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DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL
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INTRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA PLANTA NO BRASIL
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DISTRIBUIÇÃO DA PLANTA NO PARANÁ
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FENOLOGIA
CONTROLE E CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INTRODUÇÃO
A expansão da espécie conhecida como amarelinho Tecoma stans (L.)
Kunth nas pastagens do Paraná e a falta de informações sobre o seu controle
vêm preocupando pecuaristas e técnicos ligados ao setor agropecuário.
Estima-se que 50 mil hectares de pastagem do Estado já estejam
invadidos pelo amarelinho, dos quais aproximadamente 10 mil encontram-se
com capacidade de produção de forragem próxima de zero. A situação é mais
preocupante ainda considerando que áreas atualmente infestadas com menos
de 100 plantas/ha poderão, dentro de três ou quatro anos, estar inviabilizadas
para a exploração agropecuária. Além disso, caso não sejam tomados os
cuidados necessários, novas áreas continuarão a ser invadidas,
comprometendo sua produção.
As informações aqui contidas, abrangendo locais e intensidade de
ocorrência, dados fenológicos e métodos de controle poderão orientar a
erradicação e prevenção do amarelinho no Paraná, servindo também de alerta
para que setores governamentais competentes tomem medidas adequadas.
BIOLOGIA
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
Tecoma stans (L.) Kunth, também mencionada na literatura como
Stenolobium stans (L.) Seem, pertence à família Bignoniaceae, a mesma dos ipês
(gênero Tabebuia) e carobas (gênero Jacaranda). Devido à semelhança das flores,
freqüentemente ocorre confusão entre as diferentes espécies.
A população lhe dá diversos nomes: amarelinho, ipê-de-jardim,
guarã-guarã, caroba-amarela, ipê-mirim, falso sabugueiro, falsa-santa-bárbara
e ipezinho-americano. Na literatura estrangeira, há citação de pelo menos 80
nomes (Morton, 1981).
DESCRIÇÃO DA PLANTA
Arbusto ou pequena árvore, atingindo de 8 a 12 metros de altura;
ramos eretos, subcilíndricos, finamente estriados, lenticelados, glabros ou
miudamente escamosos. No primeiro ano, a planta desenvolve uma raiz
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pivotante, vigorosa e a partir do segundo ano, longas raízes laterais,
superficiais, onde armazena grandes quantidades de água e de nutrientes.
Essas raízes têm a capacidade de brotar, possibilitando a reinfestação da área
após controle mecânico. As folhas são compostas, imparipenadas com um a 13
pares de folíolos; folíolos lanceolados ou elíptico-lanceolados, longo-atenuados
e acuminados no ápice, cuneados na base, de três a 13 cm de comprimento, um
a 4 cm de largura, nitidamente serreados, papiráceos, glabros ou pilosos ao
longo da parte dorsal da nervura central, especialmente nas axilas das
nervuras laterais.
Inflorescência terminal, paniculada, multiflora, glabra ou com
pequenos pêlos esparsos; brácteas e bractéolas pequenas, subuladas. Cálice de
5 a 7 mm de comprimento, glabro ou com os lobos ciliados, comumente com
algumas glândulas impressas na metade superior; corola amarela,
campanulada-afunilada, de 3,5 a 5,5 cm de comprimento; limbo com até 3,5 cm
de diâmetro; estames inclusos; anteras pilosas.
O fruto é uma cápsula glabra, longo-atenuada com ápice agudo, 10 a
22 cm de comprimento e largura de até 7 mm; sementes aladas, cujo
comprimento vai até 7mm e largura até 30mm. Cada fruto contém em média
77±6 sementes (Figura 1).
É uma planta que se reproduz por sementes, pedaços de ramos e de
raízes. Tem crescimento vigoroso e brotação rápida e intensa. Sua sombra
reduz drasticamente a capacidade produtora das pastagens.
Fig. 1 . Frutos deiscentes e sementes aladas.
Tecoma stans apresenta uma variabilidade genética muito grande. Em
um dos extremos existem plantas com excelente qualidade ornamental e baixo
potencial como invasora. São plantas que permanecem produzindo flores,
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frutos e sementes durante todos os meses do ano. Suas sementes são menores e
mais pesadas do que as produzidas pelas plantas do outro extremo. Portanto,
as sementes das ornamentais são dispersas pelo vento a pequenas distâncias.
