferson Piva, que palestrou sobre cuidados paliativos (Veja nas páginas seguintes) a partir de sua larga experiência sobre o assunto e depois respondeu aos questionamentos dos presentes. Participaram da reunião com a Diretoria do Cremers, na sede da Delegacia, o Delegado José Vitor Zir, o primeiro-secretário Miguel Tadeu Pinheiro e o segundo-secretário Darci Luiz Bortolini, que organizou o encontro. Boa repercussão A diretora técnica médica do Tacchini, Roberta Pozza, enviou correspondência ao presidente Rogério Aguiar para destacar a importância do encontro, “prestigiado por um número expressivo de participantes”, com uma produtiva discussão de casos clínicos complexos. "Esse evento ocorreu num momento muito importante, em que está sendo finalizada uma unidade de internação chamada de Unidade de Cuidados Especiais, tendo como missão atender aos pacientes do Tacchimed em processo de reabilitação prolongada e cuidados paliativos", afirmou. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 13 Artigo Aspectos éticos Todo paciente com doença debilitante e fora de possibilidade de cura tem direito a um final de vida digno, sem sofrimento e, sempre que possível, cercado pela família, e familiares, respeitando as suas necessidades espirituais. O término de uma terapia curativa não significa desistir ou abandonar o paciente à própria sorte, mas sim mudanças no foco assistencial: prioridade no cuidar, visto que o curar seria impossível ou inalcançável. A OMS enfatiza que o tratamento curativo e o tratamento paliativo não são mutuamente excludentes e propõe que "muitos aspectos dos cuidados paliativos devem ser aplicados mais cedo, no curso da doença, em conjunto com o tratamento ativo" e são aumentados gradualmente como um componente dos cuidados do paciente do diagnóstico até a morte. A transição do cuidado curativo para o cuidado com intenção paliativa é um processo contínuo e sua dinâmica difere para cada paciente. É importante salientar que a boa prática médica (e consequentemente os cuidados paliativos) devem basear-se em 6 valores fundamentais: Autonomia: Respeito à vontade do paciente (ou seu representante) que deve ter o direito de escolher ou recusar o tratamento. Beneficência: Toda conduta médica deve visar o melhor interesse do paciente. Não maleficência: Toda definição de conduta deve sempre não causar mal ao paciente. ignidade: O paciente e sua família têm o D direito à dignidade, principalmente no final de vida. Honestidade: O paciente e sua família têm direito à informação verdadeira. 14 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 ustiça: A distribuição de tratamento (e recurJ sos) deve ser igualitária para todos pacientes. Utilizando como norteadores estes seis fundamentos é que devem ser definidas as condutas terapêuticas nos pacientes portadores de doenças terminais. Sendo assim, não existe sentido em manter terapêuticas agressivas, muitas vezes dolorosas e invasivas que não irão alterar a evolução de doenças sabidamente incuráveis. Cuidados Individualizados Baseadas nos ensinamentos de Hipócrates – que prevalece entre os profissionais de saúde –, as condutas médicas devem sempre procurar ajudar o paciente, reconhecendo sua liberdade e sua capacidade de escolher o tratamento que considerar mais adequado. Do respeito à dignidade de cada individuo se derivam outros princípios fundamentais nos cuidados paliativos, como o respeito e a defesa da vida e o princípio terapêutico de oferecer conforto e o alívio de sintomas, quando a cura não é mais possível. A qualidade da morte Os países e os cuidados que dispensam aos pacientes terminais Nota Posição do IDH* 1° Reino Unido 7,9 21 2° Austrália 7,9 2 3° Nova Zelândia 7,7 20 4° Irlanda 6,8 5 ... ... ... 37° China 2,3 92 38° Brasil 2,2 75 39° Uganda 2,1 157 40° Índia 1,9 134 Ranking dos cuidados paliativos Olhar ético sobre as intervenções No planejamento e instituição de cuidados paliativos, algumas etapas fundamentais devem ser adequadamente ultrapassadas para que se garanta um final de vida digno e com o mínimo de sofrimento possível. O paciente e seus familiares, antes de qualquer decisão, devem ser adequadamente esclarecidos para poder compreender o diagnóstico, o prognóstico e a provável evolução de sua doença. Os diversos índices prognósticos existentes mostram-se sensíveis e específicos para serem aplicados em grupos de pacientes, mas com baixa acurácia quando aplicados em apenas um indivíduo. O grau de reversibilidade de uma doença é baseado em dados objetivos (resultado de exames ou biopsias, por exemplo) e em aspectos subjetivos (resposta ao tratamento, por exemplo). Obviamente, quanto maior o número de dados objetivos, melhor será prognosticada a evolução do paciente. Desse conjunto de dados, estabelece-se um consenso dentro da equipe médica sobre a potencial irreversibilidade da doença daquele determinado doente. O consenso sobre a irreversibilidade é, muitas vezes, um processo lento de ser alcançado dentro da própria equipe médica. Informações antagônicas e perspectivas conflitantes por parte de membros da equipe assistencial em relação às possibilidades de cura podem ser fatores desagregadores e causadores de muita ansiedade que influenciará todo o longo caminho que virá posteriormente. Portanto, antes de obter-se o consenso na equipe médica, esse ambiente de incerteza não deve ser estendido à família. Considerações Finais Apesar de todo avanço na Medicina atual, o nosso compromisso continua sendo o mesmo que fizemos por ocasião da diplomação (“Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.” Hipócrates -460 a.C.), é evidente que, na ocasião, não estávamos considerando apenas os pacientes curáveis. Fizemos este juramento para segui-lo inclusive naqueles com doença irreversível e sem chances de recuperação. A versão atual do Código de Ética Médica privilegia em vários de seus artigos o respeito à autonomia do paciente (artigos 22, 23, 24, 31), ao direito do médico de propor e instituir cuidados paliativos para pacientes quando assim houve indicação (artigos 14, 41 e 32) e que ao não ofertar estes cuidados poderia caracterizar também infração ao artigo 1º (causar dano ao paciente por omissão, caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência). É baseado nestas perspectivas éticas que devemos nortear nossas condutas em relação ao pacientes sem possibilidade de cura. A sociedade espera que os médicos, usando de seu conhecimento, liderança e respeitabilidade, incorporem estratégias de cuidados paliativos para atender pacientes em final de vida, aliviando seu sofrimento, respeitando sua dignidade e atendendo suas necessidades dentro dos melhores parâmetros científicos e éticos. Dr. Jefferson Piva Coordenador das Câmaras Técnicas do Cremers Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 15 Delegado de Cruz Alta faz trabalho de fiscalização Os delegados seccionais têm como uma de suas atribuições a fiscalização de unidades de saúde Dr. João Carlos Stona Heberle O delegado João Carlos Stona Heberle, de Cruz Alta, foi designado pela Comissão de Fiscalização do Cremers para fazer vistoria na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Regina Unimed Missões, de Santo Ângelo. O trabalho foi executado no dia 29 de agosto com muita competência. Ministério Público Estadual. “É importante que os delegados, extensão do Conselho no Interior, exerçam também essa tarefa de fiscalizar e de fazer oitivas em casos de sindicâncias. Essas atividades estão entre as suas atribuições na condição de delegados do Cremers”, comentou Matos. Em reconhecimento, a direção do Cremers, em ofício assinado pelo presidente Rogério Wolf de Aguiar e pelo primeiro-secretário Ismael Maguilnik, formalizou