Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=136>. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento Polyana Pizzi Rotta, Rodolpho Martin do Prado, Jair de Araújo Marques, Daniel Perotto, Jesuí Vergílio Visentainer, Ivanor Nunes do Prado Universidade Estadual de Maringá Resumo O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais Purunã primeira e segunda gerações e de animais cruzados ½ Purunã x ½ Canchin. Foram utilizados sete animais Purunã primeira geração, nove animais Purunã segunda geração e treze animais cruzados (½ Purunã x ½ Canchin). Animais Purunã primeira e segunda gerações apresentaram maiores (P<0,05) concentrações de ácido palmítico (16:0). Animais ½ Purunã x ½ Canchin apresentaram maiores (P<0,05) concentrações de ácido margárico (17:0), ácido linolênico (18:3 n-3), ácido timnodônico (20:5 n-3), ácido docosanóico (22:0), ácido clupadônico – EPA (22:5 n-3) e ácido cervônico – DHA (22:6 n-3). Animais ½ Purunã x ½ Canchin apresentam melhores concentrações dos ácidos graxos essenciais. 1 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 Palavras-chave: Perfil de ácidos graxos; Purunã; Qualidade de carne; Introdução O Brasil possui o maior rebanho comercial mundial de bovinos, com 159 milhões de cabeças, e produção de, aproximadamente, 8,2 milhões de toneladas de equivalente carcaça ao ano. Do total produzido, cerca de 10% é destinado ao mercado externo (Anualpec, 2007). Diante deste contexto, observa-se o potencial brasileiro para ser o maior produtor mundial de carne bovina. Os novos hábitos alimentares estão caracterizados pela busca de alimentos de melhor qualidade em função das novas tendências da modernidade e das diferentes necessidades atuais. Dessa forma, pesquisas com o intuito de conseguir alimentos saudáveis estão sendo realizadas. A carne bovina é um alimento de excelente qualidade nutricional, pois apresenta proteína de alto valor biológico associado aos ricos teores de vitaminas, sendo importante fonte de vitaminas do complexo B, aliado ao elevado teor de minerais, especialmente o ferro (Saucier, 1999). O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais Purunã primeira e segunda gerações e de animais cruzados Purunã x Canchin. Material e Métodos O projeto foi conduzido na Estação Experimental Fazenda Modelo pertencente ao Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Ponta Grossa PR, a 50o 9' de longitude oeste (LW) e a 25o6' de latitude sul. A altitude média do Município é de 783m. As análises laboratoriais foram realizadas no laboratório de análises de alimentos do Departamento de Química da Universidade Estadual de Maringá. 2 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 O plano de acasalamento estabelecido pelo IAPAR visava evitar o crescimento do grau de consangüinidade dos compostos por meio da contínua restauração da heterozigose, usando touros puros das quatro raças fundadoras. A utilização desses animais permitiu também que os avanços genéticos alcançados nas raças Charolês, Caracu, Aberdeen Angus e Canchin, por meio dos respectivos programas de seleção, fossem continuamente transferidos ao Purunã. Foi feita a seleção de vinte e nove animais (7 Purunã primeira geração, 9 Purunã segunda geração e 13 ½ Purunã x ½ Canchin) inteiros pertencentes ao rebanho experimental do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) e oriundos do projeto de cruzamentos. Do nascimento até a idade de 70 a 90 dias, os bezerros acompanharam as mães em pastagens anuais de inverno. Após o desmame precoce (70-90 dias de idade), os bezerros foram mantidos em pastagens cultivadas de Hemarthria altissima com suplementação de concentrado (1,5 kg/animal/dia da mistura composta por 25% de farelo de soja + 75% de grão de milho moído). O período experimental foi de 180 dias , quando os animais obtiveram uma média de peso vivo final de 472 kg. Foi monitorada a evolução da camada de cobertura de gordura para a obtenção da espessura de gordura subcutânea, foi medida a profundidade do tecido a ¾ de distância a partir do lado medial do músculo Longissimus para seu lado lateral,a cada 14 dias após os animais passarem por um período de adaptação, para tanto, utilizou-se um aparelho de ultra-sonografia (ALOKA 500 munido de Transdutor