Os frutos são mais longos do que o descrito para o padrão da espécie e o
número de pares de folíolos nas folhas varia de um a cinco.
Essa variedade ornamental não oferece perigo como planta invasora.
O maior problema está no fato de que, sendo da mesma espécie, os
cruzamentos são freqüentes. Assim, surgem descendências segregantes, com
caracteres intermediários, que dão origem a populações de plantas invasoras.
IMPORTÂNCIA
COMO PLANTA INVASORA
A espécie é mencionada como invasora na Argentina, Nicarágua e
EUA (Holm et al., 1979). No Brasil, no Estado do Paraná estima-se que, como
planta invasora, está presente em cerca de 50 mil hectares de pastagens, dos
quais aproximadamente 10 mil hectares estão seriamente comprometidos
(Kranz & Passini, 1996a). Como o custo para a erradicação é alto e a
reinfestação é freqüente, as áreas são abandonadas e o problema se agrava.
POTENCIAL DE DISPERSÃO
O vento é o principal agente de dispersão das sementes de amarelinho.
Durante a deiscência do fruto, os carpelos se abrem parcialmente e as sementes
se soltam uma a uma quando o seu teor de umidade está baixo, o que significa
que estão leves (Figura 1) e, portanto, fáceis de ser transportadas a distâncias
consideráveis, como de um morro a outro.
A disseminação pela água ocorre por ocasião das chuvas quando as
enxurradas transportam as sementes para o fundo de vales e matas ciliares.
Mudas originárias de sementes ou de estacas de ramos e de raízes são
levadas a grandes distâncias pelo homem, para cultivá-la como ornamental. O
homem também pode disseminar a planta de maneira involuntária, quando as
sementes são transportadas pelos veículos automotores. Nesse caso, as
sementes são distribuídas ao longo das rodovias ou no interior das
propriedades agrícolas.
HOSPEDEIRA DE ORGANISMOS VIVOS
Dhooria et al. (1985) encontraram Tecoma stans infestada pelo ácaro da,
falsa ferrugem Polyphagotarsonemus latus que, no Brasil, é praga importante dos
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frutos de citrus; Schicha & Guttierrez (1985) por fêmeas do ácaro Typhlodromus
dominiquae e machos do ácaro predador de pragas, Amblyseius ovaloides;
Shukla & Upadhyaya (1974), pelo coleóptero Mylabris pustulata; Saini et al.
(1989), infectada pelo fungo Alternaria tenuis e Banerjee et al. (1993),
parasitada pelo cipó-chumbo, Cuscuta sp.
No Paraná, foram observadas colônias de cigarrinhas nos ramos
jovens. As flores são pouco freqüentadas por insetos que procuram néctar e
pólen. Não foram constatados outros agentes polinizadores. Verificaram-se
também hipertrofias (deformações tumorais) de coloração marrom-escura nas
flores, frutos, folhas e ramos jovens (Figura 2), sintomas que, segundo Pitta
(1995), são causados pelo fungo Prospodium appendiculatum. Essa doença é
conhecida como ferrugem.
Fig. 2. Deformações tumorais.
UTILIZAÇÃO
É utilizada como ornamental, tanto no exterior como no Brasil (Mello,
1952; Blossfeld, 1965; Germek, 1973; Gemtchújnicov, 1976; Rizzini & Mors,
1976; Morton, 1981; Assis, 1993).
Também é empregada na medicina popular do México, Guatemala,
Venezuela, Cuba e Argentina (vários autores, citados por Morton, 1981).
Devido as suas propriedades tônica, diurética, vermífuga, anti-sifilítica, anti6
diabética, suas folhas, flores, cascas e raízes são utilizadas nos tratamentos
contra dores no estômago, alívio de dores de cabeça e contra o inchaço das
pernas (Corrêa, 1926; Morton, 1981). Existem vários estudos farmacológicos
sobre as substâncias que a planta contém, mas este assunto não é objeto desta
publicação.
Fornece madeira pouco durável, própria para combustível e talvez
para papel (Corrêa, 1926). O autor também menciona que os aborígenes
mexicanos utilizavam-na para fazer arcos. No Paraná, alguns pecuaristas
vendem as varas, resultantes das brotações de um ano após a roçada (mais de
3 m), para produtores de tomate, que as utilizam como tutores.
