4 Natali Dall Averde Tratamento da Demodiciose Canina: Revisão de Literatura São Paulo/SP 2013 5 Natali Dall Averde Tratamento da Demodiciose Canina: Revisão de Literatura Monografia apresentada como requisito final à obtenção do Título de Especialista no Curso de PósGraduação, Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, do Centro Universitário Cesmac, orientada pela Profª. Me. Leila Taranti. São Paulo/SP 2013 6 Natali Dall Averde Tratamento da Demodiciose Canina: Revisão de Literatura Monografia apresentada como requisito final à obtenção do Título de Especialista no Curso de PósGraduação, Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, do Centro Universitário Cesmac, orientada pela Profª. Me. Leila Taranti. São Paulo, _______ de __________________ de 20___ _______________________________________________________________ - Orientadora – São Paulo/SP 2013 7 Dedicatória Dedico este trabalho aos animais, aos meus, aos meus pacientes e aos que ainda cuidarei. . 8 Agradecimento Aos meus pais, pois me proporcionaram a chance de realizar uma pós graduação. Aos meus colegas que estiveram trabalhando em minha ausência, Didi te amo. Ao corpo docente pelos seus muitos conhecimentos. À minha querida orientadora Leila, uma gracinha. Ao quarteto, Nati, Vick, Ioio e Bibi, pela amizade, pelos momentos maravilhosos que passamos juntas. Ao sábio Fábio, que sempre tirava aquela duvida. À toda a turma À Laci, minha colega de faculdade que emprestou seus livros e seus conhecimentos. Obrigado. 9 Resumo Esta doença parasitária decorrente da infecção por Demodex canis causa uma série de manifestações clínicas cutâneas, destacando-se a piodermite, pododermatite, otite, alopecia, hiperqueratose e prurido devido a infecção bacteriana secundária, gerando grande desconforto ao paciente. Diversos tratamentos para a demodiciose estão disponíveis e novas drogas estão sendo estudadas, com o intuito de promover tratamento rápido, eficaz e com poucos efeitos colaterais. As drogas mais utilizadas no tratamento da doença são o amitraz e as lactonas macrociclícas. As lactonas macrocíclicas são classificadas em avermectinas e milbemicinas. No grupo das avermectinas, inclui-se a ivermectina, doramectina e abamectina, e dentre as milbemicinas inclui-se a milbemicina oxima e a moxidectina. Este trabalho tem como objetivo descrever os tratamentos utilizados para a demodiciose, ressaltando sua eficácia, efeitos colaterais e posologia. Palavras- chaves: Demodiciose, Dermatopatia, Terapia 10 Listas de Quadros e Ilustrações Lista de Quadros: Quadro 01. – Opções de fármacos no tratamento para a demodiciose canina .................... 22 11 Lista de Ilustrações: Figura 01. – Ovos de Demodex ............................................................................................. 9 Figura 02. – Larvas de Demodex ........................................................................................... 9 Figura 03. – Ninfa de Demodex ........................................................................................... 10 Figura 04. – Adulto de Demodex (1) e forma juvenil (2) .................................................... 10 Figura 05. – Demodiciose canina generalizada. Lesões alopécicas difusa, eritematosas, crostosas e papulares, acometendo toda cabeça e pescoço do animal ................................. 11 Figura 06. – Demodiciose generalizada. Eritema, hiperpigmentação e alopecia grave com erupção papular nas patas de um cão adulto........................................................................ 11 Figura 07. – Alopecia grave, erosões, eritema, úlceras e crostas em face de um Pug......... 12 Figura 08. – Alopecia, eritema, pápulas, pústulas e crostas em região prepucial de um Pug ....................................................................................................................................... 12 12 Lista de Abreviaturas BID Duas vezes ao dia FDA Food and Drug Administration GABA Ácido Gama Aminobutírico MAO Monoaminoxidase mg/kg Miligrama por quilo MDR1 Resistência Multidroga Designada 1 OSH Ovariosalpingohisterectomia PD Polidipsia PU Poliúria SC Subcutâneo SID Uma vez ao dia VO Via oral α Alfa 13 Sumário Introdução .......................................................................................................................... 