UST-5049-3,5). Ao atingirem a cobertura de 4 mm de gordura e com idade média de 16 meses os animais foram abatidos. Os animais foram abatidos em um frigorífico da região, localizado em Ponta Grossa - PR. Os animais foram insensibilizados com pistola de ar comprimido, em seguida foi realizada a sangria com a secção dos vasos do pescoço, remoção de cabeça, couro, vísceras, cauda, patas, diafragma e excessos de gordura interna. Em decorrência, a carcaça foi serrada medialmente pelo externo e coluna vertebral, originando duas metades 3 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 semelhantes, as quais foram pesadas para que fosse determinado o peso da carcaça quente. Posteriormente, as meias carcaças foram lavadas, identificadas e acondicionadas em câmara fria mantida à temperatura de 1oC, na qual permaneceram por um período de 24 horas. Após resfriamento de 24 horas a 2º C, foram retiradas amostras do músculo Longissimus entre a 12ª a 13ª costelas, segundo o método de Hankins & Howe (1946), adaptado por Müller (1980). As amostras foram identificadas e embaladas em sacos plásticos fechados e imediatamente levadas ao Laboratório de Análises de Alimentos do Departamento de Química da Universidade Estadual de Maringá, onde foram congeladas a uma temperatura de -18ºC para posterior análise. Ao iniciar as análises, as amostras de carne foram descongelas em temperatura ambiente e homogeneizadas por um triturador de carne, logo em seguida foram realizadas as análises de umidade, cinzas, proteína bruta, lipídios totais, colesterol e perfil dos ácidos graxos. Para a análise de lipídios totais, foi extraída uma mistura de clorofórmio-metanol (1:2,v/v) segundo (Bligh & Dyer, 1959). Foram pesados cerca de 15g (± 0,1 mg) de amostra em béquer de 250 mL, e ao que foram adicionados 20 mL de clorofórmio mais 40 mL de metanol, em seguida, a mistura em questão foi agitada vigorosamente por 2 minutos. Em seguida foram adicionados à mistura 20 mL de clorofórmio, agitandose por 5 minutos; 30mL de água destilada e mais 5 minutos de agitação. A mistura foi filtrada à vácuo em funil de Büchner com papel de filtro qualitativo. Ao resíduo, retornado ao béquer, foram adicionados 20 mL de clorofórmio e agitado por 2 minutos. O procedimento de filtração foi repetido, sendo a solução resultante transferida para um funil de separação de 250 mL. Após a separação das fases, a inferior, contendo lipídeo total, foi drenada para erlenmeyer de 250 mL previamente pesado, e o solvente foi eliminado em evaporador rotatório, com banho-maria a 30ºC. O teor de lipídios foi determinado gravimetricamente. 4 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 A transesterificação dos ácidos graxos foi realizada conforme método 5509 da ISO (1978). Aproximadamente 100 mg da matéria lipídica extraída foram transferidos para tubos de 10 mL com tampa rosqueável, à qual se adicionaram 2 mL de n-heptano, mistura que foi agitada até completa dissolução da matéria graxa. Em seguida foram adicionados 2 mL de hidróxido de potássio 2 mol.L-1 em metanol, sendo o frasco tampado e a mistura submetida a agitação vigorosa, até a obtenção de uma solução levemente turva. Após a ocorrência da separação de fases, a superior (n-heptano e ésteres metílicos de ácidos graxos) foi transferida para eppendorfs de 2 mL de capacidade. Estes foram identificados, fechados hermeticamente e armazenados em congelador (-18ºC) para posterior análise cromatográfica. Para a análise cromatográfica dos ésteres metílicos foi utilizado cromatógrafo gasoso 14-A (Shimadzu, Japão), equipado com detector de ionização de chama e coluna capilar de sílica fundida (100 m de comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno e 0,20 µm de CP Sil-88 ChromPack). Os fluxos dos gases ultra-puros (White Martins) foram de 1,2 mL.min-1 para os gases da chama, H2; e 30 mL.min-1 para o gás auxiliar (make-up) (N2); 30 e 300 mL.min-1 para os gases da chama, H2; e ar sintético, respectivamente. A razão de divisão (“split”) da amostra foi de 1:100. A temperatura da coluna foi de 150ºC por 5 minutos, sendo então elevada para 240ºC a uma taxa de 2ºC.min-1. As temperaturas do injetor e do detector foram 220ºC e 245ºC, respectivamente. As áreas dos picos foram determinadas por