E-books PCNA Vol. 1 QUÍMICA ELEMENTAR CAPÍTULO 1 – ATOMÍSTICA 1 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 SUMÁRIO Apresentação --------------------------------------------- 3 Capítulo 1 -------------------------------------------------- 4 1. Estudo do átomo-------------------------------------- 4 1.1. Modelo atômico de Dalton ------------------------- 4 1.2. Modelo atômico de Thomson --------------------- 5 1.3. Modelo atômico de Rutherford ------------------- 6 1.4. Modelo atômico de Bohr--------------------------- 7 1.5. Modelo de Orbitais Atômicos (modelo atual) --- 9 1.5.1. Estados energéticos dos elétrons (números quânticos) -------------------------------------------------- 17 1.5.1.1. Níveis energéticos (número quântico 𝐧) ----18 1.5.1.2. Subníveis energéticos (número quântico l) 19 1.5.1.3. Orbitais (número quântico magnético m ou ml) ---------------------------------------------------------- 20 1.5.1.4. Spin (número quântico de spin ms ou s) -- 22 1.5.2. Identificação dos elétrons --------------------- 25 2. Distribuição Eletrônica ---------------------------27 2.1. Distribuição eletrônica nos átomos neutros ----27 Página | 1 2 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 2.2. Distribuição eletrônica nos íons ---------------- 30 3.Tabela Periódica ------------------------------------ 32 3.1. Classificação dos elementos segundo suas configurações eletrônicas -------------------------------- 33 3.2. Características da Tabela Periódica ----------- 33 3.3. Propriedades Aperiódicas e Periódicas -------- 34 3.3.1. Propriedades Aperiódicas --------------------- 34 3.4. Classificação dos elementos segundo suas propriedades ---------------------------------------------- 40 3.4.1. Metais -------------------------------------------- 40 3.4.3. Gases Nobres ------------------------------------ 41 3.4.4. Hidrogênio --------------------------------------- 41 EXERCÍCIOS PROPOSTOS ------------------------- 42 GABARITO ---------------------------------------------- 48 Página | 2 3 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Apresentação Ao chegar à UFPA, você tem a possibilidade de cursar gratuitamente cursos de nivelamento em Ciências Básicas (Física, Química e Matemática). Assistindo às aulas no próprio ambiente em que cursará sua graduação, isso auxiliará você a adquirir o conhecimento necessário para enfrentar melhor o programa curricular do seu curso. Então seja Bem-vindo ao Curso de Nivelamento em Química Elementar do PCNA. Este é o primeiro de uma série de o i t o E-books que vão lhe acompanhar durante o curso, o professor utilizará este material como apoio às suas aulas e é fundamental que você o leia e acompanhe as atividades propostas. A série “E-books PCNA-Química” foi desenvolvida com o propósito de apresentar o conteúdo do curso de Química Elementar. Neste fascículo você irá encontrar o conteúdo de Atomística. É bom lembrar que não se pode aprender Química sem alguns pré-requisitos, que muitas vezes não valorizamos por acharmos simples e descomplicados, todavia, atenção e compreensão se fazem necessária. Página | 3 4 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Capítulo 1 1. Estudo do átomo Ao longo do tempo, várias teorias foram elaboradas com o propósito de entender a unidade fundamental da matéria: o átomo. Neste capítulo, vamos navegar no mundo dos modelos atômicos até chegarmos ao atual, conhecido como Modelo dos Orbitais Atômicos. 1.1. Modelo atômico de Dalton John Dalton (1808) definiu o átomo como sendo maciço, de forma esférica, indivisível e indestrutível. Dessa forma, seu modelo atômico ficou mais conhecido como o modelo atômico de bola de bilhar. A contribuição de Dalton foi fundamental para a compreensão da Lei de conservação da massa de Lavoisier, o qual afirmou que “na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. Ao afirmar que o átomo é indestrutível, Dalton ratificou a proposição de Lavoisier. Página | 4 5 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.1 – Representação do átomo de Dalton 1.2. Modelo atômico de Thomson Joseph John Thomson (1897) realizou experimentos que possibilitaram a descoberta do próton e do elétron. Segundo ele, como a tendência da matéria é ficar neutra, o número de cargas positivas teria que ser igual ao número de cargas negativas. Assim, definiu o átomo como uma esfera carregada positivamente onde os elétrons ficam incrustados nesta. Por conta disso seu modelo atômico ficou conhecido como “Pudim de Ameixas”, onde os elétrons eram representados pelas ameixas e a massa do pudim era a parte positiva. Página | 5 6 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.2 – Representação do átomo de Thomson 1.3. Modelo atômico de Rutherford Ernest Rutherford (1911) realizou um experimento muito importante para o estudo do átomo. Rutherford bombardeou uma lâmina de ouro com um feixe de partículas alfa e, com base nas suas