8 1. Revisão de Literatura .................................................................................................... 9 1.1. Demodiciose canina .................................................................................................... 9 1.2. Tratamento ................................................................................................................ 12 1.2.1. Tratamento para infecção bacteriana secundária ................................................... 13 1.2.2. Amitraz .................................................................................................................. 14 1.2.3. Lactonas Macrocíclicas ......................................................................................... 14 1.2.3.1. Ivermectina ......................................................................................................... 15 1.2.3.2. Moxidectina ........................................................................................................ 16 1.2.3.2. Milbemicina Oxima ............................................................................................ 18 1.2.3.2. Doramectina e Abamectina ................................................................................. 19 1.2.4 Outras opções de tratamento ................................................................................... 20 Considerações Finais ....................................................................................................... 23 Referências ...................................................................................................................... 24 8 INTRODUÇÃO A demodiciose canina é uma dermatose comum, não contagiosa causada pela proliferação excessiva do ácaro Demodex canis (PARADIS, 1999) dentro dos folículos pilosos e glândulas sebáceas. Este parasita nutre-se de sebo e células que se desprendem da camada córnea (GOTH, 2011). O amitraz já foi muito utilizado como principal tratamento por mais de duas décadas para o tratamento de demodiciose onde a eficácia desse protocolo possui grande variação devido as diferentes formas de emprego (CAMPELLO, et al., 2006). Como alternativa ao tratamento, tem sido utilizada drogas lactonas macrocíclicas, que se dividem em avermectinas (ivermectina, doramectina e abamectina) e milbemicinas (milbemicina e moxidectina) (MEDLEAU ; HNILICA, 2009; SOUZA, 2009). As lactonas macrocíclicas revolucionaram o controle de parasitas, tanto de endoparasitas quando ectoparasitas. As drogas mais conhecidas dessa classe são a ivermectina e milbemicina. De modo geral esses parasiticidas são considerados os mais eficazes e menos tóxicos para o tratamento da demodiciose canina (BOWMAN, 2010). O presente trabalho teve como objetivo descrever os diferentes tratamentos utilizados para a demodiciose canina. 9 1. REVISÃO DE LITERATURA 1.1 Demodiciose canina Demodiciose canina é uma dermatopatia parasitária causada pela proliferação do ácaro Demodex canis. O ciclo do parasita ocorre no folículo piloso e pode estar presente também na glândula sebácea (GOTH, 2011). Estes ácaros infestam o folículo piloso dos animais jovens e podem ser vistos em animais com menos de seis meses por ter ocorrido transmissão materna nos primeiros dias através da amamentação, devido à ausência de pêlos ao redor das mamas e do pelame dos neonatos serem curtos (MUELLER, et al., 2012). Pode-se diagnosticar através do raspado cutâneo, o qual é possível observar os quatro estágios do parasita: ovo (figura 01), larva (figura 02), ninfa (figura 03) e adulto (figura 04) (GOTH, 2011). Figura 01. Ovos de Demodex. Fonte: GOTH, 2011. Figura 02. Larva de Demodex. Fonte: GOTH, 2011. 