ICET – Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia Química Aplicada - Prof. Barbieri 2 Lista de Exercícios – QI gabarito Questão 1. O que é corrosão e suas conseqüências? A corrosão é um tipo de degradação espontânea e irreversível em um material metálico. Suas conseqüências da Corrosão são: Reposições e conseqüentes despesas com minérios, energia e mão de obra; Custos e manutenção de processos de proteção; Emprego de materiais mais caros (ex:aço inoxidável) em substituição a outros mais baratos; Superdimensionamentos; Interrupções na produção; Perdas de produtos; queda de rendimento; Contaminações de produtos; Eventuais riscos em potencial de acidentes e poluições de ambientes de trabalho; Questão 2. Explique sobre a instabilidade termodinâmica dos metais. A instabilidade termodinâmica dos metais em geral, faz com que os mesmos apresentem a tendência natural de atingirem um estagio mais estável por meio de formação de compostos metálicos (minérios). O processo espontâneo (natural) é chamado CORROSÃO e ocorre devido a reação (eletroquímica) do metal com os agentes presentes no meio considerado. Por exemplo o ferro elementar é termodinamicamente instável, como os demais metais, e tende a voltar ao seu estado mais estável (oxido) oxidando (processo corrosivo), sendo esta a causa básica da corrosão. Questão 3. Explique sucintamente sobre: - Corrosão atmosférica - Corrosão uniforme - Corrosão por placas - Corrosão por pites - Corrosão por lixiviação - Corrosão erosão - Corrosão sob tensão - Corrosão por frestas - Corrosão em ranhuras - Corrosão em canto vivo - Corrosão galvânica Corrosão Uniforme Ataque de toda a superfície metálica Diminuição da espessura Formação de pilhas de ação local Desgaste de fácil acompanhamento Leva a falhas significativas do equipamento Corrosão por placas: Produtos de corrosão formam-se em placas que se desprendem progressivamente. É comum em metais que formam película inicialmente protetora mas que, ao se tornarem espessas, fraturam e perdem aderência, expondo o metal a novo ataque; Corrosão por Pites Localizada, com formação de cavidades de pequena extensão e razoável profundidade. Característica de materiais metálicos formadores de películas protetoras (passiváveis) Pilha ativa-passiva, com rompimento da camada passiva Pequena área anódica e grande área catódica Difícil acompanhamento Corrosão por lixiviação Ataque às superfícies, essa corrosão forma laminas de material oxidado e se espalha por debaixo dele até camadas mais profundas. O combate a essa floculação é feito normalmente com tratamento térmico. Corrosão-erosão Erosão – desgaste mecânico provocado pela abrasão superficial de uma substância sólida, líquida ou gasosa. Desgaste maior do que se apenas o processo corrosivo ou erosivo agisse isoladamente. Tubulações, permutadores, pás de turbina. Corrosão sob tensão Material submetido a tensões de tração, aplicadas ou residuais, é colocado em contato com um meio corrosivo específico. Fatores decisivos: dureza, encruamento, fases presentes. Propagação de trinca por corrosão sob tensão é geralmente lenta, até atingir o tamanho crítico para uma ruptura brusca. Corrosão em frestas Pilhas de aeração diferencial (meio gasoso) e de concentração iônica diferencial (meio líquido) Juntas soldadas com chapas superpostas, juntas rebitadas, ligações roscadas, revestimentos com chapas aparafusadas. Evitar frestas. Corrosão por Concentração Diferencial Pilhas de concentração iônica diferencial e Pilhas de aeração diferencial Ânodo – área com menor concentração Cátodo – área com maior concentração. Corrosão Galvânica Pilhas de eletrodos diferentes. Maior ddp, maior corrosão. Menor relação entre área catódica e anódica => desgaste menor e mais uniforme da área anódica. Presença de íons metálicos (de materiais mais catódicos) no eletrólito => oxidação do metal, devido à redução destes íons.. Questão 4. Considere a pilha galvânica representada a baixo, através da tabela de potencial de redução: Ni / Ni+2 // Cu+2 / Cu Co / Co+2 // Au+3 / Au Zn / Zn+2 // Cu+2 / Cu Calcule a ddp da seguinte pilha Ni / Ni+2 // Cu+2 / Cu E0 = +0,34 – (- 0,25) = 0,58V E0 = + 0,34V Co / Co+2 // Au+3 / Au E0 = +1,50 – (- 0,28) = 1,78V Zn / Zn+2 // Cu+2 / Cu Questão 5. Considere a pilha galvânica representada a baixo: Ni0 / Ni+2 // Cu+2 / Cu0 Calcule: 1. Quais as semi-reações e a global? 2. Quem é o catodo e o anodo? 3. Quem se oxida e se reduz? 4. Qual o sentido dos elétrons pelo fio condutor? 5. Qual o sentido dos íons pelo circuito interno? 