observações, formulou a sua teoria para o átomo: é constituído em sua maior parte por espaço vazio, a massa se concentra no centro (núcleo) com partículas de carga positiva e as partículas de carga negativa giram ao redor do núcleo em alta velocidade numa região denominada de eletrosfera. Por conta disso, sua teoria ficou conhecida como modelo planetário. A falha desse modelo é mostrada pela teoria do eletromagnetismo, que aponta que toda partícula com carga elétrica submetida a uma aceleração origina a emissão de uma onda eletromagnética. Dessa forma, o novo átomo proposto estaria violando as leis eletromagnéticas conhecidas na época, uma vez que os elétrons estariam perdendo energia a cada emissão e descreveriam órbitas cada vez menores, até o momento em que acabariam colidindo com o núcleo. Página | 6 7 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.3 – Representação do átomo de Rutherford 1.4. Modelo atômico de Bohr O modelo de Bohr representa os níveis de energia. É comparado às orbitas dos planetas do Sistema Solar, onde cada elétron possui a sua própria órbita e com quantidades de energia já determinadas. Baseado na teoria quântica proposta por Planck, Bohr elaborou os seguintes postulados: I- Os elétrons descrevem ao redor do núcleo órbitas circulares chamadas de camadas eletrônicas, com energia constante e determinada. Cada órbita permitida para os elétrons possui energia diferente. II- Os elétrons ao se movimentarem numa camada não absorvem nem emitem energia espontaneamente. III- Ao receber energia, o elétron pode saltar para outra órbita mais energética. Dessa forma, o átomo fica instável, pois o elétron tende a voltar à sua orbita original. Quando o átomo volta à sua órbita original, ele devolve a Página | 7 8 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 energia que foi recebida em forma de luz. A energia absorvida ou emitida por um átomo é equivalente ao número inteiro de um quanta. Cada quanta tem energia igual a ℎ. 𝑓, em que 𝑓 é a frequência da radiação e ℎ é a constante de Planck. Portanto, a variação de energia produzida num átomo será igual à energia emitida ou recebida. Essa variação de energia é dada por: 𝐸𝑒 − 𝐸𝑖 = ℎ. 𝑓 Em que: 𝐸𝑒: energia da órbita mais externa (de maior energia); 𝐸𝑖: energia da órbita mais interna (de menor energia). Figura 1.4 – Representação do átomo de Bohr Página | 8 9 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 1.5. Modelo de Orbitais Atômicos (modelo atual) O elétron se comporta ora como partícula, ora como onda, dependendo do tipo de experiência. Devemos assim, entender o elétron como um elemento físico que tem comportamento dual – uma onda-partícula. De fato o físico francês De Broglie já havia lançado a seguinte hipótese: “A todo elétron em movimento está associada uma onda característica”, que ficou conhecida como princípio da dualidade de De Broglie. Outra consideração importante é que não se pode medir com boa precisão a velocidade ou posição de corpos muito pequenos, pois os próprios instrumentos de medição alterariam essas determinações. Este é o caso do elétron. Sendo assim, Werner Heisenberg afirmou que “quanto maior for a precisão na medida da posição de um elétron, menor será a precisão na medida de sua velocidade e vice-versa”, e enunciou o seguinte princípio: “Não é possível calcular a posição e a velocidade de um elétron num mesmo instante”, que ficou conhecido como princípio da incerteza de Heisenberg. Com a dificuldade de prever a posição exata de um elétron, o cientista Erwin Schrödinger foi levado a calcular a região onde haveria maior probabilidade de encontra-lo. Essa região do espaço foi denominada de orbital. Orbital é a região do espaço ao redor do núcleo onde é máxima a probabilidade de encontrar um determinado elétron. Página | 9 10 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Esse modelo matemático usa a ondulatória para o cálculo de energia dos elétrons e é denominado de Equação de Schrödinger. Ela é representada da seguinte maneira: ℎ2 𝜕 2𝜓 𝜕 2𝜓 𝜕 2𝜓 𝐸𝜓 = − 2 ( 2 + 2 + 2 ) + 𝑉(𝑥, 𝑦, 𝑧) 8𝜋 𝑚 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 A letra “E” é a energia, “ψ” (a letra grega psi) representa a função de onda para o elétron, “h” é a constante de Planck, “m” é a massa, V(x, y, z) responde pela energia potencial (a qual geralmente é uma função da posição). Assim a equação expressa a energia total como a soma da energia cinética – termo entre parênteses da equação - e da energia potencial, representando, desta maneira, a energia mecânica. Claro que nossos estudos não usarão está fórmula passo a passo, mas devemos pensar que cada forma de orbital e quantidade de energia do átomo provem desta fórmula. Voltemos ao orbital através de uma analogia. Imagine que colocássemos uma máquina fotográfica próximo a uma colmeia e tirássemos muitas fotografias, a intervalos de tempos regulares. Veríamos um amontoado de