FATORES QUE PREDISPOEM AS PLANTAS CÍTRICAS AO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
FATORES QUE PREDISPOEM AS PLANTAS CÍTRICAS AO
ATAQUE DE COLEOBROCAS.
EUCLIDES SCHALLENBERGER
Engenheiro Agrônomo
Dissertação apresentada à
Faculculdade de Ciências Agronômicas
do Campus de Botucatu - UNESP,
para obtenção de título de Mestre
em
Agronomia,
Área
de
concentração em Horticultura.
BOTUCATU - SP
JULHO - 1994
II
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
FATORES QUE PREDISPOEM AS PLANTAS CÍTRICAS AO
ATAQUE DE COLEOBROCAS
EUCLIDES SCHALLENBERGER
Engenheiro Agrônomo
Dr. WILSON BADIALI CROCOMO
Orientador
Dissertação apresentada à Facul dade de Ciências Agronômicas do
Campus de Botucatu - UNESP, para
obtenção do título de Mestre em
agronomia, Área de Concentração
em Horticultura.
BOTUCATU - SP
SETEMBRO - 1994
III
Aos meus Filhos Bárbara e Felipe,
pela
convivência diária,
ofereço,
À secretária Tânia, pela cooperação permanente,
o reconhecimento,
À
esposa Teresinha, pela amável companhia,
dedico
IV
AGRADECIMENTOS
- Ao Professor Dr. Wilson Badiali Crocomo, pela orientação e
decisiva participação neste trabalho, assim como, pela amizade
e incentivo manifestados durante
todo o período de curso.
- Ao Professor Dr. Ary Aparecido Salibe, pelas sugestões e
colaboração prestadas no projeto de pesquisa.
-
À
EPAGRI,
Empresa
à
que
estamos
vinculados,
pela
oportunidade de realização do curso de Pós -Graduação e apoio
prestado durante todo período de realização do curso.
- Ao Dr. Osvino Leonardo Koller, pesquisador da EPAGRI, pela
revisão deste trabalho e sugestões apresentadas.
-
Ao
analista de sistemas
do pólo
computacional
Lageado,
Dr. Angelo Cataneo, pela orientação e elaboração do programa
de análise estatística.
-
Aos
Professores
do
Departamento
de
Horticultura,
pelos
conhecimentos transmitidos e amizade demonstrada durante o
curso.
V
-
Ao
colega
José
Ribamar
Gusmão
Araújo,
pela
redação
do
sumary.
- Aos funcionários
convivência
Gonçalves
e
e
do Departamento de Horticultura, pelo apoio,
amizade,
em
especial
Benedito
Thomé
ao
Admilson
Franco,
pelo
Moisés
apoio
nos
levantamentos de campo e análises realizadas.
-
Aos
funcionários
da
Fazenda
São
Manoel,
em
especial
ao
Nilton Aparecido de Moraes, pelo apoio nos levantamentos
realizados nos pomares.
- Aos Professores e funcionários do Departamento de Defesa
Fitossanitária,
pela
amizade
e
conhecimentos
transmitidos
durante o curso.
- Aos Professores Osvaldo Galvão Brasil
Pereira
Lima
do
Departamento
de
e
Química
Giuseppina Pace
do
Intituto
de
Biociências, pelo apoio, incentivo e colaboração prestada no
projeto de pesquisa.
- Aos demais Professores e funcionários do Departamento de
Bioquímica, pelo apoio e amizade.
- Aos Professores e funcionários do Departamento de Ciências do
Solo, pela colaboração e análises realizadas.
VI
- Aos funcionários da Biblioteca da F.C.A., pela amizade e
colaboração prestada durante o curso.
- Ao
FUNDECITROS,
em
especial
ao
Engenheiro Agrôn omo
Ricardo Simões Coelho, pela grande colaboração prestada nos
levantamentos realizados nos pomares comerciais.
- Aos
companheiros
da
CATI,
José
Dagoberto
De Negri do
DEXTRU-Campinas, Alcides Paggiaro Filho da Delegacia de
Limeira, José Amadeu dos Santos da Casa da Agricultura de
Limeira, Oracy Moral Pereira da Casa da Agricultura de São
Pedro e Mario Eduardo
Botucatu, pela
Fumes da Casa da Agricultura de
colaboração
nos levantamentos nos pomares
comerciais.
-
Ao
Pesquisador
Laerte
Biológico de Campinas,
Antônio
pelos
Machado ,
conhecimentos
do
Instituto
transmitidos na
área de biologia das coleobrocas dos citros.
- À CAPES, pelo auxilio financeiro, decisivo para realização dos
levantamentos de campo.
- Aos colegas de curso, pela grande amizade e convivência.
-
À
todos
aqueles
que
de
realização deste trabalho.
alguma
forma,
contribuiram
para
VII
VIII
S U M Á R I O
Página
LISTA DE
QUADROS
LISTA DE FIGURAS
X
XII
1. - RESUMO
01
2. - INTRODUÇÃO
04
3. - REVISÃO DE LITERATURA
07
3.1 - Os citros
3.1.1 - Porta-enxertos dos citros
3.2.- As pragas dos citros
3.2.1
- As Coleobrocas dos citros
07
10
12
14
3.2.1.1 - Diploschema rotundicolle
19
3.2.1.2 - Macropophora accentifer
23
3.2.1.3 - Cratosomus reidii
3.3 - A Enzima Peroxidase
26
29
3.3.1 - Descrição da peroxidase
29
3.3.2 - Funções da peroxidase
30
3.3.3 - Utilização da peroxidase
33
4. - MATERIAL E MÉTODOS
36
IX
4.1 - Levantamentos nos pomares experimentais
37
4.1.1 - Avaliação do comportamento dos porta enxertos e das variedades copa em re lação
às
coleobrocas
37
4.2 - Levantamentos nos pomares comerciais
40
4.2.1 - Levantamento da ocorrência de coleobrocas
40
4.2.2.- Levantamento das condições do pomar
40
4.2.3 - Nota do pomar
42
4.3 - Caracterização química do pomar
43
4.3.1 - Análise química
43
4.3.2 - Análise bioquímica
44
4.4 - Avaliação das informações obtidas
46
5. - RESULTADOS E DISCUSSÃO
48
5.1 - Comportamento das espécies e cultivares de
citros em relação ao ataque de coleobrocas.
48
5.1.1 - Comportamento dos porta-enxertos 49
5.1.2 - Comportamento das variedades copa
74
5.2 - Influência das condições do pomar na
ocorrência de coleobrocas.
80
5.2.1 - Correlação das condições do pomar
com o ataque de coleobrocas
80
5.2.2 - Resultado da análise da atividade
da enzima peroxidase.
6. - CONCLUSÕES
86
93
X
7. - SUMMARY
8. - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
95
98
XI
LISTA DE QUADROS
Quadro
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Página
Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de péfranco de porta-enxertos. . . . . . . . . . .. . . . . .
50
Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para tangerina Poncan.. . . . . . . . . . . .
53
Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para tangerina Satsuma. . . . . . . . . . . .
55
Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para laranja Bahia . . ...... . . . . . . . . .
58
Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para laranja Hamlin. . ...... . . . . . . . . .
60
Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para laranja Itaboraí. ...... . . . . . . . . .
62
Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de por-
XII
enxertos para laranja Rubi . . . . . . . . . . . . . . .
65
Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de porenxertos para laranja Westin
. . . . . . . . . . . . .
68
Suscetibilidade dos porta-enxertos no sistema de
pé-franco e combinados com diferentes copas de
tangerinas e laranjas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
71
10. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de variedades copa de laranjas doce
. . . . . . . . . . . . .
75
11. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valo res do Qui-Quadrado ({2) no experimento de copas
e porta-enxertos da Fazenda Experimental Lageado.
77
12. Suscetibilidade das copas de laranja em relação ao
ataque de coleobrocas.
79
13. Correlação entre as condições do pomar e a ocorrên cia de coleobrocas do tronco e do ramo e a nota do
pomar, com os valores de (r), indicando os níveis de
significância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
82
14. Correlação entre a atividade da peroxidase de plan tas sadias e atacadas por coleobrocas e as condi ções do pomar, com o valor de (r) indicando os
níveis de significância. . . . . . . . . . . . . . . . . . .
87
8.
9.
XIII
LISTA
DE
FIGURAS
Figura
1.
2.
3.
4.
5.
Página
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas em plantas do experimento de
pé-franco de porta-enxertos. . . . . . . . . . . . . . . . .
51
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para tangerina Poncan. . . . . . . . . . . . . .
54
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para tangerina Satsuma . . . . . . . . . . . . .
56
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja Bahia . . . . . . . . . . . . . . .
59
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas no experimento de por ta-
XIV
enxertos para laranja Hamlin. . . . . . . . . . . . . . .
6.
7.
8.
61
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja Itaboraí. . . . . . . . . . . . . .
63
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja Rubi . . . . . . . . . . . . . . . . .
66
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja Westin . . . . . . . . . . . . . . .
69
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
do ataque de coleobrocas no experimento de varieda des copa de laranja doce da Fazenda São Manoel . .
76
10. Valores de Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento das variedades copa em relação ao
ataque de coleobrocas no experimento de copas e
porta-enxertos da Fazenda Experimental Lageado.. ..
78
9.
l1. Atividade da peroxidase em plantas sadias e a tacadas
por coleobrocas em função da nota do pomar . . . . .
90
XV
1- RESUMO
A
estudada
em
ocorrência
pomares
de
coleobrocas
comerciais
e
dos
citros
experimentais,
foi
visando
identificar fatores que podem predispor as plantas cítricas à
estas pragas.
O trabalho consistiu de diversos levantament os
realizados
Botucatu,
Araras e
de
em
São
60
pomares
Manoel,
São
comerciais
Pedro,
dos
Limeira,
municípios
Cordeirópolis
de
e
em 9 pomares experimentais pertencentes à Faculdade
Ciências
Agronômicas
da
UNESP -Campus
de
Botucatu.
O
trabalho consistiu também de análises químicas e bioquímicas de
material coletado nos pomares comerciais.
Os
levantamentos
nos
pomares
experimentais
objetivaram verificar o comportamento das diferentes variedades
copa e dos diferentes porta-enxertos em relação às coleobroca s.
Nos pomares comerciais, tiveram como objetivo identificar quais
os
fatores de produção que podem predispor as plantas cítricas
ao ataque das coleobrocas.
XVI
As análises químicas
constaram da identificação
do pH do solo e as análises bioquímicas, d a determinação da
atividade da enzima peroxidase em plantas sadias e atacadas
pelas coleobrocas.
Os
resultados
deste
trabalho
mostraram
que
alguns fatores podem predispor as plantas cítricas ao ataque de
coleobrocas. Entre estes fatores destacam -se a espécie de portaenxerto e de variedade copa utilizadas e as condições do pomar.
Os
porta-enxertos
limão
'Cravo',
laranja
'Caipira', laranja 'Azeda' e limão 'Volkameriano' mostraram -se
os mais suscetíveis às coleobrocas. A tangerina 'Cleópatra',
'Trifoliata' e seus híbridos
'Carrizo'
e
'Morton'
coleobrocas.
citrumelo 'Swingle' e
mostraram-se
A tangerina
os
'Sunki',
menos
citrange
o
citranges
suscetíveis
'Troyer'
e
às
limão
'Rugoso' apresentaram-se como intermediários.
A variedade copa de laranja 'Westin' mostrou-se
como a menos suscetível e a variedade 'Hamlin' como a mais
suscetível
'Rubi',
às
coleobrocas.
'Bahia',
intermediárias
'Itaboraí'
As
variedades
e
'Natal'
'Valência',
'Pera',
mostraram -se
como
em relação ao ataque das coleobrocas.
Pomares
depauperados,
com
baixa
atividade
fisiológica e deficiente controle fitossanitário e de invasoras,
mostraram estar predispostos ao ataque da coleobroca do tronco
Macropophora accentifer. Já pomares
fisiológica,
bom
controle
das
sadios, com boa atividade
invasoras
e
bem
adubados,
mostraram estar menos predispostos ao ataque desta coleobroca.
XVII
Para a ocorrência da broca do ramo Diploschema
rotundicolle, as condições do pomar não tiveram influência.
A atividade da enzima peroxidase foi baixa em
pomares
sadios
e
com
boa
atividade
fisiológica
e
alta
em
pomares depauperados e atacados pelas coleobrocas.
Através da determinação da atividade da enzima
peroxidase,
atividade
plantas
foi
possível
fisiológica,
ao
accentifer.
ataque
da
identificar
indicando
a
coleobroca
nos
pomares
pr edisposição
do
tronco
o
nível
da
ou
não
das
Macropophora
XVIII
2 - INTRODUÇÃO
O
Brasil
vem
se
destacando
na
citricultura
mundial, pois além de ser o maior produtor de citros, é também o
maior exportador
de suco concentrado de laranja. Esta atividade
gera muitas riquezas e tem uma grande importância econômica e
social para o país.
A
ameaçado
por
citricultura
problemas
brasileira
fitossanitários.
sempre
Diversas
esteve
pragas
e
doenças tem causado preocupações e prejuízos enonômicos aos
citricultores.
Dentre as doenças, merecem destaque o cancro
cítrico, a gomose, o declínio e a CVC.
Dentre
as
pragas,
destacam-se
os
ácaros,
cochonilhas, mosca-das-frutas, coleobrocas, pulgões e outras.
As
coleobrocas
dos
citros
são
citadas
desde
1913, e de lá para cá, diversos autores têm relatado sua presença
XIX
causando danos nos pomares cítricos. Nos últimos anos porém, a
ocorrência
das
coleobrocas
tem
aumentado
muito,
causando
prejuízos e tornando-se um problema a mais a preocupar os
produtores e técnicos.
Dentre
os
citros,
verifica-se
que
algumas
espécies são menos suscetíveis ao ataque das coleobrocas. Nota se também que dentro de uma mesma espécie, as plantas são
atacadas com diferentes intensidades , algumas comportando-se
como resistentes e outras como plantas suscetíveis à praga.
Diversos
pesquisadores
têm
relatado
que
a
ocorrência da broca está diretamente relacionada com algum tipo
de "stress" que a planta vem sofrendo. Este "stress" pode ser
causado
por
deficiências
nutricionais,
presença
de
plantas
invasoras, ocorrência de doenças e pragas ou outros fatores.
A enzima peroxidase é uma enzima presente em
todas as plantas. Ela está relacionada com o estado fisiológico
da planta e tem como característica, aumentar sua atividade em
plantas com "stress".
Este trabalho foi realizado com o objetivo de
verificar a suscetibilidade de alguns porta -enxertos e variedades
copa de citros em relação ao ataque de coleobrocas, assim como
conhecer alguns fatores que podem predispor as plantas cítricas
à estas pragas.
Como
relacionada
com
verificar também
o
a
atividade
estado
da
fisiológico
nesse trabalho,
enzima
da
peroxidase
planta,
está
procurou -se
se existe alguma correlação
XX
entre a atividade da peroxidase
e a incidência de coleobrocas.
XXI
3 - REVISÃO DE LITERATURA
3.1 - Os Citros
As plantas citricas são originárias das regiões
úmidas tropicais e sub-tropicais do continente Asiático e do
arquipélago de Malaio (SALIBE,1974b).
