UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU FATORES QUE PREDISPOEM AS PLANTAS CÍTRICAS AO ATAQUE DE COLEOBROCAS. EUCLIDES SCHALLENBERGER Engenheiro Agrônomo Dissertação apresentada à Faculculdade de Ciências Agronômicas do Campus de Botucatu - UNESP, para obtenção de título de Mestre em Agronomia, Área de concentração em Horticultura. BOTUCATU - SP JULHO - 1994 II UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS CAMPUS DE BOTUCATU FATORES QUE PREDISPOEM AS PLANTAS CÍTRICAS AO ATAQUE DE COLEOBROCAS EUCLIDES SCHALLENBERGER Engenheiro Agrônomo Dr. WILSON BADIALI CROCOMO Orientador Dissertação apresentada à Facul dade de Ciências Agronômicas do Campus de Botucatu - UNESP, para obtenção do título de Mestre em agronomia, Área de Concentração em Horticultura. BOTUCATU - SP SETEMBRO - 1994 III Aos meus Filhos Bárbara e Felipe, pela convivência diária, ofereço, À secretária Tânia, pela cooperação permanente, o reconhecimento, À esposa Teresinha, pela amável companhia, dedico IV AGRADECIMENTOS - Ao Professor Dr. Wilson Badiali Crocomo, pela orientação e decisiva participação neste trabalho, assim como, pela amizade e incentivo manifestados durante todo o período de curso. - Ao Professor Dr. Ary Aparecido Salibe, pelas sugestões e colaboração prestadas no projeto de pesquisa. - À EPAGRI, Empresa à que estamos vinculados, pela oportunidade de realização do curso de Pós -Graduação e apoio prestado durante todo período de realização do curso. - Ao Dr. Osvino Leonardo Koller, pesquisador da EPAGRI, pela revisão deste trabalho e sugestões apresentadas. - Ao analista de sistemas do pólo computacional Lageado, Dr. Angelo Cataneo, pela orientação e elaboração do programa de análise estatística. - Aos Professores do Departamento de Horticultura, pelos conhecimentos transmitidos e amizade demonstrada durante o curso. V - Ao colega José Ribamar Gusmão Araújo, pela redação do sumary. - Aos funcionários convivência Gonçalves e e do Departamento de Horticultura, pelo apoio, amizade, em especial Benedito Thomé ao Admilson Franco, pelo Moisés apoio nos levantamentos de campo e análises realizadas. - Aos funcionários da Fazenda São Manoel, em especial ao Nilton Aparecido de Moraes, pelo apoio nos levantamentos realizados nos pomares. - Aos Professores e funcionários do Departamento de Defesa Fitossanitária, pela amizade e conhecimentos transmitidos durante o curso. - Aos Professores Osvaldo Galvão Brasil Pereira Lima do Departamento de e Química Giuseppina Pace do Intituto de Biociências, pelo apoio, incentivo e colaboração prestada no projeto de pesquisa. - Aos demais Professores e funcionários do Departamento de Bioquímica, pelo apoio e amizade. - Aos Professores e funcionários do Departamento de Ciências do Solo, pela colaboração e análises realizadas. VI - Aos funcionários da Biblioteca da F.C.A., pela amizade e colaboração prestada durante o curso. - Ao FUNDECITROS, em especial ao Engenheiro Agrôn omo Ricardo Simões Coelho, pela grande colaboração prestada nos levantamentos realizados nos pomares comerciais. - Aos companheiros da CATI, José Dagoberto De Negri do DEXTRU-Campinas, Alcides Paggiaro Filho da Delegacia de Limeira, José Amadeu dos Santos da Casa da Agricultura de Limeira, Oracy Moral Pereira da Casa da Agricultura de São Pedro e Mario Eduardo Botucatu, pela Fumes da Casa da Agricultura de colaboração nos levantamentos nos pomares comerciais. - Ao Pesquisador Laerte Biológico de Campinas, Antônio pelos Machado , conhecimentos do Instituto transmitidos na área de biologia das coleobrocas dos citros. - À CAPES, pelo auxilio financeiro, decisivo para realização dos levantamentos de campo. - Aos colegas de curso, pela grande amizade e convivência. - À todos aqueles que de realização deste trabalho. alguma forma, contribuiram para VII VIII S U M Á R I O Página LISTA DE QUADROS LISTA DE FIGURAS X XII 1. - RESUMO 01 2. - INTRODUÇÃO 04 3. - REVISÃO DE LITERATURA 07 3.1 - Os citros 3.1.1 - Porta-enxertos dos citros 3.2.- As pragas dos citros 3.2.1 - As Coleobrocas dos citros 07 10 12 14 3.2.1.1 - Diploschema rotundicolle 19 3.2.1.2 - Macropophora accentifer 23 3.2.1.3 - Cratosomus reidii 3.3 - A Enzima Peroxidase 26 29 3.3.1 - Descrição da peroxidase 29 3.3.2 - Funções da peroxidase 30 3.3.3 - Utilização da peroxidase 33 4. - MATERIAL E MÉTODOS 36 IX 4.1 - Levantamentos nos pomares experimentais 37 4.1.1 - Avaliação do comportamento dos porta enxertos e das variedades copa em re lação às coleobrocas 37 4.2 - Levantamentos nos pomares comerciais 40 4.2.1 - Levantamento da ocorrência de coleobrocas 40 4.2.2.- Levantamento das condições do pomar 40 4.2.3 - Nota do pomar 42 4.3 - Caracterização química do pomar 43 4.3.1 - Análise química 43 4.3.2 - Análise bioquímica 44 4.4 - Avaliação das informações obtidas 46 5. - RESULTADOS E DISCUSSÃO 48 5.1 - Comportamento das espécies e cultivares de citros em relação ao ataque de coleobrocas. 48 5.1.1 - Comportamento dos porta-enxertos 49 5.1.2 - Comportamento das variedades copa 74 5.2 - Influência das condições do pomar na ocorrência de coleobrocas. 80 5.2.1 - Correlação das condições do pomar com o ataque de coleobrocas 80 5.2.2 - Resultado da análise da atividade da enzima peroxidase. 6. - CONCLUSÕES 86 93 X 7. - SUMMARY 8. - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 95 98 XI LISTA DE QUADROS Quadro 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Página Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de péfranco de porta-enxertos. . . . . . . . . . .. . . . . . 50 Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para tangerina Poncan.. . . . . . . . . . . . 53 Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para tangerina Satsuma. . . . . . . . . . . . 55 Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para laranja Bahia . . ...... . . . . . . . . . 58 Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para laranja Hamlin. . ...... . . . . . . . . . 60 Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para laranja Itaboraí. ...... . . . . . . . . . 62 Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de por- XII enxertos para laranja Rubi . . . . . . . . . . . . . . . 65 Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para laranja Westin . . . . . . . . . . . . . 68 Suscetibilidade dos porta-enxertos no sistema de pé-franco e combinados com diferentes copas de tangerinas e laranjas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 10. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de variedades copa de laranjas doce . . . . . . . . . . . . . 75 11. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de copas e porta-enxertos da Fazenda Experimental Lageado. 77 12. Suscetibilidade das copas de laranja em relação ao ataque de coleobrocas. 79 13. Correlação entre as condições do pomar e a ocorrên cia de coleobrocas do tronco e do ramo e a nota do pomar, com os valores de (r), indicando os níveis de significância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 14. Correlação entre a atividade da peroxidase de plan tas sadias e atacadas por coleobrocas e as condi ções do pomar, com o valor de (r) indicando os níveis de significância. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 8. 9. XIII LISTA DE FIGURAS Figura 1. 2. 3. 4. 5. Página Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas em plantas do experimento de pé-franco de porta-enxertos. . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para tangerina Poncan. . . . . . . . . . . . . . 54 Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para tangerina Satsuma . . . . . . . . . . . . . 56 Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja Bahia . . . . . . . . . . . . . . . 59 Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de por ta- XIV enxertos para laranja Hamlin. . . . . . . . . . . . . . . 6. 7. 8. 61 Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja Itaboraí. . . . . . . . . . . . . . 63 Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja Rubi . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja Westin . . . . . . . . . . . . . . . 69 Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação do ataque de coleobrocas no experimento de varieda des copa de laranja doce da Fazenda São Manoel . . 76 10. Valores de Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento das variedades copa em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de copas e porta-enxertos da Fazenda Experimental Lageado.. .. 78 9. l1. Atividade da peroxidase em plantas sadias e a tacadas por coleobrocas em função da nota do pomar . . . . . 90 XV 1- RESUMO A estudada em ocorrência pomares de coleobrocas comerciais e dos citros experimentais, foi visando identificar fatores que podem predispor as plantas cítricas à estas pragas. O trabalho consistiu de diversos levantament os realizados Botucatu, Araras e de em São 60 pomares Manoel, São comerciais Pedro, dos Limeira, municípios Cordeirópolis de e em 9 pomares experimentais pertencentes à Faculdade Ciências Agronômicas da UNESP -Campus de Botucatu. O trabalho consistiu também de análises químicas e bioquímicas de material coletado nos pomares comerciais. Os levantamentos nos pomares experimentais objetivaram verificar o comportamento das diferentes variedades copa e dos diferentes porta-enxertos em relação às coleobroca s. Nos pomares comerciais, tiveram como objetivo identificar quais os fatores de produção que podem predispor as plantas cítricas ao ataque das coleobrocas. XVI As análises químicas constaram da identificação do pH do solo e as análises bioquímicas, d a determinação da atividade da enzima peroxidase em plantas sadias e atacadas pelas coleobrocas. Os resultados deste trabalho mostraram que alguns fatores podem predispor as plantas cítricas ao ataque de coleobrocas. Entre estes fatores destacam -se a espécie de portaenxerto e de variedade copa utilizadas e as condições do pomar. Os porta-enxertos limão 'Cravo', laranja 'Caipira', laranja 'Azeda' e limão 'Volkameriano' mostraram -se os mais suscetíveis às coleobrocas. A tangerina 'Cleópatra', 'Trifoliata' e seus híbridos 'Carrizo' e 'Morton' coleobrocas. citrumelo 'Swingle' e mostraram-se A tangerina os 'Sunki', menos citrange o citranges suscetíveis 'Troyer' e às limão 'Rugoso' apresentaram-se como intermediários. A variedade copa de laranja 'Westin' mostrou-se como a menos suscetível e a variedade 'Hamlin' como a mais suscetível 'Rubi', às coleobrocas. 'Bahia', intermediárias 'Itaboraí' As variedades e 'Natal' 'Valência', 'Pera', mostraram -se como em relação ao ataque das coleobrocas. Pomares depauperados, com baixa atividade fisiológica e deficiente controle fitossanitário e de invasoras, mostraram estar predispostos ao ataque da coleobroca do tronco Macropophora accentifer. Já pomares fisiológica, bom controle das sadios, com boa atividade invasoras e bem adubados, mostraram estar menos predispostos ao ataque desta coleobroca. XVII Para a ocorrência da broca do ramo Diploschema rotundicolle, as condições do pomar não tiveram influência. A atividade da enzima peroxidase foi baixa em pomares sadios e com boa atividade fisiológica e alta em pomares depauperados e atacados pelas coleobrocas. Através da determinação da atividade da enzima peroxidase, atividade plantas foi possível fisiológica, ao accentifer. ataque da identificar indicando a coleobroca nos pomares pr edisposição do tronco o nível da ou não das Macropophora XVIII 2 - INTRODUÇÃO O Brasil vem se destacando na citricultura mundial, pois além de ser o maior produtor de citros, é também o maior exportador de suco concentrado de laranja. Esta atividade gera muitas riquezas e tem uma grande importância econômica e social para o país. A ameaçado por citricultura problemas brasileira fitossanitários. sempre Diversas esteve pragas e doenças tem causado preocupações e prejuízos enonômicos aos citricultores. Dentre as doenças, merecem destaque o cancro cítrico, a gomose, o declínio e a CVC. Dentre as pragas, destacam-se os ácaros, cochonilhas, mosca-das-frutas, coleobrocas, pulgões e outras. As coleobrocas dos citros são citadas desde 1913, e de lá para cá, diversos autores têm relatado sua presença XIX causando danos nos pomares cítricos. Nos últimos anos porém, a ocorrência das coleobrocas tem aumentado muito, causando prejuízos e tornando-se um problema a mais a preocupar os produtores e técnicos. Dentre os citros, verifica-se que algumas espécies são menos suscetíveis ao ataque das coleobrocas. Nota se também que dentro de uma mesma espécie, as plantas são atacadas com diferentes intensidades , algumas comportando-se como resistentes e outras como