pontinho, e cada um deles representaria a posição de uma abelha no momento em que a foto foi tirada. Não faz o menor sentido tentar descobrir qual é a trajetória seguida por uma abelha, muito menos tentar prever sua trajetória futura. Entretanto podemos dizer que há uma grande probabilidade de se encontrar as abelhas muito próximas à colmeia. Página | 10 11 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.5 – Abelhas próximas a uma colmeia. Modernamente é possível programar computadores utilizando a equação de Schrödinger para que eles façam uma simulação do resultado que seria obtido caso conseguíssemos tirar muitas fotos dos elétrons em um átomo. Para exemplificar, considere um átomo de neônio. Vamos simbolizar os elétrons, dois a dois, por cores diferentes: Página | 11 12 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Resultado fornecido pela simulação por computador de muitas fotografias tiradas dos elétrons do subnível 1s. Figura 1.6 – Elétrons do subnível 1s Como você pode perceber, confirma-se o que foi dito: não dá para falar em trajetória dos elétrons. Eles parecem mover-se de modo desordenado, e o único padrão lógico de movimentação é que eles, na maior parte do tempo, se concentram em uma região esférica. Suponha que, de cada cem pontos que aparecem no desenho, noventa estejam localizados dentro de uma esfera imaginada por nós. A probabilidade de encontrar os dois elétrons 1s dentro dessa esfera é de noventa em cem, ou seja, 90%. Vamos chamar a região interna a essa esfera de orbital 1s. Página | 12 13 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Da mesma maneira se analisarmos as “fotos” dos elétrons 2s, chegaremos a uma conclusão análoga, sendo o orbital 2s uma esfera um pouco maior. Figura 1.7 – Orbitais 1s e 2s, respectivamente. Veja agora as “fotografias” dos elétrons do subnível 2p: Figura 1.8 – Elétrons do subnível 2p no eixo x. Página | 13 14 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.9 – Elétrons do subnível 2p no eixo y. Figura 1.0 – Elétrons do subnível 2p no eixo z. Como você pode perceber, esses elétrons, dois a dois, apresentam comportamento semelhante. Nesse caso, os orbitais, chamados de orbitais 2p, têm o formato semelhante a dois ovos (formato duplo ovoide). Cada um deles está orientado ao longo de um dos eixos x, y e z. Esses três orbitais Página | 14 15 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 juntos compõem o subnível 2p, em que, ao todo, há 6 elétrons. Figura 1.11 – Orbital 2p. Assim o conceito matemático de orbital criado pelos cientistas, ajuda a organizar o estudo dos elétrons, o que é fácil perceber pelo seguinte esquema: Figura 1.12 – Orbitais 1s, 2s e 2p. Página | 15 16 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Pelo que vemos, cada orbital pode conter, no máximo, 2 elétrons. Por quê? Segundo o conceito da física, “quando uma carga elétrica gira ao redor de si mesma, ela se comporta como um ímã”. Admite-se que os elétrons (cargas elétricas negativas) giram ao redor do seu próprio eixo, comportando como pequenos ímãs cujos polos de sinais opostos se atraem, atenuando a repulsão entre as cargas de mesmo sinal. Assim, existem no máximo 2 elétrons em um orbital, não mais do que isso. Já sabemos, então que os elétrons presentes na eletrosfera de um átomo encontram-se em níveis de energia formados por subníveis, e estes, por sua vez, formados por orbitais. Cada orbital pode conter no máximo 2 elétrons. Para simplificar, os químicos representam um orbital por quadrado (ou círculo) e os elétrons por flechas, orientadas para cima ou para baixo, representando os dois diferentes sentidos de rotação. Figura 1.13 – Duas representações para um orbital contendo 2 elétrons. Assim, foi criado um conjunto de números, chamados números quânticos, para representar os níveis, subníveis, orbitais e sentidos de rotação. Página | 16 17 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Trata-se de um código matemático que associa valores numéricos às diferentes características de um elétron e são apresentados nos itens a seguir. 1.5.1. Estados energéticos dos elétrons (números quânticos) Por meio de cálculos matemáticos, chegou-se à conclusão que os elétrons se dispõem ao redor do núcleo atômico, na ordem de níveis com menos energia para os com mais energia, assim, se o átomo não receber energia externa, seus elétrons ficarão num estado de mínima energia possível, denominado estado fundamental. Veja como é disposto os níveis de energia dos elétrons: Figura 1.14 – Disposição dos níveis d energia dos elétrons Página | 17 18 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 1.5.1.1. Níveis energéticos (número quântico 𝐧) São as sete “escadas” que aparecem no diagrama anterior. E correspondem as camadas (K, L, M, N, O, P, Q, etc). Em cada camada, os elétrons possuem uma quantidade fixa de energia e por esse motivo, as camadas também são denominadas de estados estacionários ou níveis de energia. Além disso, cada camada comporta um número máximo de elétrons calculado pela equação de Rydberg: X = 2 . n2 X → é o número máximo de elétrons em um determinado nível; n → é o número do nível. Porém até hoje só foi possível identificar elementos com as seguintes quantidades de elétrons nas respectivas camadas: Página | 18 19 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.15 – Quantidade de elétrons por camada eletrônica. Atualmente, esses níveis são identificados pelo chamado número quântico principal (n), que é um número inteiro e varia de 1 até infinito. 