10 1 2 Figura 03. Ninfa de Demodex. Fonte: GOTH, 2011. Figura 04. (1) Adulto de Demodex e (2) formas juvenis Fonte: GOTH, 2011. Pode ser classificada como demodiciose juvenil canina, acometendo animais até 18 meses, sendo influenciada principalmente por algum fator genético. A demodiciose adulta, é desencadeada por doenças que causem imunossupressão ou alterem a resposta imunológica como hiperadrenocorticismo, diabetes mellitus, neoplasias, entre outras (MUELLER, et al., 2012; RHODES, 2005). Também é classificada na forma localizada e na forma generaliza (GROSS, et al., 2009; PARADIS, 1999). Na forma localizada observa-se de uma a cinco áreas de alopecia e a forma generalizada é considerada se houver mais de cinco áreas alopécicas, se duas ou mais patas forem afetadas (figura 05 e 06) ou se todo o corpo do animal estiver acometido (CAMPBELL, 2004; MEDLEAU; HNILICA, 2003). Demodiciose podal e a periocular são as afecções mais difíceis de obter sucesso no tratamento (RONDELLI, 2012). Não há predileção sexual, porém animais de raça pura possuem maior predisposição para a doença (SCOTT, et al., 2001), tais como: Basset Hound, Beagle, Boxer, Dachshund (MUELLER, et a.l, 2012), Staffordshire Bull Terrier e Scottish Terrier (PATEL; FORSYTE, 2010). Entretanto, alguns animais de pelagem longa, como Pastor Alemão (MUELLER, et al., 2012), West High White Terrier, Bobtail também são frequentemente acometidos (GOTH, 2011). Segundo Bettenay et al. (2012), animais da raça Pug e Buldog Inglês são mais predispostos a doença. 11 As manifestações clínicas são variadas e podem ocorrer lesões focais e comprometimento de duas ou mais regiões corporais, sendo comum alopecia local, regional ou difusa, eritema e descamação prata-acinzentada, o prurido é variável (MEDLEAU; HNILICA, 2009). Contudo, Mueller (2012) relata que a enfermidade ainda pode ocasionar pápulas e pústulas foliculares. Observa-se que alguns cães podem apresentar otite externa secundária, além da pododermatite, dor e edema (SCOTT, et al., 2001). Figura 05. Demodiciose Canina Generalizada. Lesões alopécicas difusa, eritematosas, crostosas e papulares acomentendo toda cabeça e pescoço do animal. Fonte: MEDLEAU; HNILICA, 2009. Figura 06. Demodiciose Generalizada. Eritema, hiperpigmentação e alopecia grave com erupção papular nas patas de um cão adulto. Fonte: MEDLEAU; HNILICA, 2009. Conforme Rhodes (2005) e Medleau; Hnilica (2009), os principais diagnósticos diferenciais para a enfermidade são piodermite superficial e profunda, dermatofitose, doença cutânea autoimune e dermatite por contato. O diagnostico é confirmado principalmente pelo o exame parasitológico cutâneo, através do raspado de pele profundo (GROSS, et al., 2009; DeMANUELLE, 2004). Por se tratar de um método simples e de baixo custo é importante salientar que a sensibilidade depende da qualidade da amostra (BOWMAN, 2010). Algumas raças como o Sharpei ou nos casos de doença cutânea crônica, que apresentam a pele mais espessa, podem necessitar de biopsia, pois o raspado de pele pode ser falso negativo nestes pacientes (DeMANUELLE, 2004; GREINER, 1999). O raspado de pele é realizado através de uma lâmina de bisturi posicionada perpendicular sobre a pele. Recomenda-se pressionar a região acometida antes de raspar, a fim de expulsar os ácaros de Demodex canis, que se caracterizam por habitar profundamente 12 os folículos pilosos ou as glândulas sebáceas, aumentando a chance de encontra-los. É importante a realização de múltiplos raspados em regiões diferentes, devido o ácaro ser um habitante normal da microbiota cutânea (PATEL; FORSYTE, 2010; SCOTT, et al., 2001). De acordo com Campos et al. (2012), um método alternativo de diagnóstico para a detecção do ácaro Demodex canis é a utilização da fita de acetato no imprint cutâneo. Significativamente mais sensível que o método de raspagem cutânea profunda e 100% eficaz. 1.2. Tratamento Alguns casos de demodiciose não necessitam tratamento quando evidenciado o parasita em raspado cutâneo, devido haver uma forma da demodiciose que ocorra espontaneamente a cura. Por este motivo, deve-se realizar exames periódicos do animal e um acompanhamento da evolução das manifestações clínicas (GUERETZ, 2005). O tratamento, por sua vez, inclui realizar tricotomia perilesional ou total, administração de imunomoduladores, para que estimule as células do sistema imune, além do tratamentos oral e tópico. Contudo, qualquer tipo de terapia deve se estender até a constatação negativa do parasita em raspado cutâneo para Demodex canis (CAMPBELL, 2004; MEDLEAU; HNILICA, 2003). Diversas opções de tratamento estão disponíveis, sendo limitadas as lactonas macrocíclicas e amitraz, as quais apresentam efetividade em vários casos de demodiciose (Tabela 01). Deve-se realizar a esterilização dos animais que estão diagnosticados para demodiciose, principalmente as fêmeas, pois a prenhez ou o cio podem desencadear recidivas, por tornar o animal imunossuprimido (MEDLEAU; HNILICA, 2003). 