Síntese analítica

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Direcção-Geral da Comunicação
Direcção C - Relações com os cidadãos
UNIDADE “SONDAGENS DE OPINIÃO”
24 de Março de 2009
OS EUROPEUS E A CRISE ECONÓMICA
Eurobarómetro normal (EB 71)
População: cidadãos da UE com idade igual ou superior a 15 anos
Amostra: 27 Estados-Membros da UE (27.218 cidadãos europeus)
Trabalho no terreno: meados de Janeiro - meados de Fevereiro de 2009
Resumo analítico
Em vésperas de Eleições Europeias, considera-se importante avaliar as percepções dos
europeus relativamente às medidas tomadas pela UE face à crise económica e financeira.
Esta sondagem, realizada através de entrevistas presenciais a 27.218 cidadãos da UE, revela
uma preocupação colectiva com a crise, uma procura de mais acções coordenadas a nível
comunitário e ainda discrepâncias gritantes, a nível nacional, no que diz respeito à
interpretação do papel do euro. Revela igualmente variações muito expressivas a nível
sociodemográfico: as mulheres mostram-se mais preocupadas e são mais críticas
relativamente ao euro, tal como os cidadãos que abandonaram o ensino com idade igual ou
inferior a 15 anos de idade. Salientam-se vários pontos importantes:
⇒ Os europeus estão muito preocupados com as repercussões da crise.
Esta ansiedade, que é muito fortemente sentida em todos os países (entre 80 e 90%) afecta
todos os níveis da economia: global, europeu e nacional. Tal aplica-se tanto à situação actual,
como futura. Esta ansiedade é menos predominante no que diz respeito à vida pessoal (58%
actualmente, 56% futuramente).
⇒ Os europeus são favoráveis a uma acção coordenada de combate à crise.
O seu diagnóstico é inequívoco: 44% entende que os Estados-Membros reagiram a título
individual, ao passo que 39% considera que actuaram de forma coordenada.
Por outro lado, 61% considera que os europeus ficariam mais bem protegidos se os
Estados-Membros adoptassem uma abordagem coordenada. Este tipo de abordagem é
urgentemente solicitada pelo PE, que tomou uma posição nesse sentido em diversas ocasiões.
⇒ Qual é o nível mais eficaz de combate à crise?
Esta questão destaca-se, ainda mais do que as restantes, em virtude de diferenças substanciais
evidentes entre os Estados-Membros. Tal pode depender do facto de um país pertencer, ou
não, ao G8 ou do alcance da gravidade da crise económica no seu território nacional. Em
média, 25% escolheu o G8 e 17% a UE, 15% optou pelos EUA e 14% citou o governo
nacional.
⇒ Que medidas deveriam ser tomadas a nível comunitário?
O Parlamento Europeu declarou-se reiteradamente a favor de diferentes medidas a nível
comunitário. Estas são largamente apoiadas pelos europeus em pontos percentuais, que
variam entre 66 e 71%: coordenação da política económica e financeira; supervisão da UE
nos casos em que o dinheiro público é utilizado para salvar as instituições financeiras;
vigilância das actividades dos grupos financeiros internacionais mais importantes; o papel da
UE, a nível internacional, no regulamento dos serviços financeiros.
⇒ O euro: um protector?
Esta pergunta sobre o papel do euro na atenuação dos efeitos negativos da crise foi colocada
em todos os Estados-Membros da União. Em média a nível europeu, a resposta foi negativa.
De facto, 44% dos europeus considera que o euro não atenuou a crise, contrariamente a 39%,
que entende que o euro atenuou eficazmente esta crise. 17% respondeu que não sabe.
Na verdade, os resultados demonstram que a percepção do euro varia consideravelmente de
país para país. O quadro pormenorizado (ver p. 15) revela que 17 países responderam
positivamente à pergunta, dos quais 13 são países da zona euro, 3 são países que estão
obrigados a adoptá-lo e um deles é um país que se recusa a adoptá-lo.
Por outro lado, 8 Estados-Membros, 2 dos quais são membros fundadores do euro, tendem
mais para uma resposta negativa, e um último país considera ambas as opções equivalentes.
Por último, os dois últimos países a aderir à União Europeia, em 2007, responderam que "não
sabem" a um número significativo de perguntas: 51% na Bulgária e 41% na Roménia.