plantas suscetíveis à praga. Diversos pesquisadores têm relatado que a ocorrência da broca está diretamente relacionada com algum tipo de "stress" que a planta vem sofrendo. Este "stress" pode ser causado por deficiências nutricionais, presença de plantas invasoras, ocorrência de doenças e pragas ou outros fatores. A enzima peroxidase é uma enzima presente em todas as plantas. Ela está relacionada com o estado fisiológico da planta e tem como característica, aumentar sua atividade em plantas com "stress". Este trabalho foi realizado com o objetivo de verificar a suscetibilidade de alguns porta -enxertos e variedades copa de citros em relação ao ataque de coleobrocas, assim como conhecer alguns fatores que podem predispor as plantas cítricas à estas pragas. Como relacionada com verificar também o a atividade estado da fisiológico nesse trabalho, enzima da peroxidase planta, está procurou -se se existe alguma correlação XX entre a atividade da peroxidase e a incidência de coleobrocas. XXI 3 - REVISÃO DE LITERATURA 3.1 - Os Citros As plantas citricas são originárias das regiões úmidas tropicais e sub-tropicais do continente Asiático e do arquipélago de Malaio (SALIBE,1974b). Do continente Asiático, os citros foram distribuidos para o resto do mundo. Inicialmente foram para o continente Europeu, colonizadoras, (MOREIRA foram e de lá, distribuidos através para os das outros expedições continentes & MOREIRA, 1 991). Hoje os citros são cultivados em mais de 94 países dos cinco continentes. Alguns países são responsáveis pela maior parte da produção mundial, sendo que menos de 20 países produzem 82% do total mundial de citros, e apenas os cinco principais produtores, respondem por 58% de toda produção (NEVES, 1992). O Brasil é o maior produtor mundial de citros, respondendo por cerca de 23% de toda produção mundial. XXII Os principais produtores mundiais e a respectiva participação na produção na safra 1989/90 , segundo a FAO e citado por NEVES (1992), são: 1 - Brasil 15.271.000t 23,0% 2 - Estados Unidos 9.816.000t 15,2% 3 - Espanha 4.850.000t 7,5% 4 - China 4.098.000t 6,4% 5 - Italia 3.442.000t 5,3% A produção mundial de frutas cítricas representa 20% do total das frutas produzidas no mundo. Os citros são o principal grupo de frutas produzido, seguidos pelas uvas, banana e maçã (NEVES, 1992). No Brasil as plantas cítricas foram introduzidas pelos colonizadores. Em 1540 já existiam laranjais espalhados pelo litoral brasileiro. Os citros hoje são cultivados em todos os estados. Só não são cultivados no Nordeste onde chove menos de 700mm por ano, e no Sul onde ocorrem fortes geadas (MOREIRA & MOREIRA, 1991). A laranja é a principal fruta cítrica produzida no Brasil. A distribuição da produção de citros no país, na safra 1991, segundo AMARO et al. (1991), foi: - Laranjas 91,77% - Tangerinas 4,04% - Limões 4,l9% XXIII A laranja 'Pera' com 53%, laranja 'Natal' com 26% e laranja 'Valência' com 11% são as mais produzidas em São Paulo, representando em conjunto cerca de 90% do total de laranjas produzidas no Estado. A evolução da produção de laranja no Brasil foi devida ao sucesso das exportações de suco concentrado de laranja. Das 5.314 toneladas exportadas em 1963, o país evoluiu, exportando 950.000 mil toneladas em 1991, que geraram divisas de 1,35 bilhões de dólares (NEVES, 1992). O Brasil é atualmente o maior produtor e exportador mundial de suco concentrado de laranja, respondendo por cerca de 55% de toda exportação mundial (MAIA, 1992). Em 1990, a área plantada com laranja no Brasil chegou a 850 mil hectares. São Paulo é o maior produtor com cerca de 80% da produção nacional. Seguem-se Sergipe, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Desde 1985 vem sendo plantadas cerca de 12 milhões de árvores por ano em São Paul (AMARO et al. 1991). O destino da laranja produzida no Brasil, segundo VIEIRA (1991) é: - Processamento 80,0% - Mercado "in natura" l9,2% - Exportação 0,8% Com relação ao mercado "in natura", a laranja foi a fruta mais comercializada no atacado do CEAGESP em XXIV 1991, representando 34% de todas as frutas nac ionais comercializadas (BOLETIM ANUAL DO CEAGESP, 1991). 3.1.1 - Porta-enxertos dos citros Desde a introdução dos citros no Brasil, até o final do século passado, as plantas cítricas foram propagadas por sementes. Apenas no começo deste século ini ciou-se o plantio de plantas enxertadas, sendo a laranja 'Caipira' o porta -enxerto mais utilizado nesta época (POMPEU JÚNIOR, 1991). Como a laranja 'Caipira' apresentava baixa resistência à seca e à gomose de Phytophtora, a mesma foi substituida por outros porta-enxertos, principalmente a laranja 'Azeda', que foi o principal porta -enxerto no Brasil no período 1920-1940. Com o surgimento do vírus da tristeza em 1937, começou a pomeleiros doença. ocorrer morte de enxertados em laranja Passou-se então a laranjeiras, 'Azeda', utilizar tangerineiras suscetível outros à e esta porta-enxertos resistentes à tristeza, como limão 'Cravo', laranja 'Caipira' e tangerina 'Cleópatra' ( SALIBE, 1978). A partir da década de 60 o limão 'Cravo' tornou se quase o único porta-enxerto da citricultura paulista, atingindo cerca de 77% das plantas enxertadas. SALIBE (1974a) justifica a supremacia do limão 'Cravo', destacando suas qualidades: comportamento vigoroso no XXV viveiro, rápido crescimento das plantas, indução de produção precoce, safras volumosas e viveiros das resistência à seca. SILVA et al. (1990) regiões de Limeira e em levantamento Bebedouro, que nos juntas produzem cerca de 90% das mudas cítricas de São Paulo, revelam que no período de 1984-1988, o limão 'Cravo' foi o porta-enxerto utilizado em com 24%, 72% das plantas, seguido da tangerina 'Cleópatra' laranja 'Caipira' com 1% e os restantes 3% distribuidos entre os demais porta-enxertos. POMPEU JÚNIOR (1991) relata que dos porta enxertos selecionados pela pesquisa paulista, nenhum supera as excepcionais características do limão 'Cravo', e por isso ele continua opções sendo mais o porta-enxerto indicadas para mais utilizado. diversificação Cita são: que as tangerina 'Sunki', tangerina 'Cleópatra', tângelo 'Orlando', laranja 'Caipira DAC', citrumelo 'Swingle 4475', limão 'Volkameriano', 'Trifoliata' e os citranges 'Troyer' e 'Morton'. 3.2 - As Pragas dos Citros Um pomar cítrico, por ser formado de plantas perenes, se constitue em um ecossistema bastante complexo, onde vivem milhares de espécies de insetos, numa interação permanente (GARCIA & NAKANO, 1984). XXVI Cerca de 875 espécies de insetos e ácaros se hospedam nas plantas cítricas nas diferentes partes do mundo. Destas, apenas 32 se apresentam como nocivas aos citros (PRANDO, 1988). Segundo ANZALONI (s.d.), dentre as principais pragas que ocorrem nos citros, podemos destacar: ácaros, mosca das-frutas, cochonilhas, pulgões, lagartas, brocas dos ramos e do tronco, abelha irapuá, percevejo dos frutos, cigarrinha dos ramos, vaquinhas, cupins e formigas. Uma praga pode comprometer não só uma safra, como as futuras, chegando ao extremo de destruir toda a cultura. Pragas que podem levar as plantas à morte, devem ser controladas com medidas seguras (NAKANO, 1991). O tratamento fitossanitário dos pomares cítricos, tem representado mais de 50% do custo de produção das frutas cítricas, sendo uma prática à qual deve ser dada atenção especial, pois de sua racionalidade depende o êxito financeiro da exploração citrícola. A vigilância fitossanitária dos pomares assume cada vez maior importância (CABRITA, 1985). A classificação das pragas que ocorrem nos pomares cítricos em ordem de importância, é feita com base nas classes estabelecidas por Chant, e citadas por GRAVENA (1991). a) - Pragas denominadas chaves. perenes e sérias, também XXVII Ex. "ácaro da leprose" e "ácaro da ferrugem" b) - Pragas intermitentes, mas às vezes sérias Ex. Cochonilhas de carapaça c) - Pragas ocasionais sérias Ex. Coleobrocas XXVIII d) - Não residentes no ecossistema, entrando por curto período, sendo raras. Ex. Lagartas das folhas As coleobrocas, classificadas como pragas ocasionais sérias, são pragas das mais antigas referidas nos pomares cítricos. A partir da década de 80 porém, passaram a ocorrer com grande intensidade, causando sérios problemas à citricultura de diversas regiões do país (MACHADO et al. 1992a). 3.2.1 - As Coleobrocas dos Citros O pomar cítrico, por ser perene, oferece condições favoráveis ao desenvolvimento de insetos de ciclo biológico longo, como as coleobrocas. BONDAR (1913) já citava as coleobrocas como pragas dos Diploschema pomares cítricos, rotundicolle, destacando Acrocinus as espécies, accentifer, Rhopalora collares, Trachyderes succintus e Cratosomus reiddi. FONSECA & AUTUORI (1932) relacionaram oito espécies de coleobrocas ocorrendo em vários estados, causando prejuízos aos produtores. Macropophora accentifer é a espécie mais comum e ocorre em todos os estados. Diploschema XXIX rotundicolle, Coleoxestia spinepenis e R. collares são comuns em São Paulo, M.Gerais e Rio de Janeiro; C. reidii em São Paulo, M. Gerais e R.Grande do Sul. FONSECA (1934), estudando as principais pragas observadas nos anos de 1931, 1932, 1933 nas plantas de maior cultivo em São Paulo, observou que Diploschema rotundicolle e Macropophora accentifer broqueavam indistintamente todas as espécies do gênero Citrus cultivadas no país, sendo as espécies de coleopteros Cratosomus mais reidii nocivas e às plantas Cratosomus cítricas fasciatus no também Brasil. foram encontradas broqueando as laranjeiras. AUTUORI (1936) relatou que as plantas cítricas podem ser atacadas por nove diferentes espécies de coleópteros, cujas larvas são conhecidas por brocas. Dentre as espécies, destacam-se Diploschema rotundicolle e Dorcadocerus barbatus que atacam principalmente os ramos e Macropophora accentifer, Trachyderes thoracicus e Cratosomus reidi que atacam preferencialmente os troncos. ARAUJO e mal tratados, accentifer, (1937) laranjeiras Cratosomus encontrou, em pomares velhos broqueadas reidi, po r Diploschema Macropophora rotundicolle, Ropolophora cocllaris e T. thoracicus. CARRASCO (1978), estudando cerambicídeos no Peru, constatou a presença de M. accentifer em plantas cítricas. GALLO et al. (1978) destacam como coleobroca dos citros Diploschema rotundicolle, Trachyderes thoracicus, Macropophora accentifer e Cratosomus reidii. XXX Das plantas cítricas, Diploschema diversas coleobrocas PRATES (1984) rotundicolle que ataca que ocorrem destaca os ramos as e nas espécies o tronco e Macropophora accentifer que ataca os troncos, como causadoras dos maiores danos nos pomares paulistas. Segundo espécies de NAKANO coleobrocas que (1985), atacam dentre as as inúmeras plantas cítricas, destacam-se Diploschema rotundicolle e Dorcadocerus barbatus, ambas com preferência para os ramos e Macropophora accentifer, Trachyderes thoracicus e Cratosomus reidii mais freqüentes nos troncos. KUBO et al. (1986) destacam D. rotuncicolle como a coleobroca de maior ocorrência no Estado de São Paulo. NASCIMENTO praga do Recôncavo Bahiano, (1986) destaca como principal tradicional região citrícola, a coleobroca Cratosomus flavofasciatus. Das diversas espécies de coleobrocas que atacam as plantas cítricas, MENTEN et al. (1991) desta cam como as mais freqüentes Diploschema rotundicolle, Dorcadocerus barbatus, Macropophora accentifer e Cratosomus reidii. Após levantamentos nos pomares citrícolas paulistas, MACHADO et. al.(1992b) constatou altas populações de Diploschema rotundicolle. É por isso considerada a espécie de coleobroca mais importante em São Paulo, causando sérios prejuízos aos citricultores. Macropophora accentifer broca freqüente, porém de menor importância. é outra XXXI Quanto à intensidade de ataque, KUBO et al. (1987) relatam que as brocas eram consideradas de importância secundária, típicas de pomares velhos e abandonados. Contudo, nos últimos anos passaram a atacar pomares novos, produtivos e de bom aspecto fitossanitário, causando sérios prejuízos, e até mesmo, provocando a destruição destes pomares. MACHADO et al. (1989) destacam que a coleobroca Diploschema rotundicolle tem sido constatada em plantas produtivas e com boas condições de sanidade, e que tem causado danos nos pomares paulistas, pelo fato de ocorrer em altas populações por quase todo Estado. Outra espécie, Macropophora accentifer, além de incidir em baixas pop ulações, ataca plantas depauperadas e com baixa produtividade. NAKANO (1990) cita que apesar de relatos de ocorrência da broca serem antigos, a partir de 1980 a intensidade de ataque da broca vem aumentando a cada ano, atingindo em 1990 níveis não tolerados pelos citricultores. As coleobrocas são naturais da América do Sul, sendo desconhecidas em outros continentes. Como as plantas cítricas são originárias da Ásia, esta praga vivia em hospedeiros nativos, como capinxingui e outras rutáceas, não encon trando dificuldades para sua adaptação aos citros, passando a atacá -los na medida que a cultura se expandiu.