Baixar este arquivo PDF

Propaganda
ISSN: 2238-1945
O RISCO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE À INFECÇÃO POR
HEPATITES B E C
THE RISK OF HEALTH PROFESSIONALS TO INFECTION BY
HEPATITIS B AND C.
SILVA, Josimara Rodrigues*; ALVES, Fabiana**
* Aluna do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix-BH-MG.
** Bióloga, Mestre em Ciência Animal, Dra. em Fisiologia e Farmacologia, Prof. do Centro Universitário
Metodista Izabela Hendrix- BH-MG. e-mail para correspondência: [email protected]
RESUMO:
As hepatites virais, principalmente B e C, são um sério
problema que ocorre em todo o mundo. Entre as
mortes atribuídas especificamente às hepatites virais
no Brasil, o maior número registrado entre os anos de
2000 a 2011 foi decorrente da hepatite C, com 16.896
óbitos, seguido por hepatite B, com 5.520 óbitos. Os
profissionais de saúde, principalmente a equipe de
enfermagem estão constantemente sujeitos à exposição
a estas hepatites, pelo fato de terem contato direto com
os pacientes, e também ao tipo e à frequência de
procedimentos realizados. O objetivo do presente
estudo foi avaliar o risco dos profissionais de saúde à
infecção por hepatites B e C, de acordo com os dados
publicados na literatura no período de 2000 a 2013. Foi
realizada uma pesquisa bibliográfica em sites
científicos, utilizando os seguintes descritores:
Orthohepadnavirus;
hepatite
B;
hepatite
C;
Hepacivirus; profissionais de saúde; vacina antihepatite B; vacina anti-hepatite C. Após a revisão, os
dados foram tabulados e foi construída uma tabela com
os resultados obtidos sobre os acidentes com
profissionais da saúde e infecção com hepatie B e C.
Foi possível verificar que há uma relativa frequência
em acidentes de trabalho com profissionais de saúde,
sendo que a maioria dos acidentes ocorre com
materiais perfuro cortantes e com trabalhadores que
possuem menor conhecimento e qualificação.
Contudo, há necessidade de educação permanente
destes profissionais quanto à saúde do trabalhador,
abrangendo os riscos e prevenções de acidentes
ocupacionais, uso de equipamentos de proteção,
notificação imediata e acompanhamento sorológico
completo.
Palavras-chave: Orthohepadnavirus; hepatite B;
hepatite C; acidente de trabalho; profissionais de
saúde.
ABSTRACT:
Viral hepatitis, especially B and C are a serious
problem that occurs worldwide. Among the deaths
attributed specifically to viral hepatitis in Brazil, the
largest number recorded between the years 2000 to
2011 was due to hepatitis C, with 16,896 deaths,
followed by hepatitis B , with 5,520 deaths. Health
professionals, especially nursing staff are constantly
subjected to exposure to these hepatitis, because they
have direct contact with patients, and also the type and
frequency of procedures performed. The aim of this
study was to evaluate the risk of health professionals
to infection by hepatitis B and C, according to data
published in the literature between 2000-2013. A
literature search was performed on scientific sites,
using the following descriptors: Orthohepadnavirus;
hepatitis B; hepatitis C; Hepacivirus, health
professionals, anti- hepatitis B vaccine, vaccine
hepatitis C. After revision, the data were tabulated and
was built a table with the results of accidents with
health and infection with hepatie B and C. It was
possible to verify that there is a relative frequency of
accidents at work with health professionals, and most
accidents occur with sharps materials and workers
who have less knowledge and qualification . However,
there is need for continuing education of these
professionals regarding the health of workers,
including the risks and prevention of occupational
http://dx.doi.org/10.15601/2238-1945/pcnb.v4n8p1-6
Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014
1
ISSN: 2238-1945
accidents, use of protective equipment, prompt
notification and full serological monitoring .
Keywords: Orthohepadnavirus, hepatitis B, hepatitis
C; accident; health professionals.
INTRODUÇÃO:
Trabalhar na área da saúde, principalmente em um
ambiente hospitalar, é considerado insalubre, devido
ao agrupamento de pacientes portadores de diversas
enfermidades infectocontagiosas e o risco de acidentes
existente em muitos procedimentos realizados
(NISHIDE et al., 2004).
Na prevenção de acidentes os esforços devem ser
concentrados inicialmente na eliminação dos perigos
e/ou riscos, e posteriormente, orientações e
fornecimento de equipamentos de proteção individual.