Notámos que a percepção do papel do euro como "amortecedor" na crise é objecto de
perspectivas diferenciadas nos 27 países, mesmo entre os 13 membros da zona euro
propriamente dita. Por conseguinte, consideram os países da zona euro que a sua moeda
anterior os teria protegido melhor do que o euro?
⇒ A moeda nacional anterior protege melhor do que o euro?
Uma vez mais, os resultados globais devem ser analisados em relação aos resultados
nacionais. Nos países da zona euro, 45% dos europeus respondeu positivamente e 45%
respondeu negativamente a esta pergunta.
Simultaneamente, o quadro (ver p. 17) relativo a esta pergunta mostra claramente que os
cidadãos de 12 dos 16 países da zona euro consideram que a sua moeda nacional anterior não
os teria protegido melhor do que o euro nesta crise. Entre estes, incluem-se os dois
Estados-Membros fundadores da moeda única anteriormente referidos.
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Os cidadãos de quatro dos dezasseis países, dos quais dois são os Estados-Membros
fundadores, consideram, em contrapartida, que a sua moeda nacional os teria protegido
melhor do que o euro.
⇒ O euro protege melhor do que a moeda nacional actual?
Esta questão foi colocada nos onze países que ainda não adoptaram a moeda única. A média
comunitária revela 46% de respostas negativas e 36% de respostas positivas.
Nos três países que se recusaram a adoptar o euro, uma maioria muito expressiva (de 54% a
61%) respondeu negativamente à questão.
Entre os oito países que são instados a adoptar o euro em conformidade com o Tratado de
adesão, quatro responderam positivamente (entre 39% e 61%) e quatro negativamente (entre
43% e 58%) à pergunta.
⇒ Adopção do euro: acelerar, abrandar, manter ou cessar o processo?
Colocada nos oito países que são instados a adoptar o euro, a resposta foi a seguinte: 29%
considera que deve ser acelerada, 29% entende que deve ser abrandada, 19% considera que
deve prosseguir como está previsto e 6% entende que deve cessar.
A nota apresentada de seguida aborda, detalhadamente, o questionário na sua totalidade.
Divide-se em três partes:
I.
O impacto da crise: presente e futuro.
II.
O nível mais adequado a que se deve abordar a crise e meios para o fazer.
III.
O papel do euro na crise financeira.
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I. O impacto da crise - presente e futuro
a. Actualmente:
QD1
Até que ponto considera que a actual crise económica e financeira está ou não a ter
repercussões em cada um dos seguintes aspectos?
b. No futuro:
QD2
E, quando pensa no futuro, pensa que a actual crise económica e financeira, terá
ou não, nos próximos cinco anos, repercussões em cada um dos seguintes aspectos?
A. Repercussões para a economia mundial
a. Actualmente
⇒ Ao nível da União Europeia:
90% dos inquiridos declarou que considera as repercussões da crise para a economia
mundial importantes (muito importantes e importantes):
¾ Metade dos europeus (50%) considera que a crise financeira actual tem repercussões
muito importantes para a economia mundial.
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¾ 40% estima que as suas consequências são importantes.
¾ Apenas 5% dos europeus considera que não existirão ou que praticamente não
existirão quaisquer repercussões.
¾ A percentagem de inquiridos que "não sabe" as respostas é relativamente baixa (5%).
⇒ Variações entre Estados-Membros:
As variações nacionais relativamente a esta questão são extremamente pequenas.
¾ A percentagem de pessoas que entende que haverá consequências importantes é mais
elevada na Grécia e na Eslováquia (98%), em Chipre e nos Países Baixos (97%).
¾ É mais baixa em Portugal (80%), na Letónia e em Itália (85%).
b. No futuro:
⇒ Ao nível da União Europeia:
Uma grande maioria dos inquiridos (81%) estima que a crise económica e financeira actual
terá repercussões importantes para a economia mundial nos próximos cinco anos (35%
considera que serão muito importantes, 46% que serão importantes).
⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ De novo, o pessimismo em relação às consequências no futuro é mais generalizado
na Grécia e na Eslováquia (93%), mas igualmente no Luxemburgo (90%).
