O papel do Neuromarketing nas estratégias do Marketing de Relacionamento uma agenda para o futuro Sérgio Aires de Oliveira1 RESUMO A emoção tem um papel importante em todo o processo comportamental e decisório do consumidor. Para entender esse processo o Neuromarketing tem utilizado de imagens cerebrais, com o uso de tecnologias de neuroimagem, identificando as áreas que desempenham um papel decisivo durante o mesmo. Como o marketing de relacionamento trabalha com o sentimento e percepção do consumidor, estabelecendo uma relação emocional com o mesmo, a utilização da neuroimagem pode contribuir para que sejam implementadas estratégias mais eficientes visando estreitar esse relacionamento. Apesar da importância do assunto, a partir de uma análise textual foram identificadas lacunas sobre a utilização da neuroimagem como métodos de pesquisa aplicados ao marketing de relacionamento. Assim, é proposta uma agenda de pesquisa para estudos futuros sobre esse assunto, visando contribuir para o desenvolvimento, crescimento e fortalecimento das empresas no mercado através de estratégias mais eficazes no relacionamento com o consumidor. PALAVRAS-CHAVES Marketing de Relacionamento, neuromarketing, processo decisório do consumidor, comportamento do consumidor ABSTRACT Emotion has a very important role in all behavioral and consumer decision making process. In order to understand this process Neuromarketing has been using 1 Aluno do Mestrado Profissional de Administração na ALFA – Faculdades Alves Farias – O autor é especialista em Administração e Planejamento para Docentes pelo Centro Luterano de Palmas no Tocantins – Ceulp/Ulbra. neuroimage of the brain, with its use to identify the areas which are more important for its process. As the relationship marketing with consumer ´s sensation and perception, stablishing a emotional connection with it, the use of neuro image can contribute to implement more efficient strategies aiming to narrow this relationship. Even though the subject is important, from a textual perspective gaps were identified in relation to neuro image as a research method, when applied to relationship marketing. Therefore, it is proposed a schedule of research for future studies upon the subject, aiming to contribute for the development, growth and strength of the company in the market with more efficient strategies in the relationship with the consumer. KEYWORDS Relationship marketing, neuromarkting, consumer decisory process, consumer behaviour INTRODUÇÃO Conhecer o comportamento de compra do consumidor e as forças motivacionais que o leva a decidir e a agir é um dos principais desejos do profissional de marketing, que tem utilizado de vários métodos de pesquisa para conhecer esse processo, possibilitando, de forma mais assertiva, atingir o consumidor com suas estratégias, conseguindo, assim, vender seus produtos, suas marcas. Partindo de pesquisas tradicionais como entrevistas face-a-face, focus grupo, survey (FUGATE, 2007; MORIN, 2011) os professionais de marketing tem tentado conhecer o funcionamento da mente do consumidor (LEE, et. al, 2006; HAMMOU; GALIB; MELLOUL, 2013), “black box”, em todo o processo de decisão da compra ou escolha (MADAN, 2010; OLIVEIRA; GIRALDI; SANTOS, 2014; KNUTSON, et. al, 2007). E, apesar dos testes e pesquisas convencionais que buscam entender essas razões, Fugate (2007) afirma que a maioria das explicações sobre o comportamento do consumidor e seu processo decisório era baseada em inferências, o que explica os motivos de uma campanha ou ação de marketing não serem bem sucedidas, pois, segundo Morin (2011) esse processo de escolha e decisão depende de fatores tais como a vontade e desejo do consumidor, avaliação de custos e os benefícios dos esforços feitos durante o processo (WALTER et. al, 2005). Todos os trabalhos e pesquisas de marketing realizados se baseavam nos depoimentos e relatos feitos pelos consumidores (BUTLER, 2008). Contudo, Fugate (2007), Roth (2013) e Walvis (2008) afirmam que as pessoas não são capazes de, ou não querem (KHUSHABA, et. al, 2013), explicarem as razões do seu comportamento ou preferência de forma consciente, o que dificulta a mensuração das informações relatadas por estes consumidores. Devido às dificuldades dessa mensuração, estudos mostram que os trabalhos de marketing eram baseados na suposição de que o comportamento do consumidor, e todo o processo cognitivo e decisório de compra é mediado pela emoção (MORIN, 2011), a exemplo da associação de recompensa ou perda relativo a preço em determinada escolha, e pelo cognitivo (WALVIS, 2008; MADAN, 2010), como forças motivadoras do comportamento (KNUTSON