A preocupação com os riscos biológicos surgiu
somente a partir da epidemia da HIV/AIDS nos anos
1980, onde foram estabelecidas normas para as
questões de segurança no ambiente do trabalho
(FONSECA, 2006).
A equipe de enfermagem é uma das principais
categorias ocupacionais sujeita à exposição por
material biológico pelo fato de terem contato direto
com os pacientes, e também ao tipo e à frequência de
procedimentos realizados. As hepatites virais,
principalmente B e C, são um sério problema que
ocorre em todo o mundo (PINHEIRO e ZEITOUNE,
2008). A soroprevalência de infecção por hepatite B
(HB) entre trabalhadores da saúde é de três a cinco
vezes maior que na população em geral, sendo os mais
acometidos aqueles que realizam procedimentos
invasivos como punção venosa e algumas cirurgias. Já
em relação à hepatite C (HC), a inoculação percutânea
(absorção na pele através de feridas) é uma das formas
mais documentadas de transmissão do vírus
(FONSECA, 2006).
A HB é causada pelo vírus da hepatite B (VHB)
pertencente ao gênero Orthohepadnavirus e família
Hepadnaviridae, e a HC é causada pelo vírus da
hepatite C (VHC) pertence ao gênero Hepacivirus e
família Flaviviridae (ICTV, 2012).
A transmissão da HB ocorre através da exposição
percutânea ou de mucosas a sangue ou fluidos
corpóreos contaminados com o VHB, e as principais
vias de contágio são: sexual, parenteral (são as vias de
rápido acesso, como as injeções intramusculares,
intravenosas e subcutâneas) e vertical, seja
transplacentária, no momento do parto ou durante o
aleitamento materno (PINHEIRO e ZEITOUNE,
2008).
A transmissão da HC é realizada através de sangue,
seja
por
transfusões,
contato
direto
ou
compartilhamento de seringas. A transmissão sexual é
rara, mas pode existir. O vírus também pode ser
transmitido da mãe ao filho, se no momento do parto
existir contato do sangue da mãe com o sangue do
filho. Instrumentos como escovas de dente, alicates de
unhas ou cutículas e aparelhos de barbear não devem
ser compartilhados, pois podem contaminar.
Instrumentos dentários devem ser esterilizados e
desinfetados (CIORLIA e ZANETTA, 2007).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) dois
bilhões de pessoas no mundo foram infectadas pelo
VHB e cerca de 600.000 pessoas morrem a cada ano
devido às consequências da HB. A HB é endêmica na
China e outras partes da Ásia (OMS, 2012).
Altas taxas de infecções da HB também são
encontradas nas regiões sul da Europa Central e
Oriental. No Oriente Médio e subcontinente indiano, 2
a 5% da população em geral estão infectados. Menos
de 1% da população na Europa Ocidental e na América
do Norte são infectadas. Em países desenvolvidos
(Europa Ocidental e América do Norte), os padrões de
transmissão são diferentes dos países em
desenvolvimento. A maioria das infecções por
hepatites nos países desenvolvidos são transmitidas
durante a vida adulta pela atividade sexual e uso de
drogas injetáveis (OMS, 2012).
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de
infecção por HB passou de 0,3% em 1999, para 6,9%
em 2010, a região Sudeste concentra 36,6% dos casos,
seguido do Sul, com 31,6% das notificações, entre
1999 e 2011. A região Sul registra os maiores índices
desde 2002, seguida do Norte (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2012).
A HC apresenta distribuição mundial, todos os anos
de 3 a 4 milhões de pessoas são infectadas com o VHC
pelo mundo. Países como Egito, Paquistão e China
apresentam altas taxas de infecção crônica,
aproximadamente 150 milhões de pessoas são
cronicamente infectados com risco de desenvolver
2
Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014.
ISSN: 2238-1945
cirrose e ou cancro no fígado. Mais de 350.000 pessoas
morrem de doenças relacionadas com a HC (OMS,
2012).
Do total de casos de hepatite C registrados no Brasil
entre 1999 e 2011, 55.222 foram na região Sudeste e
18.307, no Sul. Juntas, essas duas regiões concentram
90% dos casos confirmados no país. As taxas de
incidência mais elevadas também se concentram
nessas regiões. Entre as mortes atribuídas
especificamente às hepatites virais no Brasil, o maior
número registrado entre os anos de 2000 a 2011 foi
decorrente da HC, com 16.896 óbitos, em seguida,
encontra-se a HB, com 5.520 óbitos declarados
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).