¾ A percentagem de cidadãos que partilham desta opinião é mais baixa na Dinamarca
(53%), na Bulgária (70%), na Finlândia e na Letónia (74%).
B. Repercussões para a economia europeia
a. Actualmente
⇒ Ao nível da União Europeia:
90% dos inquiridos considera que a crise financeira tem repercussões importantes para a
economia europeia.
¾ A percentagem de respostas com "repercussões muito importantes" é de 48%, sendo
que os restantes 42% dos inquiridos afirmam que a crise actual tem "repercussões
importantes" para a economia europeia.
¾ Apenas 5% respondeu que "não sabe".
⇒ Variações entre Estados-Membros:
As variações são novamente pequenas (13 por cento) e o nível de ansiedade é elevado:
¾ O valor mais elevado regista-se na Grécia (99%), na Bélgica e na Eslováquia (96%).
¾ O valor mais baixo regista-se em Portugal (81%), na Roménia, na Polónia, em Itália
e na Bulgária (86%).
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b. Futuramente
⇒ Ao nível da União Europeia:
¾ Em média, 81% dos inquiridos considera que a crise terá repercussões importantes
para a economia europeia nos próximos cinco anos (33% dos inquiridos considera que
a crise terá repercussões muito importantes, 48% considera-as importantes).
¾ A percentagem de inquiridos que "não sabe" as respostas é de 8%.
⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ Os três Estados-Membros mais "pessimistas" relativamente a este ponto continuam
a ser a Grécia (92% consideram as consequências importantes), a Eslováquia (91%) e
a Hungria (90%).
¾ A percentagem mais baixa de inquiridos regista-se na Dinamarca (50%), seguida pela
Bulgária (71%) e pela Finlândia (72%).
C. Repercussões para a economia nacional
a. Actualmente
⇒ Ao nível da União Europeia:
De novo, 90% dos inquiridos na UE considera que a crise financeira já está a ter
consequências importantes para a economia do seu país (51% "muito importantes" e
39% "importantes").
⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ A Estónia, a Grécia e a Hungria são os Estados-Membros onde a percentagem de
cidadãos que avalia as repercussões para a economia nacional é a mais elevada (97%
nos três países).
¾ A percentagem de inquiridos mais baixa regista-se na Dinamarca (77%), na Polónia
(82%), em Portugal e na Áustria (83%).
b. Futuramente
⇒ Ao nível da União Europeia:
81% dos europeus considera as consequências para a sua economia nacional, nos próximos
cinco anos, importantes (36% "muito importantes" e 45% "importantes").
⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ A percentagem de respostas é mais elevada na Grécia (93%), na Hungria (93%) e na
Eslováquia (91%).
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¾ De novo, é de longe mais baixa na Dinamarca (45%), seguida pela Finlândia (70%) e
pela Alemanha (73%).
D. Repercussões na vida pessoal
Os resultados demonstram que, embora muitos europeus estejam preocupados com os efeitos
da crise na vida pessoal, parecem estar mais interessados nas suas consequências a outros
níveis.
a. Actualmente
⇒ Ao nível da União Europeia:
Mais de metade dos inquiridos (58%) já sente pessoalmente as consequências da crise na
sua vida, dos quais:
¾ 20% afirma que tem repercussões muito importantes na sua vida pessoal,
¾ 38% afirma que estas repercussões são importantes.
⇒ Variações entre Estados-Membros:
As variações entre os Estados-Membros são maiores do que as que são detectadas na
avaliação das consequências a diferentes níveis da economia. A discrepância pode ascender a
61%.
¾ A percentagem de cidadãos que afirma que as repercussões são importantes para a sua
vida pessoal é mais elevada na Grécia e na Hungria (88%) e na Estónia (82%)
¾ É mais baixa em três dos países escandinavos: Dinamarca (22%), Suécia (24%) e
Finlândia (27%).
b. Futuramente
⇒ Ao nível da União Europeia
56% dos europeus conta com que as repercussões da crise económica e financeira na sua
vida pessoal sejam importantes nos próximos cinco anos (dos quais 18%, em média, afirma
que serão "muito importantes" e 38% "importantes").
⇒ Variações entre Estados-Membros:
Registam-se variações importantes entre os Estados-Membros, que chegam a alcançar uma
diferença de 51%.