et. al, 2007). O estudo dessas forças também são aplicadas no marketing de relacionamento, que busca estabelecer uma troca de benefícios com o consumidor (KOTLER, 2003; JONES; RICHARDSON, 2007), entregando a este satisfação de suas necessidade e valor percebido (MATOS; HENRIQUE, 2006), construtos que também caracterizam valores emocionais, que despertam o comportamento de lealdade para com a empresa ou marca (BAKER, 2000). Apesar de todo o conhecimento adquirido na pesquisa tradicional, que tem levado as empresas a gastarem bilhões de dólares (WALVIS, 2008; MORIN, 2011) em estratégias de marketing e comunicação, visando atingir o emocional do consumidor na tentativa de se tornarem a preferida no momento da decisão de compras, as respostas não têm sido tão satisfatórias (HAQ, 2007). Por isso, um dos grandes desafios na atualidade é descobrir, de acordo com Lee et. al. (2006), o processo que ativa o “botão de compras” na mente do consumidor, região responsável pela comportamento durante todo o processo decisório (ROTH, 2013). Contudo, novas ferramentas de pesquisa de marketing vêm contribuindo na obtenção desse conhecimento (DAGHER, 2007; WALTER et. al, 2005; KUTSON, et. al, 2007). Com a introdução da neuroimagem nas pesquisas econômicas e de marketing, através da utilização de instrumentos de escaneamento cerebral, como o Positron Emission Tomography (PET), functional Magnetic Resonance Imaging (fMRI), Eletrocencephalography (EEG) e Galvanic Skin Response (GSR) (LEE et. al, 2006) estudos identificaram áreas na mente do consumidor, ligados à emoção e ao conhecimento, que são ativados quando estão em contato com marcas, propagandas, produtos, preços, e outras ações de marketing (WALTER et. al, 2005). Estas áreas, quando ativas, indicam que um processo decisório está se formando, retratando, assim, a possibilidade de compra de determinado produto, aceitação de uma marca, ou de uma campanha de comunicação e marketing (MADAN, 2010; LEE et. al, 2006; MORIN, 2011; WILSON; GAINES; HILL, 2008; GRAINER et. al, 2013; ROBSON, 2006). Com a evolução dos métodos de pesquisa de marketing, principalmente na utilização da tecnologia de escaneamento para a identificação do “botão de compra” indicado por Lee et. al. (2006), focando na região cerebral responsável pela emoção, com isso, surge a pergunta: é possível utilizar a neuroimagem para tornar as ações do marketing de relacionamento mais eficientes? Para responder a este questionamento, este artigo tem como objetivo demonstrar, através de uma análise textual, que o uso da neuroimagem pode ser utilizado pelo markerting de relacionamento para tornar suas estratégias mais eficientes e efetivas, criando, assim, conexão emocional com o consumidor, a partir da identificação das áreas do cérebro responsáveis pelo processo decisório e do comportamento do consumidor. A partir desse trabalho, espera-se delimitar possibilidades de investigações e propor uma agenda de pesquisa para complementar e melhor entender esse assunto no marketing de relacionamento. Para atingir os objetivos acima descritos, este artigo será iniciado com uma análise da importância da utilização do neuromarketing. Em seguida será apresentada uma discussão na identificação de áreas relacionadas ao processo decisório e de comportamento do consumidor. Depois, será feito um breve relato do marketing de relacionamento para o fortalecimento dos negócios, e a utilização do neuromarketing como instrumento para o desenvolvimento de ações mais eficazes no relacionamento com o consumidor. Finalmente, serão apresentadas as considerações finais, limitações e futuras contribuições. NEUROMARKETING E SUA UTILIZAÇÃO Quais são os caminhos mentais tomados pelo consumidor durante o processo de decisão de compra de um produto? Quais os fatores que levam um consumidor a preferir um produto, marca ou empresa? Qual a comunicação, ações e campanha de marketing ideais para fazer com que o produto2/marca/empresa se torne o preferido em todo o processo de decisão de compra do consumidor? Estas e outras questões permeiam a mente dos profissionais de marketing e de empresas que têm gasto bilhões de dólares a cada ano (MORIN, 2011) com o objetivo de influenciar o consumidor (ROTH, 2013; WALVIS, 2008). Durante décadas, as empresas têm investido em pesquisa para entender o consumidor, na tentativa de prever sua reação diante das propagandas, marcas, e aceitação dos produtos (MORIN, 2011). Contudo, as respostas não têm sido precisas, já que as decisões são tomadas pelo inconsciente, a parte mais profunda do cérebro humano (KHUSHABA et. al, 2013), de difícil acesso para os métodos de pesquisas tradicionais