( NAKANO, 1990) Para MACHADO et al. (1992a) as brocas que eram consideradas de pouca importância e ocorriam em pomares velhos e abandonados, tendo como habitat natural as florestas nativas, passaram a ocasionar sérios problemas à citricultura do XXXII país. O aumento da população de coleobrocas nos últimos anos está relacionado com: a) ecossistemas complexos extensivos, algodão e Expansão da monocultura no país, quando tais como pastagens. foram laranja, Dentre substituídos por cana-de-açucar, eles, apenas a cultivos soja, laranja, trigo, por ser perene, proporciona melhores condições para o desenvolvimento evolutivo das coleobrocas, que possuem cicl o biológico longo. b) Uso abusivo de defensivos químicos na citricultura, a fim de controlar doenças, pragas e ervas daninhas, o que acaba por dizimar populações de animais benéficos que coabitam nas plantas cítricas. c) as coleobrocas visando existindo o Por serem consideradas pragas secundárias, nunca foram estabelecimento atualmente objeto de apenas de pesquisas medidas um para inseticida seu intensivas, controle, disponível no mercado. Esta situação também contribui para o crescimento populacional das brocas e para uma perfeita coevolução desses insetos com as plantas cítricas. As coleobrocas mais importantes, mais citadas e que causam os maiores prejuizos à citricultura são, Diploschema rotundicolle, Macropophora accentifer razão pela qual passaremos a descrevê -las. e Cratosomus reidii, XXXIII 3.2.1.1 - Diploschema rotundicolle (Serville, 1834) a) Classificação e Distribuição Trata-se de um inseto pertencente à ordem Coleoptera e família Cerambycidae. É nativo da América d o Sul, Bitancourt, citado por PRATES (1984). Esta praga, conhecida como broca dos ramos e do tronco, infesta além dos citros, outras espécies como ameixeira, carambola, cedro, cinamomo e pessegueiro (PRATES, 1984). Segundo ANZOLINI (s.d.), ela é enco ntrada sobre vegetação nativa, como matos e cerradões. Diploschema rotundicolle está distribuida pelos estados do AM, RJ, RS, SC, SP, BA, PE e PA (PRANDO, 1988). Para MACHADO et al. (1989), esta coleobroca ataca plantas com boas condições de sanidade , sendo a que causa maiores danos nos pomares paulistas, pelo fato de ocorrer em altas populações. Segundo MACHADO et al. (1992b), o período de maior ocorrência das larvas nos ramos é de abril a agosto, o que permite afirmar que o período de maior popul ação de adultos, ocorre entre os meses de fevereiro e julho. b) Descrição e Biologia XXXIV O adulto é um besouro de cerca de 40mm de comprimento por 8mm de largura. Os élitros são de cor amarelo castanho com bordos internos e externos terminados em fri sos castanho escuro. O macho é menor do que a fêmea. No inicio do verão surgem os primeiros adultos e após o acasalamento, as fêmeas iniciam a postura nas axilas dos ramos finos (3-l5mm de diâmetro), nos quais abrem galerias em espiral, inicialmente ascendente, interrompendo o fluxo de seiva para as folhas. Em conseqüência disto, os ramos murcham e secam. As larvas vivem neles este período, iniciam o cerca de 20 -25 dias. Decorrido broqueamento do ramo no sentido descendente (MACHADO et al. 1992a). Costa Lima, citado por FARIA (1987), relata que além dos ramos, a fêmea pode colocar seus ovos também nas axilas das folhas. As brocas cavam galerias, que segundo NAKANO (1985), podem chegar a três metros de comprimento, alcançando o tronco da planta e às vezes até as raízes. No galerias são início, finas, como porém as vão larvas são pequenas, as aumentando conforme o desenvolvimento da larva. O lenho dos ramos é o alimento das larvas. As serragens oriundas da mastigação, são expelidas através de buracos ou "janelas" construidas pela própria larva, em espaços regulares ao longo do ramo. A serragem é um pó fino. XXXV No seu completo desenvolvimento, a larva mede cerca de 60mm de comprimento por 7mm de largura. Sua coloração é branca suja, com excessão da cabeça, que é marron. Esta larva é facilmente reconhecida, pois apresenta no último segmento abdominal uma série de tubérculos em forma de espinhos, dispostos em círculo e voltados para cima. Os galhos finos não resistem muito tempo ao ataque das brocas e secam. Nos galhos mais grossos, durante muito tempo nada de anormal se nota, a não ser pequenos furos, pelos quais a broca vai expelindo a serragem e as fezes. Estes furos permitem identificar a presença da broca, assim localizar com relativa precisão o ponto em que a como larva se encontra no interior do lenho (AUTUORI, 1936). As árvores atacadas são facilmente identificadas, não só pelos galhos finos secos, como também pela presença de serragem que é expelida pelos buracos abertos pela broca. Às vezes, as larvas em adiantado estado de desenvolvimento broqueiam o ramo em círculo, a ponto deste quebrar-se facilmente com a força do vento ou com o seu peso (NAKANO, 1990). Diversas brocas podem atacar a mesma planta e o mesmo galho. As galerias entretanto não se comunicam, apesar de todas elas descerem em direção ao tronco da planta. Após o período de desenvolvimento, que dura 10 a 12 meses, alongamento a da larva prepara galeria, com uma uma câmara "janela" pupal através posterior do fechad a inclinada para cima para posterior saída do adulto, e "janelas" XXXVI anteriores abertas, inclinadas para baixo, para saída da serragem e fezes. A fase de pupa varia de 1 a 2 meses. O ciclo completo aproximadamente 1 ano (IONEDA desta coleobroca é de et al. 1985). c) Prejuízos Os galhos Em ataques finos atacados pela broca secam facilmente. severos, além do secamento dos ramos finos e quebra de galhos, a broca pode provocar a morte da planta (GALLO et al. 1978). Além destes prejuízos, as galerias abertas pela broca são porta de entrada para diversos outros patógenos. Em pomares atacados, caso não seja feito controle, todas as plantas serão destruidas dentro de 2 a 3 anos (NAKANO, 1990). 3.2.1.2 - Macropophora accentifer (Oliver, 1795) a) Classificação e Distribuição Trata-se de um inseto da ordem Coleoptera e familia Cerambycidae. pequeno". é conhecido também como "arlequim XXXVII Além de infestar os citros, esta praga encontra se também em abacateiro, amoreira, figueira, n ogueira da Índia e cedro (PRANDO, 1988). Está distribuida pelos estados do AM, BA, RJ, MG, PA, PR, SC, RS e SP, Silva et al. citados por PRATES (1984). Segundo MACHADO et al. (1989) esta espécie é encontrada em plantas depauperadas, com baixa produti vidade e pouca atividade fisiológica. GARCIA (1987), em levantamento faunístico das espécies da coletados em constatou que família Cerambycidae pomares das 13 de citros espécies ( Insecta, conservado dominantes, e Coleóptera) abandonado, Macropophora accentifer foi a segunda mais abundante, com 14,7% dos insetos coletados. Destes, 8,7% encontravam -se em pomares conservados e 91,3% em pomares abandonados. b) Descrição e Biologia Segundo AUTUORI (1936), as larvas deste inseto atacam somente o tronco da árvore. Para ARAUJO (1937), em altas infestações a broca pode atingir os galhos mais grossos da planta. O inseto adulto é um besouro acinzentado com duas manchas escuras sobre as asas. O inseto pode atingir 35mm de comprimento por 10mm de largura. O macho é maior que a XXXVIII fêmea e tem o primeiro par de pernas mais longo que os demais. Suas antenas são bem mais compridas que o corpo (ARAUJO, 1937). A pequenos postura orifícios feitos é realizada na casca na da base planta. do tronco em O período de incubação varia de 7 a l5 dias. Após a eclosão, a larva inicia o broqueamento entre a casca e o lenho, permanecendo nesta região por aproximadamente 100 dias (MENTEN et al. 1991). Quando completamente desenvolvida, a larva mede 40mm de comprimento por 9mm de largura, possuindo 11 segmentos. Sua cor é branca-amarela com uma mancha marron escura na cabeça. Devido ao seu hábito alimentar, a casca da planta que abriga a larva solta-se com o tempo, deixando cair pequenos fragmentos de madeira originários d a escarificação do lenho. Uma parte da serragem é expelida e a outra acumulada, deixando obstruido o caminho aberto pela larva (ARAUJO, 1937). Passado o período larval, a larva abre na madeira uma galeria pouco profunda, que se alarga na extremidade, formando uma espécie de câmara, onde se tranformará em pupa. A larva utiliza esta câmara também para proteger -se do ataque de inimigos. A fase de pupa dura cerca de 50 dias, estágio em que apresenta cor branca, com olhos e extremidade da mandíbula escuros e espinhos de cor marron no dorso (NAKANO, 1985). XXXIX c) Prejuízos Esta praga, quando em altas infestações, causa sérios prejuízos ao produtor. Além dos prejuízos mecânicos à planta, o ataque da broca provoca entrada de outros organismos patogênicos na planta, causando prejuízos indiretos. A ação desta praga provoca a morte da planta (MENTEN et al. 1991). 3.2.1.3 - Cratosomus reidi a) (Kirby, 1818) Classificação e Distribuição Esta coleobroca pertence à ordem Coleoptera e família Curculionidae. O inseto adulto aparece no verão (MENTEN et al. 1991) É citado como praga dos citros há muito tempo, pois BONDAR (1913) já relatava a presença desta coleobroca nos laranjais de São Paulo. XL b) Descrição e Biologia O adulto mede 22 a 26mm de comprimento, sem contar o tamanho do rostro que sozinho mede 7mm. O inseto possue coloração preta com manchas amarelas transversais nos élitros e no tórax (GALLO et al. 1978). Os ovos são postos separadamente um do outro em orifícios feitos pelas fêmeas na casca dos ramos e do tronco. Depois de nascer, a larva inicia uma pequena perfuração no sentido horizontal, que mais tarde se transforma em longitudinal. Pelo orifício aberto no momento da postura dos ovos, a larva expele a serragem oriunda da mastigação, em forma de pelotes, que aumentam de tamanho à medida que a larva cresce. Nesta fase, a galeria já atingiu 5 -10cm de comprimento. O inseto permanece cerca de 2 anos na fase larval, com a galeria atingindo 60cm. A larva completamente desenvolvida mede 30mm de comprimento e 12mm de largura, sendo de coloraçào branca. Antes de se transformar em adulto, o inseto constroe uma câmara pupal, deixando uma abertura frágil para que o adulto possa romper com facilidade ao sair pela primeira vez (NAKANO, 1991). 3.2.1.4 - Controle das coleobrocas XLI O controle das coleobrocas é realizado através de diversos métodos, como cultural, mecânico, químico e biológico. ORTIZ et.al. (1993) recomenda a poda e de garrafas destruição dos ramos atacados. NAKANO,(1990) recomenda o uso plásticas com isca atrativa para coleta de adultos, entretanto GARCIA & NAKANO (1984), DE NEGRI et al. (1985) e MACHADO et al.(1992) não constataram atratividade das iscas inseticida na captura de insetos adultos de controle químico através da Diploschema rotundicolle. O inseticida nos recomendado orificios por FARIA ou "janelas" et al.(1987), das aplicação de coleobrocas NAKANO (1990) é e PRATES (1984), entretanto DE NEGRI et al.(1985) co nstataram baixa taxa de controle com produtos químicos e não recomendam a sua utilização. KUBO et al.(1986) e MACHADO et al.(1992) recomendam o controle biológico através da aplicação do fungo Metarhizium anisopliae nas galerias das coleobrocas. Observa-se que o controle das coleobrocas além de trabalhoso, apresenta diversas contradições, evidenciando que até o momento não existem estudos definitivos sobre o assunto. 3.3 - A Enzima Peroxidase 3.3.1 - Descrição da Peroxidase XLII As peroxidases são enzimas encontradas em praticamente todas as plantas e animais superiores, na maioria dos fungos e bactérias aeróbicas A atividade da (SIEGEL, 1993) peroxidase foi descrita pela primeira vez em 1885 por Schonbein, o qual observou que c ertos compostos orgânicos podem ser oxidados pela diluição em soluções de peróxido de hidrogênio. Este nome, peroxidase, foi dado por Linossier em 1898, devido a sua reação com peróxidos (SAUNDERS et al. 1964). Estudos peroxidase está realizados amplamente em 1918 distribuida nas mostraram plantas. que a Naquela época a peroxidase pura foi obtida. (SAUNDERS, 1964). A peroxidase (E.C.1.11.1.7.) é uma enzima de oxiredução, definida pela reação: RH2 + H2O2 2H2O + R. A peroxidase é uma glicoproteina com um anel de ferroporfirina. Seu peso molecular é de aproximadamente 35.000 daltons, contendo em média 300 resíduos de aminoácidos, 8 açúcares e dois íons de cálcio (SIEGEL, 1993). Czaninski e HUYSTEE (1987), relataram associadas a pequenos Catesson, citados por que as peroxidases podem vacúolos, retículo VAN estar endoplasmático, aparato de Golgi, parede celular e membrana plasmática. Diferentes formas de peroxidases são encontradas nas plantas. ESSEN & SOOST (1976) descrevem 27 isoenzimas XLIII de peroxidase identificadas em Citrus. SIEGEL (1993) relata que é comum encontrar mais de 30 diferentes peroxidases em uma mesma variedade de planta. As isoperoxidases de algumas espécies de plantas são distinguidas por pontos isoelétricos, através da eletroforese. Algumas podem ser distinguidas também pela sequência de aminoácidos das proteinas (SIEGEL, 1993). 