Do
continente
Asiático,
os
citros
foram
distribuidos para o resto do mundo. Inicialmente foram para o
continente
Europeu,
colonizadoras,
(MOREIRA
foram
e
de
lá,
distribuidos
através
para
os
das
outros
expedições
continentes
& MOREIRA, 1 991).
Hoje os citros são cultivados em mais de 94
países dos cinco continentes. Alguns países são responsáveis
pela maior parte da produção mundial, sendo que menos de 20
países produzem 82% do total mundial de citros, e apenas os
cinco
principais
produtores,
respondem
por
58%
de
toda
produção (NEVES, 1992).
O Brasil é o maior produtor mundial de citros,
respondendo por cerca de 23% de toda produção mundial.
XXII
Os principais produtores mundiais e a respectiva
participação na produção na safra 1989/90 , segundo a FAO e
citado por NEVES (1992), são:
1 - Brasil
15.271.000t
23,0%
2 - Estados Unidos
9.816.000t
15,2%
3 - Espanha
4.850.000t
7,5%
4 - China
4.098.000t
6,4%
5 - Italia
3.442.000t
5,3%
A produção mundial de frutas cítricas representa
20% do total das frutas produzidas no mundo. Os citros são o
principal grupo de frutas produzido, seguidos pelas uvas, banana
e maçã (NEVES, 1992).
No Brasil as plantas cítricas foram introduzidas
pelos colonizadores. Em 1540 já existiam laranjais espalhados
pelo litoral brasileiro. Os citros hoje são cultivados em todos os
estados. Só não são cultivados no Nordeste onde chove menos de
700mm
por
ano,
e
no
Sul
onde
ocorrem
fortes
geadas
(MOREIRA & MOREIRA, 1991).
A laranja é a principal fruta cítrica produzida no
Brasil. A distribuição da produção de citros no país, na safra
1991, segundo AMARO et al. (1991), foi:
- Laranjas
91,77%
- Tangerinas
4,04%
- Limões
4,l9%
XXIII
A laranja 'Pera' com 53%, laranja 'Natal' com
26% e laranja 'Valência' com 11%
são as mais produzidas em
São Paulo, representando em conjunto cerca de 90% do total de
laranjas produzidas no Estado.
A evolução da produção de laranja no Brasil foi
devida
ao
sucesso
das
exportações
de
suco
concentrado
de
laranja. Das 5.314 toneladas exportadas em 1963, o país evoluiu,
exportando 950.000 mil toneladas em 1991, que geraram divisas
de 1,35 bilhões de dólares (NEVES, 1992).
O
Brasil
é
atualmente
o
maior
produtor
e
exportador mundial de suco concentrado de laranja, respondendo
por cerca de 55% de toda exportação mundial (MAIA, 1992).
Em 1990, a área plantada com laranja no Brasil
chegou a 850 mil hectares. São Paulo é o maior produtor com
cerca de 80% da produção nacional. Seguem-se Sergipe, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Desde 1985 vem sendo plantadas
cerca de 12 milhões de árvores por ano em São Paul
(AMARO et
al. 1991).
O destino da laranja produzida no Brasil, segundo
VIEIRA (1991) é:
- Processamento
80,0%
- Mercado "in natura"
l9,2%
- Exportação
0,8%
Com relação ao mercado "in natura", a laranja
foi a fruta mais comercializada no atacado do CEAGESP em
XXIV
1991,
representando
34%
de
todas
as
frutas
nac ionais
comercializadas (BOLETIM ANUAL DO CEAGESP, 1991).
3.1.1 - Porta-enxertos dos citros
Desde a introdução dos citros no Brasil, até o
final do século passado, as plantas cítricas foram propagadas por
sementes. Apenas no começo deste século ini ciou-se
o plantio
de plantas enxertadas, sendo a laranja 'Caipira' o porta -enxerto
mais utilizado nesta época (POMPEU JÚNIOR, 1991).
Como
a
laranja
'Caipira'
apresentava
baixa
resistência à seca e à gomose de Phytophtora, a mesma foi
substituida por outros porta-enxertos, principalmente a laranja
'Azeda', que foi
o principal porta -enxerto no Brasil no período
1920-1940.
Com o surgimento do vírus da tristeza em 1937,
começou
a
pomeleiros
doença.
ocorrer
morte
de
enxertados
em
laranja
Passou-se
então
a
laranjeiras,
'Azeda',
utilizar
tangerineiras
suscetível
outros
à
e
esta
porta-enxertos
resistentes à tristeza, como limão 'Cravo', laranja 'Caipira' e
tangerina 'Cleópatra' ( SALIBE, 1978).
A partir da década de 60 o limão 'Cravo' tornou se
quase
o
único
porta-enxerto
da
citricultura
paulista,
atingindo cerca de 77% das plantas enxertadas.
SALIBE (1974a) justifica a supremacia do limão
'Cravo', destacando suas qualidades: comportamento vigoroso no
XXV
viveiro, rápido crescimento das plantas, indução de produção
precoce, safras volumosas e
viveiros
das
resistência à seca.
SILVA
et
al.
(1990)
regiões
de
Limeira
e
em
levantamento
Bebedouro,
que
nos
juntas
produzem cerca de 90% das mudas cítricas de São Paulo, revelam
que no período de 1984-1988, o limão 'Cravo' foi o porta-enxerto
utilizado em
com
24%,
72% das plantas, seguido da tangerina 'Cleópatra'
laranja
'Caipira'
com
1%
e
os
restantes
3%
distribuidos entre os demais porta-enxertos.
POMPEU JÚNIOR (1991) relata que dos porta enxertos selecionados pela pesquisa paulista, nenhum supera as
excepcionais características do limão 'Cravo', e por isso ele
continua
opções
sendo
mais
o
porta-enxerto
indicadas
para
mais
utilizado.
diversificação
Cita
são:
que
as
tangerina
'Sunki', tangerina 'Cleópatra', tângelo 'Orlando', laranja 'Caipira
DAC',
citrumelo
'Swingle
4475',
limão
'Volkameriano',
'Trifoliata' e os citranges 'Troyer' e 'Morton'.
3.2 - As Pragas dos Citros
Um pomar cítrico, por ser formado de plantas
perenes, se constitue em
um
ecossistema bastante complexo,
onde vivem milhares de espécies de insetos, numa interação
permanente (GARCIA & NAKANO, 1984).
XXVI
Cerca de 875 espécies de insetos e ácaros se
hospedam nas plantas cítricas nas diferentes partes do mundo.
Destas,
apenas
32
se
apresentam
como
nocivas
aos
citros
(PRANDO, 1988).
Segundo ANZALONI (s.d.), dentre as principais
pragas que ocorrem nos citros, podemos destacar: ácaros, mosca das-frutas, cochonilhas, pulgões, lagartas, brocas dos ramos e do
tronco,
abelha
irapuá,
percevejo
dos
frutos,
cigarrinha
dos
ramos,
vaquinhas, cupins e formigas.
Uma praga pode comprometer não só uma safra,
como as futuras, chegando ao extremo de destruir toda a cultura.
Pragas
que
podem
levar
as
plantas
à
morte,
devem
ser
controladas com medidas seguras (NAKANO, 1991).
O tratamento fitossanitário dos pomares cítricos,
tem representado mais de 50% do custo de produção das frutas
cítricas,
sendo
uma
prática
à
qual
deve
ser
dada
atenção
especial, pois de sua racionalidade depende o êxito financeiro da
exploração
citrícola.
A
vigilância
fitossanitária
dos
pomares
assume cada vez maior importância (CABRITA, 1985).
A
classificação
das
pragas
que
ocorrem
nos
pomares cítricos em ordem de importância, é feita com base nas
classes estabelecidas por Chant, e citadas por GRAVENA (1991).
a)
-
Pragas
denominadas
chaves.
perenes
e
sérias,
também
XXVII
Ex. "ácaro da leprose" e "ácaro da ferrugem"
b) - Pragas intermitentes, mas às vezes sérias
Ex. Cochonilhas de carapaça
c) - Pragas ocasionais sérias
Ex. Coleobrocas
XXVIII
d) - Não residentes no ecossistema, entrando por
curto período, sendo raras.
Ex. Lagartas das folhas
As
coleobrocas,
classificadas
como
pragas
ocasionais sérias, são pragas das mais antigas referidas nos
pomares cítricos. A partir da década de 80 porém, passaram a
ocorrer com grande intensidade, causando sérios problemas à
citricultura de diversas
regiões do país
(MACHADO et al.
1992a).
3.2.1 - As Coleobrocas dos Citros
O
pomar
cítrico,
por
ser
perene,
oferece
condições favoráveis ao desenvolvimento de insetos de ciclo
biológico longo, como as coleobrocas.
BONDAR (1913) já citava as coleobrocas como
pragas
dos
Diploschema
pomares
cítricos,
rotundicolle,
destacando
Acrocinus
as
espécies,
accentifer,
Rhopalora
collares, Trachyderes succintus e Cratosomus reiddi.
FONSECA & AUTUORI (1932) relacionaram oito
espécies de coleobrocas ocorrendo em vários estados, causando
prejuízos aos produtores. Macropophora accentifer é a espécie
mais
comum
e
ocorre
em
todos
os
estados.
Diploschema
XXIX
rotundicolle, Coleoxestia spinepenis e R. collares são comuns
em São Paulo, M.Gerais e Rio de Janeiro; C. reidii em São
Paulo, M. Gerais e R.Grande do Sul.
FONSECA (1934), estudando as principais pragas
observadas
nos anos de 1931, 1932, 1933 nas plantas de maior
cultivo em São Paulo, observou que Diploschema rotundicolle e
Macropophora accentifer broqueavam indistintamente todas as
espécies do gênero Citrus cultivadas no país, sendo as espécies
de
coleopteros
Cratosomus
mais
reidii
nocivas
e
às
plantas
Cratosomus
cítricas
fasciatus
no
também
Brasil.
foram
encontradas broqueando as laranjeiras.
AUTUORI (1936) relatou que as plantas cítricas
podem ser atacadas por nove diferentes espécies de coleópteros,
cujas
larvas
são
conhecidas
por
brocas.
Dentre
as
espécies,
destacam-se Diploschema rotundicolle e Dorcadocerus barbatus
que atacam principalmente os ramos e Macropophora accentifer,
Trachyderes
thoracicus
e
Cratosomus
reidi
que
atacam
preferencialmente os troncos.
ARAUJO
e
mal
tratados,
accentifer,
(1937)
laranjeiras
Cratosomus
encontrou, em pomares velhos
broqueadas
reidi,
po r
Diploschema
Macropophora
rotundicolle,
Ropolophora cocllaris e T. thoracicus.
CARRASCO (1978), estudando cerambicídeos no
Peru, constatou a presença de M. accentifer em plantas cítricas.
GALLO et al. (1978) destacam como coleobroca
dos citros Diploschema rotundicolle, Trachyderes thoracicus,
Macropophora accentifer e Cratosomus reidii.
XXX
Das
plantas
cítricas,
Diploschema
diversas
coleobrocas
PRATES
(1984)
rotundicolle
que
ataca
que
ocorrem
destaca
os
ramos
as
e
nas
espécies
o
tronco
e
Macropophora accentifer que ataca os troncos, como causadoras
dos maiores danos nos pomares paulistas.
Segundo
espécies
de
NAKANO
coleobrocas
que
(1985),
atacam
dentre
as
as
inúmeras
plantas
cítricas,
destacam-se Diploschema rotundicolle e Dorcadocerus barbatus,
ambas
com
preferência
para
os
ramos
e
Macropophora
accentifer, Trachyderes thoracicus e Cratosomus reidii mais
freqüentes nos troncos.
KUBO et
al. (1986) destacam
D. rotuncicolle
como a coleobroca de maior ocorrência no Estado de São Paulo.
NASCIMENTO
praga
do
Recôncavo
Bahiano,
(1986) destaca como principal
tradicional
região
citrícola,
a
coleobroca Cratosomus flavofasciatus.
Das diversas espécies de coleobrocas que atacam
as plantas cítricas, MENTEN et al. (1991) desta cam como as
mais
freqüentes
Diploschema
rotundicolle,
Dorcadocerus
barbatus, Macropophora accentifer e Cratosomus reidii.
Após
levantamentos
nos
pomares
citrícolas
paulistas, MACHADO et. al.(1992b) constatou altas populações
de Diploschema rotundicolle. É por isso considerada a
espécie
de coleobroca mais importante em São Paulo, causando sérios
prejuízos aos
citricultores.
Macropophora accentifer
broca freqüente, porém de menor importância.
é
outra
XXXI
Quanto à intensidade de ataque, KUBO et al.
(1987) relatam que as brocas eram consideradas de importância
secundária, típicas de pomares velhos e abandonados. Contudo,
nos últimos anos passaram a atacar pomares novos, produtivos e
de bom aspecto fitossanitário, causando sérios prejuízos, e até
mesmo, provocando a destruição destes pomares.
MACHADO
et
al.
(1989)
destacam
que
a
coleobroca Diploschema rotundicolle tem sido constatada em
plantas produtivas e com boas condições de sanidade, e que tem
causado danos nos pomares paulistas, pelo fato de ocorrer em
altas
populações
por
quase
todo
Estado.
Outra
espécie,
Macropophora accentifer, além de incidir em baixas pop ulações,
ataca plantas depauperadas e com baixa produtividade.
NAKANO (1990) cita que apesar de relatos de
ocorrência da broca serem antigos, a partir de 1980 a intensidade
de ataque da broca vem aumentando a cada ano, atingindo em
1990 níveis não tolerados pelos citricultores.
As coleobrocas são naturais da América do Sul,
sendo desconhecidas em outros continentes. Como as plantas
cítricas são originárias da Ásia, esta praga vivia em hospedeiros
nativos, como capinxingui e outras rutáceas, não encon trando
dificuldades para sua adaptação aos
citros, passando a atacá -los
na medida que a cultura se expandiu.( NAKANO, 1990)
Para MACHADO et al. (1992a) as brocas que
eram consideradas de pouca importância e ocorriam em pomares
velhos e abandonados, tendo como habitat natural as florestas
nativas, passaram a ocasionar sérios problemas à citricultura do
XXXII
país. O aumento da população de coleobrocas nos últimos anos
está relacionado com:
a)
ecossistemas
complexos
extensivos,
algodão
e
Expansão da monocultura no país, quando
tais
como
pastagens.
foram
laranja,
Dentre
substituídos
por
cana-de-açucar,
eles,
apenas
a
cultivos
soja,
laranja,
trigo,
por
ser
perene, proporciona melhores condições para o desenvolvimento
evolutivo das coleobrocas, que possuem cicl o biológico longo.
b)
Uso
abusivo
de
defensivos
químicos
na
citricultura, a fim de controlar doenças, pragas e ervas daninhas,
o que acaba por dizimar populações de animais benéficos que
coabitam nas plantas cítricas.
c)
as
coleobrocas
visando
existindo
o
Por serem consideradas pragas secundárias,
nunca
foram
estabelecimento
atualmente
objeto
de
apenas
de
pesquisas
medidas
um
para
inseticida
seu
intensivas,
controle,
disponível
no
mercado. Esta situação também contribui para o crescimento
populacional das brocas e para uma perfeita coevolução desses
insetos com as plantas cítricas.