A maioria dos casos da hepatite B e C não apresentam
sintomas, mas os mais frequentes são cansaço, tontura,
enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos
amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais
costumam aparecer de um a seis meses após a
infecção. As hepatites B e C apresentam fases
semelhantes que podem se desenvolver de duas
formas, aguda e crônica (JÚNIOR et al., 2000).
A aguda é quando a infecção tem curta duração. Os
profissionais de saúde consideram a forma crônica
quando a doença dura mais de seis meses. O risco de a
doença tornar-se crônica depende da idade na qual
ocorre a infecção e da resposta imunológica do
infectado (CHAVEZ et al., 2003).
Uma particularidade da hepatite B é que a maioria dos
pacientes elimina o vírus e evolui para a cura
definitiva. Em menos de 5% dos casos, porém, o VHB
persiste no organismo e a doença torna-se crônica. No
caso da hepatite C quando os sintomas surgem o
paciente já se encontra numa fase avançada da doença
e o fígado pode estar gravemente comprometido,
necessitando de um transplante (FERREIRA e
SILVEIRA, 2004).
O diagnóstico da hepatite B é feito através de técnicas
sorológicas, três marcadores são utilizados como
referência para o diagnóstico da hepatite B: HBsAG
(presente no início da infecção), anti-HBc (que aponta
se o indivíduo teve contato com o vírus) e anti-HBs
(capaz de sinalizar se o indivíduo está imunizado para
o vírus), estes diagnósticos são feitos através da
técnica imunoenzimática do tipo Enzyme Linked
Immunosorbent Assay (ELISA) (CHAVEZ et al.,
2003).
O diagnóstico da hepatite C também é feito através de
exames de sangue que medem a quantidade de
anticorpos específicos contra o vírus da hepatite C
(VHC) produzidos pelo organismo (testes sorológicos
como ELISA) e pela dosagem da quantidade de vírus
no sangue (testes de biologia molecular como Reação
em Cadeia da Polimerase-PCR-). Para confirmar
hepatite crônica é necessário realizar a contagem do
vírus no sangue através dos testes de biologia
molecular que medem a carga viral (MIYAZAKI et
al., 2005).
Para a hepatite C não existe vacina, mas existe
tratamento a base de remédios como o antiviral
ribavirina, medicamento que associado ao interferon
diminui a atividade viral, melhorando as funções
hepáticas e as características histológicas do fígado.
Em 2002 apareceu o interferon peguilado, remédio que
apresenta menos efeitos colaterais que pode ser
associado à ribavirina é suficiente para obter resposta
duradoura em 70% a 80% dos casos. O quarto e novo
antiviral, o telaprevir, desenvolvido especificamente
para bloquear a ação de uma enzima necessária para a
replicação do vírus (MIYAZAKI et al., 2005).
Já para a hepatite B existe vacina que é distribuida
gratuitamente nos postos de saúde, esta vacina é
composta por três doses que comprovam sua eficacia.
Todos profissionais de saúde devem tomar as três dose
já que fazem parte do grupo de maior vulnerabilidade a
doença (VALLEZI e JUNIOR 2011).
Diante do exposto, o presente trabalho teve como
objetivo avaliar o risco dos profissionais de saúde à
infecção por hepatites B e C, de acordo com os dados
publicados na literatura no período de 2000 até 2013.
MATERIAIS E MÉTODOS:
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em sites
como Scientific Electronic Library Online (Scielo),
Ministério da Saúde, Centro Latino Americano e do
Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme),
Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Departamento
de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil
(DATASUS), limitando as ocorrências entre 2000 e
2013. Foram utilizados artigos em português e inglês,
sendo descartados aqueles em outros idiomas,
3
Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014.
ISSN: 2238-1945
utilizando
as
seguintes
palavras-chaves:
Orthohepadnavirus;
hepatite
B;
hepatite
C;
Hepacivirus; profissionais de saúde; vacina antihepatite B; vacina anti-hepatite C. Após a revisão, os
dados foram tabulados e foi construída uma tabela com
os resultados obtidos sobre os acidentes com
profissionais da saúde e infecção com hepatie B e C.
