Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas – BrMASS Identificação dos ácidos graxos presentes em amostras de azeite de oliva extravirgem por GC/MS Cristiano Augusto Ballus, Adriana Dillenburg Meinhart, Stanislau Bogusz Junior, Helena Teixeira Godoy [email protected] Departamento de Ciência de Alimentos, Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), CP 6121, 13083862, Campinas, SP, Brasil Óleos vegetais obtidos a partir de diferentes oleaginosas possuem composição distinta de ácidos graxos, de modo que a avaliação das proporções dos mesmos é usada como um dos parâmetros na verificação de possíveis adulterações destes produtos. Particularmente, o azeite de oliva extravirgem possui elevado valor agregado e, como conseqüência, sofre adulterações com bastante frequência. Com o objetivo de monitorar a autenticidade do azeite de oliva extravirgem comercializado e consumido no Brasil, foram adquiridas amostras de 10 marcas distintas, cada uma em 3 lotes (n = 30), as quais foram submetidas à diversas análises, entre elas, a composição em ácidos graxos. Os ácidos graxos foram derivatizados, produzindo seus respectivos ésteres metílicos, os quais foram separados por cromatografia gasosa (GC), semiquantificados com detector por ionização em chama (FID) e positivamente identificados por espectrometria de massas (MS). O equipamento utilizado foi um GC/MS QP5000 (Shimadzu), com fonte de ionização por elétrons (EI) e analisador do tipo quadrupolo. A coluna empregada foi uma DB-Wax (30 m x 0,25 mm d.i. x 0,50 μm de espessura do filme) e os parâmetros instrumentais foram os seguintes: temperatura do injetor: 230ºC; injeção no modo split (1:50); gás de arraste: He (1,6 mL min–1, vazão constante – rampa de pressão); programa de temperatura: 140ºC por 20 min, passando para 220ºC a 2,5ºC/min, mantendo a temperatura final por 10 min. A temperatura da interface foi 240ºC e o analisador foi operado em modo varredura (35 a 350 m/z). Considerando-se que as amostras foram previamente analisadas por GCFID nas mesmas condições e que todas apresentaram o mesmo perfil, ou seja, os mesmos picos (apenas em proporções diferentes), foram injetados uma mistura de padrões de ésteres metílicos e apenas uma das amostras no GC/MS, para proceder à identificação positiva dos compostos investigados. Foi possível identificar os cinco picos majoritários como sendo os ésteres metílicos dos compostos ácido palmítico (C16:0), ácido esteárico (C18:0), ácido oléico (C18:1), ácido linoléico (C18:2) e ácido linolênico (C18:3), por meio da comparação dos espectros de massa destes com aqueles fornecidos pela biblioteca NIST 98, considerando similaridades acima de 85%. Assim, a informação estrutural fornecida pela espectrometria de massas, juntamente com os demais parâmetros qualitativos, como o tempo de retenção, permitiu uma identificação confiável para os congêneres de ácidos graxos. Todas as amostras apresentaram perfil de ácidos graxos nas faixas entre 6,76-12,05% de ácido palmítico; 1,59-2,88% de ácido esteárico; 64,29-78,98% de ácido oléico; 4,05-9,77% de ácido linoléico; e 0,420,59% de ácido linolênico, em conformidade com as exigências legais (ANVISA). 3º Congresso BrMass – 12 a 15 de Dezembro de 2009