6. Qual solução irá se diluir e se concentrar? Questão 6. Sabendo-se que o cobalto pode ceder elétrons espontaneamente para o íon Au+3, pede-se: Co0 / Co+2 // Au+3 / Au0 Calcule: 1. Quais as semi-reações e a global? 2. Quem é o catodo e o anodo? 3. Quem se oxida e se reduz? 4. Qual o sentido dos elétrons pelo fio condutor? 5. Qual o sentido dos íons pelo circuito interno? 6. Qual solução irá se diluir e se concentrar? Questão 7. A corrosão de ferro metálico envolve a formação envolve a formação de íons Fe2+. Para evitá-la, chapas de ferro são recobertas por uma camada de outro metal. Em latas de alimentos a camada é de estanho metálico e em canos d'água, de zinco metálico. Explique por que: a) a camada de zinco evita a corrosão de canos d'água; b) quando a camada de estanho é danificada, expondo a camada do ferro, a corrosão acontece mais rapidamente do que quando a referida camada está ausente. Dados: Potenciais padrões de redução a 25°C. Zn2+ + 2e Zn(s) E0 = - 0,763 V Fe2+ + 2e Fe(s) E0 = - 0,409 V Sn2+ + 2e Sn(s) E0 = - 0,136 V a) O zinco por apresentar menor potencial de redução que o cano de ferro, atua como eletrodo de sacrifício, ele é corroído enquanto o ferro está a salvo no estado reduzido. b) Este fato ocorre devido ao estanho ter maior tendência a se reduzir frente ao ferro, este último em contato com o oxigênio atmosférico terá uma rápida oxidação. Questão 8. Nas semi-reações: Ni2+ (aq.) + 2 e Ni0 (s) Ag+1 (aq.) + 1 e Ag0 (s) A ddp da pilha, o cátodo e o ânodo são, respectivamente: Dados: E°red.Ag = + 0,80V; E°red.Ni = - 0,24V (a 25°C e 1 atm.) a) + 1,04 V, prata, níquel. b) + 1,04 V, níquel, prata. c) - 0,56 V, prata, níquel. d) - 1,04 V, níquel, prata. e) + 0,56 V, prata, níquel E° = E°maior – E°menor E° = +0,8 – (-0,24) E° = +1,04V Cátodo – Ag Ânodo - Ni Resposta: letra A Questão 9. O que é Proteção catódica e Proteção anódica. Proteção catódica é um processo de controle contra a corrosão de metais (tubulações e estruturas). O princípio básico é tornar o elemento metálico a ser protegido - um aqueduto, por exemplo - em um cátodo de uma célula de corrosão, o que pressupõe a presença de um ânodo. Assim, o processo natural de perda de elétrons da estrutura para o meio, fenômeno que causa a corrosão, é compensado pela ligação da estrutura metálica a um ânodo de sacrifício, em geral, um eletrodo de cobre/sulfato. O direcionamento da corrente elétrica preserva a estrutura metálica, ocorrendo corrosão controlada no ânodo. É bom lembrar que a proteção catódica é um processo anticorrosivo ativo - em que é possível ajustar a eficiência às necessidades operacionais - que complementa a proteção proporcionada pelo revestimento externo/interno das tubulações. É o único processo capaz de eliminar a corrosão eletroquímica e eletrolítica, mesmo em estruturas não-revestidas. Os mecanismos de proteção catódica para estruturas metálicas são dois: galvânica (PCG) e por corrente impressa (PCCI). Para a PCG, é feita a instalação de um ânodo galvânico paralelo à tubulação, e para a PCCI, a estrutura metálica é ligada a um retificador de corrente elétrica. No decorrer da vida da estrutura, como o revestimento externo perde eficiência por causa da interação com o eletrólito, torna-se necessário aumentar a intensidade da corrente de proteção produzida pelo retificador. Os períodos de revisão/manutenção da estrutura e do sistema de proteção são estimados em 20 anos para corrente impressa e cinco anos para proteção galvânica. A proteção anódica é um método de aumento da resistência à corrosão que consiste na aplicação de uma corrente anódica na estrutura a proteger. A corrente anódica favorece a passivação do material dando-lhe resistência à corrosão. A proteção anódica é empregada com sucesso somente para os metais e ligas formadores de película protetoras, especialmente o titânio, o cromo, ligas de ferro-cromo, ligas de ferro-cromoníquel. O seu emprego encontra maior interesse para eletrólitos de alta agressividade (eletrólitos fortes), como por exemplo um tanque metálico para armazenamento de ácidos. A proteção anódica não só propicia a formação da película protetora mas principalmente mantém a estabilidade desta película. O emprego de proteção anódica é ainda muito restrito no Brasil, porém tem grande aplicação em outros países na indústria química e petroquímica. Questão 10. Quais sãos os tipos de revestimento que servem para minimizar o processo de corrosão. Revestimentos Metálicos: Trata-se da aplicação de filmes metálicos sobre a superfície do metal. Analisando os potenciais relativos do metal de cobertura e do