As coleobrocas mais importantes, mais citadas e
que causam os maiores prejuizos à citricultura são, Diploschema
rotundicolle,
Macropophora
accentifer
razão pela qual passaremos a descrevê -las.
e
Cratosomus
reidii,
XXXIII
3.2.1.1 - Diploschema rotundicolle (Serville, 1834)
a) Classificação e Distribuição
Trata-se
de
um
inseto
pertencente
à
ordem
Coleoptera e família Cerambycidae. É nativo da América d o Sul,
Bitancourt, citado por PRATES (1984).
Esta praga, conhecida como broca dos ramos e do
tronco, infesta além dos citros, outras espécies como ameixeira,
carambola, cedro, cinamomo e pessegueiro (PRATES, 1984).
Segundo
ANZOLINI
(s.d.),
ela
é
enco ntrada
sobre vegetação nativa, como matos e cerradões.
Diploschema rotundicolle está distribuida pelos
estados do AM, RJ, RS, SC, SP, BA, PE e PA (PRANDO, 1988).
Para MACHADO et al. (1989), esta coleobroca
ataca plantas com boas condições de sanidade , sendo a que causa
maiores danos nos pomares paulistas, pelo fato de ocorrer em
altas populações.
Segundo MACHADO et al. (1992b), o período de
maior ocorrência das larvas nos ramos é de abril a agosto, o que
permite afirmar que o período de maior popul ação de adultos,
ocorre entre os meses de fevereiro e julho.
b)
Descrição e Biologia
XXXIV
O adulto é um besouro de cerca de 40mm de
comprimento por 8mm de largura. Os élitros são de cor amarelo castanho com bordos internos e externos terminados em fri sos
castanho escuro.
O macho é menor do que a fêmea.
No inicio do verão surgem os primeiros adultos e
após o acasalamento, as fêmeas iniciam a postura nas axilas dos
ramos finos (3-l5mm de diâmetro), nos quais abrem galerias em
espiral, inicialmente ascendente, interrompendo o fluxo de seiva
para as folhas. Em conseqüência disto, os ramos murcham e
secam. As larvas vivem neles
este
período,
iniciam
o
cerca de 20 -25 dias. Decorrido
broqueamento
do
ramo
no
sentido
descendente (MACHADO et al. 1992a).
Costa Lima, citado por FARIA
(1987), relata
que além dos ramos, a fêmea pode colocar seus ovos também nas
axilas das folhas.
As brocas cavam galerias, que segundo NAKANO
(1985), podem chegar
a três metros de comprimento, alcançando
o tronco da planta e às vezes até as raízes.
No
galerias
são
início,
finas,
como
porém
as
vão
larvas
são
pequenas,
as
aumentando
conforme
o
desenvolvimento da larva. O lenho dos ramos é o alimento das
larvas.
As
serragens
oriundas
da
mastigação,
são
expelidas
através de buracos ou "janelas" construidas pela própria larva,
em espaços regulares ao longo do ramo. A serragem é um pó
fino.
XXXV
No seu completo desenvolvimento, a larva mede
cerca
de
60mm
de
comprimento
por
7mm
de
largura.
Sua
coloração é branca suja, com excessão da cabeça, que é marron.
Esta larva é facilmente reconhecida, pois apresenta no último
segmento
abdominal
uma
série
de
tubérculos
em
forma
de
espinhos, dispostos em círculo e voltados para cima.
Os galhos finos não resistem muito tempo ao
ataque das brocas e secam. Nos galhos mais grossos, durante
muito tempo nada de anormal se nota, a não ser pequenos furos,
pelos quais a broca vai expelindo a serragem e as fezes. Estes
furos permitem identificar a presença da broca, assim
localizar
com
relativa
precisão
o
ponto
em
que
a
como
larva
se
encontra no interior do lenho (AUTUORI, 1936).
As árvores atacadas são facilmente identificadas,
não só pelos galhos finos secos, como também pela presença de
serragem que é expelida pelos buracos abertos pela broca.
Às
vezes,
as
larvas
em
adiantado
estado
de
desenvolvimento broqueiam o ramo em círculo, a ponto deste
quebrar-se facilmente com a força do vento ou com o seu peso
(NAKANO, 1990).
Diversas brocas podem atacar a mesma planta e o
mesmo galho. As galerias entretanto não se comunicam, apesar
de todas elas descerem em direção ao tronco da planta.
Após o período de desenvolvimento, que dura 10
a
12
meses,
alongamento
a
da
larva
prepara
galeria,
com
uma
uma
câmara
"janela"
pupal
através
posterior
do
fechad a
inclinada para cima para posterior saída do adulto, e "janelas"
XXXVI
anteriores
abertas,
inclinadas
para
baixo,
para
saída
da
serragem e fezes. A fase de pupa varia de 1 a 2 meses.
O
ciclo
completo
aproximadamente 1 ano (IONEDA
desta
coleobroca
é
de
et al. 1985).
c) Prejuízos
Os
galhos
Em
ataques
finos
atacados
pela
broca
secam
facilmente.
severos,
além
do
secamento
dos
ramos finos e quebra de galhos, a broca pode provocar a morte
da planta (GALLO et al. 1978).
Além destes prejuízos, as galerias abertas pela
broca são porta de entrada para diversos outros patógenos.
Em
pomares
atacados,
caso
não
seja
feito
controle, todas as plantas serão destruidas dentro de 2 a 3 anos
(NAKANO, 1990).
3.2.1.2 - Macropophora accentifer (Oliver, 1795)
a) Classificação e Distribuição
Trata-se de um inseto da ordem Coleoptera e
familia
Cerambycidae.
pequeno".
é
conhecido
também
como
"arlequim
XXXVII
Além de infestar os citros, esta praga encontra se também em abacateiro, amoreira, figueira, n ogueira da Índia e
cedro (PRANDO, 1988).
Está distribuida pelos estados do AM, BA, RJ,
MG, PA, PR, SC, RS e SP, Silva et al. citados por PRATES
(1984).
Segundo MACHADO et al. (1989) esta espécie é
encontrada em plantas depauperadas, com baixa produti vidade e
pouca atividade fisiológica.
GARCIA (1987), em levantamento faunístico das
espécies
da
coletados
em
constatou
que
família
Cerambycidae
pomares
das
13
de
citros
espécies
(
Insecta,
conservado
dominantes,
e
Coleóptera)
abandonado,
Macropophora
accentifer foi a segunda mais abundante, com 14,7% dos insetos
coletados. Destes, 8,7% encontravam -se em pomares conservados
e 91,3% em pomares abandonados.
b) Descrição e Biologia
Segundo AUTUORI (1936), as larvas deste inseto
atacam somente o tronco da árvore. Para ARAUJO (1937), em
altas infestações a broca pode atingir os galhos mais grossos da
planta.
O inseto adulto é um besouro acinzentado com
duas manchas escuras sobre as asas. O inseto pode atingir 35mm
de comprimento por 10mm de largura. O macho é maior que a
XXXVIII
fêmea e tem o primeiro par de pernas mais longo que os demais.
Suas antenas são bem mais compridas que o corpo (ARAUJO,
1937).
A
pequenos
postura
orifícios
feitos
é
realizada
na
casca
na
da
base
planta.
do
tronco
em
O
período
de
incubação varia de 7 a l5 dias. Após a eclosão, a larva inicia o
broqueamento
entre
a
casca
e
o
lenho,
permanecendo
nesta
região por aproximadamente 100 dias (MENTEN et al. 1991).
Quando
completamente
desenvolvida,
a
larva
mede 40mm de comprimento por 9mm de largura, possuindo 11
segmentos. Sua cor é branca-amarela com uma mancha marron
escura na cabeça. Devido ao seu hábito alimentar, a casca da
planta que abriga a larva solta-se com o tempo, deixando cair
pequenos fragmentos de madeira originários d a escarificação do
lenho. Uma parte da serragem é expelida e a outra acumulada,
deixando
obstruido
o
caminho
aberto
pela
larva
(ARAUJO,
1937).
Passado o período larval, a larva abre na madeira
uma
galeria
pouco
profunda,
que
se
alarga
na
extremidade,
formando uma espécie de câmara, onde se tranformará em pupa.
A larva utiliza esta câmara também para proteger -se do ataque de
inimigos.
A fase de pupa dura cerca de 50 dias, estágio em
que
apresenta
cor
branca,
com
olhos
e
extremidade
da
mandíbula escuros e espinhos de cor marron no dorso (NAKANO,
1985).
XXXIX
c)
Prejuízos
Esta praga, quando em altas infestações, causa
sérios prejuízos ao produtor. Além dos prejuízos mecânicos à
planta, o ataque da broca provoca entrada de outros organismos
patogênicos
na
planta,
causando
prejuízos
indiretos.
A
ação
desta praga provoca a morte da planta (MENTEN et al. 1991).
3.2.1.3 - Cratosomus reidi
a)
(Kirby, 1818)
Classificação e Distribuição
Esta coleobroca pertence à ordem Coleoptera e
família Curculionidae.
O
inseto
adulto
aparece
no
verão
(MENTEN
et al. 1991)
É citado como praga dos citros há muito tempo,
pois BONDAR (1913) já relatava a presença desta coleobroca nos
laranjais de São Paulo.
XL
b)
Descrição e Biologia
O adulto mede 22 a 26mm de comprimento, sem
contar o tamanho do rostro que sozinho mede 7mm. O inseto
possue coloração preta com manchas amarelas transversais nos
élitros e no tórax (GALLO et al. 1978).
Os ovos são postos separadamente um do outro
em orifícios feitos pelas fêmeas na casca dos ramos e do tronco.
Depois de nascer, a larva inicia uma pequena perfuração no
sentido horizontal, que mais tarde se transforma em longitudinal.
Pelo orifício aberto no momento da postura dos
ovos, a larva expele a serragem oriunda da mastigação, em forma
de pelotes, que aumentam de tamanho à
medida que a larva
cresce. Nesta fase, a galeria já atingiu 5 -10cm de comprimento.
O inseto permanece cerca de 2 anos na fase larval, com a galeria
atingindo 60cm.
A larva completamente desenvolvida mede 30mm
de comprimento e 12mm de largura, sendo de coloraçào branca.
Antes de se transformar em adulto, o inseto constroe uma câmara
pupal, deixando uma abertura frágil para que o adulto possa
romper com facilidade ao sair pela primeira vez (NAKANO,
1991).
3.2.1.4 - Controle das coleobrocas
XLI
O controle das coleobrocas é realizado através de
diversos métodos, como cultural, mecânico, químico e biológico.
ORTIZ
et.al.
(1993)
recomenda
a
poda
e
de
garrafas
destruição dos ramos atacados.
NAKANO,(1990)
recomenda
o
uso
plásticas com isca atrativa para coleta de adultos, entretanto
GARCIA
&
NAKANO
(1984),
DE
NEGRI
et
al.
(1985)
e
MACHADO et al.(1992) não constataram atratividade das iscas
inseticida
na
captura
de
insetos
adultos
de
controle
químico
através
da
Diploschema
rotundicolle.
O
inseticida
nos
recomendado
orificios
por
FARIA
ou
"janelas"
et
al.(1987),
das
aplicação
de
coleobrocas
NAKANO
(1990)
é
e
PRATES (1984), entretanto DE NEGRI et al.(1985) co nstataram
baixa taxa de controle com produtos químicos e não recomendam
a sua utilização.
KUBO
et
al.(1986)
e
MACHADO
et
al.(1992)
recomendam o controle biológico através da aplicação do fungo
Metarhizium anisopliae nas galerias das coleobrocas.
Observa-se que o controle das coleobrocas além
de trabalhoso, apresenta diversas contradições, evidenciando que
até o momento não existem estudos definitivos sobre o assunto.
3.3 - A Enzima Peroxidase
3.3.1 - Descrição da Peroxidase
XLII
As
peroxidases
são
enzimas
encontradas
em
praticamente todas as plantas e animais superiores, na maioria
dos fungos e bactérias aeróbicas
A
atividade
da
(SIEGEL, 1993)
peroxidase
foi
descrita
pela
primeira vez em 1885 por Schonbein, o qual observou que c ertos
compostos
orgânicos
podem
ser
oxidados
pela
diluição
em
soluções de peróxido de hidrogênio. Este nome, peroxidase, foi
dado por Linossier em 1898, devido a sua reação com peróxidos
(SAUNDERS et al. 1964).
Estudos
peroxidase
está
realizados
amplamente
em
1918
distribuida
nas
mostraram
plantas.
que
a
Naquela
época a peroxidase pura foi obtida. (SAUNDERS, 1964).
A
peroxidase (E.C.1.11.1.7.) é uma enzima de
oxiredução, definida pela reação:
RH2 + H2O2  2H2O + R.
A peroxidase é uma
glicoproteina com um anel
de ferroporfirina.
Seu
peso
molecular
é
de
aproximadamente
35.000 daltons, contendo em média 300 resíduos de aminoácidos,
8 açúcares e dois íons de cálcio (SIEGEL, 1993).
Czaninski
e
HUYSTEE (1987), relataram
associadas
a
pequenos
Catesson,
citados
por
que as peroxidases podem
vacúolos,
retículo
VAN
estar
endoplasmático,
aparato de Golgi, parede celular e membrana plasmática.
Diferentes formas de peroxidases são encontradas
nas plantas. ESSEN & SOOST (1976) descrevem 27 isoenzimas
XLIII
de peroxidase identificadas em Citrus. SIEGEL (1993) relata que
é comum encontrar mais de 30 diferentes peroxidases em uma
mesma variedade de planta.
As isoperoxidases de algumas espécies de plantas
são distinguidas por pontos isoelétricos, através da eletroforese.
Algumas
podem
ser
distinguidas
também
pela
sequência
de
aminoácidos das proteinas (SIEGEL, 1993).
3.3.2 - Funções da Peroxidase
As
enzimas
são
fundamentais
no
metabolismo
celular, uma vez que catalizam todas as reações bioquímicas que
ocorrem no interior das mesmas.
As
muitas
reações
peroxidases
de
oxiredução
são
e
enzimas
têm
uma
que
promovem
versatilidade
não
encontrada em outras enzimas simples. Parte desta versatilidade
pode
ser
explicada
pelo
grande
número
de
isoenzimas
de
peroxidase encontradas nas plantas (SIEGEL, 1993).
Muitos fatores internos, bem como as condições
do meio ambiente, afetam a atividade das peroxidases (VAN
HUYSTEE, 1987).
O crescimento e desenvolvimento veget al alteram
as peroxidases
e consequentemente as condições internas das
células. (WOLTER & GORDON, 1975).
XLIV
fitohormônio
conhecido
por
A
peroxidase
de
crescimento
estar
em
está
intimamente
ácido
altas
ligada
indolacético
concentrações
ao
(IAA),
nos
tecid os
meristemáticos e em substâncias que regulam a diferenciação
celular, alongamento celular, dominância apical, respostas ao
geotropismo e fototropismo, dormência e florescimento. Uma das
funções
desta enzima é participar da degradação do IAA. Muitas
peroxidases específicas atuam como repressoras do IAA (VAN
HUYSTEE, 1987).