seu agradecimento ao delegado seccional. Fiscalização O delegado de Cruz Alta conta que fez uma inspeção cuidadosa e criteriosa no local determinado pela direção do Cremers. “Segui a orientação do Dr. Ayub, coordenador da Fiscalização, para fazer a vistoria dentro dos padrões habituais. Depois fiz o meu relatório. Em síntese, não constatei nenhuma irregularidade. Destaco que fui muito bem recebido pelos colegas médicos do hospital. Foi uma experiência muito interessante”, comentou Heberle. Reconhecimento O vice-presidente Fernando Matos, coordenador das Delegacias Seccionais do Cremers, também se mostrou reconhecido ao delegado Heberle pela forma como exerceu esse trabalho, solicitado ao Cremers pelo Mais Médicos Punição a quem sair mais cedo do programa O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou no dia 8 de novembro que o governo estuda mecanismos para punir profissionais que deixarem o programa Mais Médicos antes do fim do contrato de três anos. A mudança só deve ocorrer daqui a três meses, quando o ministério pretende anunciar um novo edital do programa. O ministro não adiantou de que forma os médicos serão punidos pela antecipação do 16 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 fim do contrato. No entanto, com a medida, o governo quer evitar a taxa de 40% de evasão de médicos brasileiros no primeiro ano de participação no programa. “Para os próximos editais nós vamos ajustar mais facilidades para os médicos, para que estejam na localização onde têm interesse, e também restrições administrativas para aqueles que vão [embora] com o contrato antes do tempo”, disse Barros. A restrição não vale para o edital lançado no dia 11, que oferece 1.004 vagas no programa a fim de substituir 838 postos ocupados por profissionais cubanos e 166 que desistiram do Mais Médicos. Inaugurada sede de Três Passos Sede de Três Passos foi inaugurada no dia 4 de novembro Com participação da diretoria do Cremers, foi inaugurada no dia 4 de novembro a sede da Delegacia Seccional da entidade em Três Passos, que abrange uma região com 114 médicos em atividade e 24 unidades de serviço de saúde. O delegado Lauro Borth comentou que a sede física da delegacia é uma conquista para os médicos da região e resultado do esforço das últimas gestões e do empenho da diretoria do Cremers. "A sede é um ponto de referência para os colegas. Vai aproximar ainda mais a classe médica do Conselho. Além disso, para o município, ela também é muito importante, pois é mais um órgão público fisicamente instalado em Três Passos." O coordenador das Delegacias, o vice-presidente Fernando Weber Matos, destacou a importância do trabalho das 28 unidades representativas do Cremers no Interior, lembrando que hoje o Conselho conta com sede física em 24 cidades. “Estamos trabalhando para chegar aos 100%. É importante que cada delegacia tenha a sua sede, facilitando o trabalho dos delegados e dos próprios colegas de cada região”, avaliou Matos. O presidente Rogério Wolf de Aguiar também destacou a relevância do serviço prestado pelas delegacias ao longo dos anos: “Elas representam o Conselho no interior do Estado, tornando mais próxima a relação entre médicos e instituições regionais. Entre suas atribuições estão estreitar o contato dos médicos com o Conselho, orientar os colegas nas questões relacionadas à ética e ao exercício profissional e fiscalizar a observância do Código de Ética Médica”. Criadas em 1984, em uma iniciativa pioneira do Cremers, com repercussão nacional, vieram mais tarde a ser reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina e adotadas em outros estados. Participaram do evento os diretores Ismael Maguilnik, Antonio Celso Ayub e Iseu Milman e os membros da delegacia, localizada à Av. Costa e Silva, 2.133: Silvio da Silva Neto, Danilo Antônio Cerutti, Claudius Cornelius Figueiredo, Milton Sartori e Jorge Leandro Dickel. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 17 Delegados debatem a crise na saúde e no trabalho médico no Interior Encontro de delegados seccionais do Cremers, realizado no dia 25 de novembro, fez um balanço da saúde em todo Estado O Encontro de Delegados Seccionais realizado no dia 25 de novembro no Cremers traçou um quadro sombrio da saúde e da atividade médica em todo o Estado. Além dos tradicionais e importantes dados do trabalho médico, de atendimento e da infraestrutura existente em cada região e município – em inúmeras regiões há UPAs construídas há dois ou três anos, mas ainda inativas –, os delegados trouxeram para o plenário do Cremers informações sobre a atuação dos intercambistas cubanos e médicos de outros países e destacaram a crescente e preocupante terceirização do trabalho médico. Seccionais, Fernando Weber Matos, a intenção do Conselho ao reunir os seus 28 delegados era de conhecer a realidade do programa nos municípios gaúchos e propiciar a consolidação dessas informações visando ações futuras. Na abertura do encontro, o presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, destacou a importância do evento, que deverá contribuir para a elaboração de novas iniciativas da entidade, além de propiciar significativo material para os gestores de cada tema debatido, para a busca de melhoria do trabalho médico em todo o Rio Grande do Sul. Terceirização crescente no Estado Durante todo o dia, os delegados trocaram informações sobre tudo o que envolve a saúde em suas regiões. Segundo as explanações, de maneira geral, a atuação dos estrangeiros no Mais Médicos, em sua maioria intercambistas cubanos, é vista tanto pelas comunidades como pelas prefeituras como benéfica, ressalvadas algumas questões, como a dificuldade de compreensão da língua e a pouca resolutividade no atendimento, por exemplo. Conforme destacou o vice-presidente do Cremers e coordenador das Delegacias 18 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 "O parecer de cada delegado possibilita que tenhamos a organização básica desses temas, para que, então, possamos traçar as políticas de atuação no que se refere aos médicos oriundos do exterior e à terceirização", afirmou o dirigente, entusiasmado com o sucesso do encontro. Encontro contribui para definir novas ações do Cremers O vice-presidente do Cremers e coordenador das Delegacias Seccionais, Fernando Weber Matos, ressaltou que o conhecimento da realidade dos médicos no Estado possibilitará que o Cremers busque soluções para os problemas apresentados. “O objetivo desse encontro foi alcançado. Houve participação ativa de todos. Temos agora um panorama geral de como está a saúde no Estado e principalmente qual a situação do trabalho médico em cada região. Vamos agora trabalhar para buscar soluções.” Para ele, a discussão sobre o programa Mais Médicos segue sendo fundamental. “Os relatos indicam que a presença de estrangeiros provocou mudanças que merecem ser consideradas. Levou a novos paradigmas culturais, inclusive de afeto, já que os profissionais cubanos, por exemplo, mantêm o modelo de relações humanas à moda latina, com mais proximidade do paciente”, lembrou Matos. “Está claro que as comunidades de modo geral acolheram esses profissionais, apesar da pouca resolutividade de seus atendimentos”, frisou. Regional do Planalto Médio e Alto Uruguai 6 cidades 2.593 médicos Na abertura do Encontro de Delegados Mesa foi coordenada pelo conselheiro Douglas Pedroso Seccionais, o presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, destacou a importância do evento, que deverá contribuir para a elaboraO delegado de Passo Fundo, Henrique Luiz ção de novas iniciativas da entidade, além de propiciar Oliani, relatou sobre a experiência exitosa significativo material para os gestores de cada tema da saúde