Matriz de atividade individual - Moodle

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Matriz de atividade individual*
Módulo: 2
Atividade: 1
Título: Correntes do pensamento econômico
Aluno: Rodolfo Gunther Dias Zeidler
Disciplina: Introdução a Estatística Turma: 30 C
Introdução
A economia como ciência nasceu para auxiliar o bom funcionamento do sistema
capitalista. Desde sua concepção, no século XVIII, o mundo sofreu diversas
mudanças políticas, filosóficas e culturais, além de importantes acontecimentos de
escala global, como as revoluções industriais, duas grandes guerras e uma grande
recessão.
Assim, a economia vem-se moldando ao contexto de sua época, o que causou o
aparecimento de diversas escolas de economia, teorias e filosofias econômicas para
analisar, compreender ou mesmo solucionar problemas que se inserem em seu
campo de estudo.
Este trabalho visa explanar sobre as principais escolas e pensamentos econômicos
que surgiram desde a idade moderna.
Características principais da Escola Clássica
A partir da obra A Riqueza das Nações, de Adam Smith (1776), nasceu a Economia
do modo que a conhecemos atualmente. A primeira escola da economia foi a Escola
Clássica. John Locke foi quem mais influenciou a Escola Clássica, com suas idéias
sobre a propriedade privada.
Adam Smith é considerado o pai da economia moderna, cuja idéia principal era que
o crescimento se dava com a acumulação de capitais. Para acumular capital
deveríamos aumentar a produção. Adam defendia que a divisão do trabalho gera o
crescimento da produção e, conseqüentemente, do mercado. Ou seja, a riqueza
seria conquistada com o aumento do volume de produção, por meio de um sistema
metódico do trabalho humano.
Os economistas clássicos escreveram por volta de 1770 a 1870, aproximadamente.
Eles eram defensores do liberalismo econômico. O liberalismo econômico foi criado
no século XVIII com a clara intenção de combater o mercantilismo, cujas práticas já
não atendiam as necessidades do capitalismo. O mercantilismo foi uma política de
restrição, regulamentação e contenção por parte do governo, e visava a
acumulação de metais preciosos, que seria o fator gerador de riqueza.
Os liberalistas acreditavam que o mercado era auto-regulador, e que o governo
deveria limitar suas intervenções na economia. Para eles há uma “mão invisível”
que consegue guiar o mercado. Apesar disso, Adam Smith nunca afirmou que o
mercado independe do Estado, idéia essa difundida pelos neoliberais.
Os Economistas Clássicos se focaram na tendência do mercado de atingir o
equilíbrio de longo prazo, e se preocupavam com a distribuição de renda como
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forma de promover um crescimento de longo prazo.
Os principais autores da Escola Clássica foram Adam Smith, David Ricardo, Thomas
Malthus e John Stuart Mill. O foco de seus trabalhos foram:
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Adam Smith  Foco na produção de renda e riqueza;
David Ricardo  Foco na distribuição entre proprietários de terras,
trabalhadores e capitalistas. O valor da mercadoria é determinada pela
quantidade de trabalho nela empregado;
Thomas Malthus  Idéia dos retornos decrescentes. A população tende a
crescer geometricamente enquanto a produção de alimentos tende a crescer
aritmeticamente. As guerras são mecanismos naturais do controle do
crescimento populacional;
John Stuart Mill  O mercado é eficiente na alocação de recursos, não na
distribuição de renda. Seria necessário que a sociedade intervenha.
Características principais da Escola Neoclássica
A Escola Neoclássica, também chamada de Escola Marginalista, foi a corrente cuja
produção aconteceu entre 1870 a 1910, aproximadamente. Para eles a oferta e a
demanda são determinantes conjuntos do preço e da quantidade transacionada em
um equilíbrio de mercado. É a base da economia ortodoxa.
Na Escola Neoclássica, a idéia central era baseada no princípio marginal, cujo foco
passa a ser a margem de lucro, que é o ponto onde as decisões são tomadas. O
“homem econômico” racional e calculador, estaria empenhado em equilibrar seus
dispêndios marginais com seus ganhos marginais (homo economicus). Foi aí que
nasceu a idéia de utilidade marginal, que é a propriedade que os bens e serviços
têm de satisfazer as necessidades e desejos humanos.
Além do princípio marginal, a Escola Neoclássica incorporou alguns incrementos à
Escola Clássica, como a Econometria, Teoria dos Jogos, Análise de Falhas de
Mercado, Competição Imperfeita, etc. Ela também contribuiu para o conhecimento
da utilidade de um bem e sua escassez. Os marginalistas acreditavam que forças
econômicas movem-se em direção ao equilíbrio.