Para
De
Jong,
citado
por
COSTA
(1979)
a
peroxidase influe na regulação da permeabilidade das membranas
e na formação da parede celular.
Segundo
TADEO
&
aumento na atividade da peroxidase
biossíntese
de
lignina.
A
PRIMO
MILLO
na planta é
atividade
da
(1990),
o
provocado pela
peroxidase
está
diretamente ligada à lignificação dos tecidos.
LOVREKOVICH
et
al.
(1968)
sugerem
peroxidase está relacionada com a resistência das
que
a
plantas às
doenças. Um aumento da atividade da peroxidase, indica uma
maior resistência das plantas à certas doenças.
GASPAR
et
al.
(1978)
constataram
que
a
peroxidase está diretamente ligada com a abscisão das folhas de
citros. Segundo os referidos au tores, na zona de abscisão das
folhas ocorre um incremento na atividade da peroxidase, com
degradaçào do IAA e aumento da produção de etileno.
De
acordo
com
CHIBBAR
et
al.
(1984),
a
atividade da peroxidase está associada também com a biossíntese
XLV
de etileno. Estudos fisiológicos mostraram paralelismo entre a
oxidase das enzimas e a produção de etileno.
Sob condições de "stress", as plantas aumentam a
atividade da peroxidase, e muitas vezes ela é a primeira enzima
a alterar sua atividade após o estímulo provocado pelo "stress".
A lignificação muitas vezes ocorre, como parte da resposta ao
"strees". Este processo pode ser provocado por
infecção
por
fungos,
salinidade,
déficit
ferimentos,
hídrico,
déficit
nutricional, poluição, entre outros. Em todos este s casos ocorre
um aumento da atividade da enzima e também um aumento na
produção de lignina e etileno (VAN HUYSTEE, 1987).
TADEO & PRIMO-MILLO (1990)
destacam que a
peroxidase pode ser utilizada como indicador da senescência da
planta.
A
peroxidase
versatilidade
e
a
heterogeneidade
da
permitem que esta enzima tenha uma importante
função reguladora no desenvolvimento da planta. A senescência
e o declínio celular ocorrem com o aumento da atividade da
peroxidase.
A
senescência
induz
lignificação e suberização dos tecidos
a
formação
do
eti leno,
( VAN HUYSTEE, 1987).
3.3.3 - Utilização da Peroxidase
As peroxidases têm sido muito estudadas, devido
à sua heterogeneidade, versatilidade e presença em praticamente
todas as plantas superiores. Som ente nos últimos 10
anos, acima
XLVI
de 10.000 citações têm surgido sobre a peroxidase das plantas
(SIEGEL, 1993).
ALTUBE et al. (1991) utilizaram, dentre outras
isoenzimas, as peroxidases para identificar diferentes variedades
de videira. Através da eletroforese foi possível identificar em
qualquer época do ano, a variedade de um ramo de videira.
JIAO et al. (1992) relataram que a atividade da
peroxidase foi alta em plantas cítricas resistentes às bactérias do
cancro cítrico Xanthomonas campestris pv. citri.
LELYVELD
atividade
da
peroxidase
et
de
al.
(1975)
folhas
de
constataram
limão
Rugoso,
que
a
Citrus
jambhiri foi menor em plantas sadias do que em plantas doentes,
infectadas por Phytophthora sp.
LLORENTE
para
diagnosticar
et
al.
deficiências
(1976)
minerais
realizaram
em
citros,
trabalho
mediante
medida da atividade enzimática da planta. A peroxidase foi um
bom indicador, pois em plantas deficientes em ferro, a atividade
da
enzima
foi
baixa.
Esta
deficiência
em
citros,
pode
ser
diagnosticada precocemente, antes de aparecerem os sintomas de
clorose na planta.
BUTTON et al. (1976), UENO & NISHIMURA
(1976)
e
peroxidase
nucelares
BALLVE
na
no
melhoramento
et
al.
(1991)
identificação
melhoramento
de
citros
é
utilizaram
precoce
de
a
citros.
de
isoenzimas
híbridos
Um
poliembrionia
dos
e
e
clones
problemas
a
de
do
consequente
dificuldade, após cruzamentos controlados, de distinguir clones
nucelares de híbridos. Através da eletroforese de isoenzimas,
XLVII
como
a
peroxidase,
é
possível
a
identificação
precoce
dos
híbridos e dos nucelares.
CHAMARRO & YAGO (1985) constataram que a
peroxidase está diretamente envolvida na mudança de cor da
laranja. A ação da peroxidase ocorre na degradação do IAA,
permitindo o desverdecimento da laranja.
BELTRAN
que
as
combinações de enxerto e porta-enxerto de citros sensíveis
à
tristeza
apresentaram
et
al.
atividade
(1976)
da
constataram
peroxidase
maior
que
as
ação
da
combinações resistentes.
COSTA
et
al.
(1979)
utilizaram
a
enzima peroxidase na identificação d e cultivares de soja.
GOGORCENA
forese
de
diferentes
isoenzimas
cultivares
de
de
et al. (1989), através da eletro -
peroxidase,
tangerina
conseguiram
Clementina
identificar
e
Satsuma
e
também cultivares de tangerinas híbridas.
LLANOS
&
LIMA
(1981)
constataram
um
aumento da atividade da peroxidase em plantas cítricas afetadas
pelo declínio/blight, quando comparadas às plantas sadias.
Na literatura não foram encontradas
a
respeito
da
utilização
da
peroxidase,
na
informações
identificação
de
plantas resistentes ou suscetíveis ao ataque de pragas.
Também não foram encontradas
respeito
de
espécies
e
variedades
de
citros
informações a
resistentes
ou
suscetíveis ao ataque das coleobrocas e, tampouco, formas de
identificar plantas suscetíveis a esta praga.
XLVIII
4 - MATERIAL E MÉTODOS
Este
trabalho
foi
realizado
em
60
pomares
comerciais dos municípios de Botucatu, São Manoel, São Pedro,
Limeira, Cordeirópolis e Araras, e em 9 pomares experimentais
da
Fazenda
pertencentes à
Experimental
Lageado
e
Fazenda
São
Manoel,
Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP de
Botucatu.
O trabalho constou de levantamentos, avaliações,
análises químicas e testes bioquímicos.
XLIX
4.1 - Levantamento nos pomares experimentais
4.1.1 - Avaliação do comportamento dos porta -enxertos e das
variedades copa em relação às coleobrocas.
Este levantamento
experimentais
foi realizado
em 9
pomares
da Fazenda Experimental Lageado e da Fazenda
São Manoel, pertencentes à F.C.A.- UNESP de Botucatu.
Estes pomares foram implantados com o objetivo
de
observar
o
comportamento
das
variedades
copa
e
das
combinações de copa+porta-enxerto, quanto à precocidade de
produção,
qualidade
dos
frutos,
produção
em
caixa/planta
e
época de maturação dos frutos.
O pomar no 1 foi implantado em fevereiro de
1977 na Fazenda São Manoel. Constou do plantio, no sistema de
pé-franco, de 7 variedades
plantas.
(Citrus
Poncirus
Os
de porta -enxertos, num total de 55
porta-enxertos
limonia,
Osbeck)
trifoliata),
plantados
citrange
tangerina
foram:
Troyer(
limão
Citrus
'Cleopatra'
'Cravo'
sinensis
(Citrus
x
reshni
Hort.), tangerina 'Sunki' ( Citrus sunki Hort.), Laranja 'Caipira'
(Citrus
sinensis,
Osbeck),
limão
'Rugoso'
(Citrus
jambhiri
Lush) e limão 'Volkameriano' (Citrus volkameriana, Pasquale).
O pomar n° 2 constou de um experimento de
porta-enxertos
para
tangerina
'Poncan'
(Citrus
reticulata,
Blanco). Foi implantado em fevereiro de 1977 na Fazenda São
Manoel, com 95 plantas enxertadas em oito porta-enxertos. Os
L
porta-enxertos
jambhiri,
utilizados
Lush),
foram:
tangerina
citrumelo 'Swingle'
limão
'Cleopatra'
'Rugoso'
(Citrus
( Citrus
reshni,
Hort.)
(P. trifoliata x C. paradisi), tangerina
'Sunki' (Citrus sunki Hort.), laranja 'Caipira' (Citrus sinensis,
Osbeck),
limão
'Cravo'
(Citrus
limonia,
Osbeck)
citrange
'Troyer' (C. sinensis x P. trifoliata) e limão 'Volkameriano'
(Citrus volkameriana, Pasquale),
O pomar n° 3 foi implantado em 1980 na Fazenda
Experimental Lageado. Constava de um experimento de porta enxertos para tangerina 'Satsuma' ( Citrus unshiu Marcovitch).
Este
experimento
porta-enxertos:
continha
80
tangerina
plantas
'Cleopatra'
e
foram
utilizados
(Citrus
10
reshni,Hort.),
tangerina 'Sunki' (Citrus sunki Hort.), laranja 'Azeda' (Citrus
aurantium L.), laranja 'Caipira' ( Citrus sinensis, Osbeck), limão
'Rugoso
da
Flórida'
(Citrus
jambhiri
Lush),
limão
'Volkameriano' (Citrus volkameriana, Pasquale), limão 'Cravo'
(Citrus limonia Osbeck), 'Trifoliata' (Poncirus trifoliata Raf.)
e
citranges 'Carrizo' e
'Morton' ( Citrus sinensis x Poncirus
trifoliata).
Os
pomares
de
n°
4,
5,
6,
7
e
8
foram
implantados em 1965 na Fazenda Experimental Lageado. Cada
pomar continha 60 plantas de uma mesma variedade copa de
laranja, enxertadas em cinco diferentes porta-enxertos. Em todos
estes
pomares,
'Caipira'
(Citrus
os
porta-enxerto
sinensis,
utilizados
Osbeck),
limão
foram:
laranja
'Cravo'
(Citrus
limonia, Osbeck), 'Trifoliata' (Poncirus trifoliata Raf.), limão
LI
'Rugoso'
(Citrus jambhiri Lush) e tangerina 'Sunki' ( Citrus
sunki, Hort.).
As variedade copa de laranja (Citrus sinensis,
Osbeck) utilizadas em cada pomar foram: pomar n°4, laranja
'Bahia'; pomar n°5 laranja 'Hamlin'; pomar n°6 laranja 'Itaboraí';
pomar n°7 laranja 'Rubi' e pomar n°8 laranja 'Westin'.
O pomar n°9
foi implantado em janeiro de 1973
com 90 plantas, na Fazenda São Manoel, como um experimento
comparativo
sinensis,
com
quatro
Osbeck).
As
variedades
variedades
de
de
laranja
laranja
doce
( Citrus
foram:
'Pera',
'Natal', 'Valência' e 'Rubi'.
Um
dos
objetivos
deste
levantamento
foi
verificar o comportamento de diferentes copas e porta -enxertos
em relação ao ataque de coleobrocas.
Nestes
pomares
experimentais,
o
levantamento
constou da observação da incidência de coleobrocas na copa e no
porta-enxerto.
Foram
levantados
os
seguintes
dados
para
análise:
- Plantas sadias,
- Plantas com coleobrocas na copa,
- Plantas com coleobrocas no porta enxerto e na
copa, e
- Plantas mortas pela ação das coleobrocas.
4.2 - Levantamentos nos pomares comerciais
LII
Cada pomar levantado tinha todas as plantas com o
mesmo manejo, a mesma idade, a mesma copa e o mesmo porta enxerto.
4.2.1 - Levantamento da ocorrência de coleobrocas.
Em cada pomar, foi feito um levantamento da presença
de coleobrocas, tanto do tronco, Macropophora accentifer, como
do ramo, Diploschema rotundicolle. Este levantamento foi feito
em percentagem de plantas atacadas com cada uma das espécies
de coleobrocas.
A
amostragem
do
número
de
plantas
atacadas
pelas coleobrocas foi feita em 100 plantas de cada pomar. Estas
plantas pertenciam a 5 linhas intercaladas, localizadas no centro
no pomar. Em cada linha foram amostradas 20 plantas.
4.2.2 - Levantamento das condições dos pomares
Foi
caracterizar
fitossanidade,
cada
realizado
pomar
nutrição,
também
quanto
produção,
ao
um
levantamento
sistema
de
para
condução,
matocompetição
e
outros
fatores. Este levantamento foi feito através de observação
informações
prestadas
pelos
proprietários
levantamento constou dos seguintes ítens:
dos
pomares.
e
O
LIII
- Propriedade
- Local
- Área
- N° de plantas
- Espécie e cultivar
- Porta-enxerto
- Idade do pomar
- Produtividade (caixas/planta)
- Destino da produção
- Adubação (kg/planta/ano)
- Matocompetição
- Controle fitossanitário
- Incidência de pragas
- Incidência de doenças
- Nota
atribuida ao aspecto geral do pomar (Item 4.2.3)
- Incidência de coleobrocas em %
- Avaliação da atividade da peroxidase
4.2.3 - Nota do pomar
Os
pomares
foram
analisados
visualmente,
procurando-se avaliar o aspecto nutricional, fitossanitário e o
desenvolvimento vegetativo das plantas.
LIV
Para cada pomar foi atribuída uma nota de 1 a 5,
sendo a nota 1, para o pomar muito ruim e a nota 5, para o pomar
muito bom.
Descrevemos a seguir as características de cada
pomar:
- Nota 1 - Plantas com ataque severo de pragas e patógenos, pre sença de muitos sintomas de deficiência nutricional
e
baixíssimo desenvolvimento vegetativo.
- Nota 2 - Plantas com alto ataque de pragas e patógenos, muitos
sintomas de deficiência nutricional e médio desenvol
vimento vegetativo.
- Nota 3 - Presença de algumas pragas e patógenos, alguns sinto mas de deficiência nutricional e
mento vegetativo
médio desenvolvi -
LV
- Nota 4 - Presença de poucas pragas e doenças, poucos sintomas
de deficiência
nutricional e bom
desenvo lvimento
vegetativo.
- Nota 5 -Plantas livres de pragas e doenças, ausência de sinto mas
de
deficiência
desenvolvimento
nutricional
e
ótimo
vegetativo.
4.3 - Caracterização química dos pomares
4.3.l - Análise química
Em cada pomar foram coletadas
amostras de
solo, para determinação do pH.
A coleta das amostras de solo
conforme
recomendação
do
Grupo
Paulista
de
foi
realizada
Adubação
e
Calagem para Citros (VIOLANTE NETO et al. 1990) . De cada
pomar
foram
coletadas
homogeneizadas,
cerca
compuseram
de
as
20
subamostras,
amostras
que
após
representativas
de
cada pomar.
Após a coleta as amostras de solo foram secas,
peneiradas e enviadas ao Laboratório de Análises do Solo do
Departamento de Ciências do Solo da FCA-UNESP de Botucatu.