13 1.2.1 Tratamento para infecção bacteriana secundária É comum a demodiciose cursar com infecção bateriana secundária e neste caso requer tratamento sistêmico à base de antibióticos (cefalexina 20 a 30mg/kg, BID ou amoxicilina associada ao ácido clavulânico 15 a 25mg/kg, BID) durante quatro a seis semanas (NOLI, 2011). A infecção bacteriana secundária à demodiciose provoca uma foliculite neutrofílica que associada à proliferação do ácaro e a hiperqueratose progride até a ruptura do folículo. Desta forma os ácaros, bactérias, queratina, e sebo se disseminam pela derme causando uma dermatite granulomatosa a piogranulomatosa (figura 07 e 08) (McGAVIN; ZACHARY, 2009). Figura 07. Alopecia grave, erosões, eritema, úlceras e crostas em face de um Pug. Fonte: MUELLER, et al., 2012. Figura 08. Alopecia, eritema, pápulas, pústulas e crostas em região prepucial de um Pug, Fonte: MUELLER, et al., 2012. Para que a terapia seja eficaz, recomenda-se realizar cultura e antibiograma cutâneo (MUELLER, et al., 2012). A terapia tópica auxilia e contribui para o bem-estar geral do cão, removendo detritos e crostas. A utilização de clorexidina 3 a 4% e peróxido de benzoila 2 a 3% são recomendados. Se necessário, utilizar hidratantes devido o ressecamento da pele que o peróxido de benzoila promove (MUELLER, et al., 2012). Geralmente os cães que apresentam 14 infecção localizada por Demodex canis respondem bem ao tratamento tópico, enquanto a forma generalizada requer um maior desafio tanto para o proprietário como para o clínico (BOWMAN, 2010). 1.2.2. Amitraz O amitraz é um antiparasitário empregado no tratamento em caninos e felinos desde a década de 80. Age pela ação inibitória sobre a aminomoxidase, sobre a síntese de prostaglandina e como agonista α-adrenégico. A aplicação tópica é realizada semanalmente em solução aquosa diluída imediatamente antes do uso para evitar a inativação da luz. Não deve ser utilizado em animais diabéticos ou com outros inibidores MAO (ANDRADE, 2008). Segundo Rhodes (2005), os efeitos colaterais mais comuns do amitraz são sonolência, letargia, depressão e anorexia em 30% dos casos e ainda pode-se observar êmese, diarréia, prurido, poliúria, midríase, bradicardia, hipotensão, hipotermia, ataxia, convulsão e morte. A ioimbina, na dose de 0,11 mg/kg por via endovenosa é um antídoto (MUELLER, 2012). É instituída a aplicação de amitraz a cada duas semanas em animais com pelagem curta ou tosados, facilitando a secagem do animal que deve ser ao natural. O aumento das concentrações de amitraz, podem resultar em efeitos colaterais. A diluição deve ser de 4 ml do produto para cada um litro de água, tomando cuidado para aplicar o produto. O manipulador deve usar luvas, máscara e não pode ser portador de diabetes. O prognóstico varia de bom a regular. Em caso de recidiva, o cão pode necessitar de tratamento periódico ou por toda vida (MUELLER, et al., 2012). 1.2.3. Lactonas Macrociclícas 15 São os produtos de fermentação por vários actinomicetos do gênero Streptomyces. Os fármacos de ação sistêmica se dividem em milbemicina (milbemicina oxima e a moxidectina) e as avermectinas (ivermectina, doramectina e abamectina) (ANDRADE 2008; BELETTINI, et al., 2008). São lactonas semelhantes, tem ação neurotóxica para os parasitas, atuam potencializando os efeitos sobre os canais iônicos de cloro controlados pelo glutamato ocasionando paralisia e morte do parasita, devido o aumento da permeabilidade celular aos íons de cloro (PAPICH, 2009). As lactonas macrocíclicas possuem margem de segurança considerável para os mamíferos, desde que seguidas dosagens recomendadas. Isto se deve porque nos mamíferos os canais iônicos mediados pelo GABA só estão presentes no cérebro e as macrolactonas não atravessam a barreira hematoencefálica em situações normais, como também os nervos e células musculares dos mamíferos não apresentam canais de cloro controlados por glutamato (SPINOSA, et al., 2011). 