de marketing. Muitas pesquisas como entrevistas face-a-face, focus grupo, survey (FUGATE, 2007; MORIN, 2011) foram conduzidas analisando o comportamento emocional do consumidor, já que se acreditava que as decisões comportamentais eram baseadas na emoção e na cognição (ROTH, 2013). Contudo, os métodos utilizados não revelavam as informações secretas que realmente estavam sendo processadas na mente no consumidor (ROTH, 2013), fazendo com que os pesquisadores dependessem totalmente da habilidade e vontade destes em relatar, de forma completa e real, suas atitudes e comportamentos (BUTLER, 2008). Essa é uma das razões apontadas por Roth (2013) para o fracasso de aproximadamente 80% dos novos produtos nos três primeiros anos de mercado que, apesar de ter sido produzido baseado em depoimentos dos consumidores, esses novos produtos não estavam alinhados com as necessidades reais desses consumidores pesquisados, já que o subconsciente pensava de forma diferente (THE ECONOMIST, 2008). 2 Neste trabalho, quando nos referimos a produto incluímos aqui também o termo serviço(s). Essa falta de alinhamento entre as informações processadas pelo cérebro e a relatada pelo consumidor pode ser ilustrada no caso da CocaCola/Pepsi, em que pesquisadores da Universidade Emory encontraram diferenças na escolha feita por estes e o que realmente era escolhido pelo cérebro (Mc CLURE, et. al, 2004). O que se percebeu no estudo é que, a decisão na escolha por um produto em detrimento ao outro teve influencia significativa da marca mais conhecida no mercado e não pelo produto em si (WILSON; GAINES; HILL, 2008). Essa descoberta só foi possível com a utilização da tecnologia de escaneamento cerebral (FUGATE, 2007), como o functional Magnetic Resonance Imaging (fMRI), aplicado no caso Coca/Pepsi (Mc CLURE et. al, 2004), pelo Positron Emission Tomography (PET), Eletrocencephalography (EEG) e Galvanic Skin Response (GSR) (LEE et. al, 2006). A utilização da imagem cerebral para desvendar o processo decisório do comportamento do consumidor foi primeiro utilizado pelos pesquisadores de economia que buscavam, através da psicologia, explicar seu comportamento financeiro, aparentemente “irracional” (WALTER et. al, 2005; DAGHER, 2007; FUGATE, 2007; HAMMOU; GALIB; MELLOUL, 2013; OLIVEIRA; GIRALDI; SANTOS, 2014), surgindo assim a neuroeconomia que, segundo Dagher (2007), buscava descobrir as correlações neurais das decisões financeiras e das teorias econômicas e da neurociência cognitiva. Knutson et. al. (2007) afirma que na análise econômica para a tomada de decisão de compra, as pessoas levam em consideração características sobre a disponibilidade dos produtos e o custo dessa aquisição para, então, decidir se efetua ou não a compra (WALTER et. al, 2005). Além dessa análise, Knutson at. al. (2007) aponta, ainda, que os consumidores evitam preços considerados excessivos, pois gera a percepção de potencial perda. Dicotomicamente, durante a realização desta análise pode ocorrer a percepção de ganhos na aquisição de produtos que geram valores para o consumidor, no qual acredita que sua aquisição vale mais do que o valor pago. Com esse fenômeno, a teoria econômica tem postulado que o processo de compra é uma competição entre o prazer da aquisição, seguida do sentimento conflituoso de dor gerado pelo ato do pagamento (KNUTSON et. al, 2007; PRELEC; LOEWENTEIN, 1998). Neste contexto, Dagher (2007) e Roth (2013) evidenciam que as decisões financeiras são guiadas pela emoção, estando, desta forma, relacionadas às atividades neurais da região do cérebro que envolve o processamento das emoções positivas e negativas (OLIVEIRA; GIRALDI; SANTOS, 2014; KUHNEN; KNUTSON, 2005; PAULUS; FRANK, 2003). Baseando nesta teoria, os neuroeconomistas iniciaram estudos do cérebro com a utilização de tecnologias de escaneamento, como a fMRI. A partir daí, estudioso do marketing também começaram a utilizar as tecnologias de escaneamento e imagem cerebral para entender o funcionamento do cérebro e seus mecanismos, que pudessem explicar o comportamento do consumidor durante todo o processo decisório (FUGATE, 2007). Surge, assim, o neuromarketing que passou a utilizar a imagem para descobrir o comportamento do consumidor pela perspectiva de suas atividades cerebrais (MORIM, 2011; FUGATE, 2007; HAMMOU; GALIB; MELLOUL, 2013; OLIVEIRA; GIRALDI; SANTOS, 2014). O neuromarketing é definido por Lee et. al. (2006) e Hammou; Galib e Melloul (2013) como a aplicação da tecnologia de neurociência para analisar e entender o comportamento do consumidor, visualizando suas atividades neurais no inconsciente, durante sua resposta aos estímulos de