na região. Passo Fundo é, hoje, debatido, para a busca de melhoria do trabalho médio terceiro polo de saúde do Sul e recebeu co em todo o RS. em 2015 o prêmio de Melhor Cidade de Porte Médio em Saúde do Brasil. O muniComandada pelo coordenador regional da Região cípio conta com três cursos de Medicina. Planalto Médio e Alto Uruguai, Douglas Pedroso, a primeira mesa de debates trouxe a realidades dos municípios dessa seccional. Para o delegado de Erechim, Paulo César Rodrigues Martins, a reunião sana um problema: a unificação dos médicos em relação aos temas propostos. Em sua região, existem 30 intercambistas do Mais Médicos, que atuam onde não há hospitais. Já o delegado de Palmeira das Missões, Joaquim Pozzobon Souza, apontou que as reclamações existentes sobre os médicos estrangeiros da região são sobre a capacidade de diagnóstico ou encaminhamento tardio aos hospitais. Quanto à forma de contratação de profissionais, a maioria dos médicos na região está atuando como Pessoa Jurídica, assim como os serviços de exames de laboratório e tomografia. Conforme o delegado de Santa Rosa, Carlos Arthur da Silveira, os usuários do sistema de saúde pública da região avaliam que o idioma é barreira na atuação dos 18 estrangeiros do programa federal. Já na visão dos profissionais médicos brasileiros, os participantes do Mais Médicos desconhecem o perfil epidemiológico brasileiro e local, além de não conhecerem os protocolos de atendimento. Na visão dos intercambistas, o problema é a adaptação à legislação brasileira. A questão da terceirização na região ocorre pela contratação de médicos por hospitais, e não entre médicos. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 19 Região Nordeste 8 cidades 6.211 médicos O coordenador da Região Nordeste, Mario Antonio Fedrizzi, conduziu os trabaConselheiro Mario Antonio Fedrizzi coordenou os trabalhos sobre a região Nordeste lhos da mesa da regional. recente cerimônia de lançamento do curso de Conforme o delegado de Bento Gonçalves, Medicina, na Feevale, ele disse que gostaria de José Vitor Zir, ao questionar aos gestores ou ver os profissionais saírem da instituição com população dos 27 municípios integrantes da uma excelente formação, para que eles não região sobre a atuação de profissionais estranseguissem o exemplo deixado por intercamgeiros, ouviu, na maior parte das respostas, que bistas estrangeiros. o importante para eles era a presença de um médico, não importando de onde ele vinha. Apesar de não ter conseguido comparecer Quanto à terceirização na saúde, ele vê um lado pessoalmente, a delegada de Osório, Maria maquiavélico na forma de contratação: “Muitos Amélia Cruz da Costa, enviou sua apresenmédicos jovens precisam trabalhar em vários tação, feita pelo coordenador da Região, locais e acabam arriscando a própria vida nas Fedrizzi. Na região litorânea, os profissionais estradas, por exemplo”. estrangeiros não são bem-vistos pela população, que os veem como despreparados. Segundo o delegado de Caxias do Sul, Luciano Porém, para a Prefeitura, eles são importanBauer Grohs, a região possui uma prepontes, já que o pagamento é feito pelo governo derância de planos de saúde. No hospital da federal. A terceirização de serviços médicos no cidade os médicos, que até pouco tempo Litoral é uma opção dos gestores para terem eram funcionários, estão sendo substituídos mais profissionais nos municípios, que sofrem por empresas, que buscam profissionais em com carência de mão de obra, principalmente outras cidades. “Muitas vezes não se sabe qual fora da temporada de verão. será o médico que fará o próximo plantão”, apontou Luciano, que lembrou, também, o caso de um médico estrangeiro acusado de assediar uma paciente. "Ele foi afastado, voltou ao seu país de origem." O delegado de Lajeado, Fernando José Sartori Bertoglio, também trouxe como problema levantado sobre o Mais Médicos o diagnóstico nos atendimentos. Ele afirmou que há colegas jovens, da própria região, que gostariam de se fixar no município e trabalhar na rede pública, mas não conseguem pela instabilidade financeira. Representando a seccional de Novo Hamburgo, Gilberto Cardoso revelou que em 20 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 A delegada de São Leopoldo, Solange Maria Seidl Gomes, afirmou que a cidade tem cinco médicas cubanas, que possuem ótima relação com a comunidade. “Elas mantêm uma relação de amizade e tanto os pacientes quanto as profissionais se sentem acolhidos”, disse a médica. Finalizando os painéis da manhã, o delegado de Santa Cruz do Sul, Gilberto Neumann Cano, apresentou um vídeo feito com um dos médicos cubanos da cidade, que reconheceu a dificuldade no início tanto da comunicação quanto na prescrição. Mas disse que, apesar de gostar de estar no Brasil, não pretende revalidar seu diploma e quer voltar para Cuba. Planalto Central e Missões 7 cidades 2.722 médicos essa situação criada pelo Mais Médicos. Sugeriu que a luta principal deva ser por uma carreira de estado para os médicos. O delegado de Santo Ângelo, Rafael Rodrigues da Fontoura, começou dizendo que são 36 intercambistas cubanos na região e que a maior reclamação da população é a baixa resolutiviConselheiro Philadelpho Manoel Gouveia Filho conduziu o painel dade nos atendimentos. “O Mais Médicos vai melhorar O coordenador regional Philadelpho Manoel quando tiver mais médicos brasileiros”, enfaGouveia Filho abriu os trabalhos referentes tizou. Outro problema é a terceirização, com à região Planalto Central e Missões, passana contratação de empresas por alto valor e a do a palavra ao delegado de Cruz Alta, João demissão de médicos. Revelou que também Carlos Stona Heberle. “Nossa região abrange em Santo Ângelo há uma UPA que ainda não 14 municípios, nem todos com hospital. Em começou a funcionar. Cruz Alta, havia quatro, hoje tem dois apenas”, informou, acrescentando que a área é atenEm São Borja existe uma UPA que já foi pindida por 239 médicos, além dos profissionais tada duas vezes e que permanece fechada, cubanos, que são 24. Comentou que a cidade comentou o delegado do município, Ary conta com uma UPA “maravilhosa, mas que Poerscke. A delegacia abrange mais quafunciona como posto de saúde, com somente tro cidades: Itacurubi, Itaqui, Guarruchos e um médico”. Maçambará. A exemplo de outros municípios, a saúde em São Borja sofre com o corte A delegada de Ijuí, Marília Thomé da Cruz, de verbas pela situação difícil do Estado. O relatou que a região está carente de médidelegado defende a luta por uma carreira de cos especialistas, o que provoca filas nos estado para os médicos. consultórios. Sobre os cubanos, contou que os pacientes se queixam da dificuldade de O delegado de Uruguaiana, Jorge Augusto comunicação com os profissionais e que eles Kappel, descreveu um quadro desolador da não são resolutivos. saúde na região. “Existe precarização do trabalho médico. Os atrasos no pagamento são A conselheira Léris Haeffner substituiu o delede três meses. Vários colegas pediram demisgado João Alberto Laranjeira, impossibilitado são do hospital. A fase é terrível. Há falta de de comparecer. Relacionou os hospitais exisequipamentos e de materiais, como gesso e tentes na região, entre os quais o da Caridade luvas. Já foram feitas várias campanhas para com 410 leitos e o da Universidade, com 359 salvar a Santa Casa”, destacou, acrescentando leitos. Relatou que a população em geral que há 26 intercambistas cubanos na região. gosta do atendimento dos profissionais cubaTambém em Uruguaiana há uma UPA connos e que os prefeitos estão acomodados com cluída, mas fechada. