MOVIMENTOS FRIAMENTE PLANEJADOS Experimento cadastrado por Marcelo Dias em 07/12/2010 Classificação ••••• baseado em 3 avaliações Total de exibiçõeses: 1281 (até 30/05/2017 16:42:58) Palavras-chave: Material - Onde encontrar Em casa Material - Quanto custa até R$ 10,00 Tempo de apresentação Até 10 minutos Dificuldade Fácil Segurança Seguro MATERIAIS • Um humano (Homo sapiens) • uma parede • um relógio de pulso INTRODUÇÃO Colocar o corpo em movimento não é uma tarefa fácil. Usando nossos músculos, somos capazes de controlar nossos movimentos tanto com força como com delicadeza. Mas você sabe como fazemos para desencadear o movimento de nossos membros? Aquilo que chamamos de “vontade” de movimentar na verdade depende de uma série de reações químicas e físicas. Uma dessas reações pode ser vista neste experimento bastante simples. Quando queremos fazer um movimento, levantar um braço por exemplo, a ação começa na verdade bem antes, em nosso cérebro. A área responsável pelos movimentos, localizada no giro pré central, começa a disparar eletricamente neurônios correspondentes a cada conjunto de músculos de nosso corpo. Deste ponto em diante uma série de etapas de processamento acontecem, assim como faz um computador, para que nossos movimentos sejam o mais próximos daquilo que planejamos. Neste processamento estão envolvidas áreas tão distantes como o cerebelo, além de regiões mais internas do cérebro e a própria medula. Depois disto a informação elétrica do movimento desce por nossa coluna e, pelos nervos, alcança os músculos. A velocidade da transmissão alcança os 400 km/h! Neste ponto ocorre uma etapa fundamental: a transformação do impulso elétrico vindo dos neurônios, em movimento, efetuado pelos músculos. Isto acontece através da liberação de um neurotransmissor, ou seja, uma molécula capaz de interagir com outro neurônio ou, como neste caso, com o músculo. Este neurotransmissor, a acetilcolina, se liga a um receptor do músculo, o que desencadeia uma série de reações químicas, terminando com a liberação de cálcio dentro das células do músculo, mais especificamente no citoplasma. O cálcio em alta concentração no músculo é o estímulo para sua contração, levando ao movimento. PASSO 01 -  Peça para um colega se apoiar em uma parede, de modo que ele fique com a parte externa do braço encostada lateralmente nela. PASSO 02 -  Agora peça para ele tentar levantar o braço contra a parede, como se tentasse empurrá-la, isto é, fazendo um ângulo de 90° em relação ao tronco. O nome técnico para este tipo de movimento é abdução. Peça para seu colega manter este movimento, com bastante força, por cerca de 1 minuto e meio. Dê incentivos para que ele continue fazendo força, afinal, cansa bastante fazer isto por tanto tempo! PASSO 03 -  Peça agora para seu colega se afastar totalmente da parede e que deixe o corpo “solto”. Recomendamos distraí-lo para que o experimento funcione. Isto pode ser feito conversando ou pedindo para ele fixar o olhar em algum lugar da paisagem. Repare o movimento que o braço anteriormente apoiado na parede vai fazer. © 2017 pontociência / www.pontociencia.org.br 1 Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) MOVIMENTOS FRIAMENTE PLANEJADOS - Clique para assistir PASSO 04 - O QUE ACONTECE: Quando forçamos o braço contra a parede durante alguns minutos estamos forçando também a ação dos neurônios que enviam as informações elétricas para os músculos responsáveis por este movimento. O resultado disto é um fenômeno conhecido como potenciação: A manutenção dos impulsos elétricos faz com que cada vez mais neurotransmissores (a acetilcolina) são liberados do neurônio para a placa motora, região entre o músculo e o neurônio motor, responsável por traduzir esta informação e enviá-la para dentro das células musculares. Com o excesso de neurotransmissores nesta região a informação da movimentação continuará mesmo depois do cérebro terminar de enviar seus impulsos. A molécula responsável por destruir os neurotransmissores não dará conta de degradar esta quantidade excessiva de acetilcolina. Paralelamente a isto e com o auxílio da etapa anterior, temos que a força constante para levantar o braço faz com que o cálcio, responsável final da sinalização do movimento, se acumule no citoplasma das células musculares. Assim, mesmo depois de finalizada a transmissão nervosa e a liberação de neurotransmissores, o braço continuará a se levantar até que todo o cálcio acumulado seja retirado do citoplasma. - Clique para assistir PASSO 05 - PARA SABER MAIS: Quando você quer executar um movimento, o cérebro dispara uma série de neurônios responsáveis por cada parte que você deseja movimentar. É na busca do significado destes disparos que os cientistas de hoje se baseiam para que em um futuro próximo seja possível movimentar máquinas usando somente a “força” da mente. Nesta linha de pesquisa temos um brasileiro de grande destaque, o neurocientista Miguel Nicolelis, formado na USP e atual professor da Universidade de Duke, EUA. O objetivo de sua pesquisa é integrar o cérebro de pacientes a próteses eletrônicas, reabilitando pessoas com paralisia corporal. http://www.nicolelislab.net/ PASSO 06 - VEJA TAMBÉM: O excesso de neurotransmissores (acetilcolina) na placa motora é o responsável por um fenômeno que conhecemos bem quando estamos nervosos: o tremor! Algumas pessoas tomam remédios, sem receita médica, para evitar esses tremores em momentos que sabem que ficarão nervosas, como em uma entrevista de emprego, ou para tirar carteira de motorista. Porém, estes remédios causam vaso constrição, ou seja, fecham vasos sanguíneos, bronco constrição, e prendem o intestino. Já houve casos de morte devido ao uso indevido destes medicamentos, sendo especialmente perigosos para pessoas com problemas cardíacos e respiratórios. Tomando remédios que evitam tremer você fica menos nervoso? A resposta é não! Na verdade você não vai perceber que está nervoso, já que não está tremendo, mas de fato você está tão nervoso como estaria se não o tivesse tomado! É melhor aprender a controlar os nervos do que arriscar a vida! © 2017 pontociência / www.pontociencia.org.br 2