VI CONGRESSO BRASILEIRO DE TRIAGEM NEONATAL / XXII CONGRESSO BRASILEIRO DE GENÉTICA MÉDICA SALVADOR – BA, 07 A 10 DE SETEMBRO DE 2010 TIROSINEMIA TIPO 1 NO SUL DO BRASIL: EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE GENÉTICA MÉDICA DO Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) BITTAR, Camila1; VAIRO, Filippo¹; REFOSCO, Lilia¹; NETTO, Cristina¹; SOUZA, Carolina¹; SCHWARTZ, Ida² (1) Serviço de Genética Médica, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (2) Universidade Federal do Rio Grande do Sul A Tirosinemia tipo I é uma doença herdada (autossômica recessiva) que causa falência hepática, crises de dor neuropáticas, raquitismo e que, quando não tratada, pode evoluir para hepatocarcinoma e morte. Tem como causa a deficiência da enzima fumarylacetoacetato hidrolase (FAH). A prevalência é de 1 em cada 100.000 nascidos vivos. O objetivo desse trabalho é relatar 5 pacientes com Tirosinemia tipo 1 acompanhados no Serviço de Genética Médica do HCPA. Caso A, 15 anos, pais consanguineos, avaliado por hepatoesplenomegalia, nódulos hepáticos, icterícia e raquitismo com relato de irmão falecido aos 18 anos com mesmos sintomas. Os casos B (3 anos, pais consanguineos) e C (2 anos, pais não consanguineos) também foram avaliados após apresentarem sintomas semelhantes. Após diagnóstico, os três pacientes iniciaram tratamento com nitisinona (NTBC) e fórmula livre de tirosina, mas evoluiram com controle metabólico inadequado necessitando tra nsplante hepático, sendo que dois deles desenvolveram hepatocarcinoma. Atualmente os três mantêm bom controle metabólico com dieta livre. Caso D, 8 anos diagnosticado através da triagem neo natal. Caso E: 2,5 anos, pais consanguineos, avaliado ao nascimento, 2 irmãos falecidos com o mesmo diagnóstico. Ambos iniciaram, no 1º mês de vida, tratamento com fórmula livre de tirosina e ho je mantêm bom controle metabólico com controle dietético e uso do NTBC, sem sinais de comprometimento sistêmico. O diagnóstico tardio é insuficiente, pois os danos aos ógãos alvos é irreversível em pacientes com Tirosinemia tipo 1. Este relato enfatiza a importân cia e significância do diagnóstico precoce e do tratamento rigoroso desses pacientes. No Brasil, a Tirosinemia tipo I não faz parte do programa de triagem neonatal, as fórmulas livres de tirosina são de alto custo e somente obtidas através de processos judiciais, e o NTBC não é uma medicação registrada pela ANVISA. Esses fatores dificultam o tratamento precoce da doença. Palavras-chave: Tirosinemia. Triagem neonatal. Diagnóstico precoce.