3.3.2 - Funções da Peroxidase As enzimas são fundamentais no metabolismo celular, uma vez que catalizam todas as reações bioquímicas que ocorrem no interior das mesmas. As muitas reações peroxidases de oxiredução são e enzimas têm uma que promovem versatilidade não encontrada em outras enzimas simples. Parte desta versatilidade pode ser explicada pelo grande número de isoenzimas de peroxidase encontradas nas plantas (SIEGEL, 1993). Muitos fatores internos, bem como as condições do meio ambiente, afetam a atividade das peroxidases (VAN HUYSTEE, 1987). O crescimento e desenvolvimento veget al alteram as peroxidases e consequentemente as condições internas das células. (WOLTER & GORDON, 1975). XLIV fitohormônio conhecido por A peroxidase de crescimento estar em está intimamente ácido altas ligada indolacético concentrações ao (IAA), nos tecid os meristemáticos e em substâncias que regulam a diferenciação celular, alongamento celular, dominância apical, respostas ao geotropismo e fototropismo, dormência e florescimento. Uma das funções desta enzima é participar da degradação do IAA. Muitas peroxidases específicas atuam como repressoras do IAA (VAN HUYSTEE, 1987). Para De Jong, citado por COSTA (1979) a peroxidase influe na regulação da permeabilidade das membranas e na formação da parede celular. Segundo TADEO & aumento na atividade da peroxidase biossíntese de lignina. A PRIMO MILLO na planta é atividade da (1990), o provocado pela peroxidase está diretamente ligada à lignificação dos tecidos. LOVREKOVICH et al. (1968) sugerem peroxidase está relacionada com a resistência das que a plantas às doenças. Um aumento da atividade da peroxidase, indica uma maior resistência das plantas à certas doenças. GASPAR et al. (1978) constataram que a peroxidase está diretamente ligada com a abscisão das folhas de citros. Segundo os referidos au tores, na zona de abscisão das folhas ocorre um incremento na atividade da peroxidase, com degradaçào do IAA e aumento da produção de etileno. De acordo com CHIBBAR et al. (1984), a atividade da peroxidase está associada também com a biossíntese XLV de etileno. Estudos fisiológicos mostraram paralelismo entre a oxidase das enzimas e a produção de etileno. Sob condições de "stress", as plantas aumentam a atividade da peroxidase, e muitas vezes ela é a primeira enzima a alterar sua atividade após o estímulo provocado pelo "stress". A lignificação muitas vezes ocorre, como parte da resposta ao "strees". Este processo pode ser provocado por infecção por fungos, salinidade, déficit ferimentos, hídrico, déficit nutricional, poluição, entre outros. Em todos este s casos ocorre um aumento da atividade da enzima e também um aumento na produção de lignina e etileno (VAN HUYSTEE, 1987). TADEO & PRIMO-MILLO (1990) destacam que a peroxidase pode ser utilizada como indicador da senescência da planta. A peroxidase versatilidade e a heterogeneidade da permitem que esta enzima tenha uma importante função reguladora no desenvolvimento da planta. A senescência e o declínio celular ocorrem com o aumento da atividade da peroxidase. A senescência induz lignificação e suberização dos tecidos a formação do eti leno, ( VAN HUYSTEE, 1987). 3.3.3 - Utilização da Peroxidase As peroxidases têm sido muito estudadas, devido à sua heterogeneidade, versatilidade e presença em praticamente todas as plantas superiores. Som ente nos últimos 10 anos, acima XLVI de 10.000 citações têm surgido sobre a peroxidase das plantas (SIEGEL, 1993). ALTUBE et al. (1991) utilizaram, dentre outras isoenzimas, as peroxidases para identificar diferentes variedades de videira. Através da eletroforese foi possível identificar em qualquer época do ano, a variedade de um ramo de videira. JIAO et al. (1992) relataram que a atividade da peroxidase foi alta em plantas cítricas resistentes às bactérias do cancro cítrico Xanthomonas campestris pv. citri. LELYVELD atividade da peroxidase et de al. (1975) folhas de constataram limão Rugoso, que a Citrus jambhiri foi menor em plantas sadias do que em plantas doentes, infectadas por Phytophthora sp. LLORENTE para diagnosticar et al. deficiências (1976) minerais realizaram em citros, trabalho mediante medida da atividade enzimática da planta. A peroxidase foi um bom indicador, pois em plantas deficientes em ferro, a atividade da enzima foi baixa. Esta deficiência em citros, pode ser diagnosticada precocemente, antes de aparecerem os sintomas de clorose na planta. BUTTON et al. (1976), UENO & NISHIMURA (1976) e peroxidase nucelares BALLVE na no melhoramento et al. (1991) identificação melhoramento de citros é utilizaram precoce de a citros. de isoenzimas híbridos Um poliembrionia dos e e clones problemas a de do consequente dificuldade, após cruzamentos controlados, de distinguir clones nucelares de híbridos. Através da eletroforese de isoenzimas, XLVII como a peroxidase, é possível a identificação precoce dos híbridos e dos nucelares. CHAMARRO & YAGO (1985) constataram que a peroxidase está diretamente envolvida na mudança de cor da laranja. A ação da peroxidase ocorre na degradação do IAA, permitindo o desverdecimento da laranja. BELTRAN que as combinações de enxerto e porta-enxerto de citros sensíveis à tristeza apresentaram et al. atividade (1976) da constataram peroxidase maior que as ação da combinações resistentes. COSTA et al. (1979) utilizaram a enzima peroxidase na identificação d e cultivares de soja. GOGORCENA forese de diferentes isoenzimas cultivares de de et al. (1989), através da eletro - peroxidase, tangerina conseguiram Clementina identificar e Satsuma e também cultivares de tangerinas híbridas. LLANOS & LIMA (1981) constataram um aumento da atividade da peroxidase em plantas cítricas afetadas pelo declínio/blight, quando comparadas às plantas sadias. Na literatura não foram encontradas a respeito da utilização da peroxidase, na informações identificação de plantas resistentes ou suscetíveis ao ataque de pragas. Também não foram encontradas respeito de espécies e variedades de citros informações a resistentes ou suscetíveis ao ataque das coleobrocas e, tampouco, formas de identificar plantas suscetíveis a esta praga. XLVIII 4 - MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado em 60 pomares comerciais dos municípios de Botucatu, São Manoel, São Pedro, Limeira, Cordeirópolis e Araras, e em 9 pomares experimentais da Fazenda pertencentes à Experimental Lageado e Fazenda São Manoel, Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP de Botucatu. O trabalho constou de levantamentos, avaliações, análises químicas e testes bioquímicos. XLIX 4.1 - Levantamento nos pomares experimentais 4.1.1 - Avaliação do comportamento dos porta -enxertos e das variedades copa em relação às coleobrocas. Este levantamento experimentais foi realizado em 9 pomares da Fazenda Experimental Lageado e da Fazenda São Manoel, pertencentes à F.C.A.- UNESP de Botucatu. Estes pomares foram implantados com o objetivo de observar o comportamento das variedades copa e das combinações de copa+porta-enxerto, quanto à precocidade de produção, qualidade dos frutos, produção em caixa/planta e época de maturação dos frutos. O pomar no 1 foi implantado em fevereiro de 1977 na Fazenda São Manoel. Constou do plantio, no sistema de pé-franco, de 7 variedades plantas. (Citrus Poncirus Os de porta -enxertos, num total de 55 porta-enxertos limonia, Osbeck) trifoliata), plantados citrange tangerina foram: Troyer( limão Citrus 'Cleopatra' 'Cravo' sinensis (Citrus x reshni Hort.), tangerina 'Sunki' ( Citrus sunki Hort.), Laranja 'Caipira' (Citrus sinensis, Osbeck), limão 'Rugoso' (Citrus jambhiri Lush) e limão 'Volkameriano' (Citrus volkameriana, Pasquale). O pomar n° 2 constou de um experimento de porta-enxertos para tangerina 'Poncan' (Citrus reticulata, Blanco). Foi implantado em fevereiro de 1977 na Fazenda São Manoel, com 95 plantas enxertadas em oito porta-enxertos. Os L porta-enxertos jambhiri, utilizados Lush), foram: tangerina citrumelo 'Swingle' limão 'Cleopatra' 'Rugoso' (Citrus ( Citrus reshni, Hort.) (P. trifoliata x C. paradisi), tangerina 'Sunki' (Citrus sunki Hort.), laranja 'Caipira' (Citrus sinensis, Osbeck), limão 'Cravo' (Citrus limonia, Osbeck) citrange 'Troyer' (C. sinensis x P. trifoliata) e limão 'Volkameriano' (Citrus volkameriana, Pasquale), O pomar n° 3 foi implantado em 1980 na Fazenda Experimental Lageado. Constava de um experimento de porta enxertos para tangerina 'Satsuma' ( Citrus unshiu Marcovitch). Este experimento porta-enxertos: continha 80 tangerina plantas 'Cleopatra' e foram utilizados (Citrus 10 reshni,Hort.), tangerina 'Sunki' (Citrus sunki Hort.), laranja 'Azeda' (Citrus aurantium L.), laranja 'Caipira' ( Citrus sinensis, Osbeck), limão 'Rugoso da Flórida' (Citrus jambhiri Lush), limão 'Volkameriano' (Citrus volkameriana, Pasquale), limão 'Cravo' (Citrus limonia Osbeck), 'Trifoliata' (Poncirus trifoliata Raf.) e citranges 'Carrizo' e 'Morton' ( Citrus sinensis x Poncirus trifoliata). Os pomares de n° 4, 5, 6, 7 e 8 foram implantados em 1965 na Fazenda Experimental Lageado. Cada pomar continha 60 plantas de uma mesma variedade copa de laranja, enxertadas em cinco diferentes porta-enxertos. Em todos estes pomares, 'Caipira' (Citrus os porta-enxerto sinensis, utilizados Osbeck), limão foram: laranja 'Cravo' (Citrus limonia, Osbeck), 'Trifoliata' (Poncirus trifoliata Raf.), limão LI 'Rugoso' (Citrus jambhiri Lush) e tangerina 'Sunki' ( Citrus sunki, Hort.). As variedade copa de laranja (Citrus sinensis, Osbeck) utilizadas em cada pomar foram: pomar n°4, laranja 'Bahia'; pomar n°5 laranja 'Hamlin'; pomar n°6 laranja 'Itaboraí'; pomar n°7 laranja 'Rubi' e pomar n°8 laranja 'Westin'. O pomar n°9 foi implantado em janeiro de 1973 com 90 plantas, na Fazenda São Manoel, como um experimento comparativo sinensis, com quatro Osbeck). As variedades variedades de de laranja laranja doce ( Citrus foram: 'Pera', 'Natal', 'Valência' e 'Rubi'. Um dos objetivos deste levantamento foi verificar o comportamento de diferentes copas e porta -enxertos em relação ao ataque de coleobrocas. Nestes pomares experimentais, o levantamento constou da observação da incidência de coleobrocas na copa e no porta-enxerto. Foram levantados os seguintes dados para análise: - Plantas sadias, - Plantas com coleobrocas na copa, - Plantas com coleobrocas no porta enxerto e na copa, e - Plantas mortas pela ação das coleobrocas. 4.2 - Levantamentos nos pomares comerciais LII Cada pomar levantado tinha todas as plantas com o mesmo manejo, a mesma idade, a mesma copa e o mesmo porta enxerto. 4.2.1 - Levantamento da ocorrência de coleobrocas. Em cada pomar, foi feito um levantamento da presença de coleobrocas, tanto do tronco, Macropophora accentifer, como do ramo, Diploschema rotundicolle. Este levantamento foi feito em percentagem de plantas atacadas com cada uma das espécies de coleobrocas. A amostragem do número de plantas atacadas pelas coleobrocas foi feita em 100 plantas de cada pomar. Estas plantas pertenciam a 5 linhas intercaladas, localizadas no centro no pomar. Em cada linha foram amostradas 20 plantas. 