1.2.3.1. Ivermectina São moléculas sintetizadas a partir da fermentação do actinomiceto Streptomyces avermitilis.É uma medicação antiparasitária com ação neurotóxica aos parasitas. Por se tratar de uma medicação que não atravessa a barreira hematoencefálica, os canais relacionados ao GABA no sistema nervoso central dos mamíferos, não são afetados. Eficaz contra parasitas intestinais, ácaros, entre outros (ANDRADE, 2008). A ivermectina é utilizada na dose de 0,6mg/kg VO a cada 24 horas e demonstra eficácia em 70 a 80% dos casos. A diminuição gradual da dose como protocolo alternativo, minimiza possíveis aparecimentos de efeitos adversos. Cães de pastoreio e animais da raça Collie apresentam maior sensibilidade ao fármaco, devido haver uma mutação no gene MDR1, tornando-os incapazes de expulsar o medicamento da barreira hematoencefálica, ocorrendo intoxicação neurológica causando efeitos colaterais fatais, tais como letargia, inapetência, ataxia (DIDIER-NOËL, 2010; NEUBER, 2012) tremores, midríase, coma e morte (MUELLER, 2012). 16 Não deve ser utilizada com outros tipos de medicamentos que potencializam o aumento da droga na barreira hematoencefálica (cetoconazol, itraconazol, ciclosporina e bloqueadores dos canais de cálcio). O tempo da terapia é recomendado por 60 a 120 dias VO (PAPICH, 2009). Em estudo realizado por Bettenay et al. (2012), onde 58 animais com demodiciose e infecção bacteriana secundária, foram submetidos ao tratamento com ivermectina na dose de 0,6mg/kg VO, SID e utilizado o tratamento tópico com shampoo de peróxido de benzoíla semanalmente associado à antibioticoterapia sistêmica. Estes autores observaram que o uso do antibiótico não interferiu na ação da ivermectina, resultando em uma ótima eficácia. De acordo com Delayte et al. (2006), 31 animais foram tratados com ivermectina, na dose de 0,6mg/kg VO, SID, durante 98 dias. Efeitos colaterais foram observados em 16,1% dos animais tratados, observando-se: ataxia, sonolência, sialorréia, disorexia, prostração, apatia, alteração de comportamento e agressividade. Segundo experiência da autora, um paciente canino de seis anos de idade da raça West High White Terrier com demodiciose, apresentava intenso prurido devido à infecção bacteriana secundária, o qual foi tratado com cefalexina na dose de 30mg/kg , BID, durante 21 dias, corroborando com Delayte et al. (2006) e Medleau; Hnilica (2009) onde afirmam que a antibioticoterapia sistêmica é necessária em casos de piodermite secundária. Este mesmo paciente apresentou remissão da demodiciose após uso da ivermectina oral na dose de 0,6 mg/kg/SID, durante 120 dias, estando de acordo com dados relatados por Delayte et al. (2006) onde a cura da doença ocorre após 90 a 130 dias de tratamento. 1.2.3.2. Moxidectina A moxidectina é uma lactona macrocíclica da classe das milbemicinas, interage com os locais de GABA e se liga aos canais de glutamato, aumentando a permeabilidade celular de íons de cloro, resultando na paralisia e morte do parasita (NEUBER, 2012). Sintetizada pelo Streptomyces hygroscopicus, possui características e mecanismos de ação semelhantes à ivermectina (ANDRADE, 2008). 17 Quando administrada VO a moxidectina é eficaz. A solução injetável 1%, utilizada para ruminantes, é usada na dose de 0,2 a 0,4mg/kg SID, VO, na qual proporcionam bons resultados (MUELLER, 2012; PATEL; FORSYTHE, 2010). Já Campello et al. (2006), relata que a solução injetável da moxidectina 1%, administrada VO na dose de 0,5mg/kg com intervalo de quatro dias tem demonstrado eficácia significativa no tratamento da demodiciose, com expressiva melhora do quadro clínico. O protocolo geralmente é realizado durante oito semanas. Observa-se cura clínica de 96% dos casos em até seis meses de tratamento, e a negativação em raspados cutâneos em até sete meses (DIDIER-NOËL, 2010). A moxidectina apresenta menor risco de efeitos adversos em raças sensíveis, como cães da raça Collie, entretanto deve ser cautelosa sua administração (COMBALIA, 2011; NOLI, 2011). Em estudo com 24 Collies no tratamento preventivo para dirofilariose, a moxidectina utilizada na dose de 30, 60 e 90 mcg/kg VO foi mais segura do que a utilização da