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 21 Região Sudoeste 7 cidades 2.988 médicos Conselheiro Tomaz Barbosa Isolan coordenou os trabalhos do painel O coordenador regional Tomaz Barbosa Isolan conduziu o painel destinado à região Sudoeste, o último do encontro. O delegado de Bagé, César Alfeu de Mello, abriu a série de depoimentos relatando que a regional é formada por oito municípios com 230 médicos e sete hospitais. Observou que o fechamento do hospital Universitário causou problemas para a Santa Casa, que hoje sofre com um déficit mensal de R$ 300 mil e paralisações de funcionários. A terceirização também é problema na região. O primeiro-secretário da delegacia de Cachoeira do Sul, Roger Martins de Souza (substituindo a delegada Leisa Gaspary), contou que são sete cidades na região, que tem 170 mil habitantes, com 180 médicos e seis hospitais. Destacou que há carência de especialistas, em especial pediatras. E que é difícil contratar profissionais em função de salários baixos. A questão da hemodinâmica é um problema grave, enfatizou. Cachoeira também tem uma UPA, concluída há quatro anos e que segue fechada. O delegado de Camaquã, Tiago Bonilha de Souza, fez questão de salientar logo de início que há sucateamento em todos os serviços e que, a exemplo de outras localidades, a cidade conta com uma UPA à espera de ser entregue à população da região, que engloba 10 municípios. Acrescentou que o Hospital Nossa Senhora Aparecida não tem condições de atender a demanda. Revelou que há fragilidade nas relações contratuais e que os salários oferecidos nos concursos são minúsculos. O delegado de Pelotas, Victor Hugo Pereira Coelho, não compareceu ao encontro e enviou breve relato que foi lido pelo coordenador da região. Relatou a existência de um problema recorrente: a baixa remuneração médica. O 22 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 salário dos médicos estatutários é de R$ 2,2 mil, e a hora de plantão é de R$ 35 reais. Relatou que são 34 integrantes do Mais Médicos que trabalham na cidade, que possui duas faculdades de Medicina e 350 mil habitantes. Contou que uma UPA foi inaugurada há três meses. O delegado de Rio Grande, Fábio de Aguiar Lopes, disse que o maior problema da cidade é a Santa Casa, que em tempo recente fazia propaganda nos meios de comunicação como se fosse um “oásis no SUS”. A instituição está sob intervenção do MP e tem uma dívida de R$ 170 milhões com médicos, fornecedores e prestadores de serviço. Observou que não há contratos com médicos e existem atrasos do INSS, FGTS e que a intervenção da prefeitura, desde abril de 2015, só piorou o quadro. Em Santana do Livramento, o delegado seccional Tiago Lopes convive com uma realidade distinta: a presença de médicos do Uruguai, que chegam a fazer plantão no hospital, trabalho assegurado por decisão da Justiça Federal. “São médicos uruguaios atendendo sem revalidação do diploma, sendo que são responsáveis por 80 por cento dos partos”, comentou. Faltam especialistas, o atraso salarial é de três meses, e a Santa Casa vive sob ameaça de fechamento. Lopes sugere ações para que a judicialização seja também a favor dos médicos. O delegado Ricardo Coirolo, de São Gabriel, abriu seu depoimento dizendo que em sua cidade saúde só é prioridade nos discursos políticos. Enumerou alguns problemas: falta de política de saúde, remuneração baixa, relação difícil com gestores. Por outro lado, como aspecto positivo tem a Santa Casa local, bem administrada, sem atrasos salariais. Cremers atualiza cadastro de médicos do Interior Os médicos relacionados abaixo estão convidados a efetuar a atualização de seus cadastros no Cremers. Favor manter contato pelo telefone (51) 3219-7544, ramal 243, ou pelo e-mail [email protected] ALEGRETE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10491 5553 39095 30562 21115 17109 16150 18484 11224 35175 ANA LUCIA CANÇADO SHEPARD FRANCISCO ENIO SOARES CIDADE GABRIEL LOPES MANGABEIRA IVAN GUEDES MAZZUCCO MARCUS VINICIUS DE SOUZA CARDONA NIVIA TEIXEIRA DE SOUZA PAOLA MARIEL RIANI FERNANDEZ PAULO ROBERTO BARCELOS TANIA ARLETE BUENO DE OLIVEIRA THIAGO PEDROSO MENDES BENTO GONÇALVES 1 3 4 5 6 7 8 9 10 11 38642 37552 2590 39356 32322 4308 37793 18546 20518 6780 DANIEL FERNANDES DALA RIVA HERMES FILHO MARAMALDO JOAQUIM PEDRO VIEIRA PINTO LAÍS RAMALHO CHAVES ISOBE MARINA BERGAMINI BLAYA NELSON LAPOLLI PABLO RAMON FRUETT DA COSTA RIVALDO HOCHMULLER FOGACA SUSANA GRACIELA BRUNO ESTEFENON TANIA MARA FERRETI CACHOEIRA DO SUL 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2331 7111 19275 20169 20417 27008 29128 36093 36432 39784 ALTINO COUTO DE ARAUJO DELFINO GARCIA LUIZ DE SOUZA NETO FLAVIO HENRIQUE DO PRADO GOULART PAULO ROBERTO MACHADO JARDELINO DA SILVA RAMOS PACHECO HUMBERTO CARVALHO DE MATOS ALINE REETZ CONCEIÇÃO DAIANA SEHNEM IRONDI BITTENCOURT MARTINS PAULA BENEDETTI DE CAMARGO CRUZ ALTA 1 2 3 4 5 6 7 8 28001 5496 36217 33422 32455 10709 28662 8345 ANDREY VAN ASS MALHEIROS EDISON ODILON SCHUTT TORRES FELIPE BITTENCOURT FAUSTINO DE PAULA JEFERSON TELMO REIS JOANA CHITOLINA MILETO JOSE ARTHUR MARCOLLA SOUTO RIBEIRO RODRIGO BRENNER MARIOTTO SAULO ROBERTO LUPI BEVILACQUA ERECHIM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 24698 35616 7998 36575 11599 40131 20297 37164 35573 37802 12169 34547 36731 37650 5595 18842 27610 31604 40564 ADRIANE KANIA ALAN FELIPE SAKAI CARMEN BEATRIZ RUVIARO CARNEIRO CAROLINA FUSINATO MOLIN CLEIVA TERESINHA CANELLO DEBORA TOMAZONI EDUARDO LOZZA PAUL FELIPE FAVERO FELIPE FRANCO PINTO GUSTAVO CANTELLI DE SOUZA JUAREZ DE OLIVEIRA PINTO JULIANO ZANETTI DE LIMA LAZARO PEREIRA JACOBINA LETICIA BERNARDON LUCIANO NIEDERAUER REICHMANN LUIS FERNANDO RIBAS LEMOS MARCOS ANDRE SANTIN RONALD HUND LUCAS TAMIRES REGINA GEMELLI DA SILVA IJUÍ 1 2 3 4 5 37887 7710 30643 6153 34518 ALAN PALMERO DE BARROS CARLOS ERNESTO EBERT CAROLINE GOERGEN ENEIDA GONCALVES ZAPPE FERNANDA CORREA SILVA ALVES 6 7 8 34293 19055 8342 LARISSA AZEREDO MOURA MARCIA ELIS PARANHOS DA SILVA MARCO ANTONIO VIEGAS DA SILVA PASSO FUNDO 1 2 40106 11459 BRUNA CARACEK KRUG JOSE CALVARIO SENA PELOTAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 4025 6423 12240 14480 15602 23091 27740 31075 31589 34676 34820 36805 37137 37736 38363 39164 4508 23009 29162 32195 35256 36895 37870 4257 7687 9851 12135 12971 16133 18233 21498 21578 23100 34505 34538 34541 34584 37141 37194 37198 37868 39332 39345 39576 15197 36246 RENATO CARMELIANO DE MIRANDA PEDRO PAULO SIMON JOAO CARLOS SARAIVA JORGE EDUARDO LIMA DA FONSECA JOSE FERNANDO ANTELO HURTADO VITORIA REGIA FERNANDES AMARAL DANIEL DINIZ SHAHWAN JONAS DE SOUZA DALABONA GUADALUPE BERTOLI NASCIMENTO BARBARA BERRUTTI ANDRE AFONSO SCHREINER CARLOS ALBERTO DELGADO BOCANEGRA RAQUEL DONADEL KROTH RUNDINEI MARCONES NUNES MAURICIO PEREZ ZENI NEY ARTILES FREITAS CORNELIS CHRISTIAAN VAN OMMEREN TULYO SAVIO CARBONE EMERSON ALDRIN DE OLIVEIRA GONZALLES TAIANI VARGAS JOAO JESUS FONSECA DOS SANTOS YURI MARTINS WRAGUE SILVANO HERNANDORENA RAMOS FILHO PAULO ROBERTO GUIDO LEIVAS KLAVA JOYCE STRELIAEV VARGAS GISELE SEIXAS BARCELLOS IVONE COGNO CARMEN LUCIA KEGLES DE ARAUJO BEATRICE FAGUNDES BORGES JANE MARIA CAMARGO SUZANA TEIXEIRA GILMAR CARTERI WLADIMIR RIBEIRO DUARTE TIAGO DE AVILA GUTIERRES JULIANO ROCHA MUNARO DIEGO CRESPO PEREIRA CAROLINE MARCIA DO CARMO MARIUSSI GIANCARLO VELLAR DA ROSA DANIELA MASCARENHAS WIEGAND FERNANDO BORGES DA SILVA CASSIO SCAGLIONI CARDOSO MAICO PAULO ALFLEN DANIELE QUARESMA MOTTA LEOPOLDO AUGUSTO SCHEIFER MARCELO FREDA SOARES RENATA MULLER ROSENTHAL SANTA CRUZ DO SUL 1 2 3 4 3599 3635 12275 21274 ITAMAR ANTONIO DUMCKE FERNANDO CASSIO TATSCH RONALDO FERRAZ BENTO PEREIRA LICIANE MARIA REIS GUIMARAES SANTA ROSA 1 2 3 4 38197 40267 30024 35583 DANI MITCHEL GLITZKE KELLY PATRÍCIA FÜHR RODRIGO DESSUY HAAG RONALDO JESUS GRZECA DA SILVA SANTANA DO