4.2.2 - Levantamento das condições dos pomares Foi caracterizar fitossanidade, cada realizado pomar nutrição, também quanto produção, ao um levantamento sistema de para condução, matocompetição e outros fatores. Este levantamento foi feito através de observação informações prestadas pelos proprietários levantamento constou dos seguintes ítens: dos pomares. e O LIII - Propriedade - Local - Área - N° de plantas - Espécie e cultivar - Porta-enxerto - Idade do pomar - Produtividade (caixas/planta) - Destino da produção - Adubação (kg/planta/ano) - Matocompetição - Controle fitossanitário - Incidência de pragas - Incidência de doenças - Nota atribuida ao aspecto geral do pomar (Item 4.2.3) - Incidência de coleobrocas em % - Avaliação da atividade da peroxidase 4.2.3 - Nota do pomar Os pomares foram analisados visualmente, procurando-se avaliar o aspecto nutricional, fitossanitário e o desenvolvimento vegetativo das plantas. LIV Para cada pomar foi atribuída uma nota de 1 a 5, sendo a nota 1, para o pomar muito ruim e a nota 5, para o pomar muito bom. Descrevemos a seguir as características de cada pomar: - Nota 1 - Plantas com ataque severo de pragas e patógenos, pre sença de muitos sintomas de deficiência nutricional e baixíssimo desenvolvimento vegetativo. - Nota 2 - Plantas com alto ataque de pragas e patógenos, muitos sintomas de deficiência nutricional e médio desenvol vimento vegetativo. - Nota 3 - Presença de algumas pragas e patógenos, alguns sinto mas de deficiência nutricional e mento vegetativo médio desenvolvi - LV - Nota 4 - Presença de poucas pragas e doenças, poucos sintomas de deficiência nutricional e bom desenvo lvimento vegetativo. - Nota 5 -Plantas livres de pragas e doenças, ausência de sinto mas de deficiência desenvolvimento nutricional e ótimo vegetativo. 4.3 - Caracterização química dos pomares 4.3.l - Análise química Em cada pomar foram coletadas amostras de solo, para determinação do pH. A coleta das amostras de solo conforme recomendação do Grupo Paulista de foi realizada Adubação e Calagem para Citros (VIOLANTE NETO et al. 1990) . De cada pomar foram coletadas homogeneizadas, cerca compuseram de as 20 subamostras, amostras que após representativas de cada pomar. Após a coleta as amostras de solo foram secas, peneiradas e enviadas ao Laboratório de Análises do Solo do Departamento de Ciências do Solo da FCA-UNESP de Botucatu. LVI 4.3.2 - Análise Bioquímica A análise bioquímica teve como objetivo identificar o estado fisiológico das plantas de cada pomar. Esta análise foi feita através da quantificação da atividade da enzima peroxidase, nas folhas das plantas cítricas. Para realizar a análise foi coletada a 3ª ou a 4ª folha a partir do fruto, na altura mediana da copa. Cada amostra foi composta de folhas coletadas de 10 plantas. Logo após a coleta as folhas foram embal adas em sacos plásticos e colocadas em caixas de isopor com gelo. Segundo BALLVE et al. (1991), as folhas assim armazenadas, mantêm a atividade enzimática e seus padrões inalterados por um período de 4 semanas. Nos pomares em que não foi constatada a presença de coleobrocas, a análise da peroxidase foi feita em 10 plantas. Nos pomares com coleobrocas separadas em 10 plantas sadias foram feitas análises e em 10 plantas atacadas pelas coleobrocas. O teste para quantificar a atividade da peroxidase nas plantas foi feito no mesmo dia da coleta das folhas, e foi realizado conforme método desenvolvido no Laboratório de Bioquímica do Intituto de Biociências da UNESP de Botucatu, que constou da seguinte metodologia: Foi retirado um disco de 1cm de diâme tro de cada folha. Este disco foi homogeinizado em 4ml de solução LVII tampão fosfato completamente de potássio macerado, com foram pH 6,7 acrescidos e 0,2M. Após 4ml desta mais solução, obtendo-se assim o extrato bruto. Num tubo de vidro transparente de 2,5 cm de diâmetro e 8,5cm de altura, colocou -se 20ml da solução tampão fosfato de potássio e 1ml de água oxigenada a 30%. Com o auxilio de uma pinça, embebeu -se um disco de 1cm de diâmetro de papel filtro quantitativo no extrato bruto. Depois de embebido, o disco de papel foi colocado no tubo de vidro contendo a solução tampão e água oxigenada. O disco foi ao fundo do tubo e após alguns segundos, começou a subir, indo até a superficie da solução. O período de tempo decorrido entre a saída do disco de papel do fundo do tubo e sua chegada à superficie é que determinou a intensidade da atividade da peroxidase. Quanto menor este tempo, maior a atividade da enzima. Foram aparentemente em realizados diferentes testes condições com plantas fisiológicas, pa ra determinar o tempo de subida do disco de papel no tubo de vidro. Após a realização destes testes, foram estabelecidos os parâmetros para quantificar a atividade da enzima peroxidase. Os parâmetros estabelecidos para quantificar a atividade da peroxidase, em função do tempo decorrido para a subida do disco de papel até a superficie do tubo, foram os seguintes: - Até 12 segundos - Alta atividade da peroxidase LVIII - De l2 a 15 segundos - Média atividade da peroxidase - Acima de 15 segundos - Baixa atividade da peroxidase 4.4 - Avaliação das informações obtidas A enxertos e das coleobrocas foi avaliação variedades realizado do comportamento copa através em da relação dos ao análise porta - ataque estatística de pelo método do Qui-Quadrado. A avaliação da influência das condições do pomar e da atividade da peroxidase na ocorrência de coleobrocas foi feita através de correlações entre os parâmetros analisados e a ocorrência desta praga. Procurou-se avaliar também, se a peroxidase é um bom indicador da condição fisiológica da planta, e a viabilidade da sua utilização na identificação de plantas com algum tipo de "stress", portanto, predispostas ao ataque de coleobrocas. O objetivo destas análises foi identificar fatores que podem predipor as plantas cítricas ao ataque de coleobrocas. LIX LX 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 - Comportamento de espécies e cultivares de citros em relação ao ataque de coleobrocas. Nos experimentais Lageado e da na levantamentos realizados F.C.A.-UNESP, Fazenda São na Fazenda Manoel, nos pomares Experimental constatou -se um comportamento diferenciado de espécies e cultivares de citros em relação ao ataque de coleobrocas. Este comportamento diferenciado foi evidente nos porta-enxertos do que nas variedades copa. 5.1.1 - Comportamento dos Porta-enxertos mais LXI A análise do pomar n° 1 com o experimento de pé-franco de porta-enxertos, instalado na Fazenda São Manoel, mostrou que há diferença de comportamento deles em relaçào ao ataque de coleobrocas. O Quadro 1 mostra a Freqüência Esperada (FE) e a Freqüência Observada (FO) de plantas atacadas pelas coleobrocas e os valores do Qui -Quadrado ({2). A Quadrado Figura 1 apresenta os valores do Qui- ({2) mostrando o contraste entre os valores esperados e observados, indicando os porta-enxertos que se destacaram por apresentar um maior ou menor ataque das coleob rocas. Na análise dos porta-enxertos menos suscetíveis, observa-se na Figura 1 que a tangerina 'Cleopatra' destacou -se pelo número de plantas sadias. O limão 'Rugoso' também apresentou este comportamento. Já suscetível pelo o limão número 'Cravo' de plantas destacou-se mortas pela como mais ação das coleobrocas e o limão 'Volkameriano', pelas plantas atacadas. Os demais maneira intermediária. porta-enxertos comportaram-se de LXII QUADRO 1. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores do Qui -Quadrado ({2) no experimento de pé-franco de porta-enxertos. PORTAENXERTOS ATACA FALHAS MORTAS DAS SADIAS TOTAL L. Cravo FO FE {2 0.0 0.18 0.181 5.0 4.95 0.001 5.0 1.6 6.914 0.0 3.27 3.272 10 C. Troyer FO FE {2 0.0 0.09 0.090 5.0 2.45 2.639 0.0 0.81 0.818 0.0 1.65 1.636 5 Cleopatra FO FE {2 0.0 0.18 0.181 0.0 4.95 4.909 0.0 1.63 1.636 10.0 3.25 l3.828 10 T. Sunki FO FE {2 0.0 0.28 0.272 l3.0 7.3 4.314 2.0 2.45 0.084 0.0 4.90 4.909 15 L. Caipira FO FE {2 0.0 0.09 0.090 4.0 2.45 0.973 1.0 0.85 0.040 0.0 1.63 1.636 5 L. Rugoso FO FE {2 0.0 0.09 0.090 0.0 2.45 2.454 0.0 0.81 0.818 5.0 1.65 6.914 5 Volkameriano FO FE {2 1.0 0.09 9.090 0.0 2.45 2.454 1.0 0.8 0.040 3.0 1.65 1.136 5 1.0 27.0 9.0 18.0 55.0 Total {2 = 71.432 LXIII FIGURA 1. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta enxertos em relação ao ataque de coleobrocas em plantas do experimento de pé-franco de porta-enxertos . 14 12 10 8 6 4 2 0 L.Cravo C.Troyer Cleopatra Atacadas Falhas T.Sunki L.Caipira Mortas L.Rugoso Sadias L.Volkam. LXIV No pomar n° 2, com o experimento de porta enxertos para tangerina 'Poncan', instalado na Fazenda São Manoel, houve um resultado altamente significativo com relação ao comportamento dos porta-enxertos. O Quadro Qui-Quadrado deste 2 mostra os resultados da análise do experimento, onde são apresentadas as Freqüências de ocorrência Esperada (FE) e Observada (FO) de coleobrocas e o Qui-Quadrado ( {2 ). A Quadrado Figura 2 apresenta os valores do Qui - ({2), mostrando o contraste entre os valores esperados e os valores observados, indicando os porta -enxertos que se destacaram por apresentar um maior ou menor ataque de coleobrocas. A análise da Figura 2 mostra que o porta -enxerto tangerina 'Cleópatra' foi o menos suscetível, não apresentando nenhuma planta morta pelo ataque de coleobrocas, e também por apresentar o maior número de plantas sadias. O p orta-enxerto citrumelo 'Swingle' também se destacou pois teve muitas plantas com ataque de coleobrocas somente na copa. Já o porta -enxerto laranja 'Caipira' foi o mais suscetível para tangerina 'Poncan', com muitas plantas mortas pela ação das coleobrocas ataque severo na copa e no porta-enxerto. O limão e com 'Cravo' também mostrou-se muito suscetível, pois foi o porta -enxerto que apresentou o maior número de plantas com ataque na copa e no porta-enxerto. QUADRO 2. Valores da Freqüência Observada (FO) e F reqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas LXV e valores do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porta-enxertos para tangerina 'Poncan'. PORTAENXERTOS COPA COPA+ FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL PORTA ENXERTO C. Swingle FO FE {2 3.0 0.94 4.447 2.0 4.65 1.427 0.0 0.38 0.378 3.0 2.28 0.232 1.0 0.85 0.025 9 L. Cravo FO FE {2 1.0 2.73 1.102 18.0 13.1 1.800 0.0 1.09 1.094 6.0 6.57 0.049 1.0 2.46 0.869 26 L. Caipira FO FE {2 0,0 1.36 1.368 5.0 6.55 0.374 0.0 0.55 0.547 7.0 3.28 4,204 1.0 1.23 0.043 13 Volkameriano FO FE {2 0,0 1.05 1.052 4.0 5.05 0.219 2.0 0.43 5.921 4.0 2.52 0.859 0.0 0.95 0.947 10 T. Sunki FO FE {2 2.0 1.36 0.291 6.0 6.55 0.049 1.0 0.55 0.374 3,0 3.28 0.024 1.0 1.23 0.043 13 C. Troyer FO FE {2 0.0 0.73 0.736 6.0 3.5 1.715 1.0 0.29 1.687 0.0 1.78 1.768 0.0 0.66 0.663 7 Cleopatra FO FE {2 3.0 1.26 2.388 4.0 6.05 0.702 0.0 0.5 0.505 0.0 3.03 3.031 5.0 1.14 l3.128 12 L. Rugoso FO FE {2 1.0 0.57 0.426 3.0 2.55 0.088 0.0 0.21 0.210 1.0 1.26 0.054 0.0 0.48 0.473 5 10.0 48.0 4.0 24.0 9.0 95.0 Total {2= 55.328 LXVI Figura 2 -Valores do Qui-Quadrado( {2) mostrando a variação de compotamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de porta -enxertos para tangerina 'Poncan'. 14 12 10 8 6 4 2 0 C.Swingle L.Cravo L.Cai Copa Volkam. Sunki Copa+P.enxerto O Quadro 3 C.Troyer Mortas mostra os Cleopatra L.R.Africa Sadias valores da Freqüência Esperada (FE) e Freqüência Observada (FO) de plantas atacadas com coleobrocas no experimento n o 3, de porta-enxerto para tangerina 'Satsuma', instalado na Fazenda Experimental Lageado. A Figura 3 apresenta os valores do Qui - Quadrado, mostrando o contraste entre os va lores esperados e os valores observados, destacaram coleobrocas. por indicando apresentar um os maior porta -enxertos ou menor que se ataque de LXVII QUADRO 3.Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores do Qui-Quadrado ({2) no experimento de portaenxerto para tangerina 'Satsuma'. PORTAENXERTOS COPA COPA+ FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL PORTA ENXERTO 3,0 0,0 0,0 4,0 2,5 0,8 1,4 2,9 8 0,1 0,8 1,4 0,417 Cleopatra FO FE {2 1,0 0,4 0,9 T. Sunki FO FE {2 0,0 0,4 0,4 4,0 2,5 0,9 0,0 0,8 0,8 2,0 1,4 0,257 2,0 2,9 0,279 8 L. Azeda FO FE {2 0,0 0,4 0,4 3,0 2,5 0,1 1,0 0,8 0,05 4,0 1,4 4,828 0,0 2,9 2,9 8 L. Caipira FO FE {2 0,0 0,4 0,4 5,0 2,5 2,5 0,0 0,8 0,8 0,0 1,4 1,4 3,0 2,9 0,003 8 L. Rugoso FO FE {2 0,0 0,4 0,4 0,0 2,5 2,5 5,0 0,8 22,05 3,0 1,4 1,828 0,0 2,9 2,9 8 Volkameriano FO FE {2 0,0 0,4 0,4 2,0 2,5 0,1 0,0 0,8 0,8 4,0 1,4 4,828 2,0 2,9 0,279 8 L. Cravo FO FE {2 0,0 0,4 0,4 6,0 2,5 4,9 0,0 0,8 0,8 1,0 1,4 0,114 1,0 2,9 1,244 8 Trifoliata FO FE {2 1,0 0,4 0,9 1,0 2,5 0,9 2,0 0,8 1,8 0,0 1,4 1,4 4,0 2,9 0,417 8 C. Carrizo FO FE {2 2,0 0,4 6,4 0,0 2,5 2,5 0,0 0,8 0,8 0,0 1,4 1,4 6,0 2,9 3,313 8 C. Morton FO FE {2 0,0 0,4 0,4 1,0 2,5 0,9 0,0 0,8 0,8 0,0 1,4 1,4 7,0 2,9 5,796 8 4,0 25,0 8,0 14,0 29,0 80,0 Total {2= 92.309 LXVIII FIGURA 3. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas em plantas do experimento de porta-enxertos para tangerina 'Satsuma'. 7 6 5 4 3 2 1 0 Cleop. Sunki L. Azeda Copa L. Caip. L.R. Flor. Volkam. Copa+P.enxerto Os citranges L. Cravo Trifoliata Mortas Carrizo Morton Sadias 'Carrizo' e 'Morton' destacaram -se como os menos suscetíveis por apresentarem maior número de plantas sadias. 