RESULTADOS:
Após a revisão bibliográfica relacionada, foi possível
verificar que há frequência em acidentes de trabalho
com profissionais da saúde (Tabela 1). Sendo que a
grande maioria dos acidentes aconteceu com materiais
perfurocortantes, e com trabalhadores que possuem
menor conhecimento e qualificação profissional. No
entanto, a partir desta revisão, também foi possível
verificar que profissionais com maior tempo de serviço
acabam se arriscando mais, por adquirir autoconfiança
na execução de suas atividades, por vezes,
negligenciando medidas de precaução para proteção
individual.
Tabela 1. - Estudos realizados sobre acidentes com profissionais da
saúde e infecção com hepatie B e C entre 2000 e 2013.
AUTORES E
ANOS DE
PUBLICAÇÃO
LOPES et al.,
2000
LUZ et al.,
2001
CARNEIRO e
DAHER, 2003
BRAGA et al.,
2004
PAIVA et al.,
2005
SANCHES et
al., 2006
ESTADO
GO
152
TO
20
GO
90
BA
120
GO
680
MS
332
SP
2305
GO
250
PA
528
RS
11
CIORLIA e
ZANETTA,
2007
PAIVA, EMM
2008
OLIVEIRA et
al., 2009
SILVA et
al.,2010
TOTAL DE
AMOSTRAS
TIPO DE
ACIDENTE
Acidente com
agulha
Objetos
perfurocortantes
Fragmentos de
Vidro
Objetos
perfurocortantes
Não houve
Acidente com
agulha
Objetos
perfurocortantes
Objetos
perfurocortantes
Acidente com
agulha
Objetos
perfurocortantes
DIAGNÓSTICOS
Hepatite Hepatite
B
C
13
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
3
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
8
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
0
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
0
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
25
2
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
2
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
2
6
Legenda: ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ Não foi analisado
DISCUSSÃO:
De acordo com os dados obtidos neste estudo, foi
possível verificar que o exercício da atividade
profissional no ambiente hospitalar, constitui fator de
risco de infecção ocupacional pelo vírus da hepatite B
e ou C (Tabela 1), em virtude da ocorrência de contato
direto com os pacientes e da exposição constante aos
fluidos corporais potencialmente contaminados pelos
VHB e VHC.
Lopes et al. (2000), demonstraram que a exposição
ocupacional e o não uso de equipamentos de proteção
estiveram significativamente associados à soro
positividade ao VHB. Estes autores também
demonstraram que houve predomínio de lesão
percutânea e acidentes com agulhas (LOPES et al.,
2000). Já PINHEIRO e ZEITOUNE (2008)
observaram uma maior positividade para os
marcadores sorológicos da hepatite B com o aumento
do tempo de profissão, demonstrando que o risco de
exposição ao VHB é diretamente proporcional ao
tempo de trabalho em hemodiálise.
LUZ et al. (2001) também encontraram uma
prevalência global de 15% para a infecção pelo VHB,
em profissionais com atividade em hemodiálise por
mais de um ano. Os mesmos autores também
correlacionaram tal prevalência a acidentes de trabalho
com objetos perfurocortantes e história de múltiplos
parceiros sexuais.
Carneiro et al. (2003) ao realizar testes com
profissionais da saúde para HB, verificaram que esses
profissionais não se protegem de forma adequada
como uso de luvas, por exemplo, e que ferimentos nas
mãos, produzidos por fragmentos de vidro, durante
abertura de ampolas de medicamentos é o acidente
mais comum.
No entanto, Braga et al. (2004) e Oliveira et al. (2009),
relatam que apesar do uso de equipamentos de
segurança, também há uma frequência de acidentes
com material perfuro cortante. Já Paiva et al. (2005)
fez associações significantes com a positividade ao
VHB ao gênero, ao tempo de trabalho e ao uso
incompleto de equipamentos de proteção individual.
Para Paiva et al. (2005) os resultados de seu estudo
(Tabela 1) sugerem impacto positivo da vacinação.
Sanches et al. (2006) também relatou a eficiência da
imunização e utilização dos equipamentos de
segurança. Os mesmos autores demonstraram em seus
estudos que o acidente ocupacional mais frequente foi
o ferimento por agulha, mesmo assim devido às
4
Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014.
ISSN: 2238-1945
medidas de profilaxia durante os acidentes e as vacinas
não foram encontrados resultados positivo para a
hepatite B. Oliveira et al. (2009) também
demonstraram baixa prevalência (0,4%) para o VHB.