LIVRAMENTO 1 2 3 4 36436 9052 39809 10009 CARLA PATRICIA GONZÁLES FERNÁNDEZ JOSE CARLOS FARIAS ALVES JULIANA LEMOS FONTOURA ALVES LUIS ALBERTO OLIVA FARIAS SANTO ÂNGELO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 28638 31418 21476 28400 29748 30029 34088 35141 36569 38016 LIANA DO AMARAL NEVES TIAGO HEINZMANN GRIEBELER ERASMO GUILHERME CHELMINSKI BARRETO JULIANO FONTOURA DA COSTA CLAUDIA DE MORAES COLISSE DA ROSA ROBERTO VIEIRA MORAES FERNANDA CUNHA DE OLIVEIRA FERNANDA GATELLI NORONHA ANGELICA OLIVEIRA DE ALMEIDA GUSTAVO REIS KRAMMER SÃO BORJA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 35250 28978 38951 2654 39055 32446 10762 28035 35102 37799 25376 34508 27844 ADEMAR DIOGENES PAIVA NETO DENISE BITTENCOURT VALENTE EDUARDO DE ARAUJO DIAS GETULIO BENITO FRESCHI BAGLIONI JAIL COELHO DE ALMEIDA JIMENA ROSSI ALVES JOAO CARLOS SCOTTO JONAS LATTIK HICKMANN JULIANA PAGLIARINI FROES KARINE RABUSKE DOS SANTOS KATIA DENISE FREIER LETICIA MENDES LEAES VIRGINIA JOSEFINA GASPAR DE BOLONHEZ SÃO GABRIEL 1 2 3 4 5 6 7 8 3893 12950 20450 28514 27555 31513 34914 40358 DIOGO DORNELES LEAES COSME DAMIAO LLAGUNO PAIVA KENIA PIRES MAUS FRANCISCO ITIEL ROMERO LUIZ RIVA BOLOGNESI MARCILIO GOMES DE BARROS MILENE COSTA DE MENEZES MARCELLA OLIVEIRA DAL BELLO SÃO LEOPOLDO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 6014 9257 10246 13914 14308 19351 19980 20733 29395 30119 33200 34607 35442 36277 36754 37382 37512 37748 37950 37962 38748 38918 39051 39081 39985 40000 40205 40251 40355 40585 40606 CLAUDIO CORREA LAND INEZ ANTONIETA SCHNEIDER MARIA DE LOURDES CADORE ERNANI MIGUEL LACERDA WETTERNICK EDUARDO LUIZ CONCEICAO BERMUDEZ JOAO FRANCISCO CERIOLI SERGIO LUIZ DE PAULA RIBEIRO ELIAS JACOB BAINY NETO REGINA COELI TARDIO GOES CARAM EDUARDO ANTPACK FILHO ANDREI NACIF NOGUEIRA VANESSA MACHADO NUNES FLÁVIA FERREIRA DE ÁVILA ANGELICA ISABELE ALONSO CONSOLE MIORANZA TATIANE LINHARES MARIA LARISSA AUSTRILINO VASCONCELOS CEDRIM CÁSSIO KADRI MONTEIRO VERONICA CONSTANCIO BATISTA LUIZ FERNANDO BONN HENZEL JUNIOR LILIAN MARCELA SCHIMANOSKI BRIKALSKI RAYLLA MARIA MOREIRA CÂNDIDO MACHADO HERNANDO BELTRAN RAFAELA PINHEIRO DE OLIVEIRA THIAGO AUGUSTO MACIEL CAROLINE MARCELE MACIEL BERGER ANA CAROLINE POSSER DE CEZARO ARTUR JUNIOR FRANCESCHINI CARLOS ALEX LIZARAZU MAZZO CLEBER AVELINO ROSA MANUELA JUSTI DE FARIAS JOAO VICTOR PINTO RODRIGUES Total: 187 médicos Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 23 Dia do Médico: mudando caminhos A campanha do Dia do Médico do Cremers busca mostrar a relevância da presença do trabalho profissional dos médicos em diversas situações que envolvem o cuidado com a vida. Para isso, ela ressalta dois momentos distintos que acompanham a vida das pessoas e que são influenciados pelo profissionalismo médico. Realizada pela agência Engenho de Ideias, a campanha enquadra, em uma mesma linguagem visual, dois acontecimentos que ficaram marcados na vida de quem teve alguma dificuldade com a saúde, evidenciando uma passagem de tempo que configura a presença médica e o envolvimento 24 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 O Conselho reforça a mensagem de que os médicos são fundamentais para a transformação de vidas através de seu trabalho e comprometimento com o paciente. Situação destacada com o conceito “Médico: mudando caminhos”. O material desdobrou-se em vários meios de comunicação, buscando atingir os profissionais homenageados e a população. Para isso, diversos anúncios de mídia externa, spots de rádio e anúncios nos jornais foram veiculados, além de ações pontuais voltadas aos médicos, como o envio de SMS e e-mail marketing com uma homenagem. Acesse o link: www.cremers.org.br/mudandocaminhos e confira a campanha. Vídeo em homenagem aos médicos Entre os pontos altos da campanha do Cremers pelo Dia do Médico está o vídeo elaborado pela agência Engenho de Ideias no qual o presidente Rogério Wolf de Aguiar faz uma saudação aos médicos do Estado. A mensagem foi enviada aos médicos via newsletter e veiculada através do site www.cremers.org.br. Assista o vídeo no site: www.cremers.org.br/mudandocaminhos Confira o conteúdo: “Hoje é um grande dia. Hoje é 18 de outubro e comemoramos o Dia do Médico. Profissão que trabalha diretamente com a vida da população, contribuindo para o bem-estar de uma sociedade mais saudável. Hoje é um dia para reforçarmos o orgulho da nossa escolha. O orgulho de sermos médicos. Além disso, ressaltar o nosso compromisso com a sociedade em virtude da importância e da representação que o nosso trabalho tem dentro de todas as esferas sociais. Compromisso reafirmado na dedicação, na ética e no nosso profissionalismo que acompanha inúmeras histórias de superação e novos começos. O Dia do Médico é um dia de comemorações, mas também é um dia de luta, um dia para revivermos as nossas intenções na busca por conquistas mais amplas, em prol da vida e de um futuro melhor para todos. Um grande abraço da Presidência, da Diretoria e de todos os colaboradores do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul a todos os médicos. A todos vocês que mudam caminhos, que são os verdadeiros protagonistas disso tudo”. Campanha destaca Ato Médico tratamento de doenças. Sob o slogan “O Ato Médico é lei e deve ser respeitado. Não abra mão do direito de ser tratado por um médico”, os Conselhos ressaltam que inúmeras decisões do Judiciário têm consolidado este entendimento. Os argumentos dos magistrados, em diferentes instâncias judiciais, sempre ressaltam a qualificação e a competência do médico para realizar ações que, nas mãos de pessoas de outras categorias, podem expor pacientes a situações de risco, inclusive de morte. Imagem meramente ilustrativa A defesa profissional, por meio da valorização da Lei do Ato Médico (nº 12.842/2013), foi o tema principal da campanha lançada pelos Conselhos de Medicina para marcar a passagem de 18 de Outubro (Dia do Médico). O objetivo foi chamar a atenção da sociedade para a importância de se respeitar a regra em vigor pela qual pertence ao médico a exclusividade do diagnóstico e do Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 25 Artigo Em nosso País, os médicos muitas vezes trabalham em precárias condições, em lugares deficientes e com falta de acesso aos progressos da Medicina O médico Quando somos atendidos por um médico, sabemos QUEM ele é (hoje em dia, com o atendimento de massa, muitas vezes não sabemos nem o nome). Mas O QUE ele é? Ou seja, na pessoa daquele médico projetamos alguns papéis, frequentemente irreais. Vulneráveis, enfraquecidos pelos nossos sintomas, sofridos pelas nossas dores, ameaçados pelos nossos temores, quando nos sentimos doentes, atribuímos a ele o poder de resolver tudo isto. É o nosso desejo e de nossos familiares. É natural que seja assim. Gostaríamos que a cura acontecesse por mágica, milagre ou qualquer coisa que atendesse nossa vontade. O médico, com seu saber, deve assumir a incumbência para a qual foi formado, com diligência, perícia e prudência. Deve ter competência técnica. Mas não é mágico nem Deus para fazer milagres. Compreendendo e aceitando seus poderes e limites, poderá agir melhor para ajudar aqueles que atende, por mais que a realidade contrarie essas expectativas irreais. Este é o campo da relação médico-paciente por excelência, tão importante quanto o da competência tecnológica. Saber lidar com o paciente em seu momento de esperança-desesperança, biológica e psicologicamente, em seu contexto social, este é o médico em seu máximo potencial humano. Não há exagero algum em afirmar que esta é uma atividade da maior relevância social. Uma sociedade que preza a si mesma deve se empenhar fortemente para que a formação completa dos médicos seja