Suas principais características foram a abordagem microeconômica e o forte
instrumentário matemático com que revestia a exposição e fundamentação das
suas teorias, visando o equilíbrio da economia.
Os economistas clássicos teorizaram que os preços eram determinados pelos custos
de produção. A crítica que os economistas marginalistas enfatizaram sobre a teoria
clássica, era de que os preços também dependiam de um certo grau da demanda,
que por sua vez dependiam da satisfação dos consumidores em relação às
mercadorias serviços, individualmente. O preço não apresenta o valor do trabalho
nele incorporado. É o equilíbrio entre oferta e demanda quem determina os preços.
O pensamento neoclássico perdurou até a década de 30, e seus principais autores
foram:
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Alfred Marshall  Escreveu Princípios de Economia, livro que sintetiza o
pensamento Neoclássico;
Leon Walras  Preocupou-se com o equilíbrio geral e dependência interna
de todo o sistema econômico;
William Stanley Jevons  Recorreu à matemática para formular suas idéias;
Carl Menger  Apresenta os mesmos princípios marginalistas em forma de
linguagem, deixando a matemática de lado.
Semelhanças entre as Escolas Clássica e Neoclássica
Podemos dizer que a Escola Neoclássica foi uma continuidade da Escola Clássica,
uma evolução. A Escola Neoclássica criou inúmeras ferramentas que
complementavam o pensamento liberalista, como a Teoria dos Jogos e a
Econometria.
A Escola Neoclássica voltou-se para a adaptação dos princípios do liberalismo
clássico às exigências de um Estado regulador e assistencialista.
O principal campo de desenvolvimento Neoclássico foi a microeconomia, com o
estudo do valor de utilidade de um bem e a sua escassez.
Apesar de serem escolas diferentes, ambas seguiam a mesma base: a filosofia
liberalista. Houve alguns contra sensos entre essas Escolas, mas não houve
grandes choques frontais.
Características da Teoria Keynesiana
A Teoria Keynesiana veio das idéias do economista John Maynard Keynes, que
escreveu o livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936). Keynes
estreou a Macroeconomia como um campo de estudo distinto. Neste contexto
histórico, a economia mundial atravessava a maior recessão da história, advinda do
crash de 1929. Sua teoria colocou-se frontalmente contra a linha Neoclássica.
Keynes defendeu a tese de que o Estado deveria intervir na fase recessiva dos
ciclos econômicos com sua capacidade de imprimir moeda para aumentar a
demanda efetiva através de déficits do orçamento do Estado e assim manter o
pleno emprego. Ele defendia uma participação ativa de um Estado energético nos
segmentos de uma economia que, embora necessários para o bom
desenvolvimento de um país, não interessam ou não podem ser atendidos pela
iniciativa privada.
Em sua concepção, o Estado deve complementar e regulamentar o mercado,
intervindo quando necessário. O desemprego poderia não ser auto-corrigido e
necessitaria de incentivos do Estado.
Os Neoclássicos acreditavam que a recessão era causada pela inflexibilidade de
forças monárquicas (como os sindicatos). Já para Keynes, o salário não obedece a
lei da oferta e procura e o capitalismo funciona mal por insuficiência da demanda. A
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partir de então a estratégia econômica passa a se preocupar em atuar onde há
demanda e, se possível, em criar demandas para a população.
É pela ineficiência do sistema capitalista de empregar todos que querem trabalhar
que Keynes defende a intervenção do Estado na economia. Keynes defende que os
gastos públicos são uma arma poderosa para causar aquecimento na economia. As
intervenções estatais poderiam estimular o crescimento e baixar o desemprego.
Keynes também defende a Política Fiscal como meio eficaz de controle da
economia. Daí o fato de ser chamado de fiscalista.
Alvin Hansen e John Richard Hicks sistematizaram o modelo keynesiano por meio
da chamada Análise IS-LM, no final dos anos 30.
Diferença entre a Teoria Keynesiana e a Escola Liberal
Nos anos 1930 predominava o liberalismo e a crença de que o mercado sozinho
permitiria recuperar o nível de atividade e emprego. Segundo essa corrente, o
Estado deveria apenas dar condições para que o mercado seguisse de forma natural
o seu curso.
Keynes defendia que o mercado não poderia ser auto-regulado e que uma
intervenção do Estado poderia ser necessária em momentos de crise. Vale ressaltar
que sua teoria não defende uma intervenção forte do Estado em todos os
momentos da economia, mas somente quando um aquecimento “forçado” for
saudável.
