Aprendizados para preservar o cérebro

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2 BAURU, domingo, 26 de março de 2017
SAÚDE
Divulgação
O exercício
da memória é
importante para
manter neurônios
vivos
‘Memória
de elefante’
é possível com treinamento
Guardar mais informações pode
ser uma questão de prática, diz
estudo holandês
ANA PAULA BLOWER
E
studo de pesquisadores
holandeses mostra que não
há nada de especial com o
cérebro de pessoas que têm uma
“memória de elefante”. O segredo dos
que memorizam rapidamente muitas
informações estaria no treinamento.
Os cientistas apontam, então, que
é possível melhorar a memória de
alguém e torná-lo tão bom quanto a de
um campeão mundial de memorização.
No estudo, neurocientistas treinaram
pessoas, que conseguiram se lembrar
de longas listas de nomes rapidamente,
além de apresentarem conexões
cerebrais parecidas com as dos
“profissionais”.
“Realmente será possível melhorar
consideravelmente a memória,
inclusive se ela for muito ruim”,
acredita Martin Dresler, um dos
pesquisadores da Universidade de
Radboud.
Para o psiquiatra Marcos Alexandre
Gebara, há ainda outros fatores que
influenciam uma boa memória. “É
uma combinação de fatores: uma boa
herança genética associada
a treinamento e até
mesmo à inteligência,
que vai fazer com
que se gerencie melhor a
quantidade de informações.
O exercício da memória
é importante para manter
neurônios vivos”, diz o
membro da Associação
Brasileira de Psiquiatria.
As técnicas mnemônicas
são indicadas pelo
pesquisador Dresler
para fortalecer a
memória. Elas se
baseiam em associações
de informações de
cunho pessoal ou com
significado. Seria como
associar uma música a
um conteúdo específico,
uma situação.
Aprendizados para
preservar o cérebro
Entre os problemas mais
conhecidos que afetam a
memória, está a doença
de Alzheimer, mais
predominante nos
idosos. Além disso, a
neurologista Jerusa
Smid explica que as
doenças nutricionais,
como carência de
vitamina b1 e b12,
também podem
influenciar.
“Há ainda uma queixa
comum de memória,
mas que, na verdade, está
relacionada a falta de atenção,
mais ligada a depressão,
ansiedade e apneia do
sono”, pontua a especialista
da Academia Brasileira de
Neurologia.
Para ela, o ideal é traçar
novos caminhos no cérebro,
com novos aprendizados.
Assim, cria-se “reserva
cognitiva”. “Aprender
coisas novas aumenta a rede
sináptica”, conclui a médica.
Especialistas orientam
que se houver “falhas” na
memória que comprometam
o desempenho de atividades
diárias, como no trabalho ou
nas relações pessoais, tem que
se procurar um médico.
Estudos apontam
que não há nada
de especial com
o cérebro de
pessoas de boa
memória
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