Universidade Federal de Goiás Instituto de Química Graduação Disciplina INQ0021 – Eletroquímica e Corrosão Módulo 1 – células galvânicas e propriedade dos eletrólitos Prof. Flavio Colmati Prof. Dr. Flavio Colmati IQ-UFG Células galvânicas São dispositivos que convertem energia química em energia elétrica. É um dispositivo (sistema) capaz de realizar trabalho elétrico nas vizinhanças, a partir de uma reação química (da reação da pilha) 2 Células galvânicas Um sistema eletroquímico é constituído por (no mínimo) • 2 Eletrodos (condutor de elétrons) • 1 Eletrólito (condutor de íons) Eletrodo Eletrodo Eletrólito 3 1 Células galvânicas Ânodo – Oxidação / Cátodo – redução ne- e- e- R O O R R O + ne- O + ne- R 4 Células galvânicas A reação química que ocorre na célula galvânica deve ser uma reação espontânea eO2(g) H2(g) H2SO4 Pt H+ H2 2 H+ + 2e- Pt ½ O2 + 2 H+ + 2e- H2O H2 + O2 H2O Em alguns casos, os eletrólitos tem que ser mergulhados em eletrólitos diferentes: 5 Alessandro Volta (1796) descobriu a pilha voltaica composta por dois metais e papel embebido em eletrólito (salmoura). https://global.britannica.com/biography/Alessandro-Volta http://brasilescola.uol.com.br/quimica/historia-das-pilhas.htm 6 2 Pilha de Daniell Os eletrodos são colocados em compartimentos separados John Frederic Daniell, 1836 CuSO4 ZnSO4 Zn2+ + SO4-2 Cu2+ + SO4-2 NH4NO3 ou KCl Quando as placas são conectadas observa-se que a reação química acontece, a placa de zinco começa a se dissolver e cobre metálico é depositado sobre a placa de cobre. 7 Células galvânicas par redox é Zn/Zn2+ Zn Zn2+ + 2e- par redox é Cu/Cu2+ Pilha de Daniell: Reação de oxidação do zinco Reação global: Zn + 2e- + Cu2+(aq) Cu Reação de redução do cobre Cu2+(aq) Zn2+ + Cu as reações de oxidação-redução ocorrem separadas em duas semi-reações: 8 Analisando o que acontece em cada béquer CuSO4 ZnSO4 Zn2+ + SO4-2 Observa-se que há um fluxo de elétrons proveniente da placa de zinco, e íons zinco são produzidos a medida que a placa se dissolve, assim, pode-se escrever a seguinte reação: Zn Zn2+ + 2e- Cu2+ + SO4-2 NH4NO3 ou KCl Observa-se que o fluxo de elétrons vai para a placa de cobre, e os íons cobre da solução são depositados sobre a placa, pode-se escrever a seguinte reação : 2e- + Cu2+(aq) Cu A solução de Zn2+ fica mais concentrada e a de Cu2+ fica mais diluída 9 3 Função da ponte salina Zn Zn2+ + 2e- 2e- + Cu2+(aq) Cu Excesso de Zn2+ Excesso de SO42- 10 Células galvânicas Célula galvânica é um dispositivo que utiliza reações de óxido-redução para converter energia química em energia elétrica. A reação química sempre será uma reação espontânea. Uma reação espontânea.... Critério de espontaneidade: Aumento da entropia total (dStot ≥ 0) dS tot = dS sis + dS vis 2ª Lei da termodinâmica: Em um sistema isolado a entropia do sistema não pode diminuir quando ocorrer uma transformação espontânea 11 Reações eletroquímicas ocorrem a pressão constante, então: 1ª Lei da termodinâmica (dU função de estado): dU = dq + dw dU = dqrev + dwrev Chega-se à P = constante dqP = dH Então: dq + dw = dqrev + dwrev dS ≥ Nas reações eletroquímicas: TdS ≥ dH dH - TdS ≤ 0 define H – TS = G energia de