LVI
4.3.2 - Análise Bioquímica
A
análise
bioquímica
teve
como
objetivo
identificar o estado fisiológico das plantas de cada pomar. Esta
análise foi feita através da quantificação da atividade da enzima
peroxidase, nas folhas das plantas cítricas.
Para realizar a análise foi coletada a 3ª ou a 4ª
folha a partir do fruto, na altura mediana da copa. Cada amostra
foi composta de folhas coletadas de 10 plantas.
Logo após a coleta as folhas foram embal adas em
sacos
plásticos
e
colocadas
em
caixas
de
isopor
com
gelo.
Segundo BALLVE et al. (1991), as folhas assim armazenadas,
mantêm a atividade enzimática e seus padrões inalterados por um
período de 4 semanas.
Nos
pomares
em
que
não
foi
constatada
a
presença de coleobrocas, a análise da peroxidase foi feita em 10
plantas.
Nos
pomares
com
coleobrocas
separadas em 10 plantas sadias
foram
feitas
análises
e em 10 plantas atacadas pelas
coleobrocas.
O
teste
para
quantificar
a
atividade
da
peroxidase nas plantas foi feito no mesmo dia da coleta das
folhas,
e
foi
realizado
conforme
método
desenvolvido
no
Laboratório de Bioquímica do Intituto de Biociências da UNESP
de Botucatu, que constou da seguinte metodologia:
Foi retirado um disco de 1cm de diâme tro de
cada folha. Este disco foi homogeinizado em 4ml de solução
LVII
tampão
fosfato
completamente
de
potássio
macerado,
com
foram
pH
6,7
acrescidos
e
0,2M.
Após
4ml
desta
mais
solução, obtendo-se assim o extrato bruto.
Num
tubo
de
vidro
transparente
de
2,5 cm
de
diâmetro e 8,5cm de altura, colocou -se 20ml da solução tampão
fosfato de potássio e 1ml de água oxigenada a 30%.
Com
o
auxilio
de
uma
pinça,
embebeu -se
um
disco de 1cm de diâmetro de papel filtro quantitativo no extrato
bruto. Depois de embebido, o disco de papel foi colocado no
tubo de vidro
contendo a solução tampão e
água oxigenada. O
disco foi ao fundo do tubo e após alguns segundos, começou a
subir, indo até a superficie da solução.
O período de tempo decorrido entre a saída do
disco de papel do fundo do tubo e sua chegada à superficie é que
determinou a intensidade da atividade da peroxidase. Quanto
menor este tempo, maior a atividade da enzima.
Foram
aparentemente
em
realizados
diferentes
testes
condições
com
plantas
fisiológicas,
pa ra
determinar o tempo de subida do disco de papel no tubo de
vidro. Após a realização destes testes, foram estabelecidos os
parâmetros para quantificar a atividade da enzima peroxidase.
Os parâmetros estabelecidos para quantificar a
atividade da peroxidase, em função do tempo decorrido para a
subida do disco de papel até a
superficie do tubo, foram os
seguintes:
- Até 12 segundos
- Alta atividade da peroxidase
LVIII
- De l2 a 15 segundos
- Média atividade da peroxidase
- Acima de 15 segundos
- Baixa atividade da peroxidase
4.4 - Avaliação das informações obtidas
A
enxertos
e
das
coleobrocas
foi
avaliação
variedades
realizado
do
comportamento
copa
através
em
da
relação
dos
ao
análise
porta -
ataque
estatística
de
pelo
método do Qui-Quadrado.
A
avaliação
da
influência
das
condições
do
pomar e da atividade da peroxidase na ocorrência de coleobrocas
foi feita através de correlações entre os parâmetros analisados e
a ocorrência desta praga.
Procurou-se avaliar também, se a peroxidase é
um
bom
indicador
da
condição
fisiológica
da
planta,
e
a
viabilidade da sua utilização na identificação de plantas com
algum tipo de "stress",
portanto, predispostas ao ataque de
coleobrocas.
O objetivo destas análises foi identificar fatores
que podem predipor as plantas cítricas ao ataque de coleobrocas.
LIX
LX
5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 - Comportamento de espécies e cultivares de citros em
relação ao ataque de coleobrocas.
Nos
experimentais
Lageado
e
da
na
levantamentos
realizados
F.C.A.-UNESP,
Fazenda
São
na
Fazenda
Manoel,
nos
pomares
Experimental
constatou -se
um
comportamento diferenciado de espécies e cultivares de citros
em relação ao ataque de coleobrocas.
Este
comportamento
diferenciado
foi
evidente nos porta-enxertos do que nas variedades copa.
5.1.1 - Comportamento dos Porta-enxertos
mais
LXI
A análise do pomar n° 1
com o experimento de
pé-franco de porta-enxertos, instalado na Fazenda São Manoel,
mostrou que há diferença de comportamento deles em relaçào ao
ataque de coleobrocas.
O Quadro 1 mostra a Freqüência Esperada (FE) e
a
Freqüência
Observada
(FO)
de
plantas
atacadas
pelas
coleobrocas e os valores do Qui -Quadrado ({2).
A
Quadrado
Figura
1
apresenta
os
valores
do
Qui-
({2) mostrando o contraste entre os valores esperados
e observados, indicando os porta-enxertos que se destacaram por
apresentar um maior ou menor ataque das coleob rocas.
Na
análise dos porta-enxertos menos suscetíveis,
observa-se na Figura 1 que a tangerina 'Cleopatra' destacou -se
pelo
número
de
plantas
sadias.
O
limão
'Rugoso'
também
apresentou este comportamento.
Já
suscetível
pelo
o
limão
número
'Cravo'
de
plantas
destacou-se
mortas
pela
como
mais
ação
das
coleobrocas e o limão 'Volkameriano', pelas plantas atacadas.
Os
demais
maneira intermediária.
porta-enxertos
comportaram-se
de
LXII
QUADRO 1. Freqüência
Observada
(FO)
e
Freqüência
Esperada (FE) de plantas com ataque de
coleobrocas e valores do Qui -Quadrado ({2) no
experimento de pé-franco de porta-enxertos.
PORTAENXERTOS
ATACA FALHAS MORTAS
DAS
SADIAS
TOTAL
L. Cravo
FO
FE
{2
0.0
0.18
0.181
5.0
4.95
0.001
5.0
1.6
6.914
0.0
3.27
3.272
10
C. Troyer
FO
FE
{2
0.0
0.09
0.090
5.0
2.45
2.639
0.0
0.81
0.818
0.0
1.65
1.636
5
Cleopatra
FO
FE
{2
0.0
0.18
0.181
0.0
4.95
4.909
0.0
1.63
1.636
10.0
3.25
l3.828
10
T. Sunki
FO
FE
{2
0.0
0.28
0.272
l3.0
7.3
4.314
2.0
2.45
0.084
0.0
4.90
4.909
15
L. Caipira
FO
FE
{2
0.0
0.09
0.090
4.0
2.45
0.973
1.0
0.85
0.040
0.0
1.63
1.636
5
L. Rugoso
FO
FE
{2
0.0
0.09
0.090
0.0
2.45
2.454
0.0
0.81
0.818
5.0
1.65
6.914
5
Volkameriano
FO
FE
{2
1.0
0.09
9.090
0.0
2.45
2.454
1.0
0.8
0.040
3.0
1.65
1.136
5
1.0
27.0
9.0
18.0
55.0
Total
{2 = 71.432
LXIII
FIGURA 1. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas em plantas do experimento de
pé-franco de porta-enxertos .
14
12
10
8
6
4
2
0
L.Cravo
C.Troyer
Cleopatra
Atacadas
Falhas
T.Sunki
L.Caipira
Mortas
L.Rugoso
Sadias
L.Volkam.
LXIV
No pomar n° 2, com o experimento de porta enxertos
para
tangerina
'Poncan',
instalado
na
Fazenda
São
Manoel, houve um resultado altamente significativo com relação
ao comportamento dos porta-enxertos.
O Quadro
Qui-Quadrado
deste
2 mostra os resultados da análise do
experimento,
onde
são
apresentadas
as
Freqüências de ocorrência Esperada (FE) e Observada (FO) de
coleobrocas e o Qui-Quadrado ( {2 ).
A
Quadrado
Figura
2
apresenta
os
valores
do
Qui -
({2), mostrando o contraste entre os valores esperados
e os valores observados, indicando os porta -enxertos que se
destacaram
por
apresentar
um
maior
ou
menor
ataque
de
coleobrocas.
A análise da Figura 2 mostra que o porta -enxerto
tangerina 'Cleópatra' foi o menos suscetível,
não apresentando
nenhuma planta morta pelo ataque de coleobrocas, e também por
apresentar o maior número de plantas sadias. O p orta-enxerto
citrumelo 'Swingle' também se destacou pois teve muitas plantas
com ataque de coleobrocas somente na copa. Já o porta -enxerto
laranja 'Caipira' foi o mais suscetível
para tangerina 'Poncan',
com muitas plantas mortas pela ação das coleobrocas
ataque
severo
na
copa
e
no
porta-enxerto.
O
limão
e com
'Cravo'
também mostrou-se muito suscetível, pois foi o porta -enxerto
que apresentou o maior número de plantas com ataque na copa e
no porta-enxerto.
QUADRO 2. Valores da Freqüência Observada (FO) e F reqüência
Esperada (FE) de plantas com ataque de coleobrocas
LXV
e valores do Qui-Quadrado ({2) no experimento de
porta-enxertos para tangerina 'Poncan'.
PORTAENXERTOS
COPA
COPA+
FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL
PORTA
ENXERTO
C. Swingle
FO
FE
{2
3.0
0.94
4.447
2.0
4.65
1.427
0.0
0.38
0.378
3.0
2.28
0.232
1.0
0.85
0.025
9
L. Cravo
FO
FE
{2
1.0
2.73
1.102
18.0
13.1
1.800
0.0
1.09
1.094
6.0
6.57
0.049
1.0
2.46
0.869
26
L. Caipira
FO
FE
{2
0,0
1.36
1.368
5.0
6.55
0.374
0.0
0.55
0.547
7.0
3.28
4,204
1.0
1.23
0.043
13
Volkameriano
FO
FE
{2
0,0
1.05
1.052
4.0
5.05
0.219
2.0
0.43
5.921
4.0
2.52
0.859
0.0
0.95
0.947
10
T. Sunki
FO
FE
{2
2.0
1.36
0.291
6.0
6.55
0.049
1.0
0.55
0.374
3,0
3.28
0.024
1.0
1.23
0.043
13
C. Troyer
FO
FE
{2
0.0
0.73
0.736
6.0
3.5
1.715
1.0
0.29
1.687
0.0
1.78
1.768
0.0
0.66
0.663
7
Cleopatra
FO
FE
{2
3.0
1.26
2.388
4.0
6.05
0.702
0.0
0.5
0.505
0.0
3.03
3.031
5.0
1.14
l3.128
12
L. Rugoso
FO
FE
{2
1.0
0.57
0.426
3.0
2.55
0.088
0.0
0.21
0.210
1.0
1.26
0.054
0.0
0.48
0.473
5
10.0
48.0
4.0
24.0
9.0
95.0
Total
{2= 55.328
LXVI
Figura 2 -Valores do Qui-Quadrado( {2) mostrando a variação de
compotamento dos porta-enxertos em relação ao ataque
de coleobrocas no experimento de porta -enxertos para
tangerina 'Poncan'.
14
12
10
8
6
4
2
0
C.Swingle
L.Cravo
L.Cai
Copa
Volkam.
Sunki
Copa+P.enxerto
O
Quadro
3
C.Troyer
Mortas
mostra
os
Cleopatra
L.R.Africa
Sadias
valores
da
Freqüência
Esperada (FE) e Freqüência Observada (FO) de plantas atacadas
com coleobrocas no experimento
n o 3, de porta-enxerto para
tangerina 'Satsuma', instalado na Fazenda Experimental Lageado.
A
Figura
3
apresenta
os
valores
do
Qui -
Quadrado, mostrando o contraste entre os va lores esperados e os
valores
observados,
destacaram
coleobrocas.
por
indicando
apresentar
um
os
maior
porta -enxertos
ou
menor
que
se
ataque
de
LXVII
QUADRO 3.Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores
do Qui-Quadrado ({2) no experimento de portaenxerto para tangerina 'Satsuma'.
PORTAENXERTOS
COPA
COPA+
FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL
PORTA
ENXERTO
3,0
0,0
0,0
4,0
2,5
0,8
1,4
2,9
8
0,1
0,8
1,4
0,417
Cleopatra
FO
FE
{2
1,0
0,4
0,9
T. Sunki
FO
FE
{2
0,0
0,4
0,4
4,0
2,5
0,9
0,0
0,8
0,8
2,0
1,4
0,257
2,0
2,9
0,279
8
L. Azeda
FO
FE
{2
0,0
0,4
0,4
3,0
2,5
0,1
1,0
0,8
0,05
4,0
1,4
4,828
0,0
2,9
2,9
8
L. Caipira
FO
FE
{2
0,0
0,4
0,4
5,0
2,5
2,5
0,0
0,8
0,8
0,0
1,4
1,4
3,0
2,9
0,003
8
L. Rugoso
FO
FE
{2
0,0
0,4
0,4
0,0
2,5
2,5
5,0
0,8
22,05
3,0
1,4
1,828
0,0
2,9
2,9
8
Volkameriano
FO
FE
{2
0,0
0,4
0,4
2,0
2,5
0,1
0,0
0,8
0,8
4,0
1,4
4,828
2,0
2,9
0,279
8
L. Cravo
FO
FE
{2
0,0
0,4
0,4
6,0
2,5
4,9
0,0
0,8
0,8
1,0
1,4
0,114
1,0
2,9
1,244
8
Trifoliata
FO
FE
{2
1,0
0,4
0,9
1,0
2,5
0,9
2,0
0,8
1,8
0,0
1,4
1,4
4,0
2,9
0,417
8
C. Carrizo
FO
FE
{2
2,0
0,4
6,4
0,0
2,5
2,5
0,0
0,8
0,8
0,0
1,4
1,4
6,0
2,9
3,313
8
C. Morton
FO
FE
{2
0,0
0,4
0,4
1,0
2,5
0,9
0,0
0,8
0,8
0,0
1,4
1,4
7,0
2,9
5,796
8
4,0
25,0
8,0
14,0
29,0
80,0
Total
{2= 92.309
LXVIII
FIGURA 3. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas em plantas do experimento de
porta-enxertos para tangerina 'Satsuma'.
7
6
5
4
3
2
1
0
Cleop.
Sunki
L. Azeda
Copa
L. Caip.
L.R. Flor.
Volkam.
Copa+P.enxerto
Os citranges
L. Cravo
Trifoliata
Mortas
Carrizo
Morton
Sadias
'Carrizo' e 'Morton' destacaram -se
como os menos suscetíveis por apresentarem maior número de
plantas
sadias.
'Carrizo'
também
destacou -se
por
apresentar
maior número de plantas com ataque de coleobrocas somente na
copa. Já o limão 'Cravo', o limão 'Volkameriano' e a laranja
'Azeda' mostraram-se como os porta-enxertos mais suscetíveis
para tangerina 'Satsuma', por apresentarem grande número de
plantas com ataque na copa e no porta -enxerto e também muitas
plantas mortas.
