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SINTOMATOLOGIA VISUAIS DA OMISSÃO
NUTRICIONAL EM PLANTAS DE Jatropha curcas
L. CULTIVADAS EM SOLUÇÃO NUTRITIVA
Adenilda Ribeiro de Moura1 Clarissa Soares Freire2, Cibele Alves dos Santos3, Hugo Rafael Bentzen Santos4
Marcelo Siqueira Ribeiro5, Rejane Jurema Mansur Custódio Nogueira6

Introdução
As culturas apresentam suas necessidades nutricionais
de acordo com a disponibilidade desses nutrientes no
solo e a sua essencialidade na planta [1]. Muitos desses
nutrientes são de grande importância para o
desenvolvimento das culturas [2]. Entre ele
encontramos o (N) nitrogênio que é essencial para o
crescimento das plantas, pois o nitrogênio está presente
na composição das mais importantes biomoléculas [3]
O fósforo (P) é essencial para o crescimento das
plantas e nenhum outro nutriente pode substituí-lo. A
planta precisa do fósforo para completar seu ciclo
normal de produção. Ele é um dos três nutrientes
primários, como o nitrogênio (N) e o potássio (K) [4].
O conhecimento da sintomatologia é importante para
minimizar os danos nas culturas. Atualmente o pinhão
manso (Jatropha curcas L.) vem sendo apontada é uma
espécie oleaginosa com grande potencial econômico
[5,6,7]. Pertencente à família das Euforbiáceas, a
mesma da seringueira (Hevea spp.). mamona (Ricinus
sp.), mandioca (Manhiot sp.) e acredita-se que é uma
planta originária da América Central [7]. Por ser uma
espécie que está sendo apontada como promissora na
produção do biodiesel alguns cuidados devem ser
tomados quanto ao seu plantio. A sua adaptação em
solos de baixa fertilidade está relacionada à capacidade
de extração de nutrientes com os sistemas radiculares
profundos. Porém, a espécie exige solos férteis e com
boas condições físicas [6]. Portanto esse trabalho
objetivou identificar os sintomas visuais da deficiência
de nitrogênio, fósforo e potássio e presença do
aluminio em plantas de pinhão manso cultivadas em
solução nutritiva.
Material e métodos
A pesquisa foi conduzida em casa de vegetação, no
Laboratório de Fisiologia Vegetal, do Departamento de
Biologia da Universidade Federal Rural de
Pernambuco.
As
mudas
foram
propagadas
sexuadamentes, colocadas para germinar em bandejas
com areia lavada com capacidade para 17 kg de solo.
Após 15 dias de aclimatação, as plantas foram
transferidas para vasos de polietileno com capacidade
para 8 kg de areia lavada, sendo avaliadas por 60 dias.
As plantas foram regadas a cada dois dias com água
destilada com as respectivas soluções nutritivas [8] de N, - P e - K e acrescidas de AL3+ 148 mmol L. Usando
os seguintes nutrientes para um litro de água destilada:
NH4H2PO4 (1ml); KNO3 (6ml); Ca (NO3)2 (4ml);
MgSO4 (2 ml);Fe-EDTA (1ml) e Micrinutrientes (1ml)
para a solução completa. As disprividas de Nitrogenio
foram: KNO3 (1 ml); MgSO4 (2 ml); K2SO4 (5 ml);
KH2PO4 (1ml); CaCl2 (2 ml); Fe-EDTA (1ml) e
Micronutrientes, para a solução sem o Fosforo: KNO3
(6 ml); Ca (NO3)2 (4 ml); MgSO4 (2 ml); (NH4)2SO4
(0,5ml); Fe-EDTA (1ml) e Micrinutrientes, as com a
submisão de Potássio: NH4H2PO4 (1ml); CaCl2 (4 ml);
Mg (NO3)2 (2ml); NaNO3 (2ml); Fe-EDTA (1ml) e
Micronutrientes. Para evitar a precipitação do Al3+ na
solução nutritiva completa, precisou ajustar o pH da
solução para 4,0, adicionando uma solução de HCL
0,1mol L-1. Os vasos foram cobertos com um plástico
opaco para evitar a perda de água por evaporação do
solo. O delineamento experimental foi inteiramente
aleatório com 5 tratamentos e 5 repetições. Os sintomas
da deficiência dos nutrientes foram descritos e
fotografados aos 60 dias de tratamentos.
