Movimentos friamente planejados

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Movimentos friamente planejados
Experimento cadastrado por marcelo dias em 07/12/2010
Classificação
•••••
(baseado em 4 avaliações)
Total de exibições: 2303 (até 13/08/2012)
Palavras-chave: sistema locomotor, braço, movimento,
cérebro, fenda sináptica, placa motora, junção neuromuscular,
acetilcolina, neurotransmissores
Onde encontrar o material?
em casa
Quanto custa o material?
até 10 reais
Tempo de apresentação
até 10 minutos
Dificuldade
fácil
Segurança
seguro
Introdução
Colocar o corpo em movimento não é uma tarefa fácil. Usando nossos músculos, somos capazes de controlar nossos
movimentos tanto com força como com delicadeza. Mas você sabe como fazemos para desencadear o movimento de nossos
membros?
Aquilo que chamamos de “vontade” de movimentar na verdade depende de uma série de reações químicas e físicas. Uma
dessas reações pode ser vista neste experimento bastante simples.
Quando queremos fazer um movimento, levantar um braço por exemplo, a ação começa na verdade bem antes, em nosso
cérebro. A área responsável pelos movimentos, localizada no giro pré central, começa a disparar eletricamente neurônios
correspondentes a cada conjunto de músculos de nosso corpo. Deste ponto em diante uma série de etapas de processamento
acontecem, assim como faz um computador, para que nossos movimentos sejam o mais próximos daquilo que planejamos.
Neste processamento estão envolvidas áreas tão distantes como o cerebelo, além de regiões mais internas do cérebro e a
própria medula.
Depois disto a informação elétrica do movimento desce por nossa coluna e, pelos nervos, alcança os músculos. A velocidade
da transmissão alcança os 400 km/h!
Neste ponto ocorre uma etapa fundamental: a transformação do impulso elétrico vindo dos neurônios, em movimento, efetuado
pelos músculos. Isto acontece através da liberação de um neurotransmissor, ou seja, uma molécula capaz de interagir com
outro neurônio ou, como neste caso, com o músculo.
Este neurotransmissor, a acetilcolina, se liga a um receptor do músculo, o que desencadeia uma série de reações químicas,
terminando com a liberação de cálcio dentro das células do músculo, mais especificamente no citoplasma. O cálcio em alta
concentração no músculo é o estímulo para sua contração, levando ao movimento.
Materiais necessários
Um humano (Homo sapiens)
uma parede
um relógio de pulso
Passo 1
Peça para um colega se apoiar em uma parede, de modo que ele fique com a parte externa do braço encostada lateralmente
nela.
Passo 2
Agora peça para ele tentar levantar o braço contra a parede, como se tentasse empurrá-la, isto é, fazendo um ângulo de 90°
em relação ao tronco. O nome técnico para este tipo de movimento é abdução. Peça para seu colega manter este movimento,
com bastante força, por cerca de 1 minuto e meio. Dê incentivos para que ele continue fazendo força, afinal, cansa bastante
fazer isto por tanto tempo!
© 2012 pontociência / www.pontociencia.org.br
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Movimentos friamente planejados
Passo 3
Peça agora para seu colega se afastar totalmente da parede e que deixe o corpo “solto”. Recomendamos distraí-lo para que o
experimento funcione. Isto pode ser feito conversando ou pedindo para ele fixar o olhar em algum lugar da paisagem. Repare o
movimento que o braço anteriormente apoiado na parede vai fazer.
Clique para assistir ao vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=If8NBHSyyYc
Passo 4
O que acontece:
Quando forçamos o braço contra a parede durante alguns minutos estamos forçando também a ação dos neurônios que
enviam as informações elétricas para os músculos responsáveis por este movimento. O resultado disto é um fenômeno
conhecido como potenciação: A manutenção dos impulsos elétricos faz com que cada vez mais neurotransmissores (a
acetilcolina) são liberados do neurônio para a placa motora, região entre o músculo e o neurônio motor, responsável por
traduzir esta informação e enviá-la para dentro das células musculares.
Com o excesso de neurotransmissores nesta região a informação da movimentação continuará mesmo depois do cérebro
terminar de enviar seus impulsos. A molécula responsável por destruir os neurotransmissores não dará conta de degradar esta
quantidade excessiva de acetilcolina.
Paralelamente a isto e com o auxílio da etapa anterior, temos que a força constante para levantar o braço faz com que o cálcio,
responsável final da sinalização do movimento, se acumule no citoplasma das células musculares. Assim, mesmo depois de
finalizada a transmissão nervosa e a liberação de neurotransmissores, o braço continuará a se levantar até que todo o cálcio
acumulado seja retirado do citoplasma.
Clique para assistir ao vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=3E_zOggh9XI
Passo 5
Para saber mais:
Quando você quer executar um movimento, o cérebro dispara uma série de neurônios responsáveis por cada parte que você
deseja movimentar. É na busca do significado destes disparos que os cientistas de hoje se baseiam para que em um futuro
próximo seja possível movimentar máquinas usando somente a “força” da mente.
Nesta linha de pesquisa temos um brasileiro de grande destaque, o neurocientista Miguel Nicolelis, formado na USP e atual
professor da Universidade de Duke, EUA. O objetivo de sua pesquisa é integrar o cérebro de pacientes a próteses eletrônicas,
reabilitando pessoas com paralisia corporal.
http://www.nicolelislab.net/
Passo 6
Veja também:
O excesso de neurotransmissores (acetilcolina) na placa motora é o responsável por um fenômeno que conhecemos bem
quando estamos nervosos: o tremor!
Algumas pessoas tomam remédios, sem receita médica, para evitar esses tremores em momentos que sabem que ficarão
nervosas, como em uma entrevista de emprego, ou para tirar carteira de motorista. Porém, estes remédios causam vaso
constrição, ou seja, fecham vasos sanguíneos, bronco constrição, e prendem o intestino.
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Movimentos friamente planejados
Já houve casos de morte devido ao uso indevido destes medicamentos, sendo especialmente perigosos para pessoas com
problemas cardíacos e respiratórios.
Tomando remédios que evitam tremer você fica menos nervoso? A resposta é não! Na verdade você não vai perceber que está
nervoso, já que não está tremendo, mas de fato você está tão nervoso como estaria se não o tivesse tomado!
É melhor aprender a controlar os nervos do que arriscar a vida!
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