'Carrizo' também destacou -se por apresentar maior número de plantas com ataque de coleobrocas somente na copa. Já o limão 'Cravo', o limão 'Volkameriano' e a laranja 'Azeda' mostraram-se como os porta-enxertos mais suscetíveis para tangerina 'Satsuma', por apresentarem grande número de plantas com ataque na copa e no porta -enxerto e também muitas plantas mortas. LXIX O levantamento no pomar n° 4 com experimento de porta-enxerto para laranja 'Bahia', instalado Experimental Lageado, tamb ém mostrou que na Fazenda há diferença de comportamento dos porta-enxertos em relação às coleobrocas. O Quadro 4 mostra a Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com coleobrocas e os valores do Qui-Quadrado ({2) . A Figura 4 apresenta os resultados da análise do Qui-Quadrado ({2), mostrando o contraste entre os valores esperados e os valores observados, indicando os porta -enxertos que se destacaram por apresentar um maior ou menor ataque de coleobrocas. Verificou-se que o porta-enxerto limão 'Rugoso' destacou-se como menos suscetível para laranja 'Bahia', por apresentar grande número de plantas sadias e também plantas com ataque somente na copa. Já os porta-enxertos limão 'Cravo' e laranja 'Caipira' foram os mais suscetíveis, pois apresentaram grande número de plantas mortas e também, com ataque na copa e no porta-enxerto. LXX QUADRO 4. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de porta-enxertos para laranja 'Bahia'. PORTAENXERTOS COPA COPA+ FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL PORTAENXERTO L. Caipira FO FE {2 1.0 2.4 0.816 7.0 2.8 6.3 1.0 1.6 0.225 2.0 2.4 0.066 1.0 2.8 1.157 12 L. Cravo FO FE {2 1.0 2.4 0.816 2.0 2.8 0.228 2.0 1.6 0.1 6.0 2.4 5.4 1.0 2.8 1.157 12 L. Rugoso FO FE {2 5.0 2.4 2.816 1.0 2.8 1.157 0.0 1.6 1.6 0.0 2.4 2.4 6.0 2.8 3.657 12 T. Sunki FO FE {2 1.0 2.4 0.816 4.0 2.8 0.514 3.0 1.6 1.225 3.0 2.4 0.15 1.0 2.8 1.157 12 Trifoliata FO FE {2 4.0 2.4 1.066 0.0 2.8 2.8 2.0 1.6 0.1 1.0 2.4 0.816 5.0 2.8 1.728 12 12.0 14.0 8.0 12.0 14.0 60.0 Total {2= 38.274 LXXI Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento das plantas em relação ao ataque de coleobrocas em plantas do experimento de portaenxertos para laranja 'Bahia'. FIGURA 4. 7 6 5 4 3 2 1 0 L. Caipira L. Cravo Copa L. Rugoso copa+P.enxerto T. Sunki Mortas Trifoliata Sadias Os resultados dos levantamentos no pomar n° 5, com experimento de porta-enxertos para laranja 'Hamlin', instalado na Fazenda Experimental Lageado, são apre sentados no Quadro 5, que mostra a Freqüência Esperada (FE) e Freqüência Observada (FO) de plantas atacadas pelas coleobrocas e os valores do Qui-Quadrado ({2). A Figura 5 apresenta os resultados do Qui - Quadrado ({2), mostrando o contraste entre os valores esperados e os valores observados, indicando os porta -enxertos que se destacaram coleobrocas. 'Trifoliata' por apresentar Neste como o maior experimento menos ou menor destacou -se suscetível, por o ataque de porta-enxerto apresentar muitas LXXII plantas sadias e também plantas com ataque de coleobrocas somente na copa. O limão 'Cravo' e a laranja 'Caipira' foram os mais suscetíveis plantas mortas e, para laranja também, com 'Hamlin', ataque apresentando na copa e mui tas no porta - enxerto. QUADRO 5. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de portaenxerto para laranja 'Hamlin'. PORTAENXERTOS COPA COPA+ FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL PORTAENXERTO L. Caipira FO FE {2 0.0 1.6 1.6 8.0 4.0 4.0 4.0 3.6 0.044 0.0 2.4 2.4 0.0 0.4 0.4 12 L. Cravo FO FE {2 0.0 1.6 1.6 2.0 4.0 1.0 4.0 3.6 0.044 6.0 2.4 5.4 0.0 0.4 0.4 12 L. Rugoso FO FE {2 0.0 1.6 1.6 2.0 4.0 1.0 5.0 3.6 0.544 5.0 2.4 2.816 0.0 0.4 0.4 12 T. Sunki FO FE {2 1.0 1.6 0.225 6.0 4.0 1.0 5.0 3.6 0.544 0.0 2.4 2.4 0.0 0.4 0.4 12 Trifoliata FO FE {2 7.0 1.6 18.225 2.0 4.0 1.0 0.0 3.6 3.6 1.0 2.4 0.816 2.0 0.4 6.4 12 8.0 20.0 18.0 12.0 2.0 60.0 Total {2= 57.861 LXXIII FIGURA 5. Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas em plantas do experimento de porta-enxertos para laranja 'Hamlin'. 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 L. Caipira L. Cravo Copa L. Rugoso Copa+P.enxerto T. Sunki Mortas Trifoliata Sadias Os dados obtidos no pomar n° 6, com a copa de laranja 'Itaboraí', estão no Quadro 6, que apresenta a Freqüência Esperada (FE) e a Freqüência Observada (FO) de plantas com ataque de coleobrocas e os valores do Qui -Quadrado ({2). A Figura 6 apresenta os valores do Qui-Quadrado ({2), mostrando o contraste entre os valores esperados e os valores observados, indicando os porta -enxertos que se destacam por apresentar maior ou menor ataque de coleobrocas. Neste experimento, destacou-se o porta-enxerto 'Trifoliata' como LXXIV menos suscetível, apresentando grande número de plantas com ataque somente na copa. O limão 'Cravo' e a laranja 'Caipira' foram os mais suscetíveis para laranja 'Itaboraí', apresentando grande número de plantas mortas. QUADRO 6. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores do Qui-Quadrado ({2), do experimento de portaenxertos para laranja ' Itaboraí`. . PORTAENXERTOS COPA COPA+ FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL PORTAENXERTO L. Caipira FO FE {2 0.0 1.6 1.6 2.0 1.2 0.533 4.0 2.2 1.472 1.0 5.0 3.2 5.0 2.0 4.5 12 L. Cravo FO FE {2 0.0 1.6 1.6 0.0 1.2 1.2 2.0 2.2 0.018 10.0 5.0 5.0 0.0 2.0 2.0 12 L. Rugoso FO FE {2 0.0 1.6 1.6 2.0 1.2 0.533 2.0 2.2 0.018 6.0 5.0 0.2 2.0 2.0 0.0 12 T. Sunki FO FE {2 0.0 1.6 1.6 2.0 1.2 0.533 2.0 2.2 0.018 7.0 5.0 0.8 1.0 2.0 0.5 12 Trifoliata FO FE {2 8.0 1.6 25.6 0.0 1.2 1.2 1.0 2.2 0.654 1.0 5.0 3.2 2.0 2.0 0.0 12 8.0 6.0 11.0 25.0 10.0 60.0 Total {2=57.582 LXXV FIGURA 6. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas em plantas do experimento de porta-enxerto para laranja 'Itaboraí'. 30 25 20 15 10 5 0 L. Caipira Copa L. Cravo L. Rugoso Copa+P.enxerto Mortas T. Sunki Trifoliata Sadias LXXVI Os resultados do levantamento no pomar n° 7 com a copa de laranja 'Rubi', está no Quadro 7, que apresenta a Freqüência Observada (FO) e a Freqüência Esperada (FE) de plantas com coleobrocas, e os valores do Qui -Quadrado ({2) A Figura 7 apresenta os valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando valores o contraste observados, destacaram indicando os os valores esperados porta -enxertos e que os se apresentando maior ou menor ataque de coleobrocas. Neste destacou-se entre experimento o 'Trifolia' também apresentando um grande número de plantas sadias e com ataque somente na copa. O limão 'Cravo' volta a ser o mais suscetível apresentando grande número de plantas mortas e nenhuma planta sadia. A tangerina 'Sunki' também mostrou -se muito suscetível para laranja 'Rubi', apresentando plantas com ataque na copa e no porta -enxerto. muitas LXXVII QUADRO 7. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de porta-enxertos para laranja 'Rubi'. PORTAENXERTOS COPA COPA+ FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL PORTAENXERTO L. Caipira FO FE {2 0.0 1.4 1.4 1.0 1.2 0.033 2.0 2.8 0.228 6.0 3.4 1.988 3.0 3.2 0.012 12 L. Cravo FO FE {2 0.0 1.4 1.4 0.0 1.2 1.2 1.0 2.8 1.157 11.0 3.4 16.988 0.0 3.2 3.2 12 L. Rugoso FO FE {2 2.0 1.4 0.257 1.0 1.2 0.033 5.0 2.8 1.728 0.0 3.4 3.4 4.0 3.2 0.2 12 T. Sunki FO FE {2 0.0 1.4 1.4 4.0 1.2 6.533 5.0 2.8 1.728 0.0 3.4 3.4 3.0 3.2 0.012 12 Trifoliata FO FE {2 5.0 1.4 9.257 0.0 1.2 1.2 1.0 2.8 1.157 0.0 3.4 3.4 6.0 3.2 2.45 12 7.0 6.0 14.0 17.0 16.0 60.0 Total {2=63.766 LXXVIII FIGURA 7. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento em relação ao ataque de coleobrocas em plantas do experimento de porta enxertos para laranja 'Rubi'. 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 L. Caipira Copa L. Cravo L. Rugoso Copa+P.enxerto Mortas T. Sunki Trifoliata Sadias LXXIX Os dados do levantamento do pomar n° 8, onde foram avaliados porta-enxertos para laranja 'Westin' na Fazenda Experimental Lageado, estão no Quadro 8, que apresenta Freqüência Esperada (FE) e Freqüência Observada (FO) a de plantas com coleobrocas e os valores do Qui -Quadrado({2). A Figura 8 apresenta os valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando valores o contraste observados, destacaram por entre indicando apresentar os os maior valores esperados porta-enxertos ou menor e os que se ataque de coleobrocas. Neste experimento também destacou -se o portaenxerto 'Trifoliata' como o menos suscetível não apresentando nenhuma planta morta. O limão 'Cravo ' continuou sendo o mais suscetível não apresentando nenhuma planta sadia e tendo muitas plantas mortas e com ataque na copa e no porta -enxerto. LXXX QUADRO 8. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de porta-enxertos para laranja 'Westin'. PORTAENXERTOS COPA COPA+ FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL PORTAENXERTO L. Caipira FO FE {2 0.0 0.2 0.2 3.0 2.4 0.15 1.0 1.8 0.355 1.0 3.4 1.694 7.0 4.2 1.866 12 L. Cravo FO FE {2 0.0 0.2 0.2 0.0 2.4 2.4 1.0 1.8 0.355 11.0 3.4 16.988 0.0 4.2 4.2 12 L. Rugoso FO FE {2 0.0 0.2 0.2 2.0 2.4 0.066 3.0 1.8 0.8 3.0 3.4 0.047 4.0 4.2 0.009 12 T. Sunki FO FE {2 0.0 0.2 0.2 4.0 2.4 1.066 3.0 1.8 0.8 2.0 3.4 0.576 3.0 4.2 0.342 12 Trifoliata FO FE {2 1.0 0.2 3.2 3.0 2.4 0.15 1.0 1.8 0.355 0.0 3.4 3.4 7.0 4.2 1.866 12 1.0 12.0 9.0 17.0 21.0 60.0 Total {2= 41.492 LXXXI FIGURA 8. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação de comportamento dos porta-enxertos em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja 'Westin'. 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 L. Caipira L. Cravo Copa L. Rugoso Copa+ P.enxerto T. Sunki Mortas Trifoliata Sadias A análise do comportamento dos porta -enxertos nos oito pomares experimentais onde foram efetuadas os levantamentos, mostrou que há diferença de suscetibilidade deles em relação ao ataque de coleobrocas. Na literatura não foram encontradas informações a respeito de diferença de suscetibilidade de plantas citricas em relação às coleobrocas. LARA (1991) r elata que a diferença de comportamento das plantas em relação às pragas, é devida a três fatores: a) físicos; como a cor atrativa ou repelente à praga; LXXXII b) químicos; substâncias olfativas ou gustativas atrativas ou repelentes e propriedades nutricionai s da planta; e c) morfológicas; tipo e formação da epiderme e, disposição e dimensão das estruturas da planta. Alguns destes fatores ou a interação deles, deve estar relacionada com a diferença de comportamento encontrada nos porta-enxertos em relação às coleobrocas. O Quadro 9 mostra o comportamento de diversos porta-enxertos, plantados no sistema de pé -franco e combinados com diferentes copas de tangerina e laranjas. Estes resultados mostraram que para a tangerina 'Poncan', os porta-enxertos menos suscetíveis às coleobrocas são a tangerina 'Cleopatra' e o citrumelo 'Swingle'. O mais suscetível é a laranja 'Caipira'. Já para a tangerina 'Satsuma', os porta-enxertos menos suscetíveis são os citranges 'Morton' e 'Carrizo' e os mais suscetíveis são o limão 'Cravo', a laranja 'Azeda' e o limão 'Volkameriano'. Para 'Westin' e 'Itaboraí', as o laranjas 'Bahia', porta-enxerto 'Hamlin', menos 'Rubi', suscetível é o 'Trifoliata' e os mais suscetíveis são o limão 'Cravo' e a laranja 'Caipira'. Não encontramos na literartura informações à respeito de espécies e variedades de citros que tenham maior ou menor suscetibilidade ao ataque de coleobrocas. LXXXIII QUADRO 9.Suscetibilidade dos porta -enxertos às coleobrocas, no sistema de pé-franco e combinados com diferentes copas de tangerina e laranjas. Copas Tang. Tang. Lar. Lar. Lar. Lar. Lar. Pé- P. Enxertos Poncan Satsusma Bahia Hamli Rubi Westin Itaboraí franco n Trifoliata ne ++ ++ + + + + ne Cleopatra + ++ ne ne ne ne ne + C.Norton ne + ne ne ne ne ne ne C.Carrizo ne + ne ne ne ne ne ne C.Swingle + ne ne ne ne ne ne ne Volkameriano ++ +++ ne ne ne ne ne +++ L.Rugoso ++ ++ + ++ ++ ++ ++ + C.Troyer ++ ne ne ne ne ne ne ++ L.Caipira +++ ++ +++ +++ ++ ++ +++ ++ T.Sunki ++ ++ ++ ++ +++ ++ ++ ++ L.Azeda ne +++ ne ne ne ne ne ne L.Cravo ++ +++ +++ +++ +++ +++ +++ +++ + ++ +++ ne =Pouco suscetível às coleobrocas = Suscetibilidade média às coleobrocas = Muito suscetível às coleobrocas = Não examinado LXXXIV Através do Quadro 9 observa-se que o 'Trifoliata' e seus híbridos, citranges 'Morton' e 'Carrizo', mostraram -se como os vantagem, citricultura menos suscetíveis estes às porta-enxertos brasileira. Segundo representam menos de 1% coleobrocas. Apesar desta são pouco utilizados SILVA et (1990), al. na eles dos porta -enxertos utilizados em São Paulo. O único estado brasileiro onde o 'Trifoliata' é mais utilizado é o R. Grande do Sul. Lá atualmente cerca de 90% das mudas citricas produzidas, estão enxertadas em 'Trifoliata' (PORTO 1992). A pequena utilização do 'Trifoliata' no Brasil, deve-se