As raízes, em alguns lugares do México, entravam na fabricação de
uma espécie de cerveja (Corrêa, 1926 e Morton, 1981).
Em levantamento de plantas apícolas no Paquistão, Tecoma stans é
mencionada entre as espécies ocasionalmente visitadas por abelhas (Wali-UrRahman & Chaudhry-Mi, 1985).
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL
Planta nativa do México e região Sul dos Estados Unidos, mais
precisamente Sul
do Texas, Arizona e Novo México e cultivada como
ornamental na América Central, América do Sul, Caribe, Bahamas, região Sul
da Flórida e áreas quentes da Eurásia (Morton, 1981).
INTRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA PLANTA NO BRASIL
Houve no mundo todo, durante o século passado, uma grande
procura por plantas ornamentais, não só pelo interesse na formação de jardins
botânicos, como também para ornamentar mansões de imperadores, de
pessoas pertencentes à corte, grandes proprietários de terra e novos ricos que
se formavam com o início da industrialização.
Assim, dezenas de espécies de orquídeas, begônias, samambaias,
palmeiras, ipês e outras plantas foram levadas para a Europa, principalmente,
e também para o Brasil.
Não se sabe quando o amarelinho (Tecoma stans) foi introduzido no
Brasil, a citação mais antiga de sua ocorrência como ornamental em um jardim
na cidade de Santos, data de 1871 (Mello, 1952).
No Jardim Botânico de São Paulo, a espécie era cultivada como
ornamental (Hoehne et al., 1941), assim como no Instituto Agronômico de
Campinas, onde era estudada (Germak, 1973).
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A presença de amarelinho no Sul do Brasil foi mencionada por
Marafon (1967), Schultz (1968) e, especificamente em Santa Catarina, por
Sandwith & Hunt (1974). Esses últimos mencionaram ocorrência freqüente da
espécie como ornamental, nos jardins, e, de forma espontânea, em terrenos
baldios e proximidades de habitações.
A espécie é abundante no Estado do Rio Grande do Sul,
principalmente na Serra do Rio das Antas, entre as cidades de Veranópolis e
Bento Gonçalves, e na Serra de Santa Maria. Como ornamental, é encontrada
em muitas cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas
Gerais e Mato Grosso do Sul.
DISTRIBUIÇÃO DA PLANTA NO PARANÁ
Não há referências sobre quando a espécie foi introduzida no Estado.
Em levantamento realizado no período de 1995 a 1996, a espécie foi
observada como ornamental, espontânea na área urbana, espontânea na
margem das rodovias e como invasora de pastos degradados (Kranz & Passini,
1996a).
Como ornamental, foi encontrada em ruas, quintais e praças (Figura 3)
de 84 cidades (Figura 4). As plantas mais antigas foram localizadas em Jandaia
do Sul onde, segundo os moradores, foram plantadas há mais de 30 anos.
Fig. 3. Planta cultivada como ornamental na cidade de Ibipora.
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Fig. 4. Ocorrência de amarelinho como ornamental.
Na forma espontânea, dentro do perímetro urbano, a espécie foi
observada em 73 municípios (Figura 5), ocorrendo em praças, calçadas,
quintais, fundo de vales e pedreiras.
Fig. 5. Ocorrência de amarelinho como espontâneo nas áreas urbanas.
FENOLOGIA
No local de origem e em regiões com inverno bem definido, as plantas
de amarelinho são caducifólias. Nos períodos de seca prolongada também
perdem as folhas, como estratégia de proteção contra a desidratação.
Tecoma stans possui estruturas de reserva muito bem desenvolvidas.
Armazenam grande quantidade de nutrientes, principalmente carboidratos,
em suas raízes e também na casca dos ramos mais grossos. Isto permite que,
em qualquer época do ano, a planta rebrote com grande vigor após uma
roçada ou após a morte da parte aérea por queimadas. É também devido a
essas reservas que novas plantas se formam a partir de pedaços de caule ou de
raízes, dificultando o controle.
O desenvolvimento fenológico da planta nas condições do Norte do
Paraná foi acompanhado durante um ano, como mostrado na Figura 10
(Kranz & Passini, 1996b).
Fig. 10. Porcentagem de ramos nas diversas fases fenológicas.
