PIBID e Filosofia: uma parceria indispensável para os

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PIBID e Filosofia: uma parceria indispensável para os alunos da UFPel
Eduardo Ferreira da Neves Filho (UFPel/Fil)
Sônia Maria Schio (UFPel/Fil)
Resumo: Com o retorno da disciplina de Filosofia aos currículos do Ensino Médio, fazse necessário questionar se há profissionais preparados para tal, pergunta que leva a
várias outras, como por exemplo, qual é o professor de Filosofia que queremos e
precisamos, que tipo de aluno se quer preparar a partir das aulas de Filosofia. O MEC e
a CAPES, cientes dessas problemáticas, na segunda edição do PIBID (Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) “convidou” a Filosofia a participar com
vistas a aperfeiçoar a preparação dos futuros docentes em Filosofia. O presente texto
busca retomar as questões acima expostas, apontando para a importância desse projeto
quando voltado para a área de Filosofia.
Palavras-chave: PIBID, Filosofia, docência, educação, aluno.
O retorno das aulas de Filosofia para os jovens que cursam o Ensino Médio, exsegundo grau, foi comemorado pelos educadores de todo o país. Era um consenso geral
que o “trabalho” com a Filosofia é básico para uma formação mais completa de
qualquer aluno. Porém, o Ensino Médio foi eleito como aquele período em que o aluno
está apto (ou mais necessitado) a obter as “ferramentas intelectuais” que a Filosofia
possui, podendo tornar-se uma pessoa mais crítica, mais humana, mais preparada para a
vida, para o trabalho, para o ingresso em um curso superior, enfim, para aquilo que ela
escolher para si.
Nesse sentido, como a Filosofia contribui para a “formação” da pessoa? O
professor de Filosofia pode trabalhar a partir dos períodos históricos, por tema, por
autor, pois o conteúdo de Filosofia é muito flexível, o que não ocorre necessariamente
com as outras áreas. Com qualquer um desses procedimentos, pode-se utilizar as mais
variadas metodologias (aula expositiva, trabalho em grupos, estudo de textos, análise de
filmes, de poemas, de obras literárias, entre muitos outros). E o aluno recebe e pode
ampliar o conhecimento, pelas informações que ele passa a possuir. Por exemplo,
quando se trata do surgimento da Filosofia no séc. VI, na Grécia Asiática, com Tales de
Mileto, surgem ao mesmo tempo outros conteúdos, como os da Geografia: por que na
Grécia, por que na parte Asiática?; Política: por que é na Grécia que surge a Filosofia, e
os conceitos de política, de democracia, entre outros?; História: como era a vida em
outras culturas, como a chinesa, a indiana, a egípcia, para citar poucos exemplos, que
não lhes propiciou o desenvolvimento de um conteúdo filosófico como se entende
hoje?; Economia: quais foram os fatores que facilitaram que a Filosofia surgisse nessa
região de comércio intenso entre o Oriente e o Ocidente?, e de outras áreas, como a
antropologia, com seus estudos sobre o homem; a epistemologia, isto é, como do mito
(ou contra ele) surge a filosofia?, entre as diversas possibilidades que esse tema abarca.
A filosofia também permite e possibilita que se questione o “por quê” das coisas,
o “como”, as “consequências” possíveis, e etc de tudo o que rodeia o ser humano, desde
si próprio até o entorno mineral, seja visível ou invisível, permitindo que ele consiga
transpor o “ser” em busca do “dever ser”. Em outros termos, é possível ir além, pensar
de forma livre, sem causalidade sobre os eventos, os fatos, o que amplia a própria
capacidade de conhecer, mas habilita a pessoa para imaginar, criar, extrapolar aquilo
que lhe é dado, isto é, amplia a capacidade de pensar, imprescindível quando se quer
uma vida humana autêntica e plena.
Os temas de Filosofia permitem que os alunos expandam seus saberes podendo
relacioná-los com outras áreas, com o cotidiano, com o passado ou o futuro, tornandoos mais capazes de agir em suas próprias vidas, em seu trabalho em forma de sujeito
agente porque pensante, ciente de seus limites e possibilidades. Além disso, os
impulsiona para a pesquisa, para a busca de aprofundamento daquilo que é conhecido,
aperfeiçoando aquilo que fora tratado em aula, trazendo a necessidade de buscar
constantemente o saber, de discuti-lo, de compartilhá-lo com os outros.