1.5.1.2. Subníveis energéticos (número quântico l) São os “degraus” de cada escada existente no diagrama de energia. De cada degrau para o seguinte há, também, aumento no conteúdo de energia dos elétrons. Esses subníveis são identificados pelo chamado número quântico secundário ou azimutal ( l ), que assume os valores de 0 até (n-1). Teoricamente, um átomo pode apresentar infinitos subníveis, mas apenas 4 são conhecidos, designados pelas letras s, p, d, f, cujo valor de l para cada orbital é 0, 1, 2 e 3, respectivamente. Para saber o número máximo de elétrons no subnível, deve-se usar a expressão 2(2l + 1). Página | 19 20 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Tabela 01 – Quantidade de elétrons máxima por subnível. Subnível l 2(2l +1) s p d f 0 1 2 3 2(2×0 + 1) 2(2×1 + 1) 2(2×2 + 1) 2(2×3 + 1) Nº máx de elétrons 2 6 10 14 1.5.1.3. Orbitais (número quântico magnético m ou ml) Completando o modelo atual da eletrosfera, devemos acrescentar que cada subnível comporta um número diferente de orbitais, de acordo com o diagrama energético mais completo a seguir: Figura 1.16 – Diagrama energético da quantidade de orbitais por subnível Página | 20 21 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Nesse diagrama, cada orbital é representado simbolicamente por um quadradinho. Note que os subníveis (“degraus”) s, p, d, f, contêm sucessivamente 1, 3, 5, 7 (sequência de números ímpares) orbitais. Os orbitais são identificados pelo número quântico magnético (m ou ml). O orbital central é zero e os números são sempre inteiros variando de –l a +l. Segue um exemplo a seguir para um número quântico l =3. Figura 1.17 – Valores de ml para l = 3. Outra informação importante é que o quadrado do número quântico principal é igual ao número total de orbitais neste nível: n2 = nº total de orbitais A tabela a seguir pode ilustrar melhor a quantidade total de orbitais, afirmando a fórmula que relaciona o número quântico principal e esta quantidade. Página | 21 22 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Tabela 02 – Relação entre os valores de n, l e ml. Valor de n 1 2 3 4 Valores para l (designação por letra) 0 (s) 0 (s) 1 (p) 0 (s) 1 (p) 2 (d) 0 (s) 1 (p) 2 (d) 3 (f) Valores para ml 0 0 -1, 0, 1 0 -1, 0, 1 -2, -1, 0, 1, 2 0 -1, 0, 1 -2, -1, 0, 1, 2 -3,-2, -1, 0, 1, 2, 3 Número de orbitais 1 1 3 1 3 5 1 3 5 7 1.5.1.4. Spin (número quântico de spin ms ou s) Por fim, cálculos matemáticos provaram que um orbital comporta no máximo dois elétrons. No entanto, surge uma dúvida: se os elétrons são negativos, por que não se repelem e se afastam? A explicação é a seguinte: os elétrons podem girar no mesmo sentido ou em sentidos opostos, criando campos magnéticos que os repelem ou os atraem. Essa rotação é conhecida como spin (do inglês spin, girar): Página | 22 23 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.18 – Elétrons girando no mesmo sentido causando repulsão Figura 1.19 – Elétrons girando em sentidos opostos causando atração Página | 23 24 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Daí a afirmação conhecida como princípio da exclusão de Pauli: “Um orbital comporta no máximo dois elétrons, com spins contrários”. Desse modo, a atração magnética entre os dois elétrons contrabalança a repulsão elétrica entre eles. O spin é identificado pelo chamado número quântico de spin (ms ou s), cujos valores são (− 1⁄2) e (+ 1⁄2). Normalmente, a representação dos elétrons nos orbitais é feita por meio de uma seta: Está é a representação, por convenção, de um elétron com spin negativo s = − 1⁄2 Está é a representação, por convenção, de um elétron com spin positivo s = + 1⁄2 Assim, de acordo com o Princípio da Exclusão de Pauli, teremos, pela lógica, o seguinte número de orbitais por subnível: Tabela 03 – Número de orbitais por subnível Subnível Número Número de máximo de orbitais e s 2 elétrons 1 orbital p 6 elétrons 3 orbitais Página | 24 25 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 d f 10 elétrons 14 elétrons 5 orbitais 7 orbitais 1.5.2. Identificação dos elétrons Por analogia, podemos dizer que um elétron é localizado por seus quatro números quânticos, da mesma maneira que uma pessoa é localizada por seu endereço — nome da rua, número do prédio, andar e número do apartamento. Assim, dizemos que: “Num