marketing (OLIVEIRA; GIRALDI; SANTOS, 2014). De acordo com Fugate (2007) o poder do marketing está mudando a favor do consumidor, e com isso, ter acesso às ferramentas que diagnosticam o que acontece em sua mente é uma das maiores implicações do marketing. Wilson, Gaines e Hill (2008) também confirmam a importância do neuromarketing ao afirmarem que, ao entender a maneira como o consumidor processa, arquiva, extrai, usa a informação e os caminhos para a tomada de decisão, essa informação pode se tornar em um rol de oportunidade no marketing de relacionamento das empresas. A mesma importância é apontada por Roth (2013) quando afirma que, com o mapeamento das atividades neurais do consumidor, o neuromarketing pode, cientificamente, ajudar as empresas a desempenhar melhor suas ações de marketing, investindo melhor seus recursos e esforços (HAMMOU; GALIB; MELLOUL, 2013), atendendo mais eficientemente as necessidades do consumidor. Como o comportamento do consumidor é conduzido pela emoção (DAGHER, 2007; ROTH, 2013), identificar as áreas do cérebro em que ocorre o processamento de tomada de decisão é de fundamental importância para o marketing e as empresas. Esse, por sinal é o tema da nossa discussão a seguir. PROTAGONISTAS DA EMOÇÃO NA TOMADA DE DECISÃO A partir do momento em que a emoção é forte mediadora sobre como o consumidor se comporta, elabora as mensagens, e as utilizam, considerado a forma racional da decisão de compra (MORIM, 2011), estudos evidenciaram que a emoção e a razão coexistem e são codependentes durante todo o comportamento decisório do consumidor (FUGATE, 2007). Já que a emoção tem forte atuação nesse contexto, conhecer as áreas do cérebro ligadas a ela possibilita melhor entendimento do comportamento do consumidor, o que por sua vez, contribui para que as empresas desenvolvam estratégias de marketing mais apropriadas para a concepção e entrega de produtos, valores, serviços e comunicação aos seus clientes (HAMMOU; GALIB; MELLOUL, 2013; OLIVEIRA; GIRALDI; SANTOS, 2014). A partir desta concepção, Hammou, Galib e Melloul (2013) afirmam que o neuromarketing começou a mapear a região do cérebro ligada à emoção. Porém, para chegar à região cerebral relacionada à emoção, no sistema límbico, vários estudos foram feitos sobre a estrutura e o funcionamento funcional do cérebro, bem como as atividades neurais que ocorrem nesta estrutura que controla todo o corpo e o comportamento do consumidor, demonstram a relação entre razão e emoção. Este estudo, por sinal, não é o objetivo deste trabalho, pois já foi feito por vários pesquisadores, conforme é relatado por Oliveira; Giraldi; Santos (2014). De acordo com James Papez, (1937) a experiência emocional é processada e controlada por um circuito neural composto pelo hypotalamus, o núcleo anterior do talâmico, pelo girus singular e pelo hipocampo. Esse circuito foi chamada de Circuito de Papez. Contudo, além do circuito Papez, Mac Lean (1949), apud Oliveira, Giraldi e Santos (2014), apresentou duas outras estruturas que têm fundamental importância no processamento da emoção, a amygdala e o lobus pré-frontal córtex, que são também compostos pelas áreas somatossensorial dos córtexes, o thalamus, hipocampos, o ventral palidum, a insula, septum, tronco cerebral (brain stem), o corpus stratium e o núcleo accumbens (NAcc) (DALGLEISH, 2004), responsáveis pela regulação e expressão do comportamento emocional, tais como medo, raiva, ansiedade, recompensa, motivação, prazer, surpresa, tristeza, alegria, satisfação (OLIVEIRA; GRIALDI; SANTOS, 2014; SHETH; MITTAL; NEWMAN, 1999; GOLEMAN, 1995) Como a emoção, caracterizada pela reação dos consumidores diante das atividades de marketing, estão localizadas nessas regiões, as pesquisas têm identificado que o hypotálamo, o núcleo accumbens, o lobo frontal córtex, a parte medial orbitofrontal gyrus e a amygdala, que compõem o sistema de recompensa (WALTER, et. al, 2005; MADAN, 2010; ROBSON; 2006), e a insula são ativados durante o processo de tomada de decisão do consumidor, principalmente com atuações emocionais negativas e racionais na escolha da preferência no processo decisório (PAULOS; FRANK, 2003). A amygdala e o lobo médio orbitofrontal gyrus são responsáveis pelas expressões faciais de medo, prazer, satisfação, insatisfação, alegria, desgosto (DALGLEISH, 2004; VUILLEUMIER, 2005; PAULUS; STEIN, 2006) De acordo com Paulus e Frank (2003) o lobo frontal gyrus, como parte do córtex pré-frontal ventromedial, desempenha um importante papel na definição de preferência, se tornando, assim, um importante componente no processo de tomada de decisão. Além dela, as áreas stratium ventral