meio do Integrador-Processador CG-300 (Instrumentos Científicos CG) e a identificação dos picos foi feita por comparação dos tempos de retenção com os de padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos. As características avaliadas foram analisadas estatisticamente pela metodologia dos quadrados mínimos (SAS, 2000). Comparações entre níveis de efeitos principais foram realizadas por meio de contrastes lineares testados pelo teste t. 5 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 Resultados Animais Purunã primeira e segunda gerações apresentaram maiores (P<0,05) concentrações de ácido palmítico (16:0). Animais Purunã segunda geração e animais ½ Purunã x ½ Canchin apresentaram maior (P<0,10) concentração de ácido oléico (18:1 n-9), ácido cis-vacênico (18:1 n-7). Animais ½ Purunã x ½ Canchin apresentaram maiores (P<0,10) concentrações de ácido margárico (17:0), ácido linolênico (18:3 n-3), ácido γ-linolênico (18:3 n-6), ácido linoléico conjugado – CLA (18:2 cis 9 trans 11), ácido araquidônico (20:4 n-6), ácido timnodônico (20:5 n3), ácido docosanóico (22:0), ácido clupadônico – EPA (22:5 n-3) e ácido cervônico – DHA (22:6 n-3). (Tabela 1). Em relação aos ácidos graxos essenciais (ácido linoléico, ácido linolênico e ácido araquidônico) os animais ½ Purunã x ½ Canchin apresentaram maiores (P>0,10) concentrações. A tabela 2 apresenta o total de ácidos graxos saturados (AGS), ácidos graxos monoinsaturados (AGMI), ácidos graxos poliinsaturados (AGPI), a concentração de ácidos graxos da família ômega 6 e 3, a razão de AGPI – AGS e a razão ômega 6- ômega 3. Animais Purunã primeira e segunda gerações apresentaram maior (P<0,10) concentração de AGS. Animais Purunã primeira geração e ½ Purunã x ½ Canchin apresentaram maior (P<0,05) concentração de AGPI. A concentração de n-6, n-3 e a razão AGPI/AGS foi maior (P<0,10) para animais ½ Purunã x ½ Canchin. AGMI e a razão n-6/n-3 foi semelhante (P>0,05) para os diferentes grupos raciais. 6 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 Tabela 1 - Perfil dos ácidos graxos (% do total de ácidos graxos) do músculo Longissimus dos animais Purunã 1ª geração, Purunã 2ª geração, ½ Purunã x ½ Canchin. Ácidos graxos 1 14:0 ácido mirístico 14:1 n-7 16:0 ácido palmítico 16:1 n-7 ácido palmitoléico ai 17:0 anti - iso i 17:0 iso 17:0 ácido margárico 17:1 n-7 ácido 10-heptadecenóico 18:0 ácido esteárico 18:1 n-9 ácido oléico 18:1n-7 ácido cis-vacênico 18:1 n-11 ácido 7-octadecenóico 18:2 n-6 ácido linoléico 18:3 n-6 ácido γ-lilolênico 18:2 c -9 t -11-CLA 18:3 n-3 ácido α-linolênico 20:4 n-6 ácido araquidônico 20:5 n-3 ácido timnodônico (EPA) 22:0 ácido docosanóico 22: 5 n-3 ácido clupadônico (DPA) 22:6 n- 3 ácido cervônico (DHA) 1 Purunã 1ª geração, 2 2 Pur1 Pur2 1,77 0,34 29,33a 2,37 0,23 0,49 0,71ab 0,54 19,15 34,57b 2,68b 0,85 4,31a 0,11b 0,18b 0,25 1,50a 0,12b 0,22b 0,15b 0,36a 1,89 0,29 29,08a 2,94 0,24 0,54 0,59b 0,5 19,34 37,99a 3,23a 0,86 2,26b 0,11b 0,17b 0,18 0,69b 0,09b 0,13b 0,07c 0,19b Purunã 2ª geração, 3 Pur x Can 1,95 0,4 25,30b 2,59 0,26 0,51 0,72a 0,59 17,47 38,68a 3,22a 0,92 4,99a 0,14a 0,34a 0,26 1,71a 0,32a 0,32a 0,22a 0,46a 3 CV P>F 21,38 33,11 11 20,18 36,46 17,4 20,2 22,51 11,33 8,8 14,04 22,04 28,76 24,81 42,37 35,8 25,43 42,26 40,34 32,93 34,87 NS NS 0,1 NS NS NS 0,1 NS NS 0,1 0,05 NS 0,01 0,1 0,01 NS 0,01 0,01 0,1 0,05 0,05 4 1/2 Purunã x ½ Canchin, 4 Coeficiente de Variação, NS não significante. 7 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 Tabela 2 - Ácidos graxos saturados (AGS), ácidos graxos monoinsaturados (AGMI), ácidos graxos poliinsaturados (AGPI), n-6, n-3, AGPI/AGS e n-6/n-3 do músculo Longissimus de animais Purunã primeira e segunda gerações e ½ Purunã x ½ Canchin. Parâmetros AGS AGMI AGPI n-6 n-3 AGPI/AGS n-6/n-3 Pur11 51,58a 38,99 6,50a 5,19b 0,72b 0,10b 6,92 Tratamentos Pur22 50,41a 42,48 3,99b 3,44c 0,53b 0,08b 5,6 Pur x Can3 46,38b 39,34 8,29a 6,78a 1,13a 0,17a 7,04 CV4 8,51 9,66 28,28 28,91 39,25 30,53 25,05 P>F 0,1 NS 0,05 0,1 0,05 0,05 NS 1 Purunã primeira geração, 2Purunã segunda geração, 3½ Purunã x ½ Canchin, 4 Coeficiente de Variação. Discussão Os lipídeos, assim como qualquer outro nutriente da dieta dos ruminantes, antes de serem absorvidos, passam pelo rúmen, onde são