à algumas desvantagens deste porta -enxerto. ROESSING (1963) SALIBE & destacam sua incompatibilidade com certas variedades copa, principalmente a laranja 'Pera'. Para POMPEU JÚNIOR (1991), o 'Trifoliata' possue pequeno vigor no viveiro, para produção de mudas. O 'Trifoliata', além de ser o porta -enxerto menos suscetível às coleobrocas, apresenta também outras vantagens. POMPEU JÚNIOR, (1991) destaca sua alta resistência à gomose e a indução de frutos de ótima qualidade. O limão 'Cravo' mostrou-se como o porta-enxerto mais suscetível às coleobrocas. Apesar desta desvantagem, ele é o porta-enxerto mais utilizado na citricultura brasileira. Segundo SILVA et al. (1990) o limão 'Cravo' é o porta-enxerto mais utilizado em São Paulo, com participação de 72% nas mudas cítricas produzidas no período de l984 a 1988. LXXXV Para POMPEU JÚNIOR (1991), porta-enxerto quase exclusivo também o limão 'Cravo' é na citricultura dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Bahia e Distrito Federal. Segundo KOLLER & SOPRANO (1992) o limão 'Cravo' é o porta-enxerto mais utilizado na citricultura de Santa Catarina, estando presente em mais de 61% das mudas produzidas. SALIBE (1974b) justifica a supremacia do portaenxerto limão comportamento 'Cravo', vigoroso crescimento das plantas, destacando suas viveiro, indução no qualidades: de rápido produção precoce, safras volumosas e resistência à seca. POMPEU JÚNIOR (1991) afirma ser neces sário haver maior diversificação no uso de porta -enxertos na citricultura brasileira, que utiliza em escala muito grande o limão 'Cravo'. Este porta-enxerto, "declínio-blight", mostrou-se além como de o ser suscetível ao mais suscetível às coleobrocas, um motivo a mais para ocorrer a diversificação dos porta-enxertos. Como enxertos, POMPEU opções JÚNIOR na diversificação (1991), cita entre de porta - outros a tangerina 'Cleopatra', citrumelo 'Swingle', 'Trifoliata' e citrange 'Morton'. Estes porta-enxertos mostraram-se como os menos suscetíveis às coleobrocas, razão pela qual, deve ser dada LXXXVI maior atenção aos mesmos, no momento de diversificar os porta enxertos 5.1.2 - Comportamento das variedades copa. O levantamento realizado no pomar n ° 9, com quatro variedades de laranja doce, instalado na Fazenda São Manoel, é apresentado no Quadro 10, mostrando a Freqüência Esperada (FE) e a Freqüência Observada (FO) de plantas com ataque de coleobrocas e os valores do Qui -Quadrado ({2). A Figura 9 apresenta os valores do Qui -Quadrado ({2) e a variação de comportamento das variedades copa de laranja, em relação às coleobrocas. Observa-se destas laranjas que em não houve relação ao diferença ataque no de comportamento coleobrocas. As variedades 'Pera', 'Natal', 'Valência' e 'Rubi' comportaram -se como suscetíveis. LXXXVII QUADRO 10. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de variedades copa de laranja doce. PORTAENXERTOS COPA COPA+ FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL PORTAENXERTO Natal FO FE {2 0.0 0.66 0.666 6.0 7.12 0.173 l.0 1.77 0.340 4.0 4.0 0.0 9.0 6.45 1.013 20 Pera FO FE {2 2.0 1.0 1.0 7.0 10.66 1.260 3.0 2.67 0.041 8.0 6.0 0.666 10.0 9.67 0.011 30 Valência FO FE {2 1.0 1.0 0.0 15.0 10.66 1.760 2.0 2.67 0.166 2.0 6.0 2.666 10.0 9.67 0.011 30 Rubi FO FE {2 0.0 0.34 0.333 4.0 3.56 0.055 2.0 0.89 1.388 4.0 2.0 2.0 0.0 3.21 3.222 10 3.0 32.0 8.0 18.0 29.0 90.0 Total {2= 16.779 LXXXVIII FIGURA 9. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação do ataque de coleobrocas no experimento de variedades copa de laranja doce da Fazenda São Manoel. 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Natal Copa Pera Copa+P.enxerto Valência Mortas Rubi Sadias A análise dos levantamentos dos pomares n° 4, 5, 6, 7 e 8 com as cinco variedades copa de laranja, instalados na Fazenda Experimental Lageado, mostrou que comportamento entre as houve diferença de variedades 'Hamlin', 'Bahia', 'Rubi', 'Westin' e 'Itaboraí' em relação às coleobrocas. O Quadro 11 apresenta os valores da Freqüência Esperada (FE) e Freqüê ncia Observada (FO) de plantas com ataque de coleobrocas valores do Qui-Quadrado({2) e os LXXXIX QUADRO l1.Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de copas e porta-enxertos da Fazenda Experimental Lageado. PORTAENXERTOS COPA COPA+ FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL PORTAENXERTO Itaboraí FO FE {2 8.0 7.2 0.088 6.0 11.6 2.703 11.0 12.0 0.083 25.0 16.6 4.250 10.0 12.6 0.536 60.0 Rubi FO FE {2 7.0 7.2 0.005 6.0 11.6 2.703 14.0 11.0 0.333 17.0 16.6 0.009 16.0 12.6 0.917 60.0 Westin FO FE {2 1.0 7.2 5.338 12.0 11.6 0.013 9.0 12.0 0.750 17.0 16.6 0.009 21.0 12.6 5.600 60.0 Bahia FO FE {2 12.0 7.2 3.200 14.0 11.6 0.496 8.0 12.0 1.333 12.0 16.6 1.274 14.0 12.6 0.155 60.0 Hamlin FO FE {2 8.0 7.2 0.088 20.0 11.6 6.082 18.0 12.0 3.000 12.0 16.6 1.274 2.0 12.6 8.917 60.0 36.0 58.0 60.0 83.0 63 300.0 valores do Total {2= 49.168 A Quadrado ({2) Figura 10 evidenciando apresenta o os contraste entre os Qui - valores esperados e os valores observados, mostrando o comportamento das variedades coleobrocas. copa de laranja, em relação ao ataque de XC FIGURA l0.Valores do Qui -Quadrado({2) mostrando a variação de comportamento das variedades copas em relação ao ataque de coleobrocas no experimento de copas porta-enxertos da Fazenda Experimental Lageado. 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Itaboraí Rubi Copa Westin Copa+ P.enxerto Bahia Mortas Hamlin Sadias Através da figura 10, observa-se que a variedade 'Hamlin' comporta-se como a mais suscetível, apresentando poucas plantas sadias e muitas plantas com ataque na copa e no porta-enxerto. Já a variedade 'Westin' comporta -se como a menos suscetível, apresentando muitas plantas sadias e apenas uma planta com ataque na copa. As demais variedades mostraram comportamento intermediário. O variedades copa Quadro de 12 laranja ataque de coleobrocas. mostra em o relação comportamento à suscetibilidade das ao XCI QUADRO 12. Suscetibilidade das copas de laranja em relação ao ataque de coleobrocas. COPAS SUSCETIBILIDADE Westin * Pera ** Natal ** Valência ** Rubi ** Bahia ** Itaboraí ** Hamlin *** * - Pouco suscetível às coleobrocas ** - Suscetibilidade média às coleobrocas *** - Muito suscetível às coleobrocas Estes copa de laranja resultados também mostraram apresentam que um as variedades comportamento diferenciado em relação às coleobrocas. A variedade 'Westin' mostrou-se como a menos suscetível e a variedade 'Hamlin' como a mais 'Pera', suscetível 'Natal', ao ataque 'Valência', das coleobrocas. 'Rubi', 'Bahia', As variedades e 'Itaboraí', comportam-se de maneira intermediária, não havendo diferença de suscetibilidade coleobrocas. entre elas em relação ao ataque de XCII Estes resultados contrariam FONSECA E AUTUORI (1933), que relataram que as coleobrocas atacam sem distinção todas as espécies do gênero Citrus. As variedades 'Pera', 'Natal' segundo MAIA (1992), respondem e 'Valência', que por aproximadamente 90% da laranja produzida em São Paulo, mostraram -se como suscetíveis às coleobrocas. A variedade 'Westin', a única a apresentar -se como menos suscetível, representa menos de 1% da laranja cultivada em São Paulo. A variedade 'Hamlin' que se mostrou como a mais suscetível às coleobrocas, representa segundo MAIA (1992), cerca de 4% da laranja produzida em São Paulo. 5.2 - Influência das condições do pomar na ocorrência de coleobrocas 5.2.1 - Correlação das condições do pomar na ocorrência de coleobrocas Os levantamentos realizados nos 60 pomares comerciais dos municipios de Botucatu, São Manoel, São Pedro, Limeira, Araras e Cordeirópolis, mostraram que as condições do pomar influem na ocorrência de coleobrocas. XCIII Nestes pomares foram levantados os dados de área do pomar, idade das plantas, produção em caixas por planta, destino da produção (indústria ou mercado "in natura"), adubação em kg/planta/ano, matocompetição e pH do solo. Os pomares foram avaliados também visualmente, uma um nota de 1 a 5 a cada deles, atribuindo -se conforme suas características. A nota 1 foi dada ao pomar de péssima qualidade e a nota 5 ao pomar de excelente qualidade. Os dados obtidos foram correlacionados com a ocorrência de coleobrocas do tronco e do ramo e com a nota do pomar. O Quadro 13, com a análise de correlações, mostra os resultados do valor de (r), indicando os níveis de significância dos fatores com a incidência de coleobrocas e a nota de cada pomar. XCIV QUADRO 13. Correlação entre as condições do pomar com a ocorrência de coleobrocas do tro nco e do ramo e a nota do pomar, e valores de (r), indicando os níveis de significância. Broca do tronco Broca do Ramo Nota do pomar Área -0.34537ns 0.86543** 0.42413** Idade 0.15042ns 0.12064ns -0.28175ns Produção -0.38334ns 0.03474ns 0.72007** Destino -0.39825* -0.45091ns 0.48266** Adubação -0.45124* 0.77433* 0.59726** VARIÁVEIS Matocompetição 0.59094** -0.69354* -0.62948** pH solo 0.55231** -0.25811ns 0.08220ns Broca tronco 1.00000 -0.45398ns -0.55247** Broca ramo -0.45398ns Nota pomar -0.55247** * ** ns 1.00000 -0.37039ns -0.37039ns 1.00000 - Significativo a 5% - Significativo a 1% - Não significativo A área do pomar não tem correlação significativa com a ocorrência de coleobrocas do tronco. Já para a broca do ramo a área tem correlação positiva altamente significativa. Isto sugere que para a ocorrência da broca do tronco o tamanho do pomar não tem importância. Para a broca do ramo, quanto maior a área, maior a prob abilidade de sua ocorrência. Com relação à nota do pomar, existe uma correlação positiva altamente significativa entre a área e a nota. Pomares XCV maiores normalmente recebem maiores cuidados e mais tecnologia, e por isto tem melhor qualidade e maior nota. A idade do pomar não tem correlação significativa tanto para broca do tronco como do ramo. Este resultado mostra que a idade da planta não é fator determinante ou restritivo para a ocorrência de coleobrocas. Este resultado não coincide com o de ARAUJO (1937) que constatou a ocorrência de coleobrocas em pomares velhos. Já KUBO et al. (1987) relataram que nos últimos anos as coleobrocas passaram a atacar também pomares novos. Com relação à nota, não existe correlação significativa. A qualidade do pomar est á mais ligada à tecnologia e investimentos do que à idade das plantas. A significativa produção do broca tronco para do pomar nãotem e para correlação broca do ramo. MACHADO et al. (1989) relatam que a broca do ramo tem sido constatada em pomares produtivos e a broca do tronco em pomares com baixa produtividade. Já para a nota do pomar, a produção tem correlação positiva altamente significativa. Com relação ao destino da produção, os resultados mostram que para a coleobroca do tronco há uma correlação negativa significativa quando a fruta destina -se para o mercado "in natura". Para a broca do ramo não há correlação significativa. Para a nota do pomar o destino da produção tem correlação positiva altamente significativa quando a fruta se destina ao mercado "in natura". Quanto correlação negativa à adubação significativa em do pomar, relação ao existe ataque uma de XCVI coleobrocas do tronco, mostrando que quanto maior a adubação, menor a ocorrência destas coleobrocas. Já para a broca do ramo existe uma correlação positiva significativa, mostrando que em um pomar bem adubado pode haver incidência desta broca. Estes resultados concordam com MACHADO et al. (1989), que constataram a ocorrência de coleobrocas do tronco em pomares depauperados e a broca do ramo em pomares com boas condições. Com relação à nota do pomar, a adubação tem correlação positiva altamente significativa. Quanto à incidência de ervas daninhas no pomar, houve uma correlação positiva altamente significativa entre a ocorrência de invasoras e a ocorrência de coleobrocas do tronco. Este resultado é o mesmo encontrado por GARCIA (1987) que também constatou alta ocorrência da coleobroca do tronco em pomares abandonados. Já para a broca do ramo, ocorreu uma correlação negativa significativa, indicando que ela poderá ocorrer em maior escala em pomares bem cuidados, como relatam também MACHADO et al (1989). Para a nota do pomar, existe uma correlação negativa altamente significativa. Pomares com muito mato tiveram notas baixas. Pomares com pouco mato, que utilizam herbicida na linha e roçadeira na entre -linha, tiveram notas altas. Para o pH do solo, ocorreu uma correlação positiva altamente significativa para a broca do tronco. Para a broca do ramo não ocorreu correlação significativa. T ambém para a nota do pomar não houve correlação significativa. XCVII Com relação à nota do pomar, a broca do tronco teve uma correlação negativa altamente significativa com a nota do pomar. Estes resultados mostram que em pomares com nota alta, que são bem cuidados, com boa sanidade, adubação e alta produtividade, há baixa ocorrência da broca do tronco. Em Pomares com nota baixa, ou seja, mal cuidados, com deficiências nutricionais, produtividade, ocorrência existe de alta outras pragas incidência e desta doenças e baixa coleobroca. Estes resultados concordam com ARAUJ0 (1937), GARCIA (1987) e MACHADO et al. (1989), que também constataram a ocorrência desta coleobroca em pomares mal tratados, abandonados, depauperados e com baixa produtividade. Para a broca do ramo não houve correlação significativa com a nota, indicando que este tipo de broca pode ocorrer em qualquer tipo de pomar, conforme também constataram Os resultados KUBO et al. (1987). destes levantamentos indicaram que a ocorrência da broca do tronco Macropophora accentifer está diretamente ligada às condições do pomar. Pomares com baixa atividade fisiológica, péssimo controle fitossanitário e de invasoras e pouco adubados, estão mais predispostos ao ataque desta coleobroca. Já pomares sadios, com boa atividade fisiológica, bom controle de invasoras e bem adubados, estão menos predispostos ao seu ataque. Para a broca do ramo Diploschema rotundicolle, os resultados mostraram que as condições do pomar não tem muita influência na sua ocorrência. XCVIII Os porta-enxertos e as variedades copa não foram correlacionados com a ocorrência de coleobrocas, uma vez que, nos pomares comerciais onde foram feitos os levantamentos, o limão 'Cravo' foi o porta-enxerto utilizado em mais de 80% dos pomares. As variedades copa também não foram correlacionadas, pois as laranjas 'Pera', 'Natal' e 'Valência' e a tangerina 'Poncan' estavam presentes em mais de 75% dos pomares. 