¾ O pessimismo em relação às consequências da crise, a nível pessoal, é mais elevado
na Grécia (89%), na Hungria (86%) e na Lituânia (77%).
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¾ É mais baixo na Dinamarca (15%), na Finlândia (27%) e nos Países Baixos (28%).
II. Actores capazes de lidar de forma mais eficaz com a crise financeira e
meios de que devem dispor para o fazer
A. Os actores
QD3
Na sua opinião, qual dos seguintes actores é capaz de lidar de forma mais eficaz
com as repercussões da crise económica e financeira?
⇒ Ao nível da União Europeia:
¾ 25% dos inquiridos considera que o G8 é o mais capaz de cumprir este papel,
¾ 17% a União Europeia,
¾ 15% os Estados Unidos,
¾ 14% o seu governo nacional,
¾ 10% o Fundo Monetário Internacional.
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⇒ Variações entre Estados-Membros:
A percepção de quem é mais capaz de lidar eficazmente com a crise varia largamente entre os
Estados-Membros da UE.
¾ O G8:
- É considerado o mais capaz pelo maior número de inquiridos nos
Países Baixos (36%), na Alemanha (35%) e na Suécia (34%).
- É considerado o menos capaz em Malta (10%), na Roménia (11%) e
na Irlanda (12%).
¾ A União Europeia:
- É considerada o actor mais capaz de lidar com a crise económica e
financeira pela maior parte dos inquiridos na Grécia (28%), em Chipre
(27%) e na Polónia (26%).
- É considerada o menos capaz no Reino Unido (6%), na Suécia (8%) e
na Dinamarca (9%).
¾ Os Estados Unidos da América
- São considerados o actor mais eficaz pela maior parte dos cidadãos na
Suécia (31%), na Dinamarca (29%), em França e na Bélgica (22%).
- Obtiveram a percentagem mais baixa de respostas na Grécia (6%), na
Bulgária e na Lituânia (8%).
¾ O governo nacional:
- É considerado o actor mais eficaz pela maior parte dos inquiridos na
Roménia (32%), no Reino Unido (20%) e na Irlanda (20%).
- Foi escolhido pela percentagem mais pequena de cidadãos na
República Checa (6%), nos Países Baixos e na Bulgária (7%).
¾ O FMI:
- Foi escolhido mais frequentemente na Finlândia (22%), nos Países
Baixos (17%), na Letónia e na Grécia (14%).
- Obteve a menor percentagem de respostas na Bulgária (5%), na Suécia
(6%), na Polónia, em Portugal e na Irlanda (7%).
⇒ Variações sociodemográficas:
¾ Os inquiridos mais jovens e os que possuem níveis mais elevados de formação
depositam mais confiança no G8 do que a média.
¾ As pessoas que não exercem actividade profissional (homens ou mulheres donas de
casa) são menos susceptíveis de encarar a União Europeia como o actor mais capaz.
B. Reagir individual ou colectivamente?
a. A percepção:
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QD4
Diria que até agora, para fazer face à crise económica e financeira, os vários
Estados-Membros da União Europeia têm reagido individual ou colectivamente?
Perguntou-se inicialmente aos inquiridos que percepção têm do modo como os vários
Estados-Membros actuaram face à crise financeira e económica até agora.
⇒ Ao nível da União Europeia
¾ 44% dos europeus consideram que os Estados-Membros tendem a actuar
individualmente
¾ 39% afirmam que os Estados-Membros tendem a actuar de uma forma coordenada
com outros países da UE
¾ Uma grande percentagem (17%) respondeu que "não sabe" a esta questão.
⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ A opinião de que os Estados-Membros actuaram individualmente é mais generalizada
na Dinamarca (71%), nos Países Baixos (66%) e na Bélgica (58%).
¾ A opinião de que esta acção é um esforço coordenado é mais elevada na Finlândia
(55%), na República Checa (53%) e na Letónia (50%).
¾ Em alguns países, uma maioria de inquiridos escolheu a opção "não sabe",
nomeadamente nos dois mais recentes Estados-Membros, a Roménia (43%) e a
Bulgária (41%).
b. A preferência
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QD5
Enquanto cidadão, diria que estaria mais bem protegido (face à actual crise
económica e financeira) se (O NOSSO PAÍS) adoptasse medidas e as aplicasse de
forma coordenada com os outros países da União Europeia?
