BEXIGA HIPERATIVA IDIOPÁTICA REFRATÁRIA: TRATAMENTO AUTORIA: SBU PARTICIPANTES: Jose Carlos Truzzi, Ricardo Simões, Antonio Silvinato, Wanderley Bernardo BEXIGA HIPERATIVA IDIOPÁTICA REFRATÁRIA: TRATAMENTO. Descrição do método de coleta da evidência: A revisão bibliográfica de artigos científicos dessa diretriz foi realizada na base de dados MEDLINE, Cochrane e SciELO. A busca de evidências partiu de cenários clínicos reais, e utilizou palavras-chaves (MeSH terms) agrupadas nas seguintes sintaxes: (Overactive Detrusor OR Overactive Urinary Bladder OR Urinary Bladder, Overactive OR Urinary Incontinence) AND (Botulinum Toxins, Type A OR Clostridium botulinum A Toxin OR Clostridium Botulinum Toxin Type A OR Botulinum A Toxin OR Electric Stimulation Therapy OR Therapeutic Electrical Stimulation OR Prostheses and Implants OR Sacrococcygeal Region). Os artigos foram selecionados após avaliação crítica da força de evidência científica, sendo utilizadas para as recomendações as publicações de maior força. As recomendações foram elaboradas a partir de discussão no grupo. Toda a diretriz foi revisada por grupo especializado independente em diretrizes clínicas baseadas em evidências. Grau de recomendação e força da evidência: A: Estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência. B: Estudos experimentais ou observacionais de menor consistência. C: Relatos de casos (estudos nao controlados). D: Opiniao desprovida de avaliaçao critica, baseada em consensos, estudos fisiologicos ou modelos animais. Objetivo: Descrever as principais recomendaçoes no manejo da bexiga hiperativa idiopática refratária a terapia comportamental e/ou farmacológica. Conflito de interesse: Nenhum conflito de interesse declarado. INTRODUÇÃO Bexiga hiperativa é termo que descreve síndrome clínica caracterizada pela disfunção do trato urinário inferior que compreende, sobretudo, sintomas de urgência miccional, associados ou não à queixa de Incontinência urinária por urgência usualmente acompanhada de polaciúria e noctúria, na ausência de fatores infecciosos ou outras doenças associadas 1 (D). Atualmente, a principal estratégia empregada no tratamento da síndrome da bexiga hiperativa alicerça-se sobre a utilização dos fármacos anticolinergicos, com base no seu efeito antimuscarinico sobre os receptores do músculo detrusor, suprimindo as contraçoes involuntárias, e também através de mecanismos aferentes. Embora a maioria dos pacientes apresentem benefícios com o tratamento farmacológico, outros permanecem refratários a esta abordagem apresentando sintomatologia persistente. Desta forma, alternativas de tratamento mais invasivas surgem representadas pela utilização da toxina botulínica intravesical, estimulação percutânea do nervo tibial e neuromodulação sacral. QUAL O PAPEL DA TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO DA BEXIGA HIPERATIVA IDIOPÁTICA REFRATÁRIA? A toxina botulínica (BTX) é neurotoxina derivada da bactéria anaeróbica Clostridium Botulinum. Existem sete sorotipos denominadas BTX Tipo A a G, sendo apenas disponibilizadas comercialmente as do Tipo A e B. A toxina botulínica Tipo A (BTX-A) é a mais comumente utilizada, considerada a mais potente. Ao ser injetada no musculo, atua de maneira seletiva no final do nervo periférico colinérgico inibindo a liberação da acetilcolina (ACh) nas junçoes colinergicas pre-sinapticas da placa motora, provocando bloqueio neuromuscular de longa duração 2 (D). Diversas preparações de toxina botulínica encontram-se disponíveis comercialmente. Apesar de pertenceram ao mesmo sorotipo, diferem quanto à variedade da cepa bacteriana utilizada e método de fabricação, demonstrando por conseguinte, perfil de segurança, eficácia e tempo