Gibbs Desigualdade de Clausius TdS ≥ dq dG = VdP + SdT + we A temperatura e pressão constante: dG = we rev 12 4 • • • • Assim, quando: ΔG > 0 – Processo ocorre no sentido oposto ao indicado ΔG < 0 – Processo ocorre espontaneamente ΔG = 0 – Processo está em equilíbrio dinâmico Para reações químicas ∆ exemplo Δ ½ H2(g) + ½ Cl2(g) H+(aq) +Cl-(aq) Δ ∆rGo = -131,23 kJ mol-1 O critério dGT,P ≤ 0 diz que a temperatura e a pressão constante, as reações químicas são espontâneas no sentido de diminuição da energia de Gibbs 13 Células galvânicas Reações nas células galvânicas devem ser espontâneas: trabalho elétrico = energia de Gibbs Reação global: Zn + Cu2+(aq) Zn2+ + Cu Uma pilha, onde a reação global não atingiu o equilíbrio, pode realizar trabalho elétrico a medida que a reação avança ∆ Onde ξ é o avanço da reação 14 Células galvânicas ∆ Zn + Cu2+(aq) Zn2+ + Cu Onde ξ é o avanço da reação Temos: ∆ = ! " # $% ln ( ) ) # $% ln () * * # $% ln (* ∆ ∆ # $% ln (* / () 15 5 ∆ ∆ Onde (* / () # $% ln (* / () = Q quociente da reação Q = π aj νj onde a é a atividade, v é o coeficiente estequiométrico da espécie j Da equação: ∆ ∆ # $% ln - no equilíbrio: ∆ = 0 Q=k Assim a equação fica: ∆ $% ln , 16 O trabalho máximo que o sistema pode fazer é: w el, máx = ∆rG Para obter dados termodinâmicos devemos garantir que a reação da pilha seja reversível W rev trabalho máximo Além disso, ∆ relacionada com a composição ∆ = ! " 17 ∆ relacionada com a composição ∆ Quando há um avanço infinitesimal na reação, a variação de dG é: dG = ∆ . O trabalho elétrico que pode ser realizado é: w el, max = ∆ . Se a reação avança ., 0. elétrons são transferidos: a carga total transferida é dada por um equivalente de elétrons -e N (=F) Resultando em uma transferência de carga de: -eN ndξ ; = -Fndξ O trabalho elétrico é dado por : dw = ΦdQ Onde Φ é o potencial elétrico (V) e dQ é a variação de carga elétrica (C) w e, max = -nFE dξ 18 6 Temos: w e, max = -nFE dξ w el, max = ∆ -nFE dξ = ∆ . -nFE dξ = ∆ . -nFE = ∆ Logo ou ∆ −nFE Onde F é a constante de Faraday, v é o coeficiente estequiométrico dos elétrons nas meias reações. Essa equação correlaciona medidas elétricas com medidas termodinâmicas 19 ∆ relacionada com a composição ∆ ∆ # $% ln Q Dividindo a equação por -nF ∆/01 ∆ Como /34 E= # $%/34 ln Q ∆ !01 Podemos definir que no estado padrão, ∆ -vFEo = ∆ 5 E E 67 ln Q , E = Eo e assim: 2 Equação de Nernst Walther Hermann Nernst 1864-1941 20 No equilíbrio Q = K e que ∆ = 0 ∆ = -vFE = 0 Então E = 0 e a célula galvânica não produz trabalho Então : 5 E E 67 ln Q 5 0 E 67 ln K 5 E # 67 ln K 21 7 Relações entre Eo, ∆Go e K: ∆ 2 −nFEo E 5 67 ∆ ln K $% ln , 22 exemplo Dada a reação: Zn + Cu2+(aq) Zn2+ + Cu Qual é a constante de equilíbrio? Sabe-se que o potencial padrão dessa célula galvânica é 1,1 V e que são transferidos 2 elétrons, assim: E # 5 67 ln K 1,1 V # 5 67 ln K A 25 oC, RT/F é igual a 25,693 mV ou 0,02593 V 23 5 1,1 V # 67 ln K ln k = 1,1 V 1,1 V 8 0,0259630 0,02593 V 6 ln K v=2 V ln k = 85,63 Assim chegamos que a constante de equilíbrio da reação é : k = 1,5x1037 Lembrando que K = [prod]/[reag] Essa formação de produtos é muito favorecida. 