átomo, não existem dois elétrons com os quatros números quânticos iguais”. Ex1) Os dois elétrons do elemento hélio têm os seguintes números quânticos: 1º 2º 1º elétron: n=1, l=0, m=0, s=-1/2 2º elétron: n=1, l=0, m=0, s=+1/2 K (n = 1) Orbital s No preenchimento dos orbitais, outra regra importante é a chamada Regra de Hund ou da máxima multiplicidade, que diz: Página | 25 26 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 “Em um mesmo subnível, de início, todos os orbitais devem receber seu primeiro elétron, e só depois cada orbital irá receber seu segundo elétron”. Assim, a ordem de entrada dos seis elétrons num orbital do tipo p será: Figura 1.18 – Distribuição dos 6 elétrons num orbital do tipo p OBS: Por fim, é importante não confundir: • elétron mais afastado do núcleo (ou elétron de valência) é aquele com maior valor do número quântico principal (n); • elétron mais energético é aquele situado no nível (n) ou subnível (l) de maior energia, o que é dado pela soma: (n+l) Por exemplo, na distribuição eletrônica do átomo de escândio (Z = 21), temos em destaque o elétron mais energético e o elétron mais afastado: Página | 26 27 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.19 – Distribuição eletrônica do átomo de escândio. 2. Distribuição Eletrônica 2.1. Distribuição eletrônica nos átomos neutros A distribuição dos elétrons em um átomo neutro pode ser feita pelo diagrama dos níveis energéticos, que vimos anteriormente, ou seja, o elétron irá ocupar primeiro o nível e o subnível de menor energia disponível. No entanto, o cientista Linus Pauling imaginou um diagrama que simplifica essa tarefa e que passou a ser conhecido como diagrama de Pauling: Página | 27 28 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.20 – Diagrama de Linus Pauling. Consideremos, como exemplo, a distribuição dos 26 elétrons de um átomo de ferro (Z = 26). Aplicando o diagrama de Pauling, temos: Página | 28 29 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.21 – Distribuição eletrônica do átomo de ferro. O que foi feito? Apenas o seguinte: percorremos as diagonais, no sentido indicado, colocando o número máximo de elétrons permitido em cada subnível, até inteirar os 26 elétrons que o ferro possui. De fato, veja que, no último orbital atingido (3d), nós colocamos apenas seis elétrons, com os quais completamos a soma 26 elétrons, e não 10 elétrons, que é o máximo que um subnível d pode comportar. Essa é a distribuição dos elétrons num átomo de ferro considerado em seu estado normal ou estado fundamental. Para indicar, de modo abreviado, essa distribuição eletrônica, escrevemos: Página | 29 30 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑6 Reparem que escrevemos os subníveis 1s, 2s, 2p ... em ordem crescente de energia e colocamos um “expoente” para indicar o número total de elétrons existente em cada subnível considerado. Evidentemente, a soma dos “expoentes” é igual a 26, que é o número total de elétrons do átomo de ferro. Veja também que, somando os “expoentes” em cada linha horizontal, obtemos o número total de elétrons existentes em cada camada ou nível eletrônico do ferro. 2.2. Distribuição eletrônica nos íons A distribuição eletrônica nos íons é semelhante à dos átomos neutros. No entanto, é importante salientar que os elétrons que o átomo irá ganhar ou perder (para se transformar num íon) serão recebidos ou retirados da última camada eletrônica, e não do subnível mais energético. Ex1) O átomo de ferro (número atômico = 26) tem a seguinte distribuição eletrônica: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑 6 Camada mais externa Subnível mais energético Página | 30 31 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Quando o átomo de ferro perde 2 elétrons e se transforma no íon Fe²+, este terá a seguinte distribuição eletrônica: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑6 Evidentemente, se o átomo de ferro perder 3 elétrons e se transformar no íon Fe³+, este terá a seguinte distribuição eletrônica: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑5 Ex2) O enxofre (número atômico = 16) tem a seguinte distribuição eletrônica: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝4 Subnível mais energético Camada mais externa Quando o átomo de enxofre ganha 2 elétrons e se transforma no íon S²-, este terá a seguinte distribuição eletrônica: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 Exceções importantes: Nos átomos que terminam com a configuração eletrônica de ns² (n − 1)d9 (Família 11), Página | 31 32 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 o elétron salta do subnível mais externo (subnível s) para o mais interno (subnível d). Isso acontece, pois, o átomo adquire mais estabilidade (menos energia acumulada) quando os orbitais internos estão semipreenchidos ou totalmente preenchidos. Alguns exemplos são Cobre (Cu), Prata (Ag), Ouro (Au) e Cromo (Cr) - este último é