A Filosofia também pode auxiliar na qualificação do discurso, seja escrito, seja
ele utilizado na vivência diária. A lógica, a retórica e a oratória são necessárias para a
vida quotidiana, na qual há o encontro com os outros seres humanos, e os assuntos são
expostos, discutidos e decididos; informações são trocadas. Quando o discurso não é
adequadamente articulado, podem surtir problemas, desentendimentos, procedimentos
errôneos, por exemplo, na área jurídica, da saúde, ou mesmo da vida diária. Na
educação, os problemas oriundos de uma comunicação falha podem não ser percebidos,
seja nos discursos, seja nas avaliações, mas eles surtirão seus efeitos no futuro. Por isso,
a transmissão de informações, de dados, de vivências requer cuidados, e cabe ao
professor a ciência e a atenção para que os erros e as confusões não ocorram, e se
vierem a acontecer, que sejam resolvidos o mais cedo possível.
A ciência, ou ciências, surge, como a conhecemos hoje, com objeto de estudo
definido, metodologia própria, linguagem específica, verificação empírica e lógica, de
sua separação do conhecimento filosófico. O conhecimento científico, distinto do
filosófico a partir do século XVII, precisa dos fundamentos, dos subsídios para as
discussões, e das questões fornecidas pela Filosofia. Ou seja, para que não se faça uma
ciência dogmática ou antiética, a Filosofia se faz necessária. E quanto mais importante a
ciência se tornar, mais ela carecerá de sua matriz, a Filosofia. Ambas, Filosofia e
ciência, precisam de uma interação sempre renovada, haja visto os avanços
tecnológicos, mas a imutabilidade da essência humana, o que requer uma reflexão
continuada, o que pode ser exemplificado pelo surgimento e pelas novas necessidades
expostas e tratadas pela Bioética.
O exposto acima não visa a reiterar a importância da Filosofia, afinal ela é uma
das poucas áreas que precisa justificar a necessidade de seu estudo, de sua existência. O
objetivo é outro: é apontar para a necessidade de um curso superior para se tornar
“professor de Filosofia”. É necessária uma preparação para atuar como em qualquer
outra área, e quando um outro profissional, mesmo que de uma área considerada afim,
assume tarefas em uma área que não aquela de sua formação, certamente ele e seus
alunos serão prejudicados. Cada área possui seus conceitos, suas especificidades que
precisam ser abordados e estudados cuidadosamente. Não é qualquer um que pode dar
aula de lógica, de epistemologia, de metafísica ou ontologia. Mesmo de filosofia
política ou estética, por exemplo, consideradas mais “fáceis”, é preciso conhecer os
conceitos, os autores, os problemas. É preciso conhecer para relacionar, refletir, discutir.
O retorno da disciplina de Filosofia trouxe, então, à tona essas questões em um
momento em que a educação brasileira carece de sujeitos pensantes, ativos, verdadeiros
cidadãos. E a Filosofia, atuando em conjunto com as outras áreas, pode contribuir para
tal, com os seus conteúdos, sua flexibilidade, sua disposição ao questionamento e
abertura para os mais diversos temas e vieses. Em outros termos, a Filosofia possui a
potencialidade de contribuir para a formação ampla da pessoa, pelos temas, sua
metodologia, seus objetivos, sua atuação e especificidades, diferenciando-a das outras
áreas, e complementando-as. Os responsáveis pela educação no Brasil, cientes dos anos
de ausência de uma preocupação autêntica com a educação, e o esvaziamento das
licenciaturas pela desvalorização do trabalho docente, da vida escolar e até da atuação
da própria escola, resolveu implantar um programa de incentivo à docência. Percebeu-se
que a pesquisa, mesmo que apenas em seus centros, estava ativa e valorizada, enquanto
que a docência estava reservada para aqueles considerados menos capazes para fazer
outros cursos, ou para “idealistas” ou até para “aventureiros”. A prática docente, ao
contrário, requer profissionalização, estudo, pesquisa, dedicação.