Ciorlia et al. (2007) e Silva et al. (2010) ao analisarem
a prevalência da HC observaram que os profissionais
da saúde apresentaram maior prevalência de VHC que
os profissionais administrativos e que os fatores de
maior risco foram: idade, tempo de serviço e acidentes
com objetos perfurocortantes. Silva et al. (2010),
também demonstrou que trabalhadores que possuem
menor conhecimento e qualificação profissional estão
mais sujeitos a sofrerem acidentes e que independente
da categoria profissional, assim como trabalhadores
com maior tempo de serviço que acabam se arriscando
mais, por adquirir uma autoconfiança na execução de
suas atividades, por vezes, negligenciando medidas de
precaução para proteção individual.
Contudo, para Paiva et al. (2008) há relação ao tipo
de atividade profissional exercida no ambiente
hospitalar, pois os índices de prevalência de
contaminação são maiores no pessoal do laboratório e
da enfermagem, e menores nos indivíduos que
trabalham no setor administrativo e nos de outras
atividades que não têm contato direto com os
pacientes. O mesmo autor sugere que campanhas de
prevenção a acidentes devem ser priorizadas.
Após a análise dos resultados, foi possível verificar
que independente da região acidentes de trabalhos
ocorrem entres esses profissionais e medidas de
controle tornam-se necessárias, como campanhas de
vacinação mais eficazes e uso correto dos
equipamentos de segurança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Os dados deste estudo demonstraram que há riscos
evidentes de infecção durantes as atividades dos
profissionais de saúde, principalmente, por ainda
persistir um grau significante de desconhecimento ou
banalização dos agravos causados pela contaminação
pelo VHB ou VHC, entre profissionais da saúde.
Verifica-se à necessidade da educação permanente
destes profissionais quanto à saúde do trabalhador,
abrangendo os riscos e prevenções de acidentes
ocupacionais, uso de equipamentos de proteção
individual e coletiva, importância da notificação
imediata e acompanhamento sorológico completo, bem
como o suprimento da estrutura das instituições em
termos de recursos humanos e materiais.
Assim sendo, justifica-se o reforço de campanhas de
esclarecimento dirigidas a esses profissionais, visando
conscientizá-los da necessidade da utilização
permanente dos equipamentos de proteção, e de fazer a
prevenção da hepatite B, através da vacinação.
REFERÊNCIAS
BRAGA, A., MARQUES, P., ANDRADE, J. et al,
Soroprevalência de infecção pelo vírus da hepatite B e
resposta de anticorpos anti-HBS à vacinação em cirurgiõesdentistas da grande Salvador-Bahia. Rev. Baiana Saúde
Pública; v.32, n.1, p.7-17, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Hepatite B. Brasília, DF.
2010.
Disponível
em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/visualizar_te
xto.cfm?idtxt=32990>. Acessado em 10 de março 2013.
BRASIL. Organização Mundial de Saúde. 2012. Disponível
em <http://www.who.int/countries/bra/es/>. Acessado em 08
de março 2013.
CARNEIRO, A.F. & DAHER, R.R. Soroprevalência do
vírus de hepatite B em anestesiologistas. Rev. Bras.
Anestesiol. [online], v.53, n.5, p. 672-679, 2003.
CHAVEZ, J.H, CAMPANA, S.G, HAAS, P. Panorama da
hepatite B no Brasil e no Estado de Santa Catarina. Rev
Panam Salud Publica [online]. v.14, n.2, p. 91-96, 2003.
CIORLIA, L.A.S & ZANETTA, D.M.T. Hepatite C em
profissionais da saúde: prevalência e associação com fatores
de risco. Rev. Saúde Pública [online], v.41, n.2, p. 229-235,
2007.
CLEMENS, S.A.C, CLEMENS, R., CASTILHO, MC. et al.
. Soro prevalência para hepatite A e hepatite B em quatro
centros no Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online].
v.33, n.1, p. 01-10, 2000.
FERREIRA, C.T & SILVEIRA, T.R. Hepatites virais:
aspectos da epidemiologia e da prevenção. Rev. Bras.
Eidemiol. [online], v.7, n.4, p. 473-487, 2004.
FONSECA, J.C. Histórico das Hepatites B e D. I Consenso
da Sociedade Brasileira de Infectologia para o Diagnóstico e
Manuseio da Hepatite B(e Delta). 2006, vol. Supplemente.