LXIX
O levantamento no pomar n° 4 com experimento
de
porta-enxerto
para
laranja
'Bahia',
instalado
Experimental Lageado, tamb ém mostrou que
na
Fazenda
há diferença de
comportamento dos porta-enxertos em relação às coleobrocas.
O Quadro 4 mostra a Freqüência Observada (FO)
e Freqüência Esperada (FE) de plantas com coleobrocas e os
valores do Qui-Quadrado ({2) .
A Figura 4 apresenta os resultados da análise do
Qui-Quadrado
({2),
mostrando
o
contraste
entre
os
valores
esperados e os valores observados, indicando os porta -enxertos
que se destacaram por apresentar um maior ou menor ataque de
coleobrocas.
Verificou-se
que
o
porta-enxerto
limão
'Rugoso' destacou-se como menos suscetível para laranja 'Bahia',
por apresentar grande número
de
plantas sadias e também
plantas com ataque somente na copa. Já os porta-enxertos limão
'Cravo'
e
laranja
'Caipira'
foram
os
mais
suscetíveis,
pois
apresentaram grande número de plantas mortas e também, com
ataque na copa e no porta-enxerto.
LXX
QUADRO 4. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas
e
valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de
porta-enxertos para laranja 'Bahia'.
PORTAENXERTOS
COPA
COPA+
FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL
PORTAENXERTO
L. Caipira
FO
FE
{2
1.0
2.4
0.816
7.0
2.8
6.3
1.0
1.6
0.225
2.0
2.4
0.066
1.0
2.8
1.157
12
L. Cravo
FO
FE
{2
1.0
2.4
0.816
2.0
2.8
0.228
2.0
1.6
0.1
6.0
2.4
5.4
1.0
2.8
1.157
12
L. Rugoso
FO
FE
{2
5.0
2.4
2.816
1.0
2.8
1.157
0.0
1.6
1.6
0.0
2.4
2.4
6.0
2.8
3.657
12
T. Sunki
FO
FE
{2
1.0
2.4
0.816
4.0
2.8
0.514
3.0
1.6
1.225
3.0
2.4
0.15
1.0
2.8
1.157
12
Trifoliata
FO
FE
{2
4.0
2.4
1.066
0.0
2.8
2.8
2.0
1.6
0.1
1.0
2.4
0.816
5.0
2.8
1.728
12
12.0
14.0
8.0
12.0
14.0
60.0
Total
{2= 38.274
LXXI
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento das plantas em relação ao ataque
de coleobrocas em plantas do experimento de portaenxertos para laranja 'Bahia'.
FIGURA 4.
7
6
5
4
3
2
1
0
L. Caipira
L. Cravo
Copa
L. Rugoso
copa+P.enxerto
T. Sunki
Mortas
Trifoliata
Sadias
Os resultados dos levantamentos no pomar n° 5,
com
experimento
de
porta-enxertos
para
laranja
'Hamlin',
instalado na Fazenda Experimental Lageado, são apre sentados no
Quadro 5, que mostra a Freqüência Esperada (FE) e Freqüência
Observada
(FO)
de
plantas
atacadas
pelas
coleobrocas
e
os
valores do Qui-Quadrado ({2).
A
Figura
5
apresenta
os
resultados
do
Qui -
Quadrado ({2), mostrando o contraste entre os valores esperados
e os valores observados, indicando os porta -enxertos que se
destacaram
coleobrocas.
'Trifoliata'
por
apresentar
Neste
como
o
maior
experimento
menos
ou
menor
destacou -se
suscetível,
por
o
ataque
de
porta-enxerto
apresentar
muitas
LXXII
plantas
sadias
e
também
plantas
com
ataque
de
coleobrocas
somente na copa. O limão 'Cravo' e a laranja 'Caipira' foram os
mais
suscetíveis
plantas
mortas
e,
para
laranja
também,
com
'Hamlin',
ataque
apresentando
na
copa
e
mui tas
no
porta -
enxerto.
QUADRO 5. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores
do Qui-Quadrado ({2),
no experimento de portaenxerto para laranja 'Hamlin'.
PORTAENXERTOS
COPA
COPA+
FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL
PORTAENXERTO
L. Caipira
FO
FE
{2
0.0
1.6
1.6
8.0
4.0
4.0
4.0
3.6
0.044
0.0
2.4
2.4
0.0
0.4
0.4
12
L. Cravo
FO
FE
{2
0.0
1.6
1.6
2.0
4.0
1.0
4.0
3.6
0.044
6.0
2.4
5.4
0.0
0.4
0.4
12
L. Rugoso
FO
FE
{2
0.0
1.6
1.6
2.0
4.0
1.0
5.0
3.6
0.544
5.0
2.4
2.816
0.0
0.4
0.4
12
T. Sunki
FO
FE
{2
1.0
1.6
0.225
6.0
4.0
1.0
5.0
3.6
0.544
0.0
2.4
2.4
0.0
0.4
0.4
12
Trifoliata
FO
FE
{2
7.0
1.6
18.225
2.0
4.0
1.0
0.0
3.6
3.6
1.0
2.4
0.816
2.0
0.4
6.4
12
8.0
20.0
18.0
12.0
2.0
60.0
Total
{2= 57.861
LXXIII
FIGURA 5.
Valores do Qui-Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas em plantas do experimento de
porta-enxertos para laranja 'Hamlin'.
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
L. Caipira
L. Cravo
Copa
L. Rugoso
Copa+P.enxerto
T. Sunki
Mortas
Trifoliata
Sadias
Os dados obtidos no pomar n° 6, com a copa de
laranja
'Itaboraí',
estão
no
Quadro
6,
que
apresenta
a
Freqüência Esperada (FE) e a Freqüência Observada (FO) de
plantas com ataque de coleobrocas e os valores do Qui -Quadrado
({2).
A Figura 6 apresenta os valores do Qui-Quadrado
({2), mostrando o contraste entre os valores esperados e os
valores observados, indicando os porta -enxertos que se destacam
por apresentar maior ou menor ataque de coleobrocas. Neste
experimento,
destacou-se
o
porta-enxerto
'Trifoliata'
como
LXXIV
menos suscetível, apresentando grande número de plantas com
ataque
somente na copa.
O limão 'Cravo' e a laranja 'Caipira' foram os
mais suscetíveis para laranja 'Itaboraí',
apresentando grande
número de plantas mortas.
QUADRO 6. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas e valores
do Qui-Quadrado ({2), do experimento de portaenxertos para laranja ' Itaboraí`.
.
PORTAENXERTOS
COPA
COPA+
FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL
PORTAENXERTO
L. Caipira
FO
FE
{2
0.0
1.6
1.6
2.0
1.2
0.533
4.0
2.2
1.472
1.0
5.0
3.2
5.0
2.0
4.5
12
L. Cravo
FO
FE
{2
0.0
1.6
1.6
0.0
1.2
1.2
2.0
2.2
0.018
10.0
5.0
5.0
0.0
2.0
2.0
12
L. Rugoso
FO
FE
{2
0.0
1.6
1.6
2.0
1.2
0.533
2.0
2.2
0.018
6.0
5.0
0.2
2.0
2.0
0.0
12
T. Sunki
FO
FE
{2
0.0
1.6
1.6
2.0
1.2
0.533
2.0
2.2
0.018
7.0
5.0
0.8
1.0
2.0
0.5
12
Trifoliata
FO
FE
{2
8.0
1.6
25.6
0.0
1.2
1.2
1.0
2.2
0.654
1.0
5.0
3.2
2.0
2.0
0.0
12
8.0
6.0
11.0
25.0
10.0
60.0
Total
{2=57.582
LXXV
FIGURA 6. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas em plantas do experimento de
porta-enxerto para laranja 'Itaboraí'.
30
25
20
15
10
5
0
L. Caipira
Copa
L. Cravo
L. Rugoso
Copa+P.enxerto
Mortas
T. Sunki
Trifoliata
Sadias
LXXVI
Os resultados do levantamento no pomar n° 7
com a copa de laranja 'Rubi', está
no Quadro 7, que apresenta a
Freqüência Observada (FO) e a Freqüência Esperada (FE) de
plantas com coleobrocas, e os valores do Qui -Quadrado ({2)
A Figura 7 apresenta os valores do Qui -Quadrado
({2)
mostrando
valores
o
contraste
observados,
destacaram
indicando
os
os
valores
esperados
porta -enxertos
e
que
os
se
apresentando maior ou menor ataque de coleobrocas.
Neste
destacou-se
entre
experimento
o
'Trifolia'
também
apresentando um grande número de plantas sadias e
com ataque somente na copa. O limão 'Cravo' volta a ser o mais
suscetível
apresentando
grande número de plantas mortas e
nenhuma planta sadia. A tangerina 'Sunki' também mostrou -se
muito
suscetível
para
laranja
'Rubi',
apresentando
plantas com ataque na copa e no porta -enxerto.
muitas
LXXVII
QUADRO 7. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas
e
valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de
porta-enxertos para laranja 'Rubi'.
PORTAENXERTOS
COPA
COPA+
FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL
PORTAENXERTO
L. Caipira
FO
FE
{2
0.0
1.4
1.4
1.0
1.2
0.033
2.0
2.8
0.228
6.0
3.4
1.988
3.0
3.2
0.012
12
L. Cravo
FO
FE
{2
0.0
1.4
1.4
0.0
1.2
1.2
1.0
2.8
1.157
11.0
3.4
16.988
0.0
3.2
3.2
12
L. Rugoso
FO
FE
{2
2.0
1.4
0.257
1.0
1.2
0.033
5.0
2.8
1.728
0.0
3.4
3.4
4.0
3.2
0.2
12
T. Sunki
FO
FE
{2
0.0
1.4
1.4
4.0
1.2
6.533
5.0
2.8
1.728
0.0
3.4
3.4
3.0
3.2
0.012
12
Trifoliata
FO
FE
{2
5.0
1.4
9.257
0.0
1.2
1.2
1.0
2.8
1.157
0.0
3.4
3.4
6.0
3.2
2.45
12
7.0
6.0
14.0
17.0
16.0
60.0
Total
{2=63.766
LXXVIII
FIGURA 7. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação
de
comportamento
em
relação
ao
ataque
de
coleobrocas em plantas do experimento de porta enxertos para laranja 'Rubi'.
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
L. Caipira
Copa
L. Cravo
L. Rugoso
Copa+P.enxerto
Mortas
T. Sunki
Trifoliata
Sadias
LXXIX
Os dados do levantamento do pomar n° 8, onde
foram avaliados
porta-enxertos para laranja 'Westin' na Fazenda
Experimental Lageado, estão no Quadro 8, que apresenta
Freqüência
Esperada
(FE)
e
Freqüência
Observada
(FO)
a
de
plantas com coleobrocas e os valores do Qui -Quadrado({2).
A Figura 8 apresenta os valores do Qui -Quadrado
({2)
mostrando
valores
o
contraste
observados,
destacaram
por
entre
indicando
apresentar
os
os
maior
valores
esperados
porta-enxertos
ou
menor
e
os
que
se
ataque
de
coleobrocas.
Neste experimento também destacou -se o portaenxerto 'Trifoliata' como o menos suscetível
não apresentando
nenhuma planta morta. O limão 'Cravo ' continuou sendo o mais
suscetível
não apresentando nenhuma
planta
sadia
e
tendo
muitas plantas mortas e com ataque na copa e no porta -enxerto.
LXXX
QUADRO 8. Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas
e
valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de
porta-enxertos para laranja 'Westin'.
PORTAENXERTOS
COPA
COPA+
FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL
PORTAENXERTO
L. Caipira
FO
FE
{2
0.0
0.2
0.2
3.0
2.4
0.15
1.0
1.8
0.355
1.0
3.4
1.694
7.0
4.2
1.866
12
L. Cravo
FO
FE
{2
0.0
0.2
0.2
0.0
2.4
2.4
1.0
1.8
0.355
11.0
3.4
16.988
0.0
4.2
4.2
12
L. Rugoso
FO
FE
{2
0.0
0.2
0.2
2.0
2.4
0.066
3.0
1.8
0.8
3.0
3.4
0.047
4.0
4.2
0.009
12
T. Sunki
FO
FE
{2
0.0
0.2
0.2
4.0
2.4
1.066
3.0
1.8
0.8
2.0
3.4
0.576
3.0
4.2
0.342
12
Trifoliata
FO
FE
{2
1.0
0.2
3.2
3.0
2.4
0.15
1.0
1.8
0.355
0.0
3.4
3.4
7.0
4.2
1.866
12
1.0
12.0
9.0
17.0
21.0
60.0
Total
{2= 41.492
LXXXI
FIGURA 8. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação
de comportamento dos porta-enxertos em relação ao
ataque de coleobrocas no experimento de porta enxertos para laranja 'Westin'.
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
L. Caipira
L. Cravo
Copa
L. Rugoso
Copa+ P.enxerto
T. Sunki
Mortas
Trifoliata
Sadias
A análise do comportamento dos porta -enxertos
nos
oito
pomares
experimentais
onde
foram
efetuadas
os
levantamentos, mostrou que há diferença de suscetibilidade deles
em relação ao ataque de coleobrocas.
Na literatura não foram encontradas informações
a respeito de diferença de suscetibilidade de plantas citricas em
relação às coleobrocas. LARA (1991) r elata que a diferença de
comportamento das plantas em relação às pragas, é devida a três
fatores: a) físicos; como a cor atrativa ou repelente à praga;
LXXXII
b) químicos; substâncias olfativas ou gustativas atrativas ou
repelentes
e
propriedades
nutricionai s
da
planta;
e
c) morfológicas; tipo e formação da epiderme e, disposição e
dimensão das estruturas da planta.
Alguns destes fatores ou a interação deles, deve
estar relacionada com a diferença de comportamento
encontrada
nos porta-enxertos em relação às coleobrocas.
O Quadro 9 mostra o comportamento de diversos
porta-enxertos, plantados no sistema de pé -franco e combinados
com diferentes copas de tangerina e laranjas.
Estes resultados mostraram que para a tangerina
'Poncan', os porta-enxertos menos suscetíveis às coleobrocas são
a
tangerina
'Cleopatra'
e
o
citrumelo
'Swingle'.
O
mais
suscetível é a laranja 'Caipira'. Já para a tangerina 'Satsuma', os
porta-enxertos menos suscetíveis são os citranges 'Morton' e
'Carrizo' e os mais suscetíveis são o limão 'Cravo', a laranja
'Azeda' e o limão 'Volkameriano'.
Para
'Westin'
e
'Itaboraí',
as
o
laranjas
'Bahia',
porta-enxerto
'Hamlin',
menos
'Rubi',
suscetível
é
o
'Trifoliata' e os mais suscetíveis são o limão 'Cravo' e a laranja
'Caipira'.
Não
encontramos
na
literartura
informações à respeito de espécies e variedades de citros que
tenham maior ou menor suscetibilidade ao ataque de coleobrocas.
LXXXIII
QUADRO 9.Suscetibilidade dos porta -enxertos às coleobrocas, no
sistema de pé-franco e combinados com diferentes
copas de tangerina e laranjas.