5.2.2- Resultados da análise da atividade da enzima peroxidase As análises que quantificaram a enzima peroxidase evidenciaram que existe atividade da diferença de comportamento desta enzima com as condições do pomar. Foi peroxidase em analisada plantas sadias separadamente e em plantas a atividade atacadas da pelas coleobrocas. O Quadro 14 mostra a correlação entre a atividade da peroxidase e as condições do pomar, com o valor de (r) indicando os níveis de significância. QUADRO 14.Correlação entre a atividade da peroxidase de plantas sadias e atacadas por coleobrocas e as XCIX condições do pomar, com o valor de (r) indicando os níveis de significância. Condições do pomar Área Peroxidase Plantas Sadias -0.28033* Idade -0.10733ns -0.11861ns Produção -0.31283* -0.02888ns Destino -0.43816** 0.07111ns Adubação -0.25331ns 0.07391ns Matocompetição 0.38273** -0.10248ns pH solo 0.05200ns 0.24351ns Nota Pomar -0.57974** -0.03216ns Broca do tronco -0.05097ns 0.13507ns 0.99807** 0.59547ns Broca do ramo * - Significativa a 5% ** - Significativa a 1% ns - Não significativa Peroxidase Plantas Atacadas 0.00904ns C Com relação à área do pomar, existiu uma correlação negativa significativa com a atividade da peroxidase nas plantas sadias. Isto significa que com o aumento do tamanho do pomar, ocorre uma melhoria nas condições do pomar e com isto há diminuição da atividade da peroxidase. Nas plantas atacadas não houve corrrelação significativa. Não houve correlação significativa entre a idade do pomar e a intensidade de atividade da peroxidase tanto para plantas sadias como nas plantas atacadas. Também para nota do pomar e ataque de coleobrocas, a idade do pomar não influe na atividade da peroxidase. O que teve influência foi o manejo e as condições do pomar. Houve correlação negativa significativa entre a produção do pomar e a intensidade de atividade da peroxidase. Como o aumento da produção indica que o pomar está em boas condições fisiológicas, indicando esta a tendência. atividade Nas da plan tas peroxidase atacadas foi não baixa houve correlação significativa. Os resultados evidenciaram que em pomares destinados ao mercado "in natura", ocorreu uma melhoria em suas condições de produção e isto implicou em diminuição da atividade da peroxidase. Foi constatada uma correlação negativa altamente significativa nas plantas sadias. Para plantas atacadas não houve correlação significativa. A adubação do pomar não teve muita influência na atividade da peroxidase, pois tanto nas plantas sadias quanto nas plantas atacadas não houve correlação significativa. CI Com houve relação ao controle de ervas daninhas, correlação positiva altamente significativa nas plantas sadias. Conforme aumenta a presença de invasoras, aumenta a atividade da peroxidase, evidenciando que a concorrência de plantas daninhas no pomar causa "stress" fisiológico nas plantas. Nas plantas atacadas não houve correlação significativa. Com relação ao pH do solo não houve correlação significativa tanto nas plantas sadias como para plantas atacadas. Houve correlação negativa altamente significativa entre a nota do pomar e atividade da peroxidase nas plantas sadias. Com isto, comprova -se que em pomares com boa atividade fisiológica, ausência de pragas e doenças, boa nutrição, bom controle de invasoras e crescimento vegetativo, ocorre uma baixa atividadade da peroxidase. Já os pomares com fraco desenvolvimento vegetativo, presença de pragas e doenças e com muitos sintomas de deficiências apresentaram alta atividade da peroxidase. relatos de VAN HUYSTEE (1987) de que nutricionais, Isto confirma os as plantas sob condições de "stress" aumentam a atividade da peroxidase. Nos pomares com nota baixa houve alta atividade da peroxidase, provavelmente em resposta a algum tipo de "stress" causado por ferimentos de outras pragas, ocorrência de invasoras, infecção por fungos, déficit nutricional entre outros. LELYVELD et al. (1975) constatou que a atividade da peroxidase de folhas de limão 'Rugoso' foi maior em plantas doentes, infectadas por Phytophtora sp do que em plantas sadias. CII Em plantas atacadas a nota do pomar não teve correlação significativa com a atividade da peroxidase. A figura 11 mostra a variação da atividade da peroxidase de plantas sadias e atacadas por coleobrocas em função da nota do pomar. FIGURA 11.Atividade da peroxidase de plantas sadias e atacadas por coleobrocas em função da nota do pomar. 20 18 16 14 12 Tempo em 10 segundos 8 6 4 2 0 Nota 1 Nota 2 Nota 3 Plantas sadias Não houve Nota 4 Nota 5 Plantas atacadas correlação significativa entre broca do tronco e atividade da peroxidase nas plantas sadias. Isto evidencia que a broca do ramo ataca pomares depauparados, e CIII neste caso, a atividade da peroxidase não varia muito, mesmo nas plantas não atacadas. Nas plantas atacadas também não houve correlação significativa. Para a broca do ramo houve uma correlação positiva altamente significativa nas plantas sadias. Nas plantas atacadas não houve correlação significativa, evidenciando que a atividade da peroxidase não muda em plantas já atacadas pelas coleobrocas. Todas as correlaçães da peroxidase nas plantas atacadas não foram significativas. Estes resultados mostram que não ocorre variação significativa da atividade da peroxidase em plantas atacadas por coleobrocas. Uma vez a planta atacada, a atividade da peroxidase será elevada. Os resultados destas análises bioquímicas indicaram que é possível, através da determinação da atividade da peroxidase, fisiológica. identificar TADEO & pomares PRIMO com MILLO boa atividade (1990) também constataram que a peroxidase pode ser utilizada como indicador da senescência da planta. Como foi principalmente a do tronco, constatado que as coleobrocas, atacam plantas com baixa atividade fisiológica, é possível, através da determinação da atividade da peroxidase, identificar pomares predispostos ao ataque coleobrocas. destas CIV 6 - CONCLUSÕES A realização deste trabalho nos permitiu concluir que os fatores estudados interferem na predisposição dos citros ao ataque das coleobrocas. Os fatores que aumentam a predisposição das plantas cítricas às coleobrocas são: - Utilização de porta-enxertos muito às coleobrocas como limão 'Cravo', laranja suscetíveis 'Azeda', laranja 'Caipira' e limão 'Volkameriano'. - Pomares depauperados, com baixa atividade fisiológica, péssimo controle fitossanitário e de invasoras. Os fatores que diminuem a predisposição das plantas cítricas às coleobrocas são: - Utilização de porta-enxertos pouco suscetíveis às coleobrocas, como tangerina 'Cleopatra', 'Trifoliata' e seus CV híbridos citrumelo 'Swingle 4475' e citranges 'Carrizo' e Morton'. - Pomares com boa atividade fisiológica, bom controle de invasoras e bem adubados. A idade da planta não é um fator de alta em predisposição das plantas às coleobrocas. A atividade da enzima peroxidase é pomares depauperados e atacados pelas coleobrocas e baixa em pomares produtivos e com boa atividade fisiológica. Através da determinação da atividade da enzima peroxidase, é possível identificar a atividade fisiológica do pomar, indicando a predisposição ou não das plantas ao ataque da coleobroca do tronco Macropophora accentifer. CVI 7 - SUMMARY The occurrence of citrus borers was studied in experimental and commercial orchards, in order to identify factors that can predispose the citrus trees to these pests. The research consisted of a survey realized in 60 commercial orchards of Botucatu, São Manoel, São Pedro, Limeira, Cordeirópolis e Araras counties, and 9 experimental orchards that belong to the Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP-Campus de Botucatu. The investigation also consisted of chemical and biochemical anal yses of samples collected at the commercial orchards. The aim of the survey in experimental orchards was to verify the behavior of different scion varieties and rootstocks in relation to the citrus borers, while in commercial orchards the survey predispose the citrus aimed to identify the factors that can trees to attack of the borers. Chemical anal yses consisted of identification of the soil pH and biochemical anal yses, of determination of CVII peroxidase enz ym e activit y in sound trees, and in trees attacked by the borers. The results of this work showed that some factors can predispose the citrus trees to the attack of borers. Among these factors are the rootstock species and scion variet y, and the orchard conditions. 'Rangpur' lime, 'Caipira' sweet orange, Sour orange, and 'Volkameriana' lemon rootstocks presented highest susceptibility to the borers. 'Cleopatra' mandarin, 'Trifoliata' and its hybrids citranges were 'Swingle' the least citrumelo, susceptible 'Carrizo' to the and 'Morton' borers. 'Sunki' mandarin, 'Troyer' citrange and 'Rough' le mon rootstocks were situated in the intermediate range. The scion variety 'Westin' sweet orange was the least susceptible and 'Hamlin' sweet orange the most susceptible to the borers. The varieties 'Valência', 'Pera', 'Rubi', 'Bahia', 'Itaboraí' and 'Natal' sweet oranges were situated in a intermediate range of susceptibility to the attack of borers. Poor and defficient orchards with low physiological activity control of pests, diseases and weeds, showed predisposition to the attack of the trunck bor er Macropophora accentifer. On the other hand, sound orchards with good physiological activit y, good weed control nutrition, were less predisposed to the attack of this borer. As to the occurence of branch borer Diploschema rotundicolle, the orchard conditions had no influence. CVIII Enzimatic activity of sound orchards peroxidase was low in with good physiological activit y, high in poor orchards attacked by the borers. Through determination of peroxidase enzimatic activity, it was possible to ident ify the level of physiological activity in the orchards, indicating if the trees are predisposed or not to accentifer. the attack of the trunk borer Macropophora CIX 8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - * ALTUBE, H. et al. Caracterizacion de variedades y portainjertos de vid. mediante isoenzimas de lossarmientos. Vitis, v.30, p.203-l1, 1991. AMARO, A. A. et al. Panorama da citricultura brasileira. In: RODRIGUES, O. et al. Citricultura brasileira. 2.ed. São Paulo: Fundação Cargill, 1991. v.1, p.22 -53. ANZALONI, J. E. S. F. (Coord.) FUNDECITROS/CATI, Guia do citricultor. s.l.: s.d. 35p. ARAUJO, R. L. Brocas das plant as cítricas. Biológico São Paulo v.5, p.292-5, 1937. * ASSOCIAÇÃO BRASISLEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. referências bibliográficas. Rio de Janeiro, 1989. 19 p. NBR6023: CX AUTUORI, M. Brocas dos citros. Biológico Biológico, v.2, p.323-7, 1936. BALLVE, R. M. L. et al. 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