Disponível
em:
<
http://infectologia.org.br/anexos/SBI_I%20Consenso%20tra
tamento%20hepatite%20B%202005.pdf#page=10>.
Acessado em 10 de março 2013.
5
Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014.
ISSN: 2238-1945
International Committee on Taxonomy of Viruses.
Disponível
em:
<www.ictvonline.org/virusTaxonomy.asp?version=2012>.
Acessado em 22 de março 2013.
LOPES, C.LR, MARTINS, R.M.B, TELES, S.A, et al.,
Perfil soroepidemiológico da infecção pelo vírus da hepatite
B em profissionais das unidades de hemodiálise de GoiâniaGoiás, Brasil Central. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online],
v.34, n.6, p. 543-548, 2001.
LUZ, J.A, SOUZA, K.P, TELES, S.A., et al.,
Soroprevalência das infecções pelos vírus das hepatites B e
C em profissionais de hemodiálise do Tocantins. Rev. Patol.
Tropical 33.1 (2001).
MEDEIROS, M.T.G, et al. Prevalência e fatores associados
à hepatite C em pacientes de hemodiálise. Rev. Saúde
Pública [online]. 2004, vol.38, n.2, pp. 187-193.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102004000200006
SANCHES, G.B.S, HONER, M.R, PONTES, E.R.J.C et al.
Caracterização soroepidemiológica da infecção pelo vírus da
hepatite B em profissionais de saúde da atenção básica no
Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Ver. Panam.
Infectol v.10, n.2, p.17-22, 2006.
SILVA, T.R., ROCHA, S.A, AYRES, J.A.J, et al. Acidente
com material perfurocortante entre profissionais de
enfermagem de um hospital universitário. Rev. Gaúcha
Enferm.
v.31,
n.4,
p.615-622,
2010.
http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472010000400002
TOMAZIN, C.C.B & BENATTI, M.C.C. Acidente do
trabalho por material perfurocortante em trabalhadores de
enfermagem. Rev. Gaúcha de Enferm. v.22. n.2, p. 60-73,
2008.
VALLEZI, D.R.R, JUNIOR G.Z.D. Diagnóstico laboratorial
da Hepatite B. Rev. Uningá., vol.1, n. 08, p.69-76, 2011.
MIYAZAKI, M.C.O.S., DOMINGOS, Neide Aparecida
Micelli; VALÉRIO, Nelson Iguimar; SOUZA, A.M,
SILVA, R.C.M.A. Tratamento da hepatite C: sintomas
psicológicos e estratégias de enfrentamento. Rev. Bras.
Terapias Cognitivas, v. 1, n. 1, jun. 2005 .
NISHIDE V.M,M, BENATTI M.C.C, ALEXANDRE,
N.M.C. Ocorrência de acidente do trabalho em uma unidade
de terapia intensiva. Rev. Latino-am Enfermagem, v.12,
n.2, p.204-11, 2004.
OLIVEIRA, C.M.A, NUNES, M.R.T, NUNES, H.M,
SOARES, M.C.P. Prevalência de marcadores sorológicos do
vírus da hepatite B em profissionais de saúde de um
laboratório de pesquisa na Amazônia oriental, Estado do
Pará, Brasil, 2007 a 2009. Epidemiol. Serv. Saúde [online].
v.21, n.4, p. 609-616, 2012.
PAIVA, E.M.M. Soroprevalência da infecção pelo vírus da
hepatite B e avaliação da imunidade vacinal em cirurgiõesdentistas de Goiânia-GO. 2008. 140 f . Tese (Doutorado em
Ciências da Saúde)-Convênio Rede Centro-Oeste,
UnB/UFG/UFMS, Goiânia, 2008.
PAIVA, E.M.M, TIPLLE, A.F.V, SILVA, E.P.,
CARDOSO, D.D.P.Marcadores sorológicos e fatores de
risco relacionados ao vírus da hepatite B em dentistas da
região Centro Oeste do Brasil. Braz. J. Microbiol. [online].
v.39, n.2, p. 251-256, 2005.
PINHEIRO, J. & ZEITOUNE R.C.G. Hepatite B:
Conhecimento e medidas de biossegurança e a saúde do
trabalhador de enfermagem. Esc. Anna Nery Ver. Enferm,
v. 12, n. 2, p. 258-64, 2008.
6
Belo Horizonte, MG, v.04, n.08, Dez. de 2014.
Download