metabolizados pelos microrganismos ruminais. A hidrólise dos lipídeos e, consequentemente, a liberação de ácidos graxos livres é o primeiro passo para o metabolismo desses compostos no rúmen. A hidrólise dos lipídeos também resulta na liberação de glicerol e galactose que serão convertidos em ácidos graxos voláteis por meio de processos fermantativos do rúmen. A hidrólise é um processo rápido e ocorre logo após a ingestão. Esses ácidos graxos livres serão neutralizados na forma de sais de cálcio, que apresentam baixa solubilidaade, se aderindo às partículas de alimentos ou à superfície bacteriana. Os ácidos graxos livres poliinsaturados sofrem o processo que biohidrogenação, o que explica a diversidade dos ácidos graxos. O ácido linolênico normalmente é hidrogenado até a formação de ácido esteárico, enquanto que a hidrogenação do ácido linoléico resultará não apenas na formação de ácido esteárico, como também na formação de diferentes isômeros do ácido oléico (Tamminga & Doreau, 1991). 8 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 A gordura dos ruminantes se caracteriza pela maior quantidade de ácidos graxos saturados e baixa razão poliinsaturados/saturados, quando comparado com monogástricos, o que é decorrente do processo de hidrogenação no rúmen, que faz com que poucos ácidos graxos poliinsaturados sejam absorvidos para a produção de carne. Devido à dieta de ruminante conter baixa concentração de lipídeos, a maior parte do tecido adiposo é sintetizada pela lipogênese. Os ácidos graxos são elongados até 18:0 e são convertidos em 18:0 pela dessaturação (Rule et al.,1997). Como a deposição de tecido adiposo aumenta, a deposição de 18:1 aumenta também e a de 18:2 diminui. O ácido oléico aumenta o nível do colesterol HDL (High Density Lipoprotein) e diminui a concentração do colesterol LDL (Low Density Lipoprotein) no sangue (Katan, Zoock & Mensink, 1994). Estudos têm demonstrado uma estreita relação entre os níveis de colesterol LDL e doenças cardiovasculares em humanos e que o colesterol HDL possui uma relação inversa com o risco de doenças cardiovasculares (Kwiterovich, 1997). Animais oriundos do cruzamento entre Purunã x Canchin apresentam maior concentração dos ácidos graxos poliinsaturados provavelmente devido ao animal Canchin possuir genética da raça Nelore (Canchin é uma raça oriunda do cruzamento entre Charolês e Nelore, sendo 5/8 Charolês e 3/8 Nelore). Isso porque a raça Nelore apresenta maior concentração de ácidos graxos poliinsaturados devido a maior presença de colágeno na carne desses animais. O colágeno por sua vez, é rico em ácidos graxos poliinsaturados, sendo essa a possível causa de animais do cruzamento Purunã x Canchin terem maior concentração de ácidos graxos poliinsaturados, apresentando assim, melhor qualidade de carne quando comparados aos outros animais submetidos ao mesmo manejo do presente estudo. 9 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 Conclusões Animais ½ Purunã x ½ Canchin apresentaram melhores concentrações dos ácidos graxos essenciais quando comparados aos outros grupos genéticos. Isso demonstra que o perfil de ácidos graxos de animais oriundos desses cruzamentos, tem qualidade superior na carne quando comparados aos outros animais. Referências Bibliográficas Anualpec. (2007). Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: Instituto FNP, 2007. 368p. Bligh, E. G. & Dyer, W. J. (1959). 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Influence of sire growth potential, time on feed, and growing-finishing strategy on cholesterol and fatty acids of ground carcass and Longissimus muscle of beef steers. Journal of Animal Science, 75 (6): 1525-1533. 10 Rotta, P.P., Prado, R.M., Marques, J.A. et al. Perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus de animais precoces terminados em confinamento. PUBVET, V.2, N.5, Fev1, 2008 Saucier, L., (1999). Meat safety: challergers for the future. Nutrition abstractes and review (Series A), 69 (8): 705-708. Sas Institute. Sas/Stat. User’s guide: statistics, versão 8.1. 4. ed., v.2, Cary: SAS Institute, 2000. Tamminga, S., & Doreau, M. (1991). Lipids and rumen digestion. In J. P. Houany (Ed.), Rumen microbial metabolism and ruminant digestion (pp. 151-164). Paris: INRA. 11