Copas
Tang.
Tang.
Lar.
Lar.
Lar.
Lar.
Lar.
Pé-
P. Enxertos
Poncan
Satsusma
Bahia
Hamli
Rubi
Westin
Itaboraí
franco
n
Trifoliata
ne
++
++
+
+
+
+
ne
Cleopatra
+
++
ne
ne
ne
ne
ne
+
C.Norton
ne
+
ne
ne
ne
ne
ne
ne
C.Carrizo
ne
+
ne
ne
ne
ne
ne
ne
C.Swingle
+
ne
ne
ne
ne
ne
ne
ne
Volkameriano
++
+++
ne
ne
ne
ne
ne
+++
L.Rugoso
++
++
+
++
++
++
++
+
C.Troyer
++
ne
ne
ne
ne
ne
ne
++
L.Caipira
+++
++
+++
+++
++
++
+++
++
T.Sunki
++
++
++
++
+++
++
++
++
L.Azeda
ne
+++
ne
ne
ne
ne
ne
ne
L.Cravo
++
+++
+++
+++
+++
+++
+++
+++
+
++
+++
ne
=Pouco suscetível às coleobrocas
= Suscetibilidade média às coleobrocas
= Muito suscetível às coleobrocas
= Não examinado
LXXXIV
Através do Quadro 9 observa-se que o 'Trifoliata'
e seus híbridos, citranges 'Morton' e 'Carrizo', mostraram -se
como
os
vantagem,
citricultura
menos
suscetíveis
estes
às
porta-enxertos
brasileira.
Segundo
representam menos de 1%
coleobrocas.
Apesar
desta
são
pouco
utilizados
SILVA
et
(1990),
al.
na
eles
dos porta -enxertos utilizados em São
Paulo.
O único estado brasileiro onde o 'Trifoliata' é
mais utilizado é o R. Grande do Sul. Lá atualmente cerca de 90%
das mudas citricas produzidas, estão enxertadas em 'Trifoliata'
(PORTO 1992).
A pequena utilização do 'Trifoliata' no Brasil,
deve-se à algumas desvantagens deste porta -enxerto.
ROESSING (1963)
SALIBE &
destacam sua incompatibilidade com certas
variedades copa, principalmente a laranja 'Pera'. Para POMPEU
JÚNIOR (1991),
o 'Trifoliata' possue pequeno vigor no viveiro,
para produção de mudas.
O 'Trifoliata', além de ser o porta -enxerto menos
suscetível às coleobrocas, apresenta também outras vantagens.
POMPEU JÚNIOR, (1991) destaca sua alta resistência à gomose
e a indução de frutos de ótima qualidade.
O limão 'Cravo' mostrou-se como o porta-enxerto
mais suscetível às coleobrocas. Apesar desta desvantagem, ele é
o porta-enxerto mais utilizado na citricultura brasileira.
Segundo SILVA et al. (1990) o limão 'Cravo' é o
porta-enxerto mais utilizado em São Paulo, com participação de
72% nas mudas cítricas produzidas no período de l984 a 1988.
LXXXV
Para POMPEU JÚNIOR (1991),
porta-enxerto
quase
exclusivo
também
o limão 'Cravo' é
na
citricultura
dos
estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Bahia e Distrito
Federal.
Segundo KOLLER & SOPRANO (1992) o limão
'Cravo' é o porta-enxerto mais utilizado na citricultura de Santa
Catarina,
estando
presente
em
mais
de
61%
das
mudas
produzidas.
SALIBE (1974b) justifica a supremacia do portaenxerto
limão
comportamento
'Cravo',
vigoroso
crescimento das plantas,
destacando
suas
viveiro,
indução
no
qualidades:
de
rápido
produção precoce, safras volumosas e
resistência à seca.
POMPEU JÚNIOR (1991) afirma ser neces sário
haver
maior
diversificação
no
uso
de
porta -enxertos
na
citricultura brasileira, que utiliza em escala muito grande o
limão 'Cravo'.
Este
porta-enxerto,
"declínio-blight",
mostrou-se
além
como
de
o
ser
suscetível
ao
mais
suscetível
às
coleobrocas, um motivo a mais para ocorrer a diversificação dos
porta-enxertos.
Como
enxertos,
POMPEU
opções
JÚNIOR
na
diversificação
(1991),
cita
entre
de
porta -
outros
a
tangerina 'Cleopatra', citrumelo 'Swingle', 'Trifoliata' e citrange
'Morton'.
Estes porta-enxertos mostraram-se como os
menos suscetíveis às coleobrocas, razão pela qual, deve ser dada
LXXXVI
maior atenção aos mesmos, no momento de diversificar os porta enxertos
5.1.2 - Comportamento das variedades copa.
O levantamento realizado no pomar n ° 9, com
quatro variedades de laranja doce, instalado na Fazenda São
Manoel,
é apresentado
no Quadro 10, mostrando a Freqüência
Esperada (FE) e a Freqüência Observada (FO) de plantas com
ataque de coleobrocas e os valores do Qui -Quadrado ({2).
A Figura 9 apresenta os valores do
Qui -Quadrado
({2) e a variação de comportamento das variedades copa de
laranja, em relação às coleobrocas.
Observa-se
destas
laranjas
que
em
não
houve
relação
ao
diferença
ataque
no
de
comportamento
coleobrocas.
As
variedades 'Pera', 'Natal', 'Valência' e 'Rubi' comportaram -se
como suscetíveis.
LXXXVII
QUADRO 10.
Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas
e
valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de
variedades copa de laranja doce.
PORTAENXERTOS
COPA
COPA+
FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL
PORTAENXERTO
Natal
FO
FE
{2
0.0
0.66
0.666
6.0
7.12
0.173
l.0
1.77
0.340
4.0
4.0
0.0
9.0
6.45
1.013
20
Pera
FO
FE
{2
2.0
1.0
1.0
7.0
10.66
1.260
3.0
2.67
0.041
8.0
6.0
0.666
10.0
9.67
0.011
30
Valência
FO
FE
{2
1.0
1.0
0.0
15.0
10.66
1.760
2.0
2.67
0.166
2.0
6.0
2.666
10.0
9.67
0.011
30
Rubi
FO
FE
{2
0.0
0.34
0.333
4.0
3.56
0.055
2.0
0.89
1.388
4.0
2.0
2.0
0.0
3.21
3.222
10
3.0
32.0
8.0
18.0
29.0
90.0
Total
{2= 16.779
LXXXVIII
FIGURA 9. Valores do Qui -Quadrado ({2) mostrando a variação
do
ataque
de coleobrocas
no
experimento
de
variedades copa de laranja doce da Fazenda São
Manoel.
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Natal
Copa
Pera
Copa+P.enxerto
Valência
Mortas
Rubi
Sadias
A análise dos levantamentos dos pomares n° 4, 5,
6, 7 e 8 com as cinco variedades copa de laranja, instalados na
Fazenda Experimental Lageado, mostrou que
comportamento entre as
houve diferença de
variedades 'Hamlin', 'Bahia', 'Rubi',
'Westin' e 'Itaboraí' em relação às coleobrocas. O Quadro 11
apresenta os valores da Freqüência Esperada (FE) e Freqüê ncia
Observada (FO) de plantas com ataque de coleobrocas
valores do Qui-Quadrado({2)
e os
LXXXIX
QUADRO l1.Freqüência Observada (FO) e Freqüência Esperada
(FE) de plantas com ataque de coleobrocas
e
valores do Qui-Quadrado ({2), no experimento de
copas e porta-enxertos da Fazenda Experimental
Lageado.
PORTAENXERTOS
COPA
COPA+
FALHAS MORTAS SADIAS TOTAL
PORTAENXERTO
Itaboraí
FO
FE
{2
8.0
7.2
0.088
6.0
11.6
2.703
11.0
12.0
0.083
25.0
16.6
4.250
10.0
12.6
0.536
60.0
Rubi
FO
FE
{2
7.0
7.2
0.005
6.0
11.6
2.703
14.0
11.0
0.333
17.0
16.6
0.009
16.0
12.6
0.917
60.0
Westin
FO
FE
{2
1.0
7.2
5.338
12.0
11.6
0.013
9.0
12.0
0.750
17.0
16.6
0.009
21.0
12.6
5.600
60.0
Bahia
FO
FE
{2
12.0
7.2
3.200
14.0
11.6
0.496
8.0
12.0
1.333
12.0
16.6
1.274
14.0
12.6
0.155
60.0
Hamlin
FO
FE
{2
8.0
7.2
0.088
20.0
11.6
6.082
18.0
12.0
3.000
12.0
16.6
1.274
2.0
12.6
8.917
60.0
36.0
58.0
60.0
83.0
63
300.0
valores
do
Total
{2= 49.168
A
Quadrado
({2)
Figura
10
evidenciando
apresenta
o
os
contraste
entre
os
Qui -
valores
esperados e os valores observados, mostrando o comportamento
das
variedades
coleobrocas.
copa
de
laranja,
em
relação
ao
ataque
de
XC
FIGURA l0.Valores do Qui -Quadrado({2) mostrando a variação
de comportamento das variedades copas em relação
ao ataque de coleobrocas no experimento de copas
porta-enxertos da Fazenda Experimental Lageado.
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Itaboraí
Rubi
Copa
Westin
Copa+ P.enxerto
Bahia
Mortas
Hamlin
Sadias
Através da figura 10, observa-se que a variedade
'Hamlin'
comporta-se
como
a
mais
suscetível,
apresentando
poucas plantas sadias e muitas plantas com ataque na copa e no
porta-enxerto. Já a variedade 'Westin' comporta -se como a menos
suscetível,
apresentando muitas plantas sadias e apenas uma
planta com ataque
na copa. As demais variedades mostraram
comportamento intermediário.
O
variedades
copa
Quadro
de
12
laranja
ataque de coleobrocas.
mostra
em
o
relação
comportamento
à
suscetibilidade
das
ao
XCI
QUADRO 12. Suscetibilidade das copas de laranja em
relação ao ataque de coleobrocas.
COPAS
SUSCETIBILIDADE
Westin
*
Pera
**
Natal
**
Valência
**
Rubi
**
Bahia
**
Itaboraí
**
Hamlin
***
*
- Pouco suscetível às coleobrocas
**
- Suscetibilidade média às coleobrocas
***
- Muito suscetível às coleobrocas
Estes
copa
de
laranja
resultados
também
mostraram
apresentam
que
um
as
variedades
comportamento
diferenciado em relação às coleobrocas. A variedade 'Westin'
mostrou-se como a menos suscetível e a variedade 'Hamlin' como
a
mais
'Pera',
suscetível
'Natal',
ao
ataque
'Valência',
das
coleobrocas.
'Rubi',
'Bahia',
As
variedades
e
'Itaboraí',
comportam-se de maneira intermediária, não havendo diferença
de
suscetibilidade
coleobrocas.
entre
elas
em
relação
ao
ataque
de
XCII
Estes
resultados
contrariam
FONSECA
E
AUTUORI (1933), que relataram que as coleobrocas atacam sem
distinção todas as espécies do gênero Citrus.
As variedades 'Pera', 'Natal'
segundo MAIA (1992), respondem
e 'Valência', que
por aproximadamente 90% da
laranja produzida em São Paulo, mostraram -se como suscetíveis
às coleobrocas. A variedade 'Westin', a única a apresentar -se
como
menos
suscetível,
representa
menos
de
1%
da
laranja
cultivada em São Paulo. A variedade 'Hamlin' que se mostrou
como a mais suscetível às coleobrocas, representa segundo MAIA
(1992), cerca de 4% da laranja produzida em São Paulo.
5.2 - Influência das condições do pomar na ocorrência de
coleobrocas
5.2.1 - Correlação das condições do pomar na
ocorrência de coleobrocas
Os
levantamentos
realizados
nos
60
pomares
comerciais dos municipios de Botucatu, São Manoel, São Pedro,
Limeira, Araras e Cordeirópolis, mostraram que as condições do
pomar influem na ocorrência de coleobrocas.
XCIII
Nestes pomares foram levantados os dados de
área do pomar, idade das plantas, produção em caixas por planta,
destino
da
produção
(indústria
ou
mercado
"in
natura"),
adubação em kg/planta/ano, matocompetição e pH do solo. Os
pomares foram avaliados também
visualmente,
uma
um
nota
de
1
a
5
a
cada
deles,
atribuindo -se
conforme
suas
características. A nota 1 foi dada ao pomar de péssima qualidade
e a nota 5 ao pomar de excelente qualidade.
Os dados obtidos foram correlacionados com a
ocorrência de coleobrocas do tronco e do ramo e com a nota do
pomar.
O
Quadro
13,
com
a
análise
de
correlações,
mostra os resultados do valor de (r), indicando os níveis de
significância dos fatores com a incidência de coleobrocas e a
nota de cada pomar.
XCIV
QUADRO 13. Correlação entre as condições do pomar com a
ocorrência de coleobrocas do tro nco e do ramo e
a nota do pomar, e valores de (r), indicando os
níveis de significância.
Broca do
tronco
Broca do
Ramo
Nota do
pomar
Área
-0.34537ns
0.86543**
0.42413**
Idade
0.15042ns
0.12064ns
-0.28175ns
Produção
-0.38334ns
0.03474ns
0.72007**
Destino
-0.39825*
-0.45091ns
0.48266**
Adubação
-0.45124*
0.77433*
0.59726**
VARIÁVEIS
Matocompetição
0.59094**
-0.69354*
-0.62948**
pH solo
0.55231**
-0.25811ns
0.08220ns
Broca tronco
1.00000
-0.45398ns
-0.55247**
Broca ramo
-0.45398ns
Nota pomar
-0.55247**
*
**
ns
1.00000
-0.37039ns
-0.37039ns
1.00000
- Significativo a 5%
- Significativo a 1%
- Não significativo
A
área
do
pomar
não
tem
correlação
significativa com a ocorrência de coleobrocas do tronco. Já para
a
broca
do
ramo
a
área
tem
correlação
positiva
altamente
significativa. Isto sugere que para a ocorrência da broca do
tronco o tamanho do pomar não tem importância. Para a broca do
ramo,
quanto
maior
a
área,
maior
a
prob abilidade
de
sua
ocorrência. Com relação à nota do pomar, existe uma correlação
positiva altamente significativa entre a área e a nota. Pomares
XCV
maiores
normalmente
recebem
maiores
cuidados
e
mais
tecnologia, e por isto tem melhor qualidade e maior nota.
A
idade
do
pomar
não
tem
correlação
significativa tanto para broca do tronco como do ramo. Este
resultado mostra que a idade da planta não é fator determinante
ou restritivo para a ocorrência de coleobrocas. Este resultado
não
coincide
com
o
de
ARAUJO
(1937)
que
constatou
a
ocorrência de coleobrocas em pomares velhos. Já KUBO et al.
(1987) relataram que nos últimos anos as coleobrocas passaram a
atacar também pomares novos. Com relação à nota, não existe
correlação
significativa. A qualidade do pomar est á mais ligada
à tecnologia e investimentos do que à idade das plantas.
A
significativa
produção
do
broca
tronco
para
do
pomar
nãotem
e
para
correlação
broca
do
ramo.