⇒ Ao nível da União Europeia
¾ 61% dos europeus afirmam que se sentiriam mais bem protegidos se o seu país
adoptasse medidas e as aplicasse de uma forma coordenada com os outros países
da UE.
¾ 26% sentir-se-iam mais bem protegidos se o seu país adoptasse medidas e as
aplicasse individualmente.
¾ 13% dos inquiridos responderam que "não sabem" a esta questão.
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⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ As medidas coordenadas com outros países da UE obtêm o maior apoio na
Estónia (83%), na Grécia (78%) e na Hungria (76%)
¾ A adopção de medidas individuais obtém o maior apoio no Reino Unido (41%), na
Roménia (36%), na Dinamarca e na Áustria (33%). Contudo, convém indicar que,
nestes países, a percentagem de inquiridos que apoiam a acção colectiva é, contudo,
mais elevada do que o apoio a medidas individuais.
¾ O número de inquiridos que "não sabe" as respostas é bastante expressivo em três
países: Irlanda (30%), Portugal (28%) e Roménia (25%).
⇒ Variações sociodemográficas:
¾ As pessoas que concluíram os estudos após os 20 anos e os inquiridos que ocupam
cargos de chefia consideram que estariam mais protegidos se as acções fossem
levadas a cabo de uma forma coordenada.
¾ Os homens e as mulheres que não exercem actividade profissional sentir-se-iam mais
protegidos se os Estados actuassem individualmente.
C. Medidas mais eficazes a adoptar pela UE
QD9
Certas medidas, que têm como objectivo combater a actual crise económica e
financeira, estão neste momento a ser discutidas nas instituições europeias? Para
cada uma destas medidas, pode dizer-me se considera que seriam eficazes ou não
no combate à crise?
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Os resultados demonstram que as quatro medidas em debate no Parlamento Europeu são
apoiadas por uma maioria de inquiridos.
a. Uma coordenação mais forte das políticas económicas e financeiras entre todos os
Estados-Membros da União Europeia é considerada "muito eficiente" ou "eficiente" por
71% dos europeus.
⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ É considerada eficiente pelas percentagens mais elevadas de inquiridos na Grécia
(89%), em Chipre (87%) e na Bélgica (85%).
¾ As percentagens mais baixas de inquiridos que a avaliam como tal verificam-se no
Reino Unido e na Letónia (57%), e em Portugal (58%).
b. A vigilância e a supervisão, por parte da União Europeia, das actividades dos grupos
financeiros internacionais mais importantes são consideradas uma medida eficaz no
combate à crise económica e financeira por 67% dos inquiridos da UE.
⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ A maioria dos inquiridos que considera esta medida eficaz regista-se na Grécia e em
Chipre (83%) e na Eslováquia (82%).
¾ As percentagens mais baixas de inquiridos que partilham dessa opinião
verificam-se no Reino Unido, na Estónia (52%) e na Letónia (54%).
c. A supervisão, por parte da União Europeia, sempre que o dinheiro público é
utilizado para salvar uma instituição financeira é igualmente considerada uma medida
eficaz por 67% dos inquiridos na UE.
⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ É considerada eficiente pelas percentagens mais elevadas de inquiridos na Grécia
(85%), na Eslováquia (83%) e em Chipre (82%).
¾ E pelas percentagens mais baixas no Reino Unido e na Dinamarca (49%) e na
Estónia (52%).
d. Um papel mais importante para a União Europeia a nível internacional na
regulação dos serviços financeiros é considerado uma medida eficaz por 66% de
europeus (17% consideram-no "muito eficaz" e 49% "eficaz").
⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ Esta medida é mais apoiada por inquiridos na Grécia (86%), em Chipre (85%) e na
Eslováquia (81%).
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¾ Conta com um menor apoio na Letónia (46%), no Reino Unido (51%) e na Estónia
(54%).
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III. O papel do euro na crise financeira
A. Papel protector do euro nos 27 Estados-Membros
⇒ Ao nível da União Europeia:
QD8
Em geral, o Euro tem atenuado os efeitos negativos da actual crise económica e financeira.