O Ministério da Educação, em conjunto com a CAPES, ao implantar o PIBID
(Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) tinha em vista a valorização
da docência em seu “berço”, isto é, na Universidade, no tempo de preparação, na
licenciatura. Acertadamente iniciou-se pelos cursos em que a escassez e demanda por
profissionais era maior: Matemática, Física, Química e Biologia. Em seguida, surgiu a
preocupação para com os cursos que retornavam ao currículo, como a Sociologia e a
Filosofia, e os “novos”, como o Teatro, por exemplo, ou ainda aqueles que
necessitavam de um “incremento”, como Letras e Pedagogia. Devido ao “sucesso”
obtido, mais dois PIBIDs surgiram: um voltado para as comunidades indígenas e
quilombolas, e um mais recente, para as demais licenciaturas interessadas.
É preciso enfatizar que o programa tem objetivos precisos: manter os alunos que
estão nas licenciaturas, incentivando-os a finalizá-las, e após, a desenvolverem suas
atividades, com o curso concluído, nas escolas para as quais foram preparados. Motivar
os alunos à pesquisa a partir das necessidades sentidas nas escolas, iniciando a vivência
nos locais em que desenvolverão suas atividades, também constam nos objetivos do
PIBID. A parceria que o PIBID elaborou com as escolas é fundamental. Sem elas, o
Programa perderia uma de suas importantes metas: inserir o aluno-universitário-bolsista
na escola, sem a incumbência de ministrar aulas, pois ele não é um estagiário, podendo
conhecer a escola, os alunos, os problemas, as possibilidades de trabalho, os currículos,
sem a preocupação com a programação de aulas, avaliações ou outras, que cabem ao
professor efetivo. Enfim, adentrar na escola para conhecê-la, estabelecer contato com os
demais colegas, elaborar projetos de trabalho na própria área e vivenciar a
interdisciplinaridade são as metas propostas pelo programa.
A interdisciplinaridade é uma das metas do PIBID II UFPel/Humanidades:
iniciou-se com um “trabalho” disciplinar, de aprofundamento dos conteúdos de
Filosofia, uma revisão da História da Filosofia, seus autores, e problemas, o que ocorre
no Campus. Na Escola, após os encontros para a integração e interação com as outras
áreas, com a coordenação e a supervisão, iniciou-se a atividade de reconhecimento da
escola, em suas diversas instâncias, com a discussão e a elaboração de um relatório.
Paralelamente ocorrem os estudos sobre a interdisciplinaridade. E o passo seguinte foi
uma tarefa multidisciplinar. Em cada escola, essa etapa ocorreu de forma diferente,
adaptada à realidade existente ou “construída” pelo grupo PIBID II. Isso porque é
importante conhecer as outras áreas com as quais se vai atuar, pois assim se pode
perceber quais são os seus temas, a sua metodologia, e assim o seu valor na própria
formação e na formação dos alunos da escola.
A interdisciplinaridade não surge, porém, da vontade de uma única pessoa, pois
carece de um trabalho de grupo, do empenho de várias pessoas. Expondo de outra
forma, não há uma forma ou uma fórmula pronta para a interdisciplinaridade: ela é
elaborada em conjunto, respeitando as diferentes realidades, a multiplicidade de formas
de pensar, dos objetivos traçados, enfim do contexto em que ela se insere. Cada grupo
interdisciplinar precisa “construir” o próprio caminho, fazer sua história. Os exemplos,
entretanto, podem auxiliar, mostrando que ela é possível, que é uma atividade produtiva
para todos os que dela participam, que ela aprofunda os “laços pessoais” com os colegas
da área, das outras áreas, na escola. Do projeto institucional da universidade poder-se (e
deve-se) passar à elaboração do projeto interdisciplinar por escola, no qual as áreas irão
interagir a partir de temas que os próprios alunos-bolsistas sugerirão em contato com os
supervisores e os alunos da escola.
