Cirurgia de Bypass às Artérias Coronárias Morfologia do coração • O coração é o órgão responsável pela circulação do sangue; • É constituído por três tipos de tecidos: o pericárdio (membrana mais externa), o miocárdio (tecido muscular intermédio) e o endocárdio (membrana mais interna). Morfologia do coração • • • O coração esta dividido em 4 cavidades: 2 aurículas e 2 ventrículos. O sangue chega a este órgão e sai dele através de vasos sanguíneos denominados veias e artérias, respectivamente. Na sua metade direita circula sangue venoso (com alto teor em CO2), enquanto que na metade esquerda circula sangue arterial (com alto teor em O2). Morfologia do coração • O sangue passa duas vezes pelo coração, efectuando duas circulações: a pulmonar e sistémica. • São as válvulas auriculoventriculares, pulmonar e aórtica que impedem o refluxo do sangue. O coração, como todos os orgão, também necessita de oxigénio para trabalhar. Como obtém o coração esse O2? • Uma percentagem muito reduzida de O2 que chega ao coração no sangue arterial passa para os seus tecidos; • Mas a grande maioria do O2 utilizado pelo coração é lhe fornecido pelas artérias coronárias, ramificações da artéria aorta, que envolvem o músculo cardiaco. • O coração recebe assim entre cerca de 5% e 10% do O2 transportado pelo sangue. O que acontece se este sistema de irrigação do coração falhar? Doenças • Angina de peito • Aterosclerose • Arteriosclerose • Enfarte do miocárdio Factores de risco • Idade - Predominante na faixa de 50 a 70 anos. • Sexo - Predominante no sexo masculino. • Obesidade e diabetes - Aumento de placas gordurosas nas artérias. • Hiperlipidemia - Altos níveis de gorduras circulantes no sangue. • Tabagismo - Os indivíduos que fumam têm um risco nove vezes maior de desenvolver a arteriosclerose que a população não fumante. • Hipertensão - A hipertensão arterial provoca alterações na superfície interna das artérias. • Sedentarismo - A actividade física reduz os níveis de colesterol e favorece a circulação. • História familiar - Herança genética. Prevenção • Não fume. • Evite o excesso de gordura saturada e de colesterol na alimentação. • Controle a sua tensão arterial. • Procure levar uma vida calma e tranquila. • Pratique alguma actividade física adequada à sua idade. • Controle o nível de açúcar no sangue. • Controle o seu peso corporal. • Consulte o seu médico se algum dos seus pais tem problemas do coração. Angioplastia 1- Localização da obstrução. 2- Insuflação do balão e montagem da tela de aço 3- Esvaziamento do balão 4- Retirada do fio e do tubo Não pode ser usada em: • pessoas com mais de 80 anos; • pacientes que sofrem de doenças hemorrágicas; • quem fez a cirurgia nos últimos 6 meses; • quem sofreu derrame cerebral nos últimos dois anos. O que se faz quando a angioplastia não é suficiente para garantir o normal funcionamento do coração? Técnica convencional de cirurgia bypass Estatística • Cerca de 800.000 pessoas são submetidas ao método convencional de bypass em todo o mundo; • De entre os doentes submetidos a este tipo de cirurgia: • 72% dos casos são bem sucedidos; • 10% têm alta após pelo menos duas semanas de internamento pósoperatório; • 4% têm de ficar aos cuidados de pessoal hospitalar; • 4% morrem no hospital; Técnica convencional de cirurgia bypass • Esta técnica consiste em: • 1 – Abertura do esterno; • 2 – O doente é ligado à máquina “coração-pulmão” (HLM); • 3 – É feita uma incisão numa zona subsequente à do bloqueamento e numa zona inicial da artéria aorta; • 4 – É feita uma “ponte” (bypass) entre a incisão da aorta e a incisão da coronária, utilizando uma porção da veia safena (perna) ou da artéria mamária interna extraída anteriormente; • 5 – Suturar o doente; 1 - Abertura do esterno • • É feita uma incisão em todo o comprimento caixa torácica, na zona mediana; São utilizados extensores para manter a cavidade aberta; 2 - Ligação à máquina coração-pulmão • • • • • • Ligam-se a secções do coração às várias componentes da máquina: Aurícula direita – (directa); 1 – Artéria aorta; 2 – Ventrículo direito; 3 – Sucção; 4 e 5 – Artérias coronárias; John Gibbon 29 Set 1903 - 5 Fev 1973 2 - Ligação à máquina coração-pulmão Funcionamento: 3 - Incisão da aorta e da artéria coronária Incisão na aorta: • 10 a 12 mm; Incisão na coronária: • 5 a 7 mm; BYPASS Octopus • A sua concepção teve origem numa tentativa de operar sem utilizar a HLM. Para tal, era necessário que um assistente exercesse pressão sobre uma pequena área do coração com uma pinça. Octopus • O Octopus é um mecanismo rígido que substitui o assistente. Octopus Octopus • Este mecanismo adere ao coração através de ventosas, utilizando o seu poder de sucção para imobilizar a zona coração pretendida. Ventosas Octopus • Segundo estudos, os doentes sujeitos a este método cirúrgico: - tiveram menos complicações durante a cirurgia; - tiveram menos necessidades de tranfusões de sangue; - estiveram menos tempo ligados ao ventilador; - saíram do hospital e voltaram à sua vida normal mais cedo. Octopus • Para além de tudo isto, permite também: - tornar o bypass disponível até para países de terceiro mundo, com poucos recursos tecnológicos; - diminuir os custos deste tipo de intervenção cirúrgica, quer para os doentes, quer para os hospitais. • Este método soluciona o problema da utilização da HLM. • Contudo, o problema de ter que abrir o esterno, mantém-se. Endoscopia Cardíaca • Intervenção cirúrgica em que apenas são necessárias três pequenas incisões: -uma para um tubo rígido com uma mini-câmara instalada na extremidade (endoscópio); - duas para a instrumentação cirúrgica Endoscopia Cardíaca • Contudo, os cirurgiões, devido às limitações do equipamento e ao pouco espaço de manobra, alteraram a técnica, passando a fazer incisões maiores (6 a 9 cm) Endoscopia Cardíaca • Só com endoscopia robotizada, em que os instrumentos são controlados remotamente pelo cirurgião,esta hipótese foi viável. Endoscopia Cardíaca • Em Setembro de 1999, o investigador Douglas Boyd, realizou a primeira cirurgia de bypass da coronária com a caixa torácica fechada e com o coração activo, utilizando o sistema cirúrgico Zeus. Apesar da investigação cirúrgica ter feito grandes progressos, continua a perseguir o seu objectivo último: Conceber um método que permita realizar intervenções com um mínimo de invasão para o doente.