da família 6. Tente fazer a distribuição deles e note que orbital d deve conter 5 ou 10 elétrons ao retirarmos 1 elétron do orbital s. 29Cu: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑9 → 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠1 3𝑑10 24Cr: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑4 → 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠1 3𝑑 5 3.Tabela Periódica A periodicidade ocorre quando um determinado evento se repete regularmente, em função de um certo parâmetro. Sendo assim, as posições dos elementos na tabela periódica são organizadas em ordem crescente de número atômico (tratando apenas de átomos neutros, podemos considerar que o número atômico é igual ao número de elétrons, sendo assim úteis para fazer a distribuição eletrônica). Página | 32 33 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 3.1. Classificação dos elementos segundo suas configurações eletrônicas Elemento Representativo – Possui seu elétron mais energético num subnível s ou p. Elemento de Transição Externa - Possui seu elétron mais energético num subnível d. Elemento de Transição Interna - Possui seu elétron mais energético num subnível f. 3.2. Características da Tabela Periódica a) Período – O número do período é igual ao número de níveis de energia ou camadas eletrônicas que o átomo possui. b) Família – Segue regras diferentes para a classificação. Mas é importante ressaltar que, dependendo do caso, ela pode ser usada para prever o número de elétrons na camada de valência e subnível mais energético. Veja: • Famílias 1 e 2 – o número da família é igual ao número de elétrons que o elemento possui na sua camada de valência. Ex: Família 2, 2 elétrons na camada de valência 12Mg = 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 • Família 13 até 18 – elementos com o elétron mas energético no subnível p. Para descobrir a quantidade de elétrons na última camada, basta subtrair 10 do número da família. Página | 33 34 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Ex: Família 16 → 16 − 10 = 6 → 6 elétrons na camada de valência. 8O = 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝4 Família 3 até 12 – elementos de transição, excluindo os de transição interna da família 3. Nestas famílias, a soma do subnível mais energético com os elétrons da camada de valência (que será sempre s², ou seja, 2 elétrons) resultará no número da família. Ex: Família 12 → 2 + 10 = 12 → 2 elétrons no subnível s e mais 10 no subnível d. 30Zn = 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 3.3. Propriedades Aperiódicas e Periódicas 3.3.1. Propriedades Aperiódicas Certas propriedades são aperiódicas, ou seja, se forem colocadas em um gráfico em função do número atômico dos elementos, o resultado será uma curva sempre ascendente ou descendente. Ex.: massa Atômica e calor específico. Página | 34 35 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.22 – Gráfico da massa atômica x número atômico Figura 1.23 – Gráfico do calor específico x número atômico Página | 35 36 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 3.3.2. Propriedades Periódicas a) Raio Atômico É a propriedade que se relaciona com o tamanho do átomo e, para comparar esta medida, é preciso levar em conta dois fatores: • Quanto maior o número de níveis, maior será o tamanho do átomo. • O átomo que apresenta menor número atômico e mesmo número de camadas, terá um raio atômico maior, pois a atração entre prótons e elétrons será menor. Figura 1.24 – Sentido de crescimento do raio atômico na tabela periódica Página | 36 37 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 a) Energia de Ionização: Energia necessária para retirar 1 elétron de 1 átomo (ou íon) isolado (no estado gasoso). • • • Quanto maior o tamanho do átomo, menor será a energia de ionização. Em uma mesma família esta energia aumenta de baixo para cima; Em um mesmo período a Energia de Ionização aumenta da esquerda para a direita. Figura 1.25 – Sentido de crescimento da energia de ionização na tabela periódica b) Afinidade eletrônica É a quantidade de energia liberada quando um átomo neutro e no estado gasoso (isolado) captura um elétron. Equacionando para um átomo X genérico: Página | 37 38 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 𝑋(𝑔) + 𝑒 − → 𝑋1− + 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 • Em uma família ou período, quanto menor o raio, maior a afinidade eletrônica. Porém não são conhecidos com precisão para todos os elementos. Figura 1.29 – Sentido de crescimento da afinidade eletrônica na tabela periódica c) Eletronegatividade É a capacidade que um átomo possui de atrair elétrons para perto de si, em comparação a outro átomo. • Na tabela periódica a eletronegatividade aumenta de baixo para cima e da esquerda para a direita. Página | 38 39 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 • Essa propriedade se relaciona com o raio atômico, sendo