¾ 44% dos cidadãos considera que o euro não atenuou os efeitos negativos da crise
financeira e económica (18% discorda totalmente, 26% tende a discordar).
¾ 39% dos inquiridos considera que o euro atenuou os efeitos negativos (10%
concorda plenamente, 29% tende a concordar).
¾ Uma percentagem relativamente expressiva (17%) não deu resposta a esta questão.
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⇒ Variações entre Estados-Membros:
O quadro revela os seguintes resultados:
¾ As percentagens de inquiridos que concordam com o papel positivo do euro são mais
elevadas na Eslováquia (66%), na Finlândia (61%) e na Bélgica (54%).
¾ A convicção de que o euro não ajudou a combater os efeitos negativos da crise é
menos patente na República Checa (56% pensa que sim), na Alemanha e no Reino
Unido (54%).
¾ Há 17 países onde a percentagem de inquiridos que considera que o euro teve um
papel positivo na atenuação dos efeitos da crise é maior do que a percentagem dos
que partilham da opinião contrária (SK, FI, BE, SI, IT, EL, NL, LU, CY, MT, AT,
HU, IE, PT, EE, PL, RO)
¾ Há 9 países onde uma maioria relativa considera que o euro não atenuou os
efeitos da crise (BG, UK, LV, LT, CZ, DE, SE, DK, FR).
¾ Em Espanha, as opiniões estão perfeitamente divididas (41% contra 41%).
¾ Nos dois países (BG, RO) que aderiram recentemente à UE, a percentagem de
inquiridos que "não sabe" as respostas é muito elevada: 51% na Bulgária e 41% na
Roménia.
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B. Sensação de protecção: os países da zona euro
Perguntou-se aos cidadãos dos países da zona do euro se concordam com a seguinte
declaração:
QD6a (O NOSSO PAÍS) estaria mais bem protegido para enfrentar a actual crise
económica e financeira, se tivéssemos mantido a (ANTERIOR MOEDA
NACIONAL).
As respostas a esta questão encontram-se igualmente divididas a nível comunitário, mas
denotam fortes variações a nível nacional.
⇒ Ao nível da União Europeia
¾ 45% dos inquiridos concorda com a afirmação (22% concorda plenamente,
23% tende a concordar).
¾ 45% dos inquiridos discorda (24% discorda totalmente, 21% tende a
discordar).
¾ 10% dos inquiridos "não sabe" a resposta.
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⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ O entendimento da presunção de que o seu país estaria em melhor situação
com a moeda nacional anterior é mais elevado em Portugal (62%), em Itália e
em Espanha (53%).
¾ É mais baixo na Eslováquia e na Finlândia (72%), bem como na Eslovénia
(71%), sendo que a Eslováquia e a Eslovénia se contam entre os países que
mais recentemente adoptaram o euro.
¾ Em 12 dos 16 países, uma maioria de pessoas considera que ficou mais
bem protegida com o euro (SK, FI, SI, NL, LU, IE, MT, BE, AT, FR, DE,
EL).
¾ A opinião de que ficariam mais bem protegidos pela sua moeda nacional
anterior do que pelo euro é apenas mais elevada em 4 países (PT, IT, ES e
CY)
⇒ Variações sociodemográficas:
¾ As mulheres são mais passíveis de considerar que o seu país estaria mais bem
protegido pela moeda nacional anterior do que os homens (49% contra 41%).
É igualmente o caso dos inquiridos que completaram a sua formação com
idade igual ou inferior a 15 anos (59% contra a média comunitária de 45%)
e das pessoas que não exercem actividade profissional (56%).
¾ A sensação de protecção pelo euro é mais generalizada entre profissionais.
Enquanto a média da UE é de 45%, ascende a 67% para os gestores, a 51%
para os trabalhadores por conta própria, a 64% para as pessoas que
terminaram os seus estudos com idade igual ou superior a 20 anos ou a 53%
para os que ainda estão a estudar.
C. Sensação de melhor protecção: países que não fazem parte da zona euro
Três países rejeitaram o euro. Oito países estão obrigados a adoptá-lo.
Foi-lhes colocada a seguinte pergunta:
QD6b (O NOSSO PAÍS) estaria mais bem protegido para enfrentar a actual crise
económica e financeira, se tivéssemos adoptado a moeda única europeia, o euro.
