Antivirais

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26/04/2012
Antivirais
Andrêssa Silvino
Mestranda em Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias/UFJF
Orientadora: Maria Luzia da Rosa e Silva
Histórico
A busca
por
drogas
antivirais
teve início
há mais
de 50
anos:
• METISAZONA (1963)
• eficaz na prevenção da varíola
• êxito em epidemias no
passado, apesar dos efeitos
colaterais
• uso interrompido pelo sucesso
da vacina e consequente
erradicação da doença
OMS tem enfatizado o desenvolvimento de novas drogas
Antibióticos
• Disponíveis em 1940;
• Bactérias se multiplicam independente do
hospedeiro → alvos específicos;
• Muitos e altamente seletivos.
Antivirais
•1º foi licenciado apenas na década de 60;
•Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios
→ seletividade dificultada;
•Poucos e com certo grau de citotoxicidade.
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Antivirais
O surgimento de novas drogas esbarrava na dificuldade de obter
substancias com baixa toxicidade, até:
Conhecimento sobre diferenças entre o
metabolismo celular e o ciclo de
replicação de muitos vírus
Descoberta do aciclovir
Alvos específicos para as drogas antivirais.
Transcriptase reversa -HIV
Integrase - HIV
Timidino-cinase - herpes
vírus
Fármaco ideal
•Amplo espectro
•Inibição completa da replicação
Não deve ser:
•Toxicidade mínima
•Deve atingir o alvo sem
interferir com o sistema imune
do hospedeiro
•Atividade frente a mutantes
resistentes
• Tóxico
• Carcinogênico
• Alergênico
• Mutagênico
• Teratogênico
Antivirais
Combinada:
• 2 ou + drogas
que atuam em
estágios ≠ do
ciclo viral.
• HIV: ↓
toxicidade e
chance de
seleção de
mutantes.
Profilática:
• Impedir a
instalação de
uma infecção
viral.
• Acidente com
material
contaminado.
Terapêutica:
• Impedir ou
reduzir o
espalhamento
do vírus no
organismo.
• Após a
infecção.
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Antivirais
Combinada:
Profilática:
Terapêutica:
• 2 ou + drogas
• Impedir
a
• Impedir ou
Atenção, até
o momento,
nenhum
que atuam em
instalação de
reduzir o
antiviral é capaz de curar o paciente
estágios ≠ do
uma infecção
espalhamento
da
virose.
ciclo viral.
viral.
do vírus no
Eles podem atuar :
organismo.
• HIV: ↓
• Acidente com
sintomas;
toxicidade e • diminuindo
material
• Após a
• reduzindo a duração
da doença; ou infecção.
chance de
contaminado.
• mesmo melhorando a qualidade de
seleção de
vida do paciente!
mutantes.
Alvos para a terapia antiviral
Drogas que atuam
dentro da célula
Drogas que atuam
fora da célula
1 - DROGAS QUE ATUAM NA
PENETRAÇÃO E DESNUDAMENTO
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Vírus influenza
NA: cliva ligações
glicosídicas (liberação).
HA: liga-se
se a resíduos de
ácido siálico (adsorção).
Ciclo de replicação do Influenza
Penetração e desnudamento
AMANTADINA E RIMANTADINA
• Infecções por influenza A
• Eficaz quando administrada
profilaticamente.
• Efeitos adversos: SNC.
• Resistência:
• modificações na proteína M2;
• não foram recomendadas → epidemias
recentes de influenza.
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Penetração e desnudamento
AMANTADINA E RIMANTADINA
Penetração e desnudamento
MECANISMO DE AÇÃO
AMANTADINA E RIMANTADINA
Inibem a penetração:
• ↑[droga] no interior da vesícula endocítica;
• ↑pH: impede a mudança de conformação da hemagluOnina;
• Não expõe o peptídeo de fusão → não ocorre a fusão do envelope com
a membrana do endossoma: material viral indisponível.
Bloqueiam o desnudamento:
• Impedimento estérico do canal iônico (M2);
• Sem a [H+] no interior do vírus, a proteína M1 não se dissocia dos
nucleocapsídeos, impedindo que eles migrem para o núcleo da célula;
• Ocorre bloqueio da transcrição e replicação viral.
Penetração e desnudamento
OSELTAMIVIR E ZANAMIVIR:
• Atuam em vírus influenza A e B
• Análogos do ácido siálico
• Para tratamento:
• Administrar até 2 dias após o aparecimento dos
sintomas e continuar por 5 dias.
• Para prevenção:
• administrar a quem ainda não está doente, mas
entrou em contato com alguém gripado.
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Penetração e desnudamento
OSELTAMIVIR E ZANAMIVIR:
Penetração e desnudamento
MECANISMO DE AÇÃO
OSELTAMIVIR E ZANAMIVIR
Inibem a liberação de novas partículas virais:
• Bloqueiam o sítio ativo da neuraminidade (NA);
• Deixando resíduos de ácido siálico não clivados na
superfície das células e no envelope viral;
• Hemaglutinina viral (HA) liga-se a estes resíduos →
agregação das partículas virais na superfície da célula.