metal base frente ao meio eletrolítico considerado podemos ter as situações seguintes: 1a) Caráter Anódico: Quando o metal de cobertura apresenta maior potencial de oxidação que o metal base. 1b) Caráter Catódico: Quando o metal de cobertura apresenta maior potencial de redução que o metal base. A análise do caráter do revestimento metálico a ser aplicado é especialmente importante, pois todos os revestimentos preparados comercialmente apresentam porosidade em maior ou menor grau. Além disso tais revestimentos podem sofrer trincas ou rupturas durante o uso ou transporte. Assim, os metais ficam expostos ao meio agressivo, sofrendo corrosão o metal de cobertura ou o metal base em função do revestimento ser anódico ou catódico respectivamente. Revestimento não Metálicos Inorgânicos Trata-se de substâncias inorgânicas formadas ou depositadas sobre a superfície metálica. Podem ser óxidos, cimentos, carbetos, nitretos, vidros, esmaltes vitrosos, porcelanas e outros. Os óxidos, carbetos e nitretos são empregados geralmente para revestimentos que resistem a altas temperaturas. Os revestimentos obtidos pela deposição de produtos de reação química que ocorrem entre o metal e um meio adequado, protegem o material metálico contra posterior ação agressiva. Assim, uma solução de ácido sulfúrico ataca o chumbo formando sulfato de chumbo que por ser insolúvel acaba protegendo o chumbo da ação do ácido. Entre os processos mais usados para a obtenção de revestimentos inorgânicos estão a anodização, a cromatação e a fostatização. Revestimento não Metálicos Inorgânicos 1) Anodização Em certos casos, o próprio produto da corrosão do metal reveste a superfície chegando mesmo a proteger o metal conforme sua aderência e uniformidade. É o caso do Alumínio que apresenta grande resistência à corrosão atmosférica devido a camada de óxido que se forma e recobre o metal tão logo ele é exposto no ar. Devido a aderência e alta resistividade elétrica apresentada pela camada ela acaba protegendo o metal. 2) Cromatação As soluções de cromatos e dicromatos (7,5 pH 9,5) passivam o ferro e o aço, possivelmente devido a formação de micro-película protetora de Fe2O3, (magnético) e Cr2O3. A concentração de cromatos usadas é da ordem de 0,1%, mas cresce principalmente em presença do ânion Cl-. A concentração do inibidor, para exercer ação protetora deve manter-se acima de certo valor crítico, em todas as partes do sistema, pois do contrário terá a formação de elementos de corrosão do tipo ativo-passivo. Fosfatização Consiste na adição de uma camada de fosfatos à superfície metálica. A camada de fosfatos inibe processos corrosivos e constitui-se, quando aplicada em camada fina e uniforme, em uma excelente base para pintura, em virtude da sua rugosidade. A fosfatização é um processo largamente empregado nas indústrias automobilísticas e de eletrodomésticos. Após o processo de desengraxe da superfície metálica, aplica-se a fosfatização, seguindo-se a pintura; Revestimentos Orgânicos Consiste na interposição de uma camada de natureza orgânica entre a superfície metálica e o meio corrosivo. Os principais revestimentos orgânicos são os seguintes: Pintura industrial: é um revestimento, em geral orgânico, largamente empregado para o controle de corrosão em estruturas aéreas e, em menor escala, em superfícies enterradas ou submersas. O revestimento por pintura é empregado para estruturas submersas que possam sofrer manutenção periódica em dique seco, tais como navios, embarcações, bóias, etc. Só em casos especiais é empregado em estruturas enterradas, pela dificuldade de manutenção apresentada nestes casos. Revestimento com borrachas: consiste o recobrimento da superfície metálica com uma camada de borracha, utilizando-se o processo de vulcanização. É um revestimento que pode assumir diversas durezas dependendo do tipo de borracha e do processo de vulcanização. Este revestimento é utilizado na indústria química em equipamentos e tubulações que trabalham com meios altamente corrosivos, especialmente ácidos. O tipo de borracha é selecionado em função destas características de agressividade; Revestimentos para tubulações: enterradas ou submersas: as tubulações enterradas ou submersas, oleodutos, gasodutos, adutoras, etc. são, em geral, protegidas contra a corrosão por revestimentos de alta espessura. O mecanismo básico de proteção é por barreira entre o metal e o meio corrosivo. Por melhor que seja o revestimento, a eficiência é sempre inferior a 100%, surgindo, então, a necessidade de complementação com o uso de proteção catódica.