sempre primorosa, ética e tecnicamente; e para que aqueles assim formados, possam exercer suas atividades com dignidade e devidamente valorizados. Em nosso País, os médicos muitas vezes trabalham em precárias condições, em lugares deficientes e com falta de acesso aos progressos da Medicina. Fazem verdadeiros heroísmos. Mas a sociedade deve compreender que seria muito melhor atendida se precisasse menos de heróis e mais de seres humanos com boas condições de trabalho. É bom lembrar disso no momento em que se celebra o Dia do Médico. Dr. Rogério Wolf de Aguiar Presidente do Cremers 26 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 Mais de 50% dos municípios do RS não apresentam o Aedes Simpósio sobre a Zika O objetivo do evento foi no sentido de capacitar e organizar a rede de serviços para o atendimento à doença o Aedes, só temos o inseto nas regiões norte, noroeste e metropolitana", informou. Para o secretário João Gabbardo, "isso não reduz a nossa responsabilidade na prevenção e organização dos serviços e assistência às crianças que nasceram com este problema". Profissionais de saúde participaram, no dia 14 de outubro, no Cremers, do 1º Simpósio Gaúcho da Síndrome da Zika Congênita. O objetivo do evento foi no sentido de capacitar e organizar a rede de serviços para o atendimento à doença. A programação incluiu tópicos sobre pesquisas recentes e protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS). O Rio Grande do Sul apresentou em 2016 apenas dois casos de microcefalia associados ao zika vírus, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Os dois são de gestantes que adquiriram a doença fora do Estado. "Aqui no Estado estamos em situação confortável em relação ao número de notificações e casos confirmados de zika vírus", afirmou o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis. Segundo ele, isto se deve à pequena circulação do mosquito Aedes aegypti. "Mais de 50% dos municípios do RS não apresentam As ações de combate ao Aedes aegpty no Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano foram essenciais para este resultado. Entre as ações, estão a criação do comitê estadual de controle do mosquito, de uma Sala de Monitoramento de Ações Estratégicas de Combate ao Aedes aegypti e de um aplicativo interativo de celular. O trabalho da SES/RS em parceria com as entidades, municípios, área médica e profissionais de saúde, também contribuiu com o controle da doença no RS. O Simpósio foi promovido pelo Comitê de Microcefalia do RS, com apoio do Cremers e em parceria com o Sistema de Informações sobre Agentes Teratogênicos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Além do secretário estadual da Saúde, João Gabbardo do Reis, integraram a mesa de abertura a médica geneticista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Maria Tereza Vieira Sanseverino, o presidente do Cremers, Rogério de Aguiar, a consultora do Ministério da Saúde Cristiane Souza de Oliveira e o secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 27 Justiça anula normas que contrariam Lei do Ato Médico junto de resoluções, induzindo os profissioSentença emitida pela Justiça Federal do nais daquela categoria a cometer ilicitudes Distrito Federal em decorrência de ação e expondo a população a situações de risco ajuizada pelo CFM determinou a ilegalidapor conta de possível atendimento por pesde de medidas cometidas pelo Conselho soas sem a devida qualificação e sem comFederal de Biomedicina (CFBM) que, por petência legal para tanto. meio de normas administrativas, autorizou seus filiados a extrapolarem Pela sentença da Justiça os limites e as competências Federal, o biomédico que a legislação lhes autorisomente tem permissão za. Para alcançar a decisão, [...] não se pode de atuar em questões de 6 de outubro, o CFM substituir o médico ligadas à saúde quancontou com o apoio da com especialização em do supervisionado por Sociedade Brasileira de dermatologia ou cirurgia médico. “A lei que reguDermatologia (SBD) e com plástica pelo biomédico lamenta a profissão do decisiva ajuda do grupo com especialização em biomédico é claríssima de juristas da Associação estética em ressaltar que o proMédica Brasileira (AMB) e fissional pode atuar, sob dos Conselhos Regionais de supervisão médica, em Medicina (CRMs). serviços de hemoterapia, de radiodiagnóstico e de outros para Ato Médico os quais esteja legalmente habilitado. Os A decisão da juíza federal Maria Cecília de atos normativos editados pelo Réu (CFBM) Marco Rocha, da 3ª Vara Federal do DF, acodesbordaram da lei, na medida em que perlheu integralmente pedido do CFM para que mitiram a atuação de biomédicos sem a fossem anulados imediatamente, em todo o supervisão médica”, informa a decisão. território nacional, os efeitos das Resoluções CFBM nº 197/2011, nº 200/2011 e nº 214/2012, Procedimentos além da sua Resolução normativa nº 01/2012. A juíza Maria Cecília de Marco Rocha ainda Com isso, os biomédicos ficam proibidos de deixou claro que os procedimentos médicos executar procedimentos dermatológicos e listados nos normativos da CFBM são atos pricirúrgicos, considerados invasivos. Pela Lei nº vativos de médicos, inclusive pelos riscos de 12.842/2013 (Ato Médico), apenas os médicos danos e pela exigência de qualificação técnica podem realizar tais atividades. de seus responsáveis. “É demais comprovado nos autos que esses procedimentos não são Legalidade tão simples, como defendido pelo Conselho Na argumentação apresentada, a qual receFederal de Biomedicina. As complicações beu elogios da juíza federal, o CFM consedecorrentes da realização de tais atos são inúguiu provar que o CFBM não obedeceu ao meras, levando pacientes a óbitos”, afirmou. Princípio da Legalidade ao editar este con- 28 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 Biomédicos proibidos de assinar laudos citopatológicos A sentença proferida pelo juiz Renato Borelli, da 20ª Vara Federal do Distrito Federal, impede os profissionais da biomedicina de elaborarem laudo com diagnóstico médico em exames citopatológicos positivos. Assim, o pleito do Conselho de Federal da categoria (CFBM) junto ao Judiciário foi rejeitado pelo magistrado diante dos argumentos apresentados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A regra, que era questionada pela entidade de classe dos biomédicos, prevê a obrigatoriedade da assinatura e identificação de médicos em laudos anatomopatológicos, impede os médicos solicitantes de procedimentos diagnósticos de aceitarem laudos anatomopatológicos assinados por não médicos e, ainda, os proíbe de “adotar condutas terapêuticas baseadas em laudos citopatológicos positivos emitidos por outros profissionais, que não por médicos citopatologistas”. Em consequência, com base neste entendimento, os médicos brasileiros têm assegurado o direito de recusar laudos citopatológicos subscritos pelos biomédicos. Para tanto, o juiz Renato Borelli declarou a legalidade da Resolução CFM nº 2.074/2014. Na decisão, que tem validade nacional e entrou em vigor na data de sua publicação (26 de outubro), o juiz federal ainda entendeu como legítima a contestação apresentada pelo CFM, pela qual afirma-se que a manutenção da exclusividade do diagnóstico de doenças não configura uma medida corporativista mercantilista. Resolução define responsabilidades de diretores técnicos e clínicos Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) torna mais claros as atribuições, os direitos e as responsabilidades de diretores técnicos, diretores clínicos e chefias de serviço em ambientes médicos. A definição de cada cargo de gestão consta na Resolução CFM 2.147/2016, publicada no dia 27 de outubro, no Diário Oficial da União (DOU). O diretor