ivermectina e milbemicina em doses de 120mg/kg (dose 20 vezes maior do que a recomendada) (PAUL, et al., 2000). Mueller et al. (2012), afirmam que quando administrada em doses de 0,2mg a 0,5mg/kg/dia VO, apresenta efetividade semelhante à ivermectina, porém com efeitos adversos mais presentes. O aumento gradual da dose deve ser feito sob monitorização do paciente. Em estudo realizado por Delayte et al. (2006) com 32 cães diagnosticados com demodiciose canina generalizada, se estabeleceu um protocolo terapêutico com moxidectina 0,5mg/kg a cada 72 horas durante 148 dias. Em 96,8% dos animais tiveram alta parasitológica sendo que desses, 37,5% apresentaram efeitos colaterais, dentre eles pode-se evidenciar êmese, disorexia, anorexia, sialorréia, diarréia, sonolência, adipsia, miclonia e prostração. Segundo experiência da autora, foi atendido um paciente canino, fêmea, cinco anos de idade, sem raça definida e não castrada, com diagnóstico de sarna demodécica, apresentava lesões cutâneas com áreas alopécicas e hiperpigmentação, e histórico de recidivas. Neste caso, foi instituído tratamento com banhos de imersão com peróxido de benzoila a cada 5 dias e shampoo hidratante a base de glicerina + ácido lático + germe de trigo + vitaminas + ômegas 3 e 6 para que não houvesse ressecamento da pele, corroborando com Mueller et al. (2012). A moxidectina foi empregada na dose de 0,5mg/kg a cada 72 horas, VO, conforme relata 18 Delayte et al. (2006) com resultados satisfatórios, sem queixa de efeitos colaterais. Foi realizado OSH, para evitar a propagação da doença e situações que pudessem levar a imunossupressão e as recidivas constantes, estando de acordo com relatados de Mueller (2012). 1.2.3.3 Mibelmicina Oxima A milbemicima oxima foi a segunda lactona macrocíclica a ser aprovada pela FDA, originada da fermentação do Streptomyces hygroscopicus subespécie aureolacrimosis, possui similaridades estruturais com a iveremectina e o mesmo mecanismo de ação (BOWMAN, 2010). A milbemicina oxima é aprovada como tratamento preventivo para dirofilariose e é eficaz no tratamento da demodiciose canina quando utilizada VO na dose de 0,5 a 2mg/kg diariamente. O uso de doses elevadas, como 1 a 2mg/kg, têm demonstrado resultados satisfatórios (MUELLER, 2012; NOLI, 2011). Já Papich (2009), recomenda doses altas de 2mg/kg, VO, SID, por 60 a 120 dias. É a lactona macrocíclica do grupo das milbemicinas mais bem tolerada, devido obter menos efeitos adversos, porém alguns animais podem apresentar sinais neurológicos leves (MUELLER, 2012; NOLI, 2011;). De acordo com Sherman et al. (2010), a utilização da milbemicina oxima na dose até 10 mg/kg VO não causa sinais de toxicidade em animais da raça Collie. Consideravelmente mais segura do que a ivermectina e a moxidectina, porém de alto custo. Recomenda o uso após a alimentação para aumentar a biodisponibilidade. A utilização do medicamento na dose de 1mg/kg por dia VO até a cura clínica e aumentar a dose para 3mg/kg VO semanalmente até cura parasitológica, reduziria o custo do tratamento, ficando mais acessível (COMBALIA, 2011). 19 1.2.3.4 Doramectina e Abamectina A doramectina apresenta farmacologia e mecanismo de ação semelhante às avermectinas. A diferença das demais avermectinas se dá por ser formulada em um veículo oleoso, que retarda a absorção após a injeção, com isso apresenta concentrações plasmáticas mais altas e por mais tempo (PAPICH, 2009). Segundo Maddison et al. (2010), a doramectina está disponível para uso em suínos, bovinos e ovelhas, porem ainda não está aprovada para uso de cães e gatos. Contudo, já há relatos de tratamento bem sucedido a demodiciose gerneralizada canina na dose de 0,3 a 0,6mg/kg a cada sete a 14 dias. A doramectina como outras lactonas macrocíclicas, tem sido utilizada como tratamento para demodiciose por apresentar resultados satisfatórios. É utilizada na dose de 0,6mg/kg VO ou SC semanalmente, porém, recomenda-se realizar o aumento gradual da droga (MUELLER, et al., 2012; NOLI, 2011;). Murayama et al. (2010) em estudo com 38 cães, utilizaram a doramectina na dose de 0.6mg/kg VO uma vez por semana e esta foi eficaz em 98% dos animais. Apenas em 2% dos casos tiveram que receber a dose de 0,3mg/kg duas