2 - DROGAS QUE ATUAM NA
SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLÉICOS
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Síntese de ácidos nucléicos
Revisão:
Nucleosídeos
Quinases
celulares
Quinases
virais
Nucleotídeos: incorporados à
nova fita pela polimerase.
Polimerase: associa-se ao grupamento fosfato do nucleotídeo e incorpora o
mesmo a nova fita, ligando-o na OH 3’ do último nucleotídeo.
Nucleosídeos de DNA
Nucleosídeos de RNA
Síntese de ácidos nucléicos
DNA
RNA
Sentido da síntese de novas fitas pela polimerase 5’→ 3’
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Inibição da síntese de AN por análogos
nucleosídicos:
quinase
Nucleosídeos Análogos
nucleotídeos competem com os
nucleotídeos “verdadeiros”;
Inibição competitiva pela polimerase e
incorporação no DNA ;
Bloqueio da síntese de DNA ou gerar
DNA “defeituoso”.
P QUINASE
P QUINASE
P QUINASE
NUCLEOSÍDEO
P QUINASE
ANÁLOGO
NUCLEOSÍDEO
P QUINASE
P
NUCLEOTÍDEO
P QUINASE
P
P
POLIMERASE
P
ANÁLOGO
NUCLEOTÍDEO
P
P
P
POLIMERASE
ANÁLOGO
NUCLEOTÍDEO
P
P
3’ OH
Análogos de nucleosídeos
Análogos da timidina
Iododesoxiuridina (pomada)
Trifluridina (colírio)
Mecanismo de ação:
Ceratite herpética
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Análogos de nucleosídeos
Análogos da guanosina
Hepatite C (com interferon); Vírus Sincicial Respiratório;
Convertida a trifosfato
pela quinase celular
Diferentes modos de atuação:
• Inibe a síntese de ácidos nucléicos;
• Inibe o capeamento do RNAm;
• ↓ reservas de guanina;.
Análogos de nucleosídeos
Análogo da adenosina
Pouco
seletiva:
toxica
Via
intravenosa
Encefalites
herpéticas
Quinases
celulares
Vidarabina
Inibe a síntese
viral, mas tb a
celular.
Análogos de nucleosídeos
Aciclovir
Análogo da guanosina
↑ seleƟvidade e ↓ toxicidade
Vírus herpes simplex (HSV 1 e 2) e varicela-zoster (VZV).
Oral, intravenosa e tópica
Aciclovir
2’ desoxiguanosina
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Análogos de nucleosídeos
Mecanismo de ação :
• Incorporação: interrompe a síntese
• Ligação irreversível : inativação da polimerase
Mutantes:
quinase e DNA polimerase viral
Análogos de nucleosídeos
Análogos do aciclovir
Valganciclovir
• pró-fármaco (valina)
• maior absorção V.O.
• mais tóxico
• mais ativo frente ao citomegalovírus (HCMV)
em pacientes HIV+ e transplantados
Inibição da síntese de AN por
inibidores da polimerase
Análogos
nucleotídicos e
nucleosídicos:
Inibidores
competitivos
(sítio ativo)
Análogos nãonucleosídicos:
Inibidores
alostéricos (sítio
alostérico)
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Tenofovir:
Inibidores nucleotídicos da
Transcriptase reversa (TR)
• Análogo da guanosina
• Pode ser associado:
• Entricitabina e/ou efavirenze
• Inibidor competitivo
• Ao ser adicionado ao DNA pela TR
interrompe a síntese.
Ciclo de replicação do HIV
Inibidores
nucleosídicos da TR
Inibidores nucleosídicos da TR
Existem 7 disponíveis para tratamento de HIV:
•
•
•
•
•
•
•
Zidovudina (AZT, azidotimidina)
Didanosina (ddI, dideoxiinosina)
Zalcitabina (ddC, dideoxicitidina)
Estavudina (d4T)
Lamivudina (3TC) → tb usado para Hepatite B crônica
Abacavir (ABC)
Entricitabina
Mesmo
mecanismo
Efeitos
tóxicos
variados
Resistência
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Análogos de nucleosídeos da TR
Mecanismo de ação
Análogos
nucleosídicos →
nucleotídeos por
quinases celulares
Forma ativa (5’
trifosfatado) atua
como inibidor
competitivo
Quando incorporados
→ interrompem a
síntese de DNA (não
apresentam OH na
posição 3’)
Inibidores não-nucleosídicos da TR
Disponíveis para tratamento de HIV:
• Nevirapina → transmissão verƟcal
• Delavirdina
• Efavirenze
• Etravirina
Mecanismo de ação:
• Não são incorporados ao DNA
• Ligam no sítio alostérico da TR (não competitivo)→ modificação e
inativação
• Mecanismos de resistência ≠ dos análogos nucleosídicos
• Associação destas drogas
Análogo do
pirofosfato
Retinite por HCMV
em imunodeprimidos
• Menos tóxico do que o
ganciclovir
• Pode ser associado ao
AZT
HSV e VZV resistentes
ao aciclovir
Mecanismo de ação:
Foscarnet (fosfonoformato)
Inibidores da DNA Polimerase
Não precisa ser
fosforilado ou ativado
por enzimas;
Liga-se a DNA
polimerase no sítio de
ligação do
pirofosfato;
Inibindo, de forma
não competitiva, a
ligação de
nucleotídeos à
enzima.