técnico é o médico que responde eticamente por todas as informações prestadas perante os conselhos de Medicina (federal ou regionais), podendo, inclusive, ser responsabilizado ou penalizado em caso de denúncias comprovadas. Pela nova regra em vigor, fica estabelecido que os profissionais que forem investidos desse cargo devem organizar a escala de plantonistas, zelando para que não haja lacunas durante as 24 horas de funcionamento da instituição. Em qualquer ausência de plantonistas, cabe a esse gestor tomar providências para solucionar. O documento também lista as atribuições do diretor clínico, entre as quais está dirigir e coordenar o corpo clínico da instituição, supervisionar a execução das atividades de assistência médica e zelar pelo cumprimento do regimento interno. Fortes explica que, de maneira diferente, o diretor técnico, este sim, pode ser indicado pela administração do hospital. Entre suas atribuições estão as de zelar pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares, assegurar condições dignas de trabalho e os meios indispensáveis à prática médica e garantir o pleno e autônomo funcionamento das comissões de ética médica. Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 29 CFM apoia sanções para portadores de drogas para consumo pessoal A defesa da manutenção dos dispositivos do artigo 28 da Lei nº 11.343/2006, que trata da aplicação de sanções socioeducativas a pessoas que adquiram, guardem, tenham em depósito, transportem ou tragam consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, foi tema de uma nota divulgada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no dia 2 de novembro. As penalidades previstas no artigo valem também para aqueles que semeiem, cultivem ou colham plantas destinadas ao preparo de pequenas quantidades de substâncias ou produtos ilícitos, capazes de causar dependência física ou psíquica. O CFM busca sensibilizar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que devem, em breve, julgar ação que pode implicar em mudanças no texto da Lei 11.343/2006. Conforme o artigo 28, as penas previstas para pessoas enquadradas nestas situações são as seguintes: advertência sobre os efeitos das A nota enfatiza que “a descriminalização do uso de drogas ilícitas para consumo pessoal terá como resultado o aumento de consumo e de usuários” 30 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 drogas; prestações de serviços à comunidade; e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. A nota enfatiza que “a descriminalização do uso de drogas ilícitas para consumo pessoal terá como resultado o aumento de consumo e de usuários”. Em novembro de 2015, o CFM divulgou nota conjunta sobre o mesmo assunto, com outras entidades médicas (Associação Médica Brasileira – AMB, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP – e a Federação Nacional dos Médicos – Fenam). Para as entidades médicas nacionais, o crescimento no número de usuários implicará também no aumento de casos de dependência química, com consequente repercussão nas famílias e na sociedade. Além disso, elas apontam que esse problema contribui para a maior incidência de acidentes de trânsito, homicídios e suicídios. Considera-se, ainda, que a descriminalização, ao aumentar o consumo, também amplia o poder do tráfico, contribuindo para maiores índices de violência. Conselho Federal Tentativa de anular resoluções A Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia – ASBAI – ajuizou em 2012 uma ação judicial perante a 19ª Vara Federal do TRF da 3ª Região, com vistas a anular as Resoluções do CFM nº 1634/2002, 1666/2003, 1785/2006, 1845/2008 e 1973/2011, que criaram a área de atuação “alergia e imunologia pediátrica” e todos os certificados expedidos. Requereram à época a antecipação dos efeitos da tutela para suspender os atos de certificação de profissionais na área de atuação médica “alergia e imunologia pediátrica”. O Juízo da 19ª Vara Federal indeferiu a tutela antecipada em 27/04/2012, tendo a ASBAI interposto Agravo de Instrumento contra essa decisão, para que o Tribunal revisse o julgado e deferisse a tutela antecipada. Por fim, em julgamento realizado no dia 08/09/2016, a Sexta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região indeferiu o agravo de instrumento, com fundamento de ausência de dano no aguardo da decisão final, e sobretudo, adentrando o mérito, confirmando que “a área de atuação objeto da inconformidade da agravante foi criada por Comissão competente para tanto e que não dependia do consenso das sociedades médicas à época da edição da Resolução nº 1.634/2002, razão pela qual deve ser mantida a eficácia da decisão agravada”. Diante de tal decisão, a ASBAI não logrou êxito no pedido de antecipação da tutela. Pilates e a prescrição médica O método de Pilates coadjuvante no tratamento e recuperação de doenças do aparelho locomotor e sistema músculo-esquelético tem indicação específica sob prescrição médica. Foi encaminhada ao CFM correspondência solicitando parecer a respeito do uso do “Pilates como método cinesioterapêutico na reabilitação física dos pacientes”. Refere que o método é descrito como “um recurso cinesioterapêutico e mecanoterapêutico que promove a educação e reeducação do movimento corporal, composto por exercícios terapêuticos de promoção, prevenção e recuperação da saúde físico funcional". Parecer O método desenvolvido envolve todo o corpo, especialmente o grupo muscular definido como Power House (Casa de Força), segundo ele composto pela musculatura abdominal, transverso Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen Conselheiro do CFM do abdômen, assoalho pélvico e paravertebrais. (1) Desenvolvendo e equilibrando a musculatura, o método promoveria o controle motor por parte do paciente ao melhorar seu equilíbrio estático e dinâmico. (2,3,4) Na literatura científica, encontrase vasta bibliografia e estudos experimentais com a utilização do método Pilates como forma de tratamento de diversas enfermidades, em especial a lombalgia. (4,5,6,7) Conclusão O método de Pilates é coadjuvante no tratamento e recuperação de doenças do aparelho locomotor e sistema músculo-esquelético. Neste caso, deve ser realizado com indicação clínica específica e sob prescrição médica. Este é o parecer do conselheiro relator Anastácio Kotzia Neto. Dr. Antônio Celso Ayub Conselheiro Suplente do CFM Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 31 Confira os eventos D E Z E M BR O D E 2 016 2 a 3 de Dezembro 10 de Dezembro 15 a 17 de Dezembro XVI Congresso Brasileiro do Sono Local: Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo/SP Informações: sono2016.com.br II Simpósio Internacional de Ginecologia de Alta Complexidade Local: Auditório do Hospital 9 de Julho - São Paulo/SP Informações: www.h9j.com.br / (11) 3147-9999 V Congresso Latino Americano de Neurocirurgia Neuroscópica Local: Marante Plaza Hotel – Recife/PE Informações: glen2016.com M A R Ç O E A B R I L D E 2 017 30 de março a 1º de Abril 31 de março a 1º de Abril 31 de março a 1º de Abril 37° Congresso Brasileiro de Cirurgia da Mão Local: Ouro Minas Palace Hotel – Belo Horizonte/MG Informações: www.mao2017.com.br/mao2017 XIII Congresso Sul-Brasileiro de Oftalmologia Local: Centro de Eventos Associação Catarinense de Medicina – Florianópolis/SC Informações: (48) 3047-7600 / [email protected] VII Simpósio de Atualização em Oftalmologia Hospital Banco de Olhos Local: Amrigs - Porto Alegre/RS Informações: (51) 2108-3128 / (51) 3014-5700 32 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 Academia de Medicina Palestra e homenagem na última reunião do ano A última reunião do ano da Academia Sul-Rio-grandense de Medicina aconteceu no dia 26 de