direita, o córtex singular anterior esquerdo, o córtex pré-frontal dorsolateral bilateral, o gyrus fusiforme direito e o córtex occipital esquerdo (WALTER et. al,, 2005) também fazem parte da região relacionadas à emoção, são ativadas durante o processo de escolha hedônicas e utilitária (PAULUS; FRANK, 2003). Como afirmado anteriormente, o processo de decisão e escolha envolve negociação entre o prazer de comprar, adquirir, e o desprazer de pagar (KNUTSON et. al, 2007), caracterizado como sentimento potencial de perda. Baseado nestas afirmações vale ressaltar a importância de quatro áreas do cérebro, dentre as demais, que desempenham papéis importantes no comportamento da pessoa, e com isso, contribui para o melhor entendimento do comportamento do consumidor, bem como do seu processo decisório e, consequentemente, para o marketing de relacionamento. São elas: o Nucleo Accumbens, ativado quando há percepção potencial de ganho, recompensa e felicidade; a amygdala que também é fortemente ativada quando reforços positivos estão envolvidos (WALTER, et. al, 2005), o lobo frontal gyrus. e a insula, ativada quando há sentimentos negativos, como decepção, tristeza, raiva, desgosto, evidenciando, assim, que esta área do cérebro desempenha um papel importante no momento de decisão e de escolha, principalmente quando há percepção de risco e perda (KNUTSON, et. al, 2001; WALTER, et. al, 2007; KNUTSON, et. al, 2005). Dalgleish (2004), Sheth, Mittal e Newman (1999), definem a emoção como o estado de consciência de uma excitação psicológica seguido de uma mudança de comportamento como resposta a um estímulo. Essa consciência, excitação psicológica e resposta são acompanhadas por prazer ou dor, retratados como sentimentos psicológicos, chamados de emoções, que podem ser de medo, raiva, alegria, prazer, tristeza, aceitação, desgosto, surpresa, predição, humor. Estes estados psicológicos são percebidos como fatores que influenciam no relacionamento do consumidor com a empresa, produto ou marca, que podem se transformar em sentimentos de satisfação, gerando, assim uma relação de lealdade entre as partes, que é um dos principais construtos do marketing de relacionamento, próximo assunto a ser discutido neste trabalho. PAPEL DA EMOÇÃO NO MARKETING DE RELACIONAMENTO COM O CONSUMIDOR Em tempos de competição acirrada, onde há excesso de opções de produtos, marcas, empresas no mercado, fazer troca com o cliente com a simples entrega da satisfação de suas necessidades, está se tornado um dos objetivos menos importante para as empresas e, muito menos, para o marketing. Fugate (2007) afirma que o marketing deve pensar em estratégia que cire conexões emocionais com o consumidor, como confiança, sentimento de justiça, respeito, encantamento, construtos estes que geram engajamento e sentimento de paixão do consumidor com a empresa, e vice-versa. Essa concepção também é abordada por Lee at. al. (2006) ao afirmar que o sentimento d confiança é crucial para que haja um relacionamento entre o consumidor e a empresa durante um longo tempo, refletindo na repetição e frequência de compra, além de desenvolver um comportamento positivo deste para com a empresa, gerando, assim, a lealdade, tanto buscada nas estratégias de marketing de relacionamento (OLIVER, 1999). Henrique e Brei, (2004) também abordam estes construtos, denominados mentais, e acrescentam outros como satisfação do consumidor, comprometimento, valor percebido, qualidade percebida dos serviços, encantamento como elementos essenciais adquiridos durante as experiências do consumidor com o produto/marca/empresa, o que é refletido num relacionamento de lealdade (MATOS; HENRIQUE, 2006), que que apontam para o sucesso da empresa, gerando ganhos ao longo do tempo (KOTLER, 2003; JONES; RICHARDSON, 2007; BAKER, 2000, DICK; BASU, 1994). Contudo, para superar as expectativas do cliente, tornando-o leal, a empresa deve adotar um conjunto de valores e percepções que promovam sensação de bem estar neste ao saber que conseguiu o que pretendia, da forma como queria, com a qualidade, o desempenho, a performance desejados, ao preço considerado justo, tratamento honesto e respeitoso (GRAINER, at. al, 2014). Assim, além dos construtos já enumerados, há outra variável, o atendimento ao cliente, que deve ser vista como algo prazeroso e confiável. Na entrega dessa variável, a empresa gera um valor em que o cliente percebe uma relação satisfatória entre a aquisição do produto ou serviço e o preço que ele pagou para tê-los (ZEITHAML, 1988). O valor percebido leva à satisfação do cliente (BREI; ROSSI, 2002). Kotler (2003) define satisfação do consumidor como a percepção, o