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COFATOR
POLIMERASE
COFATOR
POLIMERASE
P
COFATOR
POLIMERASE
NUCLEOTÍDEO
P
P
COFATOR
POLIMERASE
DROGA
DROGA
POLIMERASE
P
NUCLEOTÍDEO
P
P
DROGA
POLIMERASE
3- DROGAS QUE ATUAM NA INIBIÇÃO
DA INTEGRAÇÃO DO DNA VIRAL
(INTEGRASE) NO DNA CELULAR
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Inibidores da
integrase
Inibidor da Integrase
Raltegravir:
• Deve ser usado em associação com outras
drogas, podendo reduzir a carga viral e
aumentar o número de linfócitos TCD4+;
• Inibe a atividade catalítica da integrase do HIV
• Impedindo a inserção do DNA proviral
(transcrito pela TR) no DNA celular
• Bloqueando o ciclo replicativo
4 - DROGAS QUE ATUAM NA
SÍNTESE DE PROTEÍNAS
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Inibidores da síntese de proteínas
Formivirsen sódico
HCMV:
Fármaco:
Gene IE2 (imediatamente inicial 2):
Inibe a replicação do HCMV;
transcrito e traduzido;
apresenta uma sequência
complementar à sequência de um
RNAm codificado por este gene.
proteínas essenciais para a
regulação da expressão gênica do
vírus.
Liga-se ao RNAm → fita dupla →
inibe a síntese de proteínas,
inibindo a replicação viral.
Inibidores da síntese de proteínas
INTERFERON
• Glicoproteína produzida por quase todas
as células em resposta a infecção viral
• Portadores do vírus da hepatite B (HBV)
a mais de 6 meses
• Portadores do vírus da hepatite C (HCV)
no estágio agudo ou crônico
• Papiloma vírus humanos (HPVs)
• Vírus do sarcoma de Kaposi (HHV-8)
Inibidores da síntese de proteínas
Mecanismo de ação do interferon:
• Liga-se a receptores de membrana celulares
• Ativando casacatas de sinalização que
ativam a transcrição de genes especificos
• Transcrição em RNAm
• Tradução de proteínas antivirais
• Estado “antiviral”:
• Degradação de RNAs virais e inibição da
síntese de proteínas.
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5 - DROGAS QUE ATUAM NA
MATURAÇÃO DA PARTÍCULA VIRAL
Inibidores da protease
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Poliproteína p160
protease
Protease
ativa
Meio extracelular
Poliproteína p55
auto- ativação
Protease
ativa
Protease
ativa
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Inibidor peptídicos da protease
Existem 8 disponíveis para tratamento de HIV:
• Saquinavir
• Indinavir
• Ritonavir
• Nelfinavir
• Lopinavir
• Atazanavir
• Fosamprenavir
Possuem estrutura
≈ à região de
clivagem presente
na poliproteína do
HIV
Capazes de se ligar
ao sítio ativo da
protease, impedido
a clivagem das
poliproteínas virais
Inibindo a
maturação.
Inibidor não-peptídicos da protease
Pertencem à classe das
sulfonamidas
Indicada em casos de
resistência a vários
inibidores da protease
Reduz drasticamente a
carga viral
Mecanismo
semelhante aos outros
inibidores da protease
Darunavir e tipranavir
DROGAS QUE ATUAM FORA DA
CÉLULA
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Inibidores da
adsorção
Adsorção e fusão
Adsorção
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Inibidor da adsorção do HIV
MARAVIROC
• Antagonista do co-receptor CCR-5
• Recomendado para pacientes infectados por
vírus com ↑ tropismo para linfócitos
• Bloqueia a interação deste co-receptor com
a glicoproteína gp120 do envelope do HIV;
• Impede a entrada do vírus em células não
infectadas
Inibidores da fusão
Adsorção e Fusão do HIV a célula
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Fusão
Inibidor da fusão do HIV
Enfuvirtida:
• Impede a entrada do HIV em linfócitos
TCD4+
• Bloqueando a etapa final de fusão do
envelope do vírus com a membrana da
célula
• Ligando-se em 2 terminações da
glicoproteína gp41 do envelope viral
Inibição da fusão
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OBRIGADA!!!
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