novembro, no Cremers, que mantém sólida sua parceria com a entidade. Dr. Roberto Giugliani "Passado, Presente e Futuro da Genética na Medicina" foi o tema da palestra proferida pelo acadêmico Roberto Giugliani. Professor Titular do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Pesquisador I A do CNPq e Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Genética Médica Populacional (INAGEMP). Além de possuir mais de 450 publicações, a maioria em revistas internacionais. Premiação O Prêmio Acadêmico deste ano coube ao médico Ivo Abrahão Nesralla. DNA e Transplante de órgãos Com larga experiência na área de Medicina, com ênfase em Imunologia Clínica, Imunologia de Transplantes e Genética Forense, o presidente da Academia de Medicina/RS, Luiz Fernando Jobim, foi palestrante na reunião do dia 29 de outubro, abordando o tema “DNA e Crime”. Dr. Luiz Fernando Jobim Na sequência, o acadêmico Roberto Manfro, presidente da Associação Brasileira de Transplante de órgão e coordenador do Colegiado dos Programas de Transplantes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, discorreu sobre “Transplante de órgãos no Rio Grande do Sul e no Brasil”. Dr. Roberto Manfro Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 33 Obituário Cremers presta homenagem Em sessões ordinárias realizadas nos dias 4 de outubro e 1° de novembro o Corpo de Conselheiros do Cremers prestou homenagem a médicos do Estado falecidos recentemente. Dr. AFONSO CELSO GONZALEZ DO NASCIMENTO Nascido em 03/02/1939, natural de Uruguaiana, RS. Formado pela Faculdade da Universidade Católica de Pelotas, no ano de 1972. Falecido em 04/10/2016, aos 77 anos. Dra. ANA CRISTINA FANTIN Nascida em 15/10/1961, natural de Porto Alegre, RS. Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no ano de 2001. Falecida em 26/09/2016, aos 54 anos. Dra. ARITA WIETZKE BRODBECK Nascida em 14/08/1934, natural de Santa Maria, RS. Formada pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre no ano de 1960. Falecida em 16/09/2016, aos 82 anos. Dr. CARLOS EDUARDO MOLD Nascido em 10/11/1956, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Católica de Pelotas no ano de 1996. Falecido em 08/08/2016, aos 59 anos. Dr. JOSE ANTONIO ZAQUIA ALAM Nascido em 12/04/1938, natural de Jaguarão, RS. Formado pela Faculdade de Medicina de Santa Maria, no ano de 1967. Falecido em 28/09/2016, aos 78 anos. Dr. JOSE ARTUR BARBOSA MOURA Nascido em 23/06/1951, natural de Santana do Livramento, RS. Formado pela Fundação Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre, no ano de 1979. Falecido em 29/01/2016, aos 64 anos. 34 Revista Cremers – Edição 100 – 2016 Dr. MANUEL AGUINALDO DA SILVA SANTOS Nascido em 22/07/1945, natural de Albergaria a Velha, Portugal. Formado pela Faculdade de Medicina da Fundação Universidade do Rio Grande no ano de 1973. Falecido em 02/10/2016, aos 71 anos. Dra. MARIA LUCIA PORTO DA SILVEIRA Nascida em 10/12/1955, natural de Vacaria, RS. Formada pela Faculdade de Medicina da Universidade federal do Rio Grande do Sul, no ano de 1980. Falecida em 21/04/2016, aos 60 anos. Dr. PEDRO HENRIQUE ANDRE FOSTER Nascido em 21/07/1955, natural de Pelotas, RS. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, no ano de 1979. Falecido em 27/08/2016, aos 61 anos. Dr. TELMO HAMANN PINHEIRO Nascido em 11/07/1939, natural de São Luiz Gonzaga, RS. Formado pela Faculdade Católica de Medicina de Porto Alegre, no ano de 1966. Falecido em 27/09/2016, aos 77 anos. Dr. VITOR ROBERTO MINATTI Nascido em 14/06/1952, natural de Porto Alegre, RS. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no ano de 1976. Falecido em 05/03/2012, aos 59 anos. fale direto com setor desejado CONTATOS Central de atendimento telefônico Telefone: RAMAL (51) 3219-7544 SEÇÕES Assessoria de Imprensa (51) 3300-5421 Ouvidoria (51) 3300-5410 Licitações (51) 3300-5413 SAT (Sindicâncias e processos) (51) 3300-5417 Outros Contatos 244 Câmaras Técnicas 240 Codame (Publicidade médica) Fax: (51) 3217-1968 243 Delegacias Seccionais E-mail: [email protected] 251 Diretoria 241 Fiscalização Horário de atendimento: das 9h15min às 18h30min 151 SO – Secretaria Operacional (Documentos e registros) De segunda-feira a sexta-feira Sede: Av. Princesa Isabel, 921 – Bairro Santana Delegacias do Cremers Seccional Delegado Fone Alegrete Dr. Luiz Carlos Diniz Barradas (55) 3422.4179 Endereço • E-mail R. Vasco Alves, 431/402 • CEP 97542-600 • [email protected] Bagé Dr. César Alfeu Iamin de Mello (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 • CEP 96400-380 • [email protected] Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3454.5095 R. José Mário Mônaco, 349/701 • CEP 95700-066 • [email protected] Cachoeira do Sul Dra. Leisa Maria Behr Gaspary (51) 3723.3233 R. Senador Pinheiro Machado, 1020/104 • CEP 96508-022 • [email protected] Camaquã Dr. Tiago Bonilha de Souza (51) 3671.0751 Sem Sede • [email protected] Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Sem Sede • [email protected] Caxias do Sul Dr. Luciano Bauer Grohs (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 • CEP 95020-412 • [email protected] Cruz Alta Dr. João Carlos Stona Heberle (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 /46 • CEP 98005-020 • [email protected] Erechim Dr. Paulo Cesar Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 • CEP 99700-308 • [email protected] Ijuí Dra. Marília Raymundo Thomé da Cruz (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 • CEP 98700-000 • [email protected] Lajeado Dr. Fernando Jose Sartori Bertoglio (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 • CEP 95900-000 • [email protected] Novo Hamburgo Dr. Luciano Alberto Strelow (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500/56 • CEP 93510-320 • [email protected] Osório Dr. Luis Fernando Ilha de Souza (51) 3601.1277 Av. Jorge Dariva, 1153/45 • CEP 95520-000 • [email protected] Palmeira das Missões Dr. Joaquim Pozzobon Souza (55) 3742.3969 Sem Sede • [email protected] Passo Fundo Dr. Henrique Luiz Oliani (54) 3311.8799 R. Teixeira Soares, 885/505 • CEP 99010-081 • [email protected] Pelotas Dr. Victor Hugo Pereira Coelho (53) 3227.1363 R. Barão de Santa Tecla, 515/602 • CEP 96010-140 • [email protected] Rio Grande Dr. Fábio de Aguiar Lopes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 • CEP 96200-070 • [email protected] Santa Cruz do Sul Dr. Gilberto Neumann Cano (51) 3715.9402 R. Fernando Abott, 270/204 • CEP 96810-072 • [email protected] Santa Maria Dr. João Alberto Larangeira (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 • CEP 97015-513 • [email protected] Santa Rosa Dr. Carlos Arthur da Silveira (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 • CEP 98900-000 • [email protected] Santana do Livramento Dr. Tiago Silveira de Araujo Lopes (55) 3242.2434 Av. Treze de Maio, 410/ 501 • CEP 97573-438 • [email protected] Santo Ângelo (55) 3313.4303 R. Três de Outubro, 256/202 • CEP 98801-610 • [email protected] Dr. Rafael Rodrigues da Fontoura São Borja Dr. Ary Poerscke (55) 3431.5086 R. Riachuelo, 1010/43 • CEP 97670-000 • [email protected] São Gabriel Dr. Ricardo Lannes Coirolo (55) 3232.6555 Rua Barão de São Gabriel, 735 • CEP 97300-000 • [email protected] São Jerônimo Dr. Roberto Schuster (51) 3651.1135 Sem Sede • [email protected] São Leopoldo Dra. Solange Maria Seidl Gomes (51) 3566.2486 R. Primeiro de Março, 113/708 • CEP 93010-210 • [email protected] Três Passos Dr. Lauro Erni Borth (55) 3522.2548 Av. Costa e Silva, 2133 • [email protected] Uruguaiana Dr. Jorge Augusto Hecker Kappel (55) 3412.5325 R. Treze de Maio, 1691/204 • CEP 97501-538 • [email protected] Edição 100 – 2016 – Revista Cremers 35 Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.