Resultados
Os sintomas da deficiências de todos os nutrientes
estavam completamente visíveis aos 60 dias após a
aplicação dos tratamentos (Figura 1). O primeiro
sintoma a se manifestar com a deficiência foi o (N) aos
30 dias as plantas começaram a perder a pigmentação
nas folhas e redução da parte aérea. Com a omissão de
________________
1.Aluna de Mestrado do Curso de Pós-Graduação em Ciências Florestais, da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de
Medeiros, s/n, Recife, PE. CEP: 52171-900. E-mail:[email protected]
2.Aluna de graduação do Curso de Engenharia Florestal, monitora, estagiária e bolsista ITI/CNPq do Laboratório de Fisiologia Vegetal, da
Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52.171-030. E-mail:
[email protected]
3.Aluna de Graduação em Ciências Biológicas, bolcista do CNPq, estagiária do Laboratório de Fisiologia Vegetal da Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE. CEP: 52171-900. E-mail: [email protected]
4.Aluno de Graduação do Curso de Agronomia, estagiário e bolsista ITI/CNPq do Laboratório de Fisiologia Vegetal da Universidade Federal Rural
de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE. CEP: 52171-900. E-mail:[email protected]
5.Aluno de Aluno de Graduação do Curso de Agronomia, estagiário e bolsista ATE/FINEP do Laboratório de Fisiologia Vegetal da Universidade
Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE. CEP: 52171-900. E-mail:[email protected]
6.Professora Adjunta do Departamento de Biologia e Bolsista PQ CNPq, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de
Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52.171-030. Email: [email protected]
(P) as plantas apresentaram coloração aroxeada, depois
surgimento de necrose. Nas plantas com omissão do
(K) os sintomas eram vistos nas bordas das folhas
velhas (limbo foliar). Quando as plantas foram
submetidas a adição de Al3+ os sintomas foram
observados no tamanho da planta aos 30 dias de
tratamentos. Nas folhas ocorreram também necrose,
pois o Al3+ é um elemento que pode provocar
fitotoxidez diminuindo o crescimento radicular e o
alongamento da planta.
Discussão
[4] estudando a deficiência nutricional em plantas de
pinhão manso observou aos 90 dias de tratamentos os
sintomas da omissão de (N,P,K) nas folhas da jatropha
curcas, a falta de (N) provocou severa diminuição no
crescimento da planta, a omissão de (P) apresentou
necrose nas folhas e arroxeamanto devido ao acúmulo
de antocianina, corroborando com esses resultados. A
falta de K nas plantas foi visivel aos 60 dias após os
tratamentos. Outros autores trabalhando com a
deficiência nutricional visualizaram sintomas parecidos
aos estudados com a jatropha curcas [9,10],[11]
estudando o efeito do aluminio em duas espécies
florestais Moringa (Moringa oleifera) e Angico
(Anandenantha peregrina) osbervou que concentrações
elevadas de aluminio reduziu o crescimento das
plantas.
Referências
[1]
FREITAS, J. M. N. Efeitos de três diferentes formulações de
NPK sobre a fisiologia e a produção de plantas de cordiline
baby (Cordyline terminalis (L.) Kunth, cv. Baby Doll). 2009.
59f. Dissertação (Mestrado em Agronomia), Universidade
Federal Rural da Amazônia, 2009.
[2]
[3]
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[5] ARRUDA, F. P.; BELTRÃO, N. E.; ANDRADE, A. P.;
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(Jatropha curcas L.) como alternativa para o semi-árido
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[6] PEIXOTO, A. R. Plantas Oleaginosas Arbóreas. São Paulo:
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[7] OPENSHAW, K. A review of Jatropha curcas: an oil plant
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[11] BEUTLER, A.N.; FERNANDES, L.A.; FAQUIN, V. Efeito do
aluminio sobre o crescimento de duas espécies florestais.
Revista Brasileira de Cências do Solo. n.25 p. 923-929, 2001.
[4]
Figura 1. Sintomas visuais da deficiência nutricional em mudas de pinhão manso quando submetidas a omissão de N P K e adição
de alumínio aos 60 dias de tratamentos.
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