A participação dos supervisores também é essencial: são eles que “ligam”,
fazem a “ponte”, entre o PIBID e a escola. Sem eles não haveria uma articulação e uma
relação com a escola. Quem organizaria os horários, acompanharia os “pibidianos” na
Escola, apresentando-os à Direção, aos setores, aos alunos? Quem providenciaria
espaços e materiais? Quem conversaria com os alunos, pensaria os temas e problemas
que estão na “cabeça” dos alunos do Ensino Médio? e quem faria o controle das
atividades na Escola? A atuação dos supervisores, provindos de diversas áreas, porém
nas mesmas de atuação do PIBID (Letras, Filosofia, Pedagogia, História, Sociologia, e
Teatro) também têm a oportunidade de conhecer melhor a escola, os alunos e aprender,
se atualizar, pesquisar e elaborar trabalhos a partir de suas participações no PIBID.
A complexidade do Projeto pode ser percebida pela necessidade de tempo para
organizar as atividades. Isto é, seis áreas trabalhando em conjunto, com 10
coordenadores, juntamente ao Coordenador Geral, de forma democrática, com 128
alunos-bolsistas, os pibidianos; 12 supervisores que precisam reunir-se, expor as
questões, entendê-las e deliberar sobre elas, tomando decisões que envolvem suas vidas
e as instituições (CAPES, Universidade, 2 escolas municipais e 4 estaduais) não é uma
tarefa fácil e rápida. É preciso ouvir muito, falar às vezes, acatar, dirimir conflitos e
interesses, e principalmente agir, com consciência e responsabilidade. É preciso
disponibilidade para tratar com todos, colegas, supervisores e bolsistas. Até com a
Direção e com os alunos, se eles sentirem necessidade, e procurarem o Programa. É
preciso atenção para a elaboração de registros, de cronogramas, presenças, ausências,
horários, ... Enfim, é necessário dedicar-se além das horas que foram exigidas pelo
Projeto e pela CAPES. É imperativo que haja disponibilidade para participar de
Encontros e reuniões afins. É preciso também avaliar o trabalho realizado.
A avaliação constante tem sido umas das exigências, mas também um dos
pontos “fortes” no trabalho do PIBID II. Mensalmente o grupo da Filosofia se reúne e
avalia sua atuação: enquanto indivíduo, enquanto grupo (pequenos grupos) de trabalho,
enquanto área, assim como a atuação na Escola, as dificuldades, as sugestões. O mesmo
ocorre com as coordenações, junto à Coordenação geral e as supervisões. Nem sempre é
fácil ouvir que há algo a mudar, a aperfeiçoar, a contornar. Mas isso tem feito o grupo
unir-se, responsabilizar-se, constituir uma “identidade” que não exclui os outros
colegas, nem se “fecha” em sua própria área, seus interesses ou preferências.
O Programa elaborado pela CAPES também objetiva valorizar o aluno da
licenciatura. Pode-se dizer que uma das metas do PIBID é elevar a auto-estima do aluno
que estuda na Universidade tendo em vista a docência. Durante muito tempo o aluno do
bacharelado pareceu receber maior incentivo e valorização do que o aluno da
licenciatura. Isso ocorria pelas bolsas de iniciação científica que esse poderia receber e
atuar, aprendendo a pesquisar pela sua prática desde os bancos universitários. O mesmo
não acontecia com o licenciando, que apenas ia para a escola, seu objetivo, no final do
curso e por um curto espaço de tempo.
Em outros termos, “receber uma bolsa” é um auxílio financeiro importante, e
isso não pode ser contornado. Muitos alunos podem, a partir do recebimento da bolsa,
estudar com maior tranquilidade, adquirir seus livros, participar de encontros,
congressos. Sabe-se de casos em que o aluno optou por ganhar menos e sair de um
emprego. A remuneração, certamente, valoriza a atuação no PIBID, mas também mostra
que a iniciação à docência é tão importante quanto a iniciação à pesquisa, ou outra
atividade remunerada dentro da Universidade, mesmo que haja pessoas dentro da
própria instituição de ensino superior que não analisem a situação dessa forma.