A principal diferença entre a Teoria Keynesiana e a Escola Liberal é justamente o
papel do Estado na economia. Keynes, com sua filosofia de gastos públicos como
forma de aquecimento da economia, conseguiu reerguer os EUA da grande
depressão da década de 30, o que lhe rendeu grande credibilidade de popularidade.
Alternativas para a crise atual a partir da teoria Keynesiana e da Teoria
Liberal
A crise atual (chamada de crise do subprime) teve origem em 2006 com a quebra
de instituições financeiras de crédito nos Estados Unidos. Empréstimos subprime
são empréstimos de altíssimo risco.
Os problemas se agravaram em agosto de 2008, com a quebra do tradicional banco
de investimentos Lehman Brothers. Esse fato desencadeou um efeito dominó que
culminou em uma recessão em escala global.
Segundo o economista britânico John Maynard Keynes, o problema da recessão é
um problema de demanda agregada. Ou seja, houve uma queda bruta da demanda
agregada – redução da confiança do consumidor – que gerou um desaquecimento
da economia.
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Para Keynes, uma forma eficaz de reaquecimento da economia seria por meio do
aumento dos gastos públicos, mesmo que gere inflação ou déficit público. Para ele,
esta injeção de moeda na economia poderia gerar uma retomada da demanda
agregada. Segundo sua teoria, uma política monetária e fiscal expansionista
poderia também auxiliar uma recuperação econômica.
Já na visão dos Liberalistas, o mercado é auto-regulador, ou seja, não necessita de
regulamentações ou interferências do Estado. Há uma “mão invisível” que guia o
mercado livre. São defensores do Laissez-faire.
Para eles uma economia consegue sair de uma recessão sem intervenções do
Estado. Isso significa que, em uma situação como a atual o Estado não deveria
intervir, pois o mercado, por si só, conseguiria retornar à situação de equilíbrio,
pois essa é a tendência natural da economia.
Conclusão
A economia surgiu para dar suporte ao desenvolvimento e popularização do
capitalismo. A Escola Clássica estruturou os princípios básicos como a origem da
riqueza, o custo dos produtos e a relação entre os trabalhadores, os donos de terra
e os capitalistas.
Logo em seguida veio a Escola Neoclássica, que incorporou diversas ferramentas ao
pensamento liberalista, como a Teoria dos Jogos, Econometria e a Análise de Falhas
do Mercado. Foi acrescentado, também, inúmeros outros refinamentos
matemáticos. A microeconomia teve um grande desenvolvimento neste período.
Com o crash de 1929 e a grande depressão dos anos 1930, faltavam respostas com
resultados práticos sobre o comportamento da economia em períodos de recessão.
Keynes entra em cena para formular a Teoria Keynesiana, enfatizando o papel do
governo nesses períodos. Foi enfatizada a importância do Estado na manutenção do
mercado, por meio de políticas de gastos e de políticas fiscais.
Embora algumas teorias tenham sido formuladas há mais de duzentos anos, muitos
de seus conceitos continuam valendo ainda hoje, mesmo com toda a evolução do
mercado e da teoria econômica.
O que me parece é que os seres humanos esquecem algumas lições aprendidas no
passado e voltam a cometer erros clássicos, de forma cíclica. Estamos, no
momento em que escrevo, passando por um período de recessão em escala global.
Muitos afirmam que a crise já passou, outros acreditam que ainda há riscos de uma
nova queda.
O motivo básico da atual crise foi uma expansão desmedida de crédito na economia
norte-americana. Hoje voltamos a refletir sobre o trabalho de Keynes, escrito há
mais de setenta anos. Voltamos a refletir sobre o instinto cego e animal dos seres
humanos e a função intervencionista e fiscalizadora do Estado na economia.
Acredito que o mercado perfeito seja inalcançável, pois depende de instintos e
emoções humanas. Se os seres humanos não conseguem construir um mercado
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perfeito, que ao menos aprendam com lições empíricas de nossa história e se
recordem de suas conseqüências.
Temos muito o que aperfeiçoar!
Referências bibliográficas
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19. Milton Friedman. Disponível em: <
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21. Monetarismo. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Monetarismo >.
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22. Neoliberalismo. Disponível em: <
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoliberalismo >. Acesso em: 09 Nov 2009.
23. PINTO, Albertino F. Dos Economistas e da Economia. Disponível em: <
http://www.prof2000.pt/users/afp/economia/main.htm >. Acesso em: 10 Nov
2009.
24. VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de. Economia: Micro e Macro. 3ª
edição. São Paulo: Atlas, 2002.
*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de
raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.
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