No período de maio a novembro as plantas apresentam ramos
dormentes, que, no mês de julho, chegam a até 30% do total. Não há queda de
folhas. Isso ocorre nos locais em que a disponibilidade de água é limitada,
como solos rasos, pedreiras e afloramentos rochosos. Se tal condição não
ocorre, a passagem do estádio vegetativo para o reprodutivo é direta.
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O período vegetativo se inicia no mês de setembro — quando vegetam
menos de 10% dos ramos — e aumenta gradativamente. No mês de fevereiro
quando todos os ramos estão se desenvolvendo vegetativamente,
permanecendo em níveis altos até o mês de maio. Nessa ocasião se intensifica
o período reprodutivo, que atinge o ponto máximo no inverno.
Alguns botões e flores são observados nas inflorescências terminais a
partir do mês de março, com o início da redução do número de horas de luz
por dia. O desenvolvimento de botões e flores intensifica-se a partir do mês de
maio, chegando-se ao máximo de floração nos meses de agosto e setembro.
Nessa época, mais da metade dos ramos se encontram em. floração. A
quantidade de flores é reduzida no mês de outubro. A partir de então ocorre
intensa brotação ao longo dos ramos. Essas brotações são induzidas a nova
floração, no mês de novembro, prolongando-se até janeiro. Normalmente, as
flores deste segundo período de floração não produzem frutos. A presença de
frutos em desenvolvimento é observada de maio a janeiro. A frutificação
ocorre com maior intensidade nos meses de setembro e outubro, quando
aproximadamente 30% dos ramos apresentam frutos.
Observou-se a presença de frutos em deiscência, com liberação
contínua de sementes entre os meses de junho e janeiro. A liberação das
sementes só ocorre com ar em movimento e concentra-se nos meses de
setembro a dezembro. O maior número de frutos em deiscência foi observado
no mês de outubro, coincidindo com o período que normalmente é chuvoso.
CONTROLE E CONSIDERAÇÕES FINAIS1
O controle de amarelinho, como de qualquer outra espécie, deve ser
feito com integração de métodos, incluindo medidas preventivas, evitando a
introdução e dispersão da espécie na área; métodos culturais que favoreçam o
desenvolvimento da forrageira; práticas mecânicas e controle químico.
No item biologia, foi mencionado que as sementes da espécie são
dispersadas principalmente pelo vento e que as plantas, após a eliminação da
parte aérea, brotam rápida e vigorosamente. Essas características indicam que
é difícil o controle com métodos exclusivamente preventivos ou
exclusivamente mecânicos. Além disso, pecuaristas de diversos municípios do
Paraná mencionam que os arbusticidas normalmente utilizados não têm
¹A citação de herbicidas neste capítulo não constitui recomendação, uma vez que as
investigações se encontram em andamento e os produtos referidos não estão liberados para
comércio e uso em amarelinho no Estado do Paraná.
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controlado plantas de amarelinho. Declaram que as plantas apresentam
sintomas de toxicidade, mas se recuperam com vigor.
Dessa forma, a medida mais indicada é evitar a introdução do
amarelinho no pasto e áreas circunvizinhas, mantendo-se o solo coberto. Para
isso, é necessário controlar a pressão, o tempo e a freqüência de pastejo, de
modo a não rebaixar exageradamente a forrageira e facilitar sua recuperação.
Caso contrário, sementes de amarelinho, trazidas pelo vento, podem cair em
solo desnudo, germinar e estabelecer-se na área.
É recomendável visitar periodicamente os pastos, áreas próximas a
cercas, caminhos e construções, eliminando as plantas quando ainda jovens,
arrancando-as e deixando-as para secar ao sol (Figura 11).
Os morros são os locais mais suscetíveis à infestação, pois o o controle
mecânico é mais difícil e, muitas vezes, impossível.
Fig. 11. Planta jovem.
Em áreas mecanizáveis, o controle pode ser feito com trator de esteira
de lâmina dianteira dentada. Faz-se o arranquio das plantas com a máquina,
enleira-se, queima-se e faz-se a gradagem. Se não for feita a queima, as plantas
brotam nas leiras, facilitando a reinfestação da área (Figura 12). Nunca fazer a
gradagem antes do enleiramento. Dessa forma evita-se propagar a planta por
via vegetativa.
Após o tratamento mecânico, plantas que surgirem de pedaços de
caule e raízes deverão ser eliminadas, para evitar reinfestação da área.
