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São Paulo, quarta e quinta-feira, 25 e 26 de janeiro de 2017
Especial
Fotos: Divulgação
Um prato de comida no Malawi
custa muito mais que em Davos,
considerando o custo da refeição
comparado à porcentagem da renda
diária de uma pessoa. Enquanto
líderes políticos e empresariais
se reuniram na semana passada
no Fórum Econômico Mundial, o
Programa Mundial de Alimentos
(WFP- sigla inglês) elaborou uma
análise de como o custo elevado da
comida pode impactar as pessoas
mais pobres do mundo
A desigualdade posta à mesa
Katherine Rivas/Envolverde
C
om a pesquisa conhecida como Hot Dinner Date
(Dados de um Jantar Quente), Programa Mundial
de Alimentos descobriu que segundo a proporção
da renda, as pessoas de países em desenvolvimento
podem pagar 100 vezes mais do que os países ricos por
um prato básico de comida. E nos locais mais carentes
ou em países devastados por conflitos o custo pode ser
até 300 vezes mais caro.
Suponhamos que seja uma tigela de guisado de feijão,
uma refeição quente e nutritiva consumida em diversas regiões e culturas. Esta refeição pode custar para
alguém da Suíça apenas 0,41% da sua renda diária é
dizer 0,88 francos suíços (CHF) ou menos de um dólar
nos Estados Unidos. No entanto, para uma pessoa em
Malawi seria preciso gastar 41% da sua renda diária para
poder ter acesso a esta mesma refeição. Em relação a
moeda suíça estaríamos falando de 86,53 francos (100
vezes mais do que o valor original da Suíça).
No outro extremo, na cidade síria Deir Ezzor, o custo
de uma tigela de feijão supera a renda diária de um mo-
rador, equivalente a 271,40 francos suíços comparado
a moeda inicial. Já na Índia e Nicarágua, apesar de ter
um valor mais accessível o custo ainda seria 10 ou 15
vezes superior ao da Suíça.
“O estudo da Hot Dinner apresenta uma nova visão ao
mundo, que ilustra as distorções do poder de compra
dos ricos e dos pobres quando tentam suprir suas necessidades alimentares básicas” afirma o economista Fórum Econômico
chefe do Programa Mundial Mundial expõe
de Alimentos, Arif Husain
desigualdade
“É um lembrete de que o
acesso a uma alimentação abrupta no custo
nutritiva deve ser um direi- de um prato de
to igual para todos”.
comida.
Os valores elevados por comida nas cidades pobres são
fruto dos enormes prejuízos gerados pela deficiência dos
sistemas de armazenagem, transporte e distribuição; a
dependência excessiva de algumas culturas; a falta de
acesso aos mercados para os agricultores locais, o preparo
insuficiente frente as mudanças climáticas, e os conflitos
gerados por queixas ou alocação de recursos.
O Programa Mundial de Alimentos acredita que com
medidas firmes para direcionar estes desafios, desde a
diversidade de culturas até a redução do desperdiço de
alimentos na cadeia nutricional será possível que um
prato de comida esteja ao alcance de todos. Enquanto
o trabalho com parceiros locais e globais para atingir
os níveis zero de fome tem continuidade, o programa
continua destacando as desigualdades no custo dos alimentos, expandindo os dados da pesquisa para incluir
dezenas de outros países.
Dados importantes
Uma tigela de feijão é determinada com base em 600
calorias, cerca de um terço da quantidade das necessidades nutricionais de um adulto. O Programa Mundial
de Alimentos é a maior instituição humanitária que luta
contra a fome mundial, fornecendo assistência alimentar
em situações de emergência e trabalhando com comunidades para melhorar a nutrição e criar resiliência.
Todos os anos o Programa Mundial de Alimentos da
assistência a quase 80 milhões de pessoas em 80 países
(#Envolverde).
Parabéns, São Paulo,
maior cidade da América do Sul, por acolher e abrigar
há 463 anos todos que a procuram.
Homenagem do Conselho Regional
de Contabilidade do Estado de São Paulo
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