Capitalismo, consumo e propaganda

Fórum “Ser criança e adolescer em uma sociedade desigual”
Roda de Conversa: “Capitalismo, consumo e
propaganda”
PROFª DRª MARIA BELINTANE
PARA REFLETIR
A desigualdade é um processo que limita ou
prejudica o status de um determinado grupo,
onde um é beneficiado e outro é prejudicado.
Ela provoca sofrimento físico, econômico,
moral, racial, social, de gênero, dentre outros.
GUERRAS, FOME, MEDO, FUGA
O que faz com que a desigualdade se mantenha ou diminua?
DEPENDE DO NOSSO OLHAR...
Depende do sentimento de justiça que é o
maior ou um dos mais importantes valores
morais que uma pessoa possa ter.
O número de curtidas a respeito de um fato não
significa que, na mesma proporção, as pessoas
irão mudar suas atitudes.
É preciso mais do que isso ...
Algumas desigualdades saltam aos
nossos olhos, outras são mais sutis,
mas não menos invasivas e
perniciosas.
É sobre elas que vamos falar.
O consumo é uma relação desigual de
interesses, de valores e de expectativas
entre as pessoas e o marketing.
Nesse contexto, está a criança!
É POR ELA QUE ESTAMOS AQUI!
Nós somos a
No que acreditamos
• Temos 2 anos de existência.
• Somos um grupo de pessoas, de vários estados brasileiros, de diversas
profissões, reunidos por um interesse comum: criança, consumo,
família, escola.
• Não abrimos mão da ampla defesa dos Direitos da Criança frente ao
consumo. Acreditamos que a felicidade genuína independe dos apelos
consumistas. Acreditamos que as crianças têm o direito de crescerem sem
qualquer tipo de manipulação mercadológica que interfira no seu
desenvolvimento integral, nas relações sociais e na construção de sua
cidadania.
NOSSA MISSÃO
Ser uma Rede capaz de despertar a sociedade,
especialmente, a
comunidade escolar
e os que produzem conteúdo nas mídias, para
as consequências do
consumismo na infância.
O QUE A CRIANÇA NECESSITA
VULNERABILIDADE
Mas, quando observamos à nossa volta,
percebemos que a criança e o adolescente
estão cada vez mais vulneráveis.
CONSUMISMO
OBESIDADE, TRANSTORNOS DO
COMPORTAMENTO
EROTIZAÇÃO PRECOCE, ADULTIZAÇÃO
DROGAS, VIOLÊNCIA
NOVOS VÍCIOS
DESIGUALDADES?!
- Capitalismo
- Globalização
-Mídia
-Publicidade
Iniciam-se transformações sociais,
tecnológicas, políticas, econômicas,
midiáticas, culturais, estéticas, educacionais.
Estas, por sua vez, atingem-nos de tal forma,
que não temos tempo o suficiente para
refletir sobre o que está acontecendo.
GLOBALIZAÇÃO
MUDANÇAS NO
CONTEXTO
CULTURAL
APARECIMENTO DE
NOVOS MERCADOS
CONSUMIDORES
MASSIFICAÇÃO DO
CONSUMO E A CRIAÇÃO
DE CRESCENTES
DESEJOS
ALTERAÇÕES
NAS RELAÇÕES
SOCIAIS E NAS
NECESSIDADES
HUMANAS
INTERFERÊNCIA NA
CONSTRUÇÃO DA
IDENTIDADE
COMPROMETENDO A
SUSTENTABILIDADE DO
PLANETA
DESDE BEBÊS ...
A criança está exposta ao consumo desde que nasce.
Não estamos falando de consumo de amor, alimento, tempo.
Ela acompanha os pais às compras sentadas em confortáveis carrinhos de
supermercado e aprendem, rápido, ao olhar o movimento das mãos tirando o
produto das prateleiras e colocando-os no carrinho.
Uau! Fazer compras
é uma
Brincadeira!
CONSUMO E IDENTIDADE
O simbolismo captado pelos gestos: compra, dinheiro, felicidade ... É
rapidamente compreendido por todos, em especial, crianças e
adolescentes.
O consumo se dá, principalmente, pelos significados que promovem
processos de identificação. (BAUMAN, 2005, 2008; HALL, 2005).
DESTACAMOS ALGUNS FATOS (dentre tantos)
1º A familia como 1º agente de socialização de consumidor para a criança. (MOSCHIS,
CHURCHILL, 1978, 1979).
2º Disponibilização de dinheiro para a criança desde muito cedo e autonomia para
decidir compras. (DENEGRI, 2008; CANTELLI, 2009; WEBLEY, 2009; FERMIANO, 2010).
3º Compreensão, pelo marketing, de que a criança é um CLIENTE. (MCNEAL, 1992, 2000).
4º Utilização das características cognitivas, afetivas das crianças pelo marketing para
conversar COM ELAS. (MCNEAL, 1992, 2000; SIEGEL, 2001; TUFTE, 2003; SCHOR, 2004).
5º Estabelecimento de marcos simbólicos para adquirir produtos: marcas,
smartphones, etc.. (BAUMAN, 2005, 2008; HALL, 2005).
6º Neuromarketing. (LINDSTROM, 2009, 2010).
A CRIANÇA É O ALVO
Temos aí um coquetel nada digestivo.
Todos esses fatos estão inter-relacionados e a criança é o alvo.
A criança, representa para o marketing, um mercado com três frentes: (MACNEAL,
1992)
- Com seu próprio dinheiro e gasta de acordo com suas necessidades e desejos.
(Por que ela precisa de dinheiro se os pais suprem suas necessidades?)
- Influencia a compra (dos adultos, da família, de amigos). (Por que ela tem tanto
poder de decisão se é o adulto o responsável por estabelecer prioridades?)
- Futuro. Futuro consumidores de produtos, serviços e marcas. (Por que ela não é
orientada para ser crítica em relação ao marketing e outros mecanismos de
persuasão?)
NEUROMARKETING
A Resolução 163/2014 do CONANDA proíbe publicidade dirigida à criança.
Ela sozinha não dá conta de blindar a criança. Muito menos de blindar estratégias “mapeadas” a
partir do neuromarketing.
Sabe o porquê?
“Porque é por meio das emoções que o cérebro codifica as coisas que têm valor, e uma marca
nos cativa emocionalmente”. (Lindstrom, 2005. p.32-33)
“Quanto mais a pessoa fica “emocionalmente animada por causa de alguma coisa (por exemplo,
ganhar o brinde que acompanha um determinado lanche) maior a chance de consumir
imediatamente o produto”. (sair do cinema depois de assistir os
e comprar o
lanche
“Precisamos entrar no cérebro para entender por que
as pessoas tomam decisões”. (LINDSTROM, 2005, 33).
Diante disso, precisamos urgentemente
“Entrar nas escolas, conversar com os
professores, com as crianças, com os pais, com
os profissionais do marketing e com quem
mais pudermos e contar das nossas
descobertas, sugerir ações e reagir”.
POR ISSO VALORIZAMOS E DEFENDEMOS
Dezenas de coisinhas à toa que
nos fazem felizes
Brincadeiras de quintal
Dia das Mães e dos Pais sem
consumismo
Hora sem tela
Análise crítica de informes
publicitários
Alimentação saudável
O que me faz sentir em festa
E MUITAS OUTRAS COISAS...
Essa é a missão da REBRINC.
Sensibilizar a todos, em especial, aqueles que
atuam na educação e no marketing.
NOSSO DESAFIO É FORTALECER
CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS
PARA ENFRENTAR OS APELOS DO
CONSUMO.
OBRIGADA!
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