que, quanto menor o tamanho de um átomo maior será a força de atração sobre os elétrons. Figura 1.30 – Sentido de crescimento da eletronegatividade na tabela periódica d) Eletropositividade ou caráter metálico É a capacidade que um átomo possui de doar elétrons, em comparação a outro átomo. Esta propriedade é inversa da eletronegatividade. Página | 39 40 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 Figura 1.31 – Sentido de crescimento da eletropositividade na tabela periódica 3.4. Classificação dos elementos segundo suas propriedades 3.4.1. Metais • • • • • • • Eletropositivos (formam cátions) Bons condutores de calor; Bons condutores de eletricidade; Maleáveis (podem ser transformados em lâminas); Dúcteis (sofrem grandes deformações antes de romperem); Portadores de brilho metálico característico; Sólidos a 25ºC e 1atm (exceção do mercúrio). Página | 40 41 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 3.4.2. Ametais • • • • Eletronegativos (formam ânions); Não são bons condutores de eletricidade e calor; Podem ser usados como isolantes; Não possuem brilho como os metais. 3.4.3. Gases Nobres São 6 elementos cuja a característica principal é a inércia química. São muito estáveis na forma de átomos e não possuem nenhuma tendência a formar íons espontaneamente. 3.4.4. Hidrogênio Elemento único e será sempre estudado a parte. Página | 41 42 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 EXERCÍCIOS PROPOSTOS Aqui estão questões relacionadas ao capítulo estudado. É importante o esforço para resolver todas as questões. Em caso de dúvidas os monitores do programa estão prontos para lhe ajudar. Bons estudos! 1) (UFJF-MG) Associe as afirmações a seus respectivos responsáveis: I- O átomo não é indivisível e a matéria possui propriedades elétricas (1897). II- O átomo é uma esfera maciça (1808). III- O átomo é formado por duas regiões denominadas núcleo e eletrosfera (1911). a) I - Dalton, II - Rutherford, III - Thomson. b) I - Thomson, II - Dalton, III - Rutherford. c) I - Dalton, II - Thomson, III - Rutherford. d) I - Rutherford, II - Thomson, III - Dalton. e) I - Thomson, II - Rutherford, III - Dalton. 2) (Cefet – PR) Um dos grandes mistérios que a natureza propiciava à espécie humana era a luz. Durante dezenas de milhares de anos a nossa espécie só pôde Página | 42 43 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 contar com este ente misterioso por meio de fogueiras, queima de óleo em lamparinas, gordura animal, algumas resinas vegetais etc. Somente a partir da revolução industrial é que se pôde contar com produtos como querosene, terebintina e outras substâncias. Mas, mesmo assim, a natureza da luz permanecia um grande mistério, ou seja, qual fenômeno físico ou químico gera luz. Somente a partir das primeiras décadas do século XX é que Niels Bohr propôs uma explicação razoável sobre a emissão luminosa. Com base no texto, qual alternativa expõe o postulado de Bohr que esclarece a emissão luminosa? a) Os elétrons movem-se em níveis bem definidos de energia, que são denominados níveis estacionários. b) Ao receber uma quantidade bem definida de energia, um elétron “salta” de um nível mais externo para um nível mais interno. c) Um elétron que ocupa um nível mais externo “pula” para um nível mais interno, liberando uma quantidade bem definida de energia. d) Quanto mais próximo do núcleo estiver um elétron, mais energia ele pode emitir na forma de luz; quanto mais distante do núcleo estiver um elétron, menos energia ele pode emitir. e) Ao se mover em um nível de energia definida, um elétron libera energia na forma de luz visível. Página | 43 44 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 3) Descreva o conceito de orbital atômico. 4) De que forma um elétron pode ser identificado em um átomo? 5) Quando dizemos que um elétron está em um orbital 4f, quais números quânticos são especificados? 6) Escreva todos os conjuntos de números quânticos (𝑛, l, ml, ms) permitidos para um orbital 3p. 7) Os diagramas abaixo mostram a distribuição de três elétrons em três orbitais do tipo p: A B C A partir da análise dos diagramas, assinale “V” para as afirmativas verdadeiras e “F” para as falsas. ( ) A distribuição eletrônica em A está incorreta, porque não obedece ao Princípio de Pauli nem à Regra de Hund. ( ) A distribuição eletrônica em C está correta, porque é o estado de menor energia. ( ) A distribuição eletrônica em B está incorreta, porque obedece ao Princípio de Pauli, mas não obedece à Regra de Hund. Página | 44 45 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 ( ) A distribuição eletrônica em B e C está correta, porque obedece ao Princípio de Pauli e à Regra de Hund. ( ) A distribuição eletrônica em B está incorreta, porque os elétrons estão no estado fundamental. 8) Defina o estado fundamental de um átomo. 