sentimento de prazer ou desprazer em comparação à performance do produto comprado em relação às suas expectativas. Com isso, a satisfação leva à lealdade (OLIVER, 1999). Logo, o cliente leal retorna à empresa para comprar novamente. Matos e Henrique (2006) falam sobre os benefícios decorrentes da lealdade para a empresa no relacionamento com o cliente: retenção do cliente, aumento nas vendas, menores custos, melhorias na performance financeira, propaganda gratuita por meio do boca-a-boca positivo, ou viral, aumento da fatia de mercado, cobrança de preços premium e retenção de empregados. Conforme o estudo relatado acima, os construtos que constroem a lealdade do consumidor e sua satisfação são originados de estados psicológicos, que geram resposta a estímulos e experiências gerados no relacionamento de troca entre a empresa e o cliente (DICK; BASU, 1994; HENRIQUE; BREI, 2004). Estes estados psicológicos são traduzidos em sentimentos emocionais de prazer (OLIVER, 1999), confiança, segurança, valorização, respeito, humor, raiva, desprazer, desgosto, tristeza, surpresa, medo, aceitação, comprometimento, valor percebido, valor agregado (LEE et. al, 2006; FUGATE, 2007; SHETH; MITTAL; NEWUMAN, 1999). Após as exposições acima, percebe-se que as emoções desempenham um importante papel no marketing de relacionamento, já que para tornar um consumidor leal e engajado, o marketing precisa desenvolver ações que se transformem em valor positivo, reforçando o sentimento de prazer, confiança, justiça, segurança, honestidade, ganho potencial e satisfação, alegria, respeito, humor, surpresa e encantamento desenvolvendo, assim, uma conexão emocional com o consumidor. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante muito tempo, empresas gastavam bilhões de dólares em pesquisa de marketing na tentativa de entregar valor ao cliente através de produtos, serviços, marca, visando a satisfação de suas necessidades (MORIM, 2011; ROTH, 2013;) numa tentativa de gerar a lealdade em seus consumidores, principalmente, na criação de relações duradoras, e fortalecimento de suas marcas (OLIVER, 1999; WALVIS, 2008; SHETH; MITTAL; NEWMAN, 1999). Contudo, a simples entrega da satisfação já não gera mais resultados tão positivos quanto se pensava gerar. Fugate (2007) e Lee et. al., (2006) afirmam que o marketing deve criar um estado de conexão emocional, para tornar o consumidor mais engajado e apaixonado pela empresa, cuja recompensa será a lealdade, que se transforma em mais vendas e relacionamento duradouro (MATOS; HENRIQUE, 2006; OLIVEIRA, 2014). Esse estado de conexão poderá ser criado a partir do momento em que as empresas se adaptem ou respondam às emoções do consumidor, entregando serviços e produtos planejados e desenvolvidos para atender a esse sentimento (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 1999). Neste contexto o marketing de relacionamento desempenha um importante papel que possa atender às emoções positivas com a entrega de valor percebido, fazendo com que o consumidor se sinta valorizado, respeitado (GRAINER et. al, 2014), surpreso, satisfeito, alegre, gerando assim, a percepção de ganho e não de perda durante o seu processo decisório. Estas emoções são processadas na estrutura emocional do cérebro composto pela hypotálamo, núcleo accumbens, lobo frontal córtex, medial orbitofrontal gyrus, que compõem o sistema de recompensa (WALTER, et. al, 2005; MADAN, 2010; ROBSON; 2006), a amygdala, e a insula com atuações emocionais negativas e racionais na escolha da preferência no processo decisório (PAULUS; FRANK, 2003). Estas regiões tem sido objeto de estudos no neuromarketing visando o desenvolvimento de estratégias e ações que criam uma conexão emocional com o consumidor. Apesar dos estudos terem foco na região emocional, os trabalhos têm se concentrado em pesquisas voltadas para a escolha e preferência de marcas (Mc CLURE et. al, 2004; MADAN, 2010); designs de produtos, estratégia de comunicação e publicidade (LEE et. al, 2006; DAGHER, 2007), decisões e riscos financeiros e de investimentos (KUHNEN; KNUTSON, 2005; KNUTSON et. al, 2001) e impacto do preço no processo de decisão (DAGHER, 2007). Durante a revisão bibliográfica deste estudo não foi identificado a utilização da neuroimagem no marketing de relacionamento, mesmo sendo esta uma das áreas do marketing que mais trabalha com a emoção, sentimento, entrega de satisfação, principais construtos da lealdade. Com a identificação das áreas do cérebro ligadas à emoção, o uso da neuroimagem pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias de marketing de relacionamento mais elaboradas, uma vez que ao