de duração diferentes, não devendo ser utilizadas de forma equivalente. Pacientes portadores de bexiga hiperativa idiopática refratários ao tratamento com fármacos anticolinérgicos, apresentam boa resposta as injeçoes intravesicais de BTX-A, expressa tanto pelo aumento da capacidade vesical quanto pela melhora nos sintomas relacionados à bexiga hiperativa, como observado em ensaios clínicos randomizados que demonstraram, em períodos de seguimento variáveis de seis semanas a 24 meses, a superioridade da toxina botulinica em relaçao ao placebo 3,4,5,6,7 (A). A eficacia demonstrada nestes estudos varia de 60 a 90%, com durabilidade do efeito entre três a doze meses. Além disso, indicadores analisando a qualidade de vida também demonstraram a superioridade da BTX-A em comparação aos fármacos antimuscarínicos 8 (A). Todavia, duvidas persistem sobre a melhor dose a ser utilizada. Baixas doses de BTX parecem determinar efeitos beneficos, já doses superiores (200 a 300 UI), utilizadas nos casos de bexiga hiperativa neurogênica, apesar de serem mais eficazes e duradouras, encontram-se relacionadas a maior ocorrência de efeitos colaterais, como risco de retenção miccional 9 (A). Ensaio clinico randomizado comparando o uso de diferentes doses de BTX-A (50, 100, 150, 200 e 300 UI), identificou que pacientes submetidos a dose igual ou superior a 100 UI apresentaram melhora significante nos sintomas relacionadas à bexiga hiperativa, entretanto, na análise de curva doseresposta, doses superiores a 150 UI contribuíram com mínima melhora adicional dos sintomas 10 (A). A utilização da BTX-A parece ser opção terapêutica segura, no tratamento dos sintomas relacionados à bexiga hiperativa de pacientes refratários ao tratamento conservador e/ou fármacos antimuscarínicos, com mínimos efeitos colaterais. A grande maioria dos estudos utilizando a toxina no sistema urinario nao apresentam relatos de efeitos adversos graves, sendo apenas relatado episódios de fraqueza generalizada transitoria, borramento da visao, dermatomiosite e neuropatia braquial 11 (C). Disfunção miccional, ocasionando retenção urinária com necessidade de cateterismo intermitente e resíduo pós-miccional elevado determinando, por conseguinte, maior risco de infecção do trato urinário são eventos adversos também apresentados 3,4,(A) 12 (B). Recomendação: Dos dois tipos da toxina disponiveis para uso clinico, a BTX-A e a mais estudada, mostrando-se segura e eficaz no tratamento da bexiga hiperativa de pacientes não respondedores ou intolerantes a terapia comportamental e/ou farmacológica com antimuscarínicos. Embora haja eficacia, a dose ideal ainda nao foi estabelecida, de forma tal que potencialize os beneficios sem aumentar os riscos. Não são conhecidos fatores preditores que nos indiquem sobre o risco de retenção miccional após instituição do tratamento. As contraindicaçoes ao uso da toxina botulínica incluem pacientes que estejam em uso de aminoglicosideos, portadores de neuropatia motora periferica (esclerose lateral amiotrófica) e doenças neuromusculares como a miastenia gravis, síndrome de Lambert-Eaton. QUAL O PAPEL DA ESTIMULAÇÃO PERCUTÂNEA DO NERVO TIBIAL POSTERIOR NO TRATAMENTO IDIOPÁTICA REFRATÁRIA? DA BEXIGA HIPERATIVA A neuromodulaçao e a estimulaçao nervosa perfazem modalidades de estimulaçao eletrica que objetivam a inibiçao reflexa do músculo detrusor, tendo como alvo a estimulaçao de fibras aferentes e eferentes do nervo pudendo. A eletroestimulação transcutânea do nervo tibial (PTNS) consiste na estimulação elétrica de fibras aferentes do nervo tibial, nervo misto cujas raízes nervosas, originando-se em L4 e L5, S1 a S3, apresentam inervações comuns às da bexiga, possibilitando desta