Pronunciamento do Deputado Davi Alcolumbre, PDT/AP, em 17/04/04. " Uma esperança a mais aos portadores de necessidades especiais." Senhor Presidente, Sr.as. e Srs. Deputados, No momento em que vimos pelo mundo o terror ceifar vidas utilizando-se dos mais avançados meios tecnológicos para tal, nos deparamos esta semana com a descoberta de um cientista brasileiro, que pode levar pessoas que apresentam deficiência física a recuperarem movimentos. O primeiro passo já foi dado, pois um "chip" foi implantado no cérebro de macacos que movimentaram um braço mecânico com a força do pensamento. O neurocientista Miguel Nicolelis, na Universidade de Duke, nos Estados Unidos, acredita que essa tecnologia esteja disponível para os seres humanos em, no máximo, três anos. Ele explica que o primeiro passo para a descoberta foi olhar a atividade cerebral de maneira mais global, e não uma célula de cada vez, como faziam há 20 anos. "Chegamos a conclusão de que podíamos retirar sinais elétricos (do cérebro), recodificá-los e mandá-los para qualquer artefato artificial", explica o neurocientista. A primeira experiência, conta Nicolelis, foi feita em Duke, quando dois braços mecânicos foram controlados por um "chip" implantado no cérebro de um macaco. Mas o animal não podia ver os braços. "O que fizemos desta vez foi oferecer um retorno visual ao animal (já que primeira vez ele não podia ver o braço que estava controlando). A descoberta foi algo inédito. O braço mecânico parecia ter sido incorporado pelo corpo do animal, como um terceiro membro". A invenção foi considerada pela revista do Instituto de Tecnologia de Massachussetts, nos Estados Unidos, como a primeira de dez tecnologias que vão mudar o mundo nos próximos anos. Ao mesmo tempo em que traz esperança a milhões de pessoas que aguardam avanços nesta área, esta descoberta também nos leva a refletir sobre os investimentos brasileiros no campo da ciência e tecnologia, que apesar de ser reconhecida como fator de crescimento e desenvolvimento de uma Nação que deseja ser "grande", no Brasil, pouco temos conseguido na alocação crescente e significativa de recursos e incentivos reais à pesquisa e desenvolvimento de novas e revolucionárias tecnologias. Esta descoberta, inclusive, para nossa reflexão, foi feita nos Estados Unidos da América. Assim, como membro da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática desta Casa, estarei propondo o envio de congratulações ao nosso bravo cientista, não somente por sua descoberta, mas por acreditar na sua capacidade, ainda que fora do Brasil. Muito Obrigado.