XXIII Encontro de Jovens Pesquisadores V Mostra Acadêmica de Inovação e Tecnologia BIOSENSORES MAGNETOELÁSTICOS PARA A DETECÇÃO DE Escherichia coli PIBIC/CNPq SENMAG - Marcele Ulian Triaca, André L. Possan, Caroline Menti, Mateus Beltrami, Mariana R. Ely , Frank Patrick Missell (Orientador) Introdução Presentes no organismo humano e animal, em vegetais e no meio ambiente, a Escherichia coli é uma bactéria bacilar gram-negativa que pode crescer em meios aeróbios e anaeróbios. É caracterizada como um patógeno facultativo que em grandes quantidades no organismo causa infecções no sistema urinário e digestivo. Seu controle e detecção são de extrema importância para a marcação de coliformes fecais, que quando quantificados determinam a qualidade da água, alimentos e de ambientes hospitalares. Existem diferentes métodos, como o Elisa, PCR e cultura, que possibilitam a detecção e contagem dessas bactérias, no entanto todos são métodos de alto custo e/ou que demandam tempo para apresentar os resultados. Por se tratar de um assunto de extrema relevância, desenvolveu-se o estudo com biosensores magnetoelásticos para a detecção de E. coli, que apresenta resultados em aproximadamente 30 minutos de análise. Os biosensores são sensores magnetoelásticos relacionados a componentes biológicos, que permitem detectar um analito. O sensor magnetoelástico é uma liga metálica ferromagnética da Metglas 2826MB3, composta por ferro, níquel, molibdênio e boro, que possui uma frequência de ressonância característica ao seu comprimento. Esta frequência pode ser determinada remotamente por técnicas magnéticas. Seu funcionamento está baseado no efeito da magnetoestricção, propriedade magnética onde o sensor é submetido a um campo magnético externo e seus domínios são forçados a se alinhar com o campo, alterando seu comprimento. Se uma massa for adicionada sobre a fita, a frequência de vibração é reduzida. Essa variação entre as medidas da fita limpa e do biosensor contaminado, possibilita a detecção e quantificação das bactérias, através da sua relação teórica com a variação de massa. Objetivo Detectar a presença da bactéria Escherichia coli utilizando biosensores magnetoelásticos. Este permitirá confirmar a existência de coliformes fecais de forma rápida quando comparado aos métodos convencionais. Metodologia As fitas magnetoelásticas utilizadas são recobertas, uniformemente, por camadas nanométricas de Ouro (Au) intermediadas por camadas de Cromo (Cr), o qual atuará como ligante entre a fita e o Au. Este serve também como camada protetora contra a oxidação do metal e como ligante às biocamadas. Após a deposição do material, o sensor é dimensionado por um corte a serra, para apresentar 5 mm de comprimento, 1 mm de largura e 28 µm de espessura. Os sensores bioativos são posicionados dentro de um Eppendorf, onde são preparados para receber a bactéria. Adiciona-se cistamina (CYS) para a formação das monocamadas auto organizadas, que se ligam ao Au. Seguido da adição do anticorpo especifico da E. coli. Dessa forma obtém-se um bioconjugado. As etapas descritas são intercaladas por lavagens, garantindo que fique sobre o sensor somente o que estiver verdadeiramente ligado. Por fim uma solução que contém a bactéria alvo, E. coli, é injetada sobre o sensor. O Eppendorf que contém o biosensor é posicionado no pick-up coil de um pequeno solenoide, o qual está conectado a um analisador de redes que emitirá um sinal de corrente alternada, e excitará o sensor. Um campo externo de corrente continua também é aplicado sobre o sistema para ampliar a magnitude do pico de ressonância lido. A frequência de ressonância do sensor na presença de bactérias é reduzida, compara-se então esta com a frequência de vibração padrão (sem bactéria). Diferentes diluições de bactérias foram testadas sobre o sensor e medidas de frequência de ressonância foram realizadas por 100 minutos em triplicata. Os dados coletados são tratados através de tabelas, cálculos e gráficos para uma melhor visualização de resultados. Testes de imunofluorescência também são realizados para comprovar que a massa detectada pela variação de frequência, corresponde a presença de Escherichia coli. Resultados e Discussão As primeiras analises com diferentes diluições de bactérias, podem ser visualizadas na Figura 1, que apresenta melhores resultados para soluções mais concentradas. Figura 1: Variação da frequência de ressonância em função do tempo para diferentes diluições de E. coli. a) Diluição 1.10−1 . b) Diluição 1.10−4 . c) Diluição1.10−6 A Figura 2 confirma a presença de E. coli para a leitura de cinco biosensores. Figura 2: Variação da frequência de ressonância versus tempo para a menor diluição de E. coli. As Figuras 3 e 4 confirmam a presença de E. coli sobre o biosensor através das imagens de microscopia de fluorescência por método imunológico. Fig. 3: Microscopia de fluorescência para confirmação de E. coli. Fig. 4: Microscopia de fluorescência para confirmação de E. coli, superfície polida. Conclusão O biosensor, por sua vez, mostrou-se um sistema de leitura muito eficiente para a detecção de bactérias, como apresentado para a Escherichia coli, através das medidas de frequência de ressonância aliadas a mudança de massa. A rápida confirmação da presença de bactérias são de extrema importância nos setores hospitalar e alimentício, já que a falta desse controle pode desencadear uma série de doenças no organismo. O estudo apresentado apresenta resultados em cerca de 30 minutos. Referências Bibliograficas A. L. Possan, “Biosensor Magnetoelástico para a Detecção de Escherichia coli”,. Caxias do Sul, 2015.