9) Faça a distribuição eletrônica, utilizando o diagrama de Linus, do elemento neutro de Manganês no seu estado fundamental e do íon +2 deste elemento. (Utilize a tabela periódica para resolver). 10) Qual é o conjunto dos quatro números quânticos que caracteriza o elétron mais energético do 35Br? 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑10 4𝑝5 4𝑝5 é o subnível mais energético. -1 0 +1 : elétron mais energético 11) Qual a propriedade fundamental dos átomos de um mesmo período? Página | 45 46 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 12) Qual a propriedade fundamental dos átomos de uma mesma família? 13) (UFPE) O número de elétrons na camada de valência de um átomo determina muitas de suas propriedades químicas. Sobre o elemento ferro (Z = 26), pode-se dizer que: a) Possui 3 níveis com elétrons. b) Possui 8 elétrons no subnível d. c) Deve ser menoss eletronegativo que o potássio. d) Deve possuir raio atômico maior que o do rutênio. e) No íon de carga +3, possui 5 elétrons em 3d. 14) (ITA-SP) Qual das opções abaixo apresenta a comparação errada relativa aos raios de átomos e de íons? a) Raio do Na+ < raio do Na b) Raio do Na+ < raio do Fc) Raio do Mg2+ < raio do O2d) Raio do F- < raio do O2e) Raio do F- < raio do Mg2+ 15) Observe as equações a seguir: A + energia → A+ + 1 elétron B + 1 elétron → B- + energia Página | 46 47 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 As propriedades periódicas relacionadas respectivamente com essas equações são: a) afinidade eletrônica e energia de ionização. b) energia de ionização e afinidade eletrônica. c) energia de ionização e eletronegatividade. d) eletropositividade e eletronegatividade. e) eletropositividade e afinidade eletrônica. Página | 47 48 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 GABARITO 1) Letra B. I – Thomson descobriu a existência de partículas elétricas na matéria bem como suas propriedades; II – Dalton propôs um modelo conhecido como bola de bilhar, onde o átomo é uma esfera maciça e indivisível; III – Rutherford fez um experimento que determinou a existência do núcleo e uma eletrosfera que gira ao redor dele; entre eles existe um enorme vazio. 2) Letra C. Para saltar de uma camada interna para outra mais externa, o elétron deve receber determinada quantidade de energia. Para retornar a camada anterior, ele devolve essa energia na forma de luz. 3) Orbital é a região do espaço ao redor do núcleo onde é máxima a probabilidade de encontrar um determinado elétron. 4) Através dos números quânticos. Página | 48 49 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 • Número quântico principal (n): representa o nível em que está o elétron; • Número quântico secundário ou azimutal (l): representa o orbital em que está o elétron; • Número quântico magnético: indica a orientação dos orbitais; • Spin: indica a orientação do elétron no orbital. 5) Dois números quânticos são especificados. O número quântico principal (n = 4) e o número quântico secundário (l = 3, pois é um orbital do tipo f). 6) 1. n=3; l =1; ml= -1; ms= -1/2 2. n=3; l =1; ml= 0; ms= -1/2 3. n=3; l =1; ml= +1; ms= -1/2 4. n=3; l =1;ml= -1; ms= +1/2 5. n=3; l =1;ml=0; ms= +1/2 6. n=3; l =1;ml=+1; ms= +1/2 -1 1 0 4 2 +1 5 3 6 7) V-V-V-F-F • Regra de Hund: “Em um mesmo subnível, de início, todos os orbitais devem receber seu primeiro elétron, Página | 49 50 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 • e só depois cada orbital irá receber seu segundo elétron”. Princípio da exclusão de Pauli: “Um orbital comporta no máximo dois elétrons, com spins contrários”. 8) Um átomo está em seu estado fundamental quando todos os seus elétrons estão nos níveis de energia mais baixos que lhes são disponíveis. 9) 25Mn: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 4𝑠 2 3𝑑5 25Mn+2: 1𝑠 2 2𝑠 2 2𝑝6 3𝑠 2 3𝑝6 3𝑑 5 O íon Mn+2 perdeu dois elétrons da camada mais externa, ou seja, 4𝑠 2 . 10) n=4; l = 1; ml =0; ms = +1/2 11) Os elementos de um mesmo período têm em comum o número quântico principal da camada de valência dos seus elétrons. 12) Átomos de uma mesma família apresentam o mesmo número de elétrons na camada de valência. 13) Letra E. Página | 50 51 QUÍMICA ELEMENTAR – CAPÍTULO 1 O ferro no estado fundamental possui dois elétrons na camada mais externa (4s2) e seis elétrons no penúltimo subnível preenchido (3d6). Com a formação do íon de carga +3, o ferro perde três elétrons. Assim, ele perde primeiro os dois elétrons do subnível 4s e depois mais um elétron do subnível 3d, ficando com 5 elétrons nesse subnível. 14) Letra E. O raio do íon negativo F-(ânion) é maior que o raio do íon positivo Mg2+(cátion). 15) Letra B. • A + energia → A+ + 1 elétron: Energia de ionização ou potencial de ionização é a energia mínima necessária para “arrancar” um elétron de um átomo isolado e no estado gasoso; • B + 1 elétron → B − + energia : afinidade eletrônica corresponde à energia liberada quando um elétron é adicionado a um átomo neutro no estado gasoso. Página | 51