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Fig. 12. Área reinfestada após arranquio e enleiramento mecânico (Corbélia).
Em áreas não mecanizáves, o controle químico é uma opção, mas as
informações sobre esse método de controle são escassas. Na bibliografia
nacional não se localizou qualquer informação sobre o controle de amarelinho
e, na internacional, cobrindo os últimos 24 anos, apenas uma referência foi
encontrada, um trabalho realizado nas Ilhas Virgens (EUA), por Oakes (1970).
O amarelinho não foi controlado por aplicações foliares de tratamentos
que incluíram uma única pulverização; duas pulverizações, com intervalo de
nove meses entre uma e outra ou três pulverizações, com um intervalo de seis
meses entre a primeira e a segunda e de sete meses entre a segunda e a terceira
(Oakes, 1970). O autor utilizou 2,4-D e 2,4,5-T, sozinhos ou em mistura, em
solução aquosa ou em mistura de água + óleo diesel ou óleo + querosene e
uma formulação de 2,4,5-T + MCPA, em água. Obteve sucesso no controle da
espécie com uma pulverização basal de 2,4-D (0,33): 2,4,5-T (0,50) em óleo
diesel.
Em 1994/95, o IAPAR testou a formulação 2,4-D + picloram em
solução aquosa e em óleo lubrificante usado, nas concentrações de 4% e 10%
v/v (volume de herbicida em 100 litros de solução). As soluções a 4% foram
pinceladas no toco, imediatamente após o tronco ter sido cortado rente ao solo
e, as soluções a 10%, pinceladas em tronco ferido com facão em toda sua
circunferência, numa altura aproximada de 0,10 m do solo, sem eliminar a
parte aérea. Cinco meses depois da aplicação do produto, no toco, 100% das
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plantas apresentavam brotações com altura entre 0,74 e l,21m. Também aos
cinco meses depois da aplicação do herbicida, no tronco ferido, 70% das
plantas haviam brotado (Figuras 13 e 14) (Passini & Kranz, no prelo).
Como essas formas de aplicação não se mostraram promissoras, o
IAPAR passou a estudar o uso de tebuthiuron, na formulação peletizada.
Aplica-se pela distribuição de certa quantidade no pé do arbusto, sem
eliminação da copa.
Fig. 13. Porcentagem de plantas com brotações, após tratadas no toco. Londrina,
1194/95.
Fig. 14. Efeito dos tratamentos realizados no tronco ferido, sem eliminação da copa.
Londrina, 1994/95
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Tebuthiuron foi testado nas doses de 2, 4, 6, 8, 10 e 20 g.i.a/planta.
Cada dose foi aplicada em 10 plantas. O solo da área é de textura argilosa e
encontrava-se seco na data da aplicação. Até 30 dias após a aplicação não
houve fitotoxicidade visível. Cinqüenta dias após a aplicação, a desfolha das
plantas tratadas com 2 e 4g era de 50%, a das tratadas com 6g, 60% e das
tratadas com 8, 10 e 20g, 100%. Aos 93 dias após a aplicação, todas as plantas,
em todas as doses, estavam totalmente desfolhadas. Nessas avaliações e nas de
135, 186 e 240 dias comprovou-se o mecanismo de ação do produto. Este inibe
a fotossíntese, provocando clorose, necrose e abscisão foliar, ao que a planta
reage com emissão de novas brotações. Isso ocorre sucessivamente até o
esgotamento das reservas nutritivas, provocando a morte das plantas. Aos 271
dias após a aplicação de tebuthiuron nenhuma planta apresentava brotações,
os caules estavam secos e quebradiços. Nessa data, todas as plantas, em todas
as doses, estavam mortas.
Esse herbicida, embora registrado para o controle de outras espécies
em pastagem, ainda não pode ser recomendado por não apresentar registro
para controle de amarelinho.
O pecuarista deve estar consciente de que nenhuma das ações
descritas serão eficientes se, após o controle de amarelinho, o manejo da nova
pastagem não for adequado, possibilitando a reinfestação, perdendo-se o
esforço e o dinheiro aplicado.
Em áreas onde a espécie for erradicada, haverá risco de reinfestação,
caso a erradicação não seja realizada em áreas vizinhas. Isso implica que os
programas de controle devem ser coordenados de forma ampla, abrangendo
toda uma região, e não apenas uma propriedade.
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