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Embora a resposta média entre os inquiridos da zona euro demonstre que não se sentem mais
bem protegidos pelo euro do que pela sua moeda nacional anterior, assinalam-se grandes
variações entre os Estados-Membros que rejeitaram o euro e os que foram obrigados a
adoptá-lo.
⇒ Fora da zona euro
¾ 46%, em média, discorda de que ficariam mais bem protegidos pelo euro (23%
discorda totalmente e 23% tende a discordar).
¾ 36% dos inquiridos concorda (11% concorda totalmente, 25% tende a concordar).
¾ De novo, a percentagem média de inquiridos que "não sabem" as respostas é
elevada e situa-se em 18%.
⇒ Variações entre Estados instados a adoptar o euro:
Os inquiridos que estão mais convencidos de que ficariam mais bem protegidos da crise
financeira e económica se tivessem o euro encontram-se na Hungria (61%), na Roménia
(44%) e na Polónia (41%). Estes três países estão obrigados a adoptar o euro no futuro.
¾ Além dos três países que já rejeitaram o euro (ver o próximo parágrafo), a sensação
de que o euro não os teria protegido mais do que a moeda nacional é elevada: na
República Checa (58%), na Lituânia (55%) e na Letónia (50%).
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¾ Nos três países que já rejeitaram a adopção do euro, 61% na Dinamarca, 59% no
Reino Unido e 54% na Suécia não concordam.
¾ Nos dois países que aderiram em 2007, a percentagem dos que "não sabem" as
respostas é elevada: na Bulgária, perfaz 40% e na Roménia ascende a 37%.
⇒ Variações sociodemográficas:
¾ Os homens (40%), mais do que mulheres (31%), consideram que o seu país ficaria
mais bem protegido pelo euro. A mesma tendência pode ser identificada no que se
refere ao nível de formação. Embora a média seja de 36%, a resposta favorável a que
o euro confere melhor protecção situa-se em 43%. Esta convicção aumenta em função
do nível de formação, os estudantes mostram-se igualmente favoráveis acima da
média (43% comparativamente a 36%).
¾ O contrário é válido para inquiridos que terminaram a sua formação com idade igual
ou inferior a 15 anos, em que 51% discorda da afirmação, e para os reformados, em
50%.
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D. Países obrigados a adoptar o euro: acelerar, ou não, a sua adopção
Esta pergunta foi colocada na Bulgária, na República Checa, na Estónia, na Hungria, na
Lituânia, na Letónia, na Polónia e na Roménia, países que estão obrigados a adoptar o euro
nos próximos anos:
QD7
Como sabe, é suposto (O NOSSO PAÍS) adoptar a moeda única europeia, o euro,
nos próximos anos. Pessoalmente, gostaria…?
⇒ Em países obrigados a adoptar o euro:
¾ 29% dos inquiridos são favoráveis à aceleração do processo;
¾ 29% são favoráveis ao abrandamento do processo;
¾ 19% dos inquiridos afirma que o processo deve avançar como previsto, sem
qualquer mudança de velocidade.
¾ Apenas 7% afirma que deve ser completamente cessado.
¾ 16% dos inquiridos "não sabe".
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⇒ Variações entre Estados-Membros:
¾ O apoio à aceleração do processo é mais elevado na Hungria (47%) e na
Roménia (35%).
¾ O desejo de abrandamento do processo é mais forte na Lituânia (50%) e na
Polónia (41%).
¾ Na Estónia, 42% dos inquiridos entende que o processo deve continuar tal
como previsto. É igualmente o caso de 34%, na Bulgária.
⇒ Variações sociodemográficas:
¾ Os homens são mais passíveis do que as mulheres de pensar que o processo
deve ser acelerado (34% contra 24%).
¾ Esta opinião diminui com a idade dos inquiridos, aumenta com o seu nível de
formação e é mais generalizada entre trabalhadores por conta própria
(36%) e gestores (35%).
¾ As pessoas com idade igual ou superior a 55 anos, os inquiridos reformados e
os que completaram o ensino com idade igual ou superior a 15 anos são
mais favoráveis à cessação do processo (10% na totalidade).
Unidade "Sondagens de Opinião"
Jacques Nancy
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