vezes por semana. Também observaram que o uso da doramectina VO semanalmente possui a mesma eficácia do medicamento administrado diariamente. Pachaly et al. (2009), relataram estudo com 321 cães adultos portadores de demodiciose generalizada, onde o protocolo terapêutico foi realizado apenas com aplicação SC semanal de doramectina injetável, calculadas por meio de extrapolação alométrica interespecífica usando modelo de dose indicada para bovino. O resultado foi satisfatório em 93,77% dos animais, os quais apresentaram cura completa; 5,6% dos animais o tratamento se estendeu até 20 semanas por haver recidiva e 0,62% não responderam ao tratamento. O estudo comprovou a eficácia da doramectina e os animais não apresentaram nenhum efeito colateral digno de nota. De acordo com Spinosa et al. (2011), a doramectina pode causar despigmentação da pele no local da injeção. 20 A abamectina, pertencente à classe das avermectinas e é utilizada como endectocida em bovinos em solução injetável à 1%, na dose de 0,2 mg/kg SC (CASAGRANDE, et al., 2011). Domuschiev (2012) relata que a abamectina pode ser utilizada em cães no tratamento de demodiciose canina, sendo administrado VO mensalmente. Preconiza-se não utilizar em animais da raça Collie e Bobtail. 1.2.4 Outras opções de tratamentos O uso tópico da moxidectina 2,5% associada ao imidacloprida 10% tem sido eficaz no tratamento da demodiciose canina (MUELLER, et al., 2009; OLSEN, 2006). Mueller et al. (2009) relataram em estudo com 72 cães, a utilização tópica de formulação contendo imidacloprida 10% e moxidectina 2,5%, com aplicação quinzenal, foi relativamente mais eficaz (71%) em animais que possuiam a forma suave da doença, com apenas um caso de recidiva em um período de 12 meses. Não foram observados efeitos adversos. Fourie et al. (2009) relataram em estudo que o tratamento com moxidectina 2,5% e imidacloprida 10% foi relativamente mais eficaz em animais que obtiveram aplicação semanal, do que os que tiveram intervalo de 28 dias. Contudo, para avaliar a segurança do intervalo semanal, foi realizado estudo com aplicação do composto em doses elevadas no periodo de 16 semanas. Os animais apresentaram eritema transitório no local da aplicação e descamação da pele, porém sem manifestações clínicas de toxicidade. A utilização semanal da moxidectina com imidacloprida tem apresentado melhores resultados do que as aplicações quinzenais ou mensais (DIDIER-NOËL, 2010; MUELLER et al., 2012) com apenas um efeito adverso, inflamação no local da aplicação (MUELLER, 2012). A manutenção do tratamento com uso mensal durante 12 meses em animais que apresentaram demodiciose generalizada recidivante tem apresentado resultados satisfatórios (COLOMBO, et al., 2012). De acordo com Paterson et al. (2009), animais que apresentavam demodiciose generalizada, foram tratados com ivermectina na dose de 0,5mg/kg por via oral a cada 24 21 horas, a mesma eficácia foi obtida em animais que foram tratados com moxidectina 2,5% associada a imidacloprida 10% mensalmente. Porém, animais que foram tratados semanalmente com o medicamento combinado, apresentaram cura parasitológica significativamente mais precoce do que a utilização de ivermectina oral. Em estudo realizado com 21 cães da raça Collie para determinar a segurança no uso tópico de moxidectina 2,5% associado com imidacloprida 10%, os animais não apresentaram nenhum sinal de intoxicação, comprovando a segurança dos fármacos em animais sensíveis à ivermectina e moxidectina, administrado em doses até cinco vezes do que a dose recomendada (PAUL, et al., 2004). O tratamento com selamectina na dose de 24 a 48mg/kg VO semanalmente ou quinzenalmente obteve baixa resposta no tratamento de demodiciose (MUELLER, et al., 2012). Conforme Noli (2011), a metaflumizona associada ao amitraz em formulação tópica foi avaliada como alternativa para tratamentos de demodiciose, com aplicação tópica quinzenal ou mensal, apresentando eficácia de 63% e 43% respectivamente. 22 Quadro 01. Opções de fármacos no tratamento para a demodiciose canina Droga Dosagem / Duração Amitraz Banhos a Efeitos colaterais cada 2 Hiperglicemia, Comentários É recomendado tosar semanas em bradicardia, depressão, todos os cães com pelo concentração de sonolência, 0,025% durante PU/PD longo 4 êmese e diarréia semanas. 