O aluno tem se sentido mais motivado a pesquisar a partir de sua participação no
PIBID. Isso porque, nos estudos de “revisão” são abordados temas que suscitam a
curiosidade, o desejo de saber mais. As atividades previstas, ou seja, os “Cafés
Filosóficos” e as monitorias também levam à busca de mais conhecimento. As
conversas com os colegas de Filosofia, assim como com os outros, trazem novas
questões, e incitam à pesquisa. As discussões e a vivência na escola exigem que as
bases teóricas sejam ampliadas. Por exemplo: os conteúdos de epistemologia, sobre o
conhecimento; estudos sobre pedagogia: metodologias, didáticas, entre outros temas;
recursos tecnológicos, para interagir com os alunos da escola, mostrar-lhes conteúdos,
chamar-lhes a atenção; a obtenção de novas capacidades, como a de elaborar projetos,
relatórios, aperfeiçoando, inclusive, as formas de expressão oral e escrita. Todos esses
temas têm estado na pauta, e se tornado imprescindíveis na atuação no PIBID. E os
pibidianos relatam isso, esse seu novo emprenho pela pesquisa, pelo estudo de temáticas
que lhes são enfadonhas durante o curso, pela necessidade de aperfeiçoamento. Enfim,
eles têm solicitado recursos, em especial teóricos, para sanar essas novas, e saudáveis,
necessidades.
A postura de um “professor” também tem se tornado uma preocupação. Ou seja,
o pibidiano de Filosofia tem percebido que para entrar em uma sala de aula é necessária
uma postura física, um comportamento adequado, uma forma de expressão clara, além
de disponibilidade para ouvir, para discutir, para pensar os problemas, questões que
antes não lhes eram tão nítidas. Para que um novo professor sinta-se “seguro” para
adentrar no recinto de aula, ele precisa estar munido de muito conhecimento sobre sua
área, mas também de outros, seja da área pedagógica, seja de conteúdos atuais ou de
outras áreas. Isso lhe possibilita aceitar discussões de problemas atuais, de
complexidades que precisam ser analisadas, mas que ultrapassam uma área específica,
porém sem a necessidade de ter respostas para tudo. Em Filosofia, as questões são mais
interessantes do que as respostas, as quais podem ser deixadas às ciências.
A Filosofia poderia ser objeto de estudo em todos os níveis, desde o fundamental
até o superior. A Filosofia, desde a sua origem, é interdisciplinar por excelência, afinal
ela pode ser considerada como a “mãe” ou o “berço” das ciências, e ainda mantém seu
objeto de estudo próprio, com as diversas subdivisões que são conhecidas. O egresso de
um curso superior em Filosofia, então, deve estar apto a fazer a transposição da
linguagem conceitual, técnica e específica da Filosofia para o entendimento de qualquer
um, sem qualquer perda em seu conteúdo. Ele também tem a capacidade de discutir os
mais diversos temas, econômicos, jurídicos, psicológicos, por exemplo, sem ter a última
palavra sobre eles.
A Filosofia não apregoa e não busca uma “verdade”, pois discute as
possibilidades, os tipos, os limites das verdades. Para tanto, é preciso preparo, estudo,
método. Não se pode deixar a aula de Filosofia tornar-se um “bate-papo” desprovido de
conceitos, de linguagem adequada, de objetivos precisos. Por isso, a graduação em
Filosofia é o meio que torna isso possível. E o PIBID II/Humanidades é o momento
propício para que o objetivo de uma formação escolar que vise a formação de um
cidadão, enquanto sujeito ativo, crítico e responsável seja possível, e essa oportunidade
não pode ser desperdiçada, mas sim vivenciada em sua integralidade. Certamente
muitas questões podem ser levantadas, pois ainda não se tem respostas para muitas
delas (e segundo a Filosofia, isso é saudável!), pois o projeto ainda está em curso, e se
aprenderá com as edições vindouras. O importante é que o projeto está em curso: as
dificuldades e as aprendizagens estão ocorrendo, e nós, coordenadores e bolsistas
estamos empenhados para o sucesso do Projeto, que será também nosso, dos alunos da
escola, dos supervisores e da comunidade em geral.
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