maneira, inibição dos ramos aferentes S2-S4 suprimindo, por conseguinte, a atividade vesical. Inicialmente proposto por Mcguire et al., é considerada forma periférica de estimulação sacral, mais simples, de fácil aplicação externa, gerando menos desconforto e normalmente bem tolerada pelas pacientes 13 (C). Estudos analisando o seu emprego no tratamento dos sintomas relacionados à bexiga hiperativa indicam melhora significante na sintomatologia analisada de maneira objetiva e subjetiva, tanto nos parâmetros urodinâmicos quanto qualidade de vida, contudo, em detrimento ao tratamento farmacológico com o uso de agentes anticolinérgicos, considerado padrão ouro nesta condição, os resultados mostram-se semelhantes 14 (B) 15,16,17 (A). Revisão sistemática incluindo 16 estudos, sendo seis ensaios clínicos randomizados e 10 estudos prospectivos, incluindo um total de 710 mulheres, identificou taxas variáveis de sucesso com valores entre 37 a 82%, não sendo reportados eventos adversos. Metanálise dos ensaios clínicos randomizados foi conduzida, identificando-se melhora significante nos sintomas relacionados à bexiga hiperativa em detrimento às pacientes submetidas ao estímulo-placebo (grupo Sham com dispositivo não funcionante) 18 (A). Ao se comparar o tratamento farmacológico e a eletroestimulação transcutânea, não se identificou diferença significante nos parâmetros obtidos por meio do diário miccional 18 (A). Desvantagem da PTNS no tratamento de condição crônica como a bexiga hiperativa recai sobre a necessidade de estimulações repetidas, uma vez que os sintomas retornam após seis a 12 semanas 19 (C). Existem poucos estudos na literatura avaliando o sucesso do tratamento no longo prazo, entretanto ensaio clínico randomizado com tempo de seguimento de 36 meses demonstra segurança e persistência da melhora subjetiva e objetiva sobre os sintomas de urgência miccional entre pacientes que mostraram resposta positiva nas primeiras 12 semanas após instituição do tratamento 20 (B). Recomendação: Pacientes portadoras de bexiga hiperativa não respondedoras ou intolerantes a terapia comportamental e/ou farmacológica com agentes antimuscarínicos, representam grupo com opções terapêuticas limitadas, para as quais a PTNS apresenta-se como alternativa viável. QUAL O PAPEL DESEMPENHADO PELA NEUROMODULAÇÃO SACRAL NO TRATAMENTO DA BEXIGA HIPERATIVA IDIOPÁTICA REFRATÁRIA? Desenvolvida no início da década de 80, a neuromodulação sacral apresenta como mecanismo teorico de açao a correçao, por meio de pulsos eletricos, da atividade colinergica/adrenergica e das vias motoras reflexas que iniciam o armazenamento e a micçao 21 (C). E realizada por meio de um dispositivo, cuja implantaçao e feita geralmente em dois estágios. O primeiro consiste no implante de um eletrodo no forame S3, ligado a um estimulador externo, com objetivo de avaliar a integridade dos nervos perifericos, a viabilidade da estimulaçao e identificar o local ideal para posicionamento do eletrodo definitivo, permitindo teste terapêutico antes da implantaça o definitiva. O dispositivo de teste (estimulador externo) permanece em geral por três a sete dias, mas a fase de teste pode se estender até 3 ou 4 semanas32. Nessa ocasiao, o paciente e reavaliado; havendo melhora maior ou igual a 50% nos sintomas, procede-se ao implante do estimulador definitivo no subcutâneo. O modo de açao da neuroestimulaçao sacral ainda nao esta plenamente esclarecido. O principal trabalho que levou a maior utilização da neuromodulação sacral foi estudo multicêntrico, prospectivo e randomizado conduzido em 16 centros na América do Norte e Europa 22 (A). Neste estudo 155 pacientes refratários ao tratamento farmacológico, foram recrutados