MACHADO et al. (1989) relatam que a broca do ramo tem sido
constatada
em
pomares
produtivos
e
a
broca
do
tronco
em
pomares com baixa produtividade. Já para a nota do pomar, a
produção tem correlação positiva altamente significativa.
Com
relação
ao
destino
da
produção,
os
resultados mostram que para a coleobroca do tronco há uma
correlação negativa significativa quando a fruta destina -se para
o mercado "in natura". Para a broca do ramo não há correlação
significativa. Para a nota do pomar o destino da produção tem
correlação positiva altamente significativa quando a fruta
se
destina ao mercado "in natura".
Quanto
correlação
negativa
à
adubação
significativa
em
do
pomar,
relação
ao
existe
ataque
uma
de
XCVI
coleobrocas do tronco, mostrando que quanto maior a adubação,
menor a ocorrência destas coleobrocas. Já para a broca do ramo
existe uma correlação positiva significativa, mostrando que em
um pomar bem adubado pode haver incidência desta broca. Estes
resultados
concordam
com
MACHADO
et
al.
(1989),
que
constataram a ocorrência de coleobrocas do tronco em pomares
depauperados e a broca do ramo em pomares com boas condições.
Com
relação
à
nota
do
pomar,
a
adubação
tem
correlação
positiva altamente significativa.
Quanto à incidência de ervas daninhas no pomar,
houve uma correlação positiva altamente significativa entre a
ocorrência de invasoras e a ocorrência de coleobrocas do tronco.
Este resultado é o mesmo encontrado por GARCIA (1987) que
também constatou alta ocorrência da coleobroca do tronco em
pomares abandonados. Já para a broca do ramo, ocorreu uma
correlação
negativa
significativa,
indicando
que
ela
poderá
ocorrer em maior escala em pomares bem cuidados, como relatam
também MACHADO et al (1989). Para a nota do pomar, existe
uma correlação negativa altamente significativa. Pomares com
muito mato tiveram notas baixas. Pomares com pouco mato, que
utilizam herbicida na linha e roçadeira na entre -linha, tiveram
notas altas.
Para
o
pH
do
solo,
ocorreu
uma
correlação
positiva altamente significativa para a broca do tronco. Para a
broca do ramo não ocorreu correlação
significativa. T ambém
para a nota do pomar não houve correlação significativa.
XCVII
Com relação à nota do pomar, a broca do tronco
teve uma correlação negativa altamente significativa com a nota
do pomar. Estes resultados mostram que em pomares com nota
alta, que são bem cuidados, com boa sanidade, adubação e alta
produtividade,
há
baixa
ocorrência
da
broca
do
tronco.
Em
Pomares com nota baixa, ou seja, mal cuidados, com deficiências
nutricionais,
produtividade,
ocorrência
existe
de
alta
outras
pragas
incidência
e
desta
doenças
e
baixa
coleobroca.
Estes
resultados concordam com ARAUJ0 (1937), GARCIA (1987) e
MACHADO et al. (1989), que também constataram a ocorrência
desta
coleobroca
em
pomares
mal
tratados,
abandonados,
depauperados e com baixa produtividade. Para a broca do ramo
não houve
correlação
significativa com a nota, indicando que
este tipo de broca pode ocorrer em qualquer tipo de pomar,
conforme também constataram
Os
resultados
KUBO et al. (1987).
destes
levantamentos
indicaram
que a ocorrência da broca do tronco Macropophora accentifer
está diretamente ligada às condições do pomar. Pomares com
baixa atividade fisiológica, péssimo controle fitossanitário e de
invasoras e pouco adubados, estão mais predispostos ao ataque
desta
coleobroca.
Já
pomares
sadios,
com
boa
atividade
fisiológica, bom controle de invasoras e bem adubados, estão
menos predispostos ao seu ataque.
Para a broca do ramo Diploschema rotundicolle,
os resultados mostraram que as condições do pomar não tem
muita influência na sua ocorrência.
XCVIII
Os porta-enxertos e as variedades copa não foram
correlacionados com a ocorrência de coleobrocas, uma vez que,
nos pomares comerciais onde foram feitos os levantamentos, o
limão 'Cravo' foi o porta-enxerto utilizado em mais de 80% dos
pomares. As variedades copa também não foram correlacionadas,
pois as laranjas 'Pera', 'Natal' e 'Valência' e a tangerina 'Poncan'
estavam presentes em mais de 75% dos pomares.
5.2.2- Resultados da análise da atividade da enzima peroxidase
As análises que quantificaram a
enzima
peroxidase
evidenciaram
que
existe
atividade da
diferença
de
comportamento desta enzima com as condições do pomar.
Foi
peroxidase
em
analisada
plantas
sadias
separadamente
e
em
plantas
a
atividade
atacadas
da
pelas
coleobrocas.
O
Quadro
14
mostra
a
correlação
entre
a
atividade da peroxidase e as condições do pomar, com o valor de
(r) indicando os níveis de significância.
QUADRO 14.Correlação entre a atividade da peroxidase de
plantas sadias e atacadas por coleobrocas e as
XCIX
condições do pomar, com o valor de (r) indicando
os níveis de significância.
Condições do
pomar
Área
Peroxidase
Plantas
Sadias
-0.28033*
Idade
-0.10733ns
-0.11861ns
Produção
-0.31283*
-0.02888ns
Destino
-0.43816**
0.07111ns
Adubação
-0.25331ns
0.07391ns
Matocompetição
0.38273**
-0.10248ns
pH solo
0.05200ns
0.24351ns
Nota Pomar
-0.57974**
-0.03216ns
Broca do tronco
-0.05097ns
0.13507ns
0.99807**
0.59547ns
Broca do ramo
*
- Significativa a 5%
** - Significativa a 1%
ns - Não significativa
Peroxidase Plantas
Atacadas
0.00904ns
C
Com
relação
à
área
do
pomar,
existiu
uma
correlação negativa significativa com a atividade da peroxidase
nas plantas sadias. Isto significa que com o aumento do tamanho
do pomar, ocorre uma melhoria nas condições do pomar e com
isto
há
diminuição
da
atividade
da
peroxidase.
Nas
plantas
atacadas não houve corrrelação significativa.
Não houve correlação
significativa entre a idade
do pomar e a intensidade de atividade da peroxidase tanto para
plantas sadias como nas plantas atacadas. Também para nota do
pomar e ataque de coleobrocas, a idade do pomar não influe na
atividade da peroxidase. O que teve influência foi o manejo e as
condições do pomar.
Houve correlação negativa significativa entre a
produção do pomar e a intensidade de atividade da peroxidase.
Como o aumento da produção indica que o pomar está em boas
condições
fisiológicas,
indicando
esta
a
tendência.
atividade
Nas
da
plan tas
peroxidase
atacadas
foi
não
baixa
houve
correlação significativa.
Os
resultados
evidenciaram
que
em
pomares
destinados ao mercado "in natura", ocorreu uma melhoria em
suas condições de produção e isto implicou em diminuição da
atividade da peroxidase. Foi constatada uma correlação negativa
altamente significativa nas plantas sadias. Para plantas atacadas
não houve correlação significativa.
A adubação do pomar não teve muita influência
na atividade da peroxidase, pois tanto nas plantas sadias quanto
nas plantas atacadas não houve correlação significativa.
CI
Com
houve
relação
ao
controle
de
ervas
daninhas,
correlação positiva altamente significativa nas plantas
sadias. Conforme aumenta a presença de invasoras, aumenta a
atividade da peroxidase, evidenciando que
a concorrência de
plantas daninhas no pomar causa "stress" fisiológico nas plantas.
Nas plantas atacadas não houve correlação significativa.
Com relação ao pH do solo não houve correlação
significativa
tanto
nas
plantas
sadias
como
para
plantas
atacadas.
Houve
correlação
negativa
altamente
significativa entre a nota do pomar e atividade da peroxidase nas
plantas sadias. Com isto, comprova -se que em pomares com boa
atividade
fisiológica,
ausência
de
pragas
e
doenças,
boa
nutrição, bom controle de invasoras e crescimento vegetativo,
ocorre uma baixa atividadade da peroxidase. Já os pomares com
fraco desenvolvimento vegetativo, presença de pragas e doenças
e
com
muitos
sintomas
de
deficiências
apresentaram alta atividade da peroxidase.
relatos
de
VAN
HUYSTEE
(1987)
de
que
nutricionais,
Isto confirma os
as
plantas
sob
condições de "stress" aumentam a atividade da peroxidase.
Nos
pomares
com
nota
baixa
houve
alta
atividade da peroxidase, provavelmente em resposta a algum tipo
de "stress" causado por ferimentos de outras pragas, ocorrência
de
invasoras,
infecção
por
fungos,
déficit
nutricional
entre
outros. LELYVELD et al. (1975) constatou que a atividade da
peroxidase de folhas de limão 'Rugoso' foi maior em plantas
doentes, infectadas por Phytophtora sp do que em plantas sadias.
CII
Em plantas atacadas a nota do pomar não teve
correlação significativa com a atividade da peroxidase.
A figura 11 mostra a variação da atividade da
peroxidase
de
plantas
sadias
e
atacadas
por
coleobrocas
em
função da nota do pomar.
FIGURA 11.Atividade da peroxidase de plantas sadias e atacadas
por coleobrocas em função da nota do pomar.
20
18
16
14
12
Tempo em
10
segundos
8
6
4
2
0
Nota 1
Nota 2
Nota 3
Plantas sadias
Não houve
Nota 4
Nota 5
Plantas atacadas
correlação
significativa entre broca
do tronco e atividade da peroxidase nas plantas sadias. Isto
evidencia que a broca do ramo ataca pomares depauparados, e
CIII
neste caso, a atividade da peroxidase não varia muito, mesmo
nas
plantas
não
atacadas.
Nas
plantas
atacadas
também
não
houve correlação significativa.
Para
a
broca
do
ramo
houve
uma
correlação
positiva altamente significativa nas plantas sadias. Nas plantas
atacadas não houve
correlação significativa, evidenciando que a
atividade da peroxidase não muda em plantas já atacadas pelas
coleobrocas.
Todas as correlaçães da peroxidase nas plantas
atacadas não foram significativas. Estes resultados mostram que
não ocorre variação significativa da atividade da peroxidase em
plantas
atacadas por coleobrocas. Uma vez a planta atacada, a
atividade da peroxidase será elevada.
Os
resultados
destas
análises
bioquímicas
indicaram que é possível, através da determinação da atividade
da
peroxidase,
fisiológica.
identificar
TADEO
&
pomares
PRIMO
com
MILLO
boa
atividade
(1990)
também
constataram que a peroxidase pode ser utilizada como indicador
da senescência da planta.
Como
foi
principalmente a do tronco,
constatado
que
as
coleobrocas,
atacam plantas com baixa atividade
fisiológica, é possível, através da determinação da atividade da
peroxidase, identificar pomares predispostos ao ataque
coleobrocas.
destas
CIV
6 - CONCLUSÕES
A realização deste trabalho nos permitiu concluir
que os fatores estudados
interferem na predisposição dos citros
ao ataque das coleobrocas.
Os
fatores
que
aumentam
a
predisposição
das
plantas cítricas às coleobrocas são:
- Utilização de porta-enxertos muito
às
coleobrocas
como
limão
'Cravo',
laranja
suscetíveis
'Azeda',
laranja
'Caipira' e limão 'Volkameriano'.
-
Pomares
depauperados,
com
baixa
atividade
fisiológica, péssimo controle fitossanitário e de invasoras.
Os
fatores
que
diminuem
a
predisposição
das
plantas cítricas às coleobrocas são:
- Utilização de porta-enxertos pouco suscetíveis
às coleobrocas, como tangerina 'Cleopatra', 'Trifoliata' e seus
CV
híbridos
citrumelo
'Swingle
4475'
e
citranges
'Carrizo'
e
Morton'.
- Pomares com boa atividade fisiológica, bom
controle de invasoras e bem adubados.
A
idade
da
planta
não
é
um
fator
de
alta
em
predisposição das plantas às coleobrocas.
A
atividade
da
enzima
peroxidase
é
pomares depauperados e atacados pelas coleobrocas e baixa em
pomares produtivos e com boa atividade fisiológica.
Através da determinação da atividade da enzima
peroxidase, é possível identificar
a atividade fisiológica do
pomar, indicando a predisposição ou não das plantas ao ataque
da coleobroca do tronco Macropophora accentifer.
CVI
7 - SUMMARY
The occurrence of citrus borers was studied in
experimental
and
commercial
orchards,
in
order
to
identify
factors that can predispose the citrus trees to these pests.
The research consisted of a survey realized in 60
commercial
orchards
of
Botucatu,
São
Manoel,
São
Pedro,
Limeira, Cordeirópolis e Araras counties, and 9 experimental
orchards that belong to the Faculdade de Ciências Agronômicas
da UNESP-Campus de Botucatu. The investigation also consisted
of chemical and biochemical anal yses of samples collected at the
commercial orchards.
The aim of the survey in experimental orchards
was
to
verify
the
behavior
of
different
scion
varieties
and
rootstocks in relation to the citrus borers, while in commercial
orchards
the
survey
predispose the citrus
aimed
to
identify
the
factors
that
can
trees to attack of the borers.
Chemical anal yses consisted of identification of
the soil pH and
biochemical
anal yses, of determination of
CVII
peroxidase enz ym e activit y in sound trees,
and in trees attacked
by the borers.
The
results
of
this
work
showed
that
some
factors can predispose the citrus trees to the attack of borers.
Among these factors are the rootstock species and scion variet y,
and the orchard conditions.
'Rangpur'
lime,
'Caipira'
sweet
orange,
Sour
orange, and 'Volkameriana' lemon rootstocks presented highest
susceptibility to the borers. 'Cleopatra' mandarin, 'Trifoliata'
and
its
hybrids
citranges
were
'Swingle'
the
least
citrumelo,
susceptible
'Carrizo'
to
the
and
'Morton'
borers.
'Sunki'
mandarin, 'Troyer' citrange and 'Rough' le mon rootstocks were
situated in the intermediate range.
The scion variety 'Westin' sweet orange was the
least susceptible and 'Hamlin' sweet orange the most susceptible
to the borers. The varieties 'Valência', 'Pera', 'Rubi', 'Bahia',
'Itaboraí'
and
'Natal'
sweet
oranges
were
situated
in
a
intermediate range of susceptibility to the attack of borers.
Poor
and defficient
orchards with low physiological activity
control of pests, diseases and weeds, showed
predisposition to the attack of the trunck bor er Macropophora
accentifer.
On
the
other
hand,
sound
orchards
with
good
physiological activit y, good weed control nutrition, were less
predisposed to the attack of this borer.
As to the occurence of branch borer Diploschema
rotundicolle, the orchard conditions had no influence.
CVIII
Enzimatic activity of
sound orchards
peroxidase was low in
with good physiological activit y, high in poor
orchards attacked by the borers.
Through
determination of peroxidase enzimatic
activity, it was possible to ident ify
the level of physiological
activity in the orchards, indicating if the trees are predisposed
or
not
to
accentifer.
the
attack
of
the
trunk
borer
Macropophora
CIX
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