vermos as atividades nas regiões cerebrais relacionadas à emoção, como o Núcleo Accumbens, a insula e o lobos pré-frontal Cortex, podemos identificar as respostas reais no cérebro do consumidor pesquisados através de suas atividades cerebrais como respostas às ações do marketing de relacionamento. Contudo, o estudo não é conclusivo e sugere uma agenda de pesquisa, com a utilização de instrumentos de escaneamento cerebral, como o Positron Emission Tomography (PET), functional Magnetic Resonance Imaging (fMRI), Eletrocencephalography (EEG) e Galvanic Skin Response (GSR) (LEE et. al,, 2006) para estudar o comportamento do consumidor e sua reação para as ações de merketing de relacionamento, com o objetivo de desenvolver ações mais eficazes que satisfaçam as necessidades do consumidor, gerando, assim, uma conexão mais forte com relacionamento mais duradouro entre as partes. LIMITAÇÕES DO ESTUDO E SUGESTÕES Este estudo se valeu de análise textual literária sobre o uso do neuromarketing e suas aplicações nas estratégias de marketing. Contudo, existem limitações que impedem que este trabalho seja conclusivo, já que há lacunas na produção literária sobre estratégias a utilização dos instrumentos de escaneamento cerebral para uso no marketing de relacionamento. Esta lacuna deve ser preenchida na forma de pesquisa e estudos empíricos sobre o tema. Devido ao alto custo econômico para a pesquisa com a utilização da tecnologia de escaneamento cerebral, o autor desse artigo tem a propositura de realizar um projeto de pesquisa com o governo e instituições educacionais e de pesquisa para conhecer melhor a resposta do consumidor para as ações estratégicas do marketing de relacionamento. CONTRIBUIÇÕES Este estudo contribui para mostrar que a tecnologia de escaneamento cerebral pode ser aplicada para o marketing de relacionamento nas empresas, visando fortalecer o relacionamento com seus clientes através do engajamento e envolvimento desses, gerando maior retorno e se tornando mais competitivas no mercado. Além disso, contribui para aumentar o número de produções que enfocam o neuromarketing como estratégia de marketing de relacionamento das empresas com seus clientes. REFERÊNCIA BIGLIOGRÁFICA BAKER, Michale J. Marketing Strategy and Management. 3ª ed. London, Macmillan Business, 2000. BREI, Vinícius Andrade; ROSSI, Carlos Alberto V. Confiança, Valor Percebido e Lealdade em Trocas Relacionais de Serviço: Um Estudo com Usuários de Internet Banking no Brasil. In: Anais do 26º EnANPAD. Salvador (BA), 2002. BUTLER, Michael J. R. Neurmarketing and the perception of knowledge. Journal of Consumer Behaviour, July-October, 2008. DAGHER, Alain. Shopping centers in the brain. Neuronci, 53, pgs. 7-8, January, 2007. DALGLEISH, Tim. The emotional brain. Nature Reviews – Neuroscience, v. 5, pgs. 582-589, 2004. DICK, Alan S.; BASU, Kunal. Customer Loyalty: Toward an integrated conceptual framework. Journal of the Academy of Marketing Science. v. 22, n. 2, pgs 99113, 1994. FUGATE, Douglas L. Neuromarketing: a layman’s look at neuroscience and its potencial application to marketing practice. Journal of Consumer Markerting. Vol. 24, Nº 07, pgs. 385-394, 2007. GOLEMAN, Daniel. Anatomia de um sequestro emocional in Inteligência emocional a teoria revolucionária. 20ª ed. Pgs 39-54, Rio de Janeiro, 1995. GRAINER, Marc; BROETZMANN, Scott; NOBLE, Charles H.; BITNER, May Jo. O que querem os insatisfeitos. HSM Management, ed. 106, pg. 84 – 89, Setembro, 2014. Disponível em: http://experience.hsm.com.br/posts/o-quequerem-os-insatisfeitos - acessado em 10/11/2014 HAMMOU, Khalid Ait; GALIB, Md Hasan; MELLOUL, Jihane. The contribution of neuromarketing in marketing research. Journal of management Research, v. 05, n 4, p. 20-33, 2013. HAQ, Amber. This is your brain on advertising. Bloomberg.com, Ocutuber, 2007. – Businessweek, in Disponível em: http://www.bloomberg.com/bw/stories/2007-10-08/this-is-your-brain-onadverstisingbusninessweek-business-news-stock-market-and-financial-advice HENRIQUE, Jorge Luiz; BREI, Vinícius Andrade. Lealdade do consumidor em marketing: estado-da-arte, lacunas e sugestões para agenda de pesquisa. Trabalho de Doutorado em Administração como requisitos da disciplina: Teorias em Marketing, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Agosto, 2004. JONES, D.G. Brian; RICHARDSON, Alan J. The myth of the marketing revolution. Journal of Macromarketing, v. 27, n. 1, p. 15-24, March, 2007. KHUSHABA, Rami N.; WISE, Chelsea; KODAGODA, Sarath; LOUVIERE, Jordan; KAHN, Barbara E.; TOWNSEND, Claudia. Consumer neuroscience: Assessing the brain response to marketing stimuli using electroencephalogram (EEG) and eye tracking. Expert Systems with Application, 40, pgs. 3803-3812, 2013. KNUTSON, Brian; ADAMS, Charles M; FONG, Grace W; HOMMER, Daniel. Antecipation of increasing monetary reward selectively recrutis nucleos accumbens. The Journal of Neuroscience, Vol. 21, pgs. 1-5, 2001. Disponível em: www://jneurosci.org/cgi/content/full/5472. _______; RICK, Scott; WIMMER, Elliott; PRELEC, Drazen; LOEWENSTEIN, George. Neural predictors of purchases. Neuronci, Nº 53, pgs. 147-156, January, 2007. KOTLER, P. Marketing Management. 