0,3-0,6mg/kg/dia VO, Letargia, Ivermectina durante 60 a 120 dias. tremores, Uso com cautela em midríase, ataxia, coma cães de focinho longo. e morte Aumento gradual da dose: de 0,05mg/kg no primeiro dia, até dose final no quarto dia. Moxidectina tópica Solução associada imidaclopride tópica Inflamação local ao aplicada Recomenda-se cortar os pêlos de uma pequena semanalmente, área em animais com contendo moxidectina pelagem a longa. 2,5%, semanas, durante após 8 média ou uso mensal para controle durante 12 meses. Moxidectina (oral) 0,2-0,5mg/kg/dia VO, Letargia, durante 8 semanas. tremores, Uso com cautela em midriase, ataxia, coma cães com focinho longo. e morte Aumento gradual da dose: de 0,05mg/kg no primeiro dia, até dose final no quarto dia. Milbemixina oxima 1-2mg/kg/dia/ VO, Letargia, ataxia durante 60 a 120 dias. Efeitos colaterais são raros e vistos apenas com altas doses. Fonte: Mueller (2012). 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS A infecção cutânea pelo Demodex canis, pode levar a manifestações clínicas que necessitam de tratamento, porém alguns pacientes apresentando a forma localizada da doença podem apresentar cura espontânea. Para o tratamento desta dermatopatia, existem diversas opções com boa eficácia e efeitos colaterais variados. O amitraz, utilizado na forma de banhos, apresenta boa eficácia, porém com efeitos colaterais frequentes, principalmente se utilizado em diluições mais concentradas. Por este motivo, deve ser evitado seu uso, dando preferência a drogas da classe das lactonas macrocíclicas que são mais seguras. Neste grupo, a ivermectina, moxidectina, milbemicina oxima e doramectina, todas administradas por via oral, apresentam boa eficácia e duração do tratamento variando entre 90 a 150 dias na dependência da gravidade da manifestação clínica na ocasião do diagnóstico. A moxidectina associada ao imidaclopride na forma tópica também apresenta boa eficácia. Algumas raças como os Collies e seus descendentes são sensíveis a algumas medicações como a ivermectina e abamectina. Já a moxidectina pode ser utilizada com cautela e drogas como a milbemicina oxima e moxidectina em associação com o imidaclopride (tópico) podem ser utilizadas em animais de focinho longo com maior segurança. A grande diferença destas drogas é em relação aos seus efeitos colaterais e posologia, onde a moxidectina apresenta maior frequência de efeitos colaterais, seguida da ivermectina. A doramectina, milbemicina oxima e moxidectina em associação com o imidaclopride (tópica) são consideradas mais seguras por apresentarem poucos efeitos colaterais. A ivermectina e milbemixina oxima devem ser administradas uma vez ao dia, já a moxidectina, doramectina e moxidectina em associação com o imidaclopride são utilizadas com intervalo de aplicação de 4, 7-14 e 7 dias respectivamente, sendo uma vantagem pela facilidade para o proprietário. A abamectina é uma droga que precisa de mais estudos sobre sua eficácia e efeitos colaterais, podendo ser mais uma opção de tratamento para a demodiciose. A doramectina e a moxidectina em associação com o imidacloprida são boas opções terapêuticas, por apresentarem boa eficácia, poucos efeitos colaterais e maior intervalo de administração do medicamento. 24 REFERÊNCIAS ANDRADE, S. F. Manual de Terapêutica Veterinária. 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. BELETTINI, S. T. et al. Sarna demodécica canina e suas novas perspectivas de tratamento – revisão. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, v.11, n.2, p. 139-151, jul-dez., 2008. BETTENAY, S. et al. Influence of systemic antibiotics on the treatment of dogs with generalized demodicosis. Vet. Parasitol. v.13, n.1-2, p.148-155, ago., 2012. BOWMAN, D. D. Georgis - Parasitologia Veterinária. 9. ed. São Paulo: Elsevier, 2010. CAMPOS, M. P. et al. Comparison of acetate tape impression with squezzing versus skin scraping for diagnosis of canine demodicosis. Aust. Vet. J. v.90, n.11, p.448-450, nov., 2012. CAMPBELL, K. L. Parasitas externos: identificação e controle. In: ETTINGER, S. J.; FELDMANN, E. C. 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