para implante ou não do dispositivo neuromodulador. Com seguimento de seis meses, foi observada melhora significante nos episodios de incontinência urinária, numero de absorventes utilizados e severidade das perdas. Com seguimento de 18 meses, observou-se que a eficacia da estimulaçao foi mantida, nao se observando melhora no grupo controle 22 (A). Estudo multicêntrico prospectivo randomizado, desenhado com o intuito de avaliar a eficácia e segurança da neuromodulação sacral identificou melhora significativa, em detrimento ao grupo controle, na qualidade de vida e em parâmetros cistométricos do diário vesical, como frequência urinária, volume miccional e grau de urgência, com eficácia mantida após 12 e 24 meses do início do tratamento 23 (A). Estudos subsequentes incluindo pacientes com queixa de incontinência por urgência miccional ou urgeincontinência e acompanhamento por períodos tão longos quanto cinco anos, relataram taxas de sucesso do tratamento, definidos como melhora nos sintomas miccionais, com variação de 60 a 77% todavia, podendo estas declinar de acordo com o período de acompanhamento 24,25,26,27,28 (B) 29,30 (C). Mais recentemente, um ensaio clínico randomizado demonstrou que a neuromodulação sacral foi superior ao tratamento medicamentoso padrão com anticolinérgicos. Este estudo incluiu 147 indivíduos com bexiga hiperativa refratária (70 randomizados para o grupo de neuromodulação e 77 para o grupo de tratamento medicamentoso) e avaliou o sucesso dos tratamentos após período de acompanhamento de 6 meses. Considerou-se como critério de inclusão a falha do tratamento com um ou mais anticolinérgicos, contudo a existência de pelo menos um esquema de tratamento com anticolinérgico não utilizado previamente. O sucesso terapêutico foi de 76% para o grupo de neuromodulação versus 49% para o grupo de tratamento medicamentoso (P = 0.002) 33(A). Embora haja clara evidência da eficácia clínica, problemas e limitações da neuromodulação sacral não são desprezíveis, sendo os principais eventos adversos relacionados à implantação dor no local do gerador, dor no local da implantação do eletrodo e deslocamento do mesmo 31 (A) 27 (B). Remoção do dispositivo em virtude de infecção, apesar de representar complicação infrequente, também deve ser considerada ao se ponderar sobre a indicação da neuromodulação sacral. Recomendação: A neuromodulação sacral em pacientes portadores de bexiga hiperativa idiopática refratária ao tratamento conservador e/ou farmacológico tem sido utilizada com sucesso, sendo demonstrado alívio nos sintomas e melhora na qualidade de vida. Fatores preditores clínicos que indiquem quais pacientes responderão ao tratamento são desconhecidos. Desta forma, a fase de teste é imprescindível para a seleção dos pacientes que serão responsivos à esta modalidade de tratamento. Referências: 1. Haylen BT, de Ridder D, Freeman RM, Swift SE, Berghmans B, Lee J, Monga A, Petri E, Rizk DE, Sand PK, Schaer GN; International Urogynecological Association; International Continence Society. An International Urogynecological Association (IUGA)/International Continence Society (ICS) joint report on the terminology for female pelvic floor dysfunction. Neurourol Urodyn. 2010;29(1):4-20. PubMed PMID: 19941278. 2. Dolly O. Synaptic transmission: inhibition of neurotransmitter release by botulinum toxins. Headache. 2003;43 Suppl 1:S16-24. Review. PubMed PMID: 12887390. 3. Sahai A, Khan MS, Dasgupta P. Efficacy of botulinum toxin-A for treating idiopathic detrusor overactivity: results from a single center, randomized, double-blind, placebo controlled trial. J Urol. 2007;177(6):2231-6. PubMed PMID: 17509328. 4. 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