11ª ed., New Jersey, USA, Prentice Hal, 2003. KUHNEN, Camelia M; KNUTSON, Brian. The Neural Basis of Financial Risk Taking. Neuronci, Vol. 47, pgs. 763-770, September, 2005. LEE, Nick; BRODERICK, Amanda; CHAMBERLAIN, Laura. What is ‘Neuromarketing’? A discussion and agenda for future research. International Journal of Psychophysiology, in Elsevier, 2006. Mc. CLURE, Samuel M; LI, Jian; TOMLIN, Damon; CYPERT, Kim S; MONTAGUE, Latané M. Neural correlates of behavioral preference for culturaly familiar drinks. Neuronci, Vol. 44, pgs. 379-387, October, 2004. MADAN, Christopher R. Neuromarketing: The next step in market research? Eureka, Vol. 01, nº 01, pgs. 34-42, 2010. MATOS, C. A. de; HENRIQUE, Jorge L. Balanço do Conhecimento em Marketing: Uma Metanálise dos Resultados Empíricos dos Antecedentes e Consequentes da Satisfação e Lealdade. In: Anais do 30º EnANPAD. Salvador (BA), 2006. MORIN, Christophe. Neuromarketing: The new science of consumer behavior. Symposium: Consumer culture in global perspective. Springer Science Business Media, Janeiro, 2011. Disponível em: http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs12115-010-9408-1 OLIVEIRA, Jorge Henrique Caldeiras de; GIRALDI, Janaína de Moura Engracia; SANTOS, Rene de Oliveira Joaquim dos. Opening the “Black Box” in the consumer’s mind: Understanding what is neuromarketing. International Journal of Business and Management; Vol. 9, Nº 9, pgs. 96 107, 2014. OLIVEIRA, Sérgio A. MÍDIAS SOCIAIS – Ferramentas de estratégia de marketing de relacionamento para as pequenas empresas. Artigo apresentado no 1º Seminário do Mestrado Profissional de Administração, Faculdades Alves Farias – Alfa, Goiânia, outubro, 2014. OLIVER, Richard L. Whence Customer Loyalty? Journal of Marketing, v. 63, p. 33-44, 1999. PAPEZ, James W. A proposed mechanism of emotion. Archives of neurology and psychiatry. 38, pgs. 725-743, 1937. Disponível em: http://archneuropsyc.jamanetwork.com – Acessado em: Fevereiro, 2015. PAULUS, Martin P.; FRANK, Lawrence R. Ventromedial prefrontal cortex activation is critical for preference judgments. NeuroReport, Vol. 14, Nº 10, pgs. 1311-1315, July, 2003. _______; STEIN, Murray. An insular view of anxiety. Biol Pshychiatry, in Society of Biological Psychiatry, 2006. Disponível em www.sobp.org/journal PRELEC, Drazen; LOWEWNSTEIN, George. The red and the black: Mental accounting of savings and debt. Marketing Science, v. 17, nº 1, 1998. ROBISON, Jennifer. Is that a neuromarketing in your brain? Entrevista com John H. Fleming. Galup Business Journal, 2006. Disponível em: http://www.galup.com/businessjournal/20785/Neuromarketer-Your-Brain.aspx. Acessado em: 10 de janeiro de 2015 ROTH, Vivian Alexandra. The potential of neuromarketing as a marketing tool. 1ª IBA Bachelor Thesis Conference, Enschede, The Netherlands, Junho, 2013. Disponível em: http://essay.utwente.nl/65342/. SHETH, Jagdish N; MITTAL, Banwari; NEWMAN, Bruce I. Customer Behavior: Consumer behavior and beyond. Orlando, The Dryden Press, 1999. THE ECONOMIST. The science of shopping: The way the brain buys. Basingstoke, December, 2008. Disponível em: http://www.economist.com/node/12792420 - Acessado em Janeiro de 2015. WALTER, Henrik; ABLER, Birgit; CIARAMIDARO, Angela; ERK, Susanne. Motivating forces of human actions neuroimaging reward and social interaction. Brain Research Bulletin, 67, pgs. 368-381, 2005. WALVIS, Tjaco H. Three laws of branding: Neuroscientific foundations of effective brand building. Brand Management, Vol. 16, Nº 3, pgs. 176-194, ed. Palgrave Macmillan, December, 2008. WILSON, R. Mark; GAINES, Jeannie; HILL, Ronald Paul. Neuromarketing and consumer free will. The Journal of Consumer Affairs, Vol. 42, Nº 3, pgs. 389410, 2008. VUILLEUMIER, Patrik. How brains beware: neural mechanisms of emotional attention. Trends in Cognitive Sciences, Vol. 09, Nº 12, pgs. 585-594, December, 2005. Disponivel em: www.sciencedirect.com – Acessado em Janeiro de 2015. ZEITHAML, V. Consumer Perceptions of Price, Quality, and Value: a means-end model and synthesis of evidence. Journal of Marketing, v.52, n.3, p.2-22, jul.1988.