24 8 Potencial Elétrico O Potencial elétrico (Φ ) de um ponto P é o trabalho para se levar uma carga unitária positiva do infinito até o ponto P. = >? >- Φ é o potencial elétrico no ponto e w é o trabalho necessário para levar a carga Q do infinito até o ponto P 25 Se φ1 e φ2 forem os potencias elétricos de dois pontos no espaço, w1 e w2 o trabalho para levar a carga Q a P1 e P2 W12 é o trabalho gasto para levar a carga Q do ponto 1 ao ponto 2 w2 = w1 + w12 w2 = w1 + w12 26 w12 = w2-w1 Como φ=dw/dQ d w= φ dQ dW12 = φ2dQ – φ1dQ dW12 = (φ2- φ1) dQ dW12/dQ = φ2- φ1 Φ1 e Φ2 são os potencias elétricos de dois pontos no espaço A diferença entre os potenciais elétricos (φ2- φ1) é o trabalho necessário para conduzir uma carga unitária positiva do ponto 1 até o ponto 2. 27 9 dW 12 = (φ2- φ1) dQ E = Φ2- Φ1 E = Diferença de Potencial dw12 = dw elétrico dWel = E dQ dG = dw elétrico Então: E dQ = dwele (Φ2- Φ1)dQ = dG dG = E dQ 28 A tendência de escape de partícula carregadas de uma fase, depende do potencial elétrico da fase n e- Dois eletrodos – mesmo metal Φ1 e φ2 Os potenciais elétricos de M1 e M2 n moles de elétrons são transferidos de M1 para M2 M1 M2 dwel = (φ2 - φ1) dQ dG = (φ2 - φ1) dQ 29 O potencial químico do elétron (µe) quando são transferidos dn moles de elétrons é: dG = µe2 dn - µe1 dn (φ2- φ1)dQ = dG e dQ = -Fdn então (φ2- φ1)dQ = µe2 dn - µe1 dn (φ2- φ1) -F dn = (µe2 - µe1 )dn O potencial químico (µe) do elétron, -(φ2- φ1) F = (µe2 - µe1 ) quando Φ = zero é: µe = µe2 + Fφ2 µe1 = µe2 + Fφ2-Fφ1 µe2 = µe + Fφ1 Potencial eletroquímico Potencial químico Contribuição elétrica Generalizando para qualquer espécie carregada situada em uma fase µe’ = µe + ziFφ1 10 Potencial químico das espécies carregadas µe’ = µe + ziFφ1 Íons em solução: φ = 0 ; µe’ = µe Eletrodos (metais) µe = 0 µe’ = F φ 31 Potencial da pilha (E) Uma pilha galvânica é uma combinação entre dois eletrodos, ambos contribuindo para a reação global da pilha. Não é possível medir a contribuição de um eletrodo isolado, entretanto, pode-se atribuir um padrão. Eletrodo de referência - • O eletrodo que tomamos como referência é o eletrodo padrão de hidrogênio (EPH). • Pt|H2(g)|H+(aq) Eo = 0 • Em todas as temperaturas 32 O eletrodo padrão de hidrogênio Uma chapa de platina em contato com H2(g) em solução ácida (H2SO4) 1 @ A (B # C ! DE ⇄ @8 I 2 E H2/H+ = 0 33 11 potencial-padrão, Eo. Usando a pilha: Pt(s)|H2(g)|HCl(aq)|AgCl(s)|Ag(s) ½ H2(g) + AgCl HCl(aq) + Ag(s) A equação de Nernst é: J J J J # $% (@ . (MN ln 34 (1/2@2 J J # $% (@ . (MN ln 34 $% ln K ( 34 Considerando aH2 = 1 (a = atividade) a atividade é : a = γ b (γ = coeficiente de atividade; b = molalidade) e usando a lei de Debye-Huckel para eletrólito 1:1 34 potencial-padrão, Eo. J # 2$% ln O J # MOP/8 4 Mede-se E vs b em uma faixa de b (lado esquerdo da eq) Grafica b1/2 vs E e extrapola a reta para b = 0. O valor da intercepção em b1/2 = 0 é Eo Alguns potenciais padrão, a 298 K são registrados 35 36 12 Potencial de célula (E) força eletromotriz A diferença de potencial entre os eletrodos de uma célula galvânica é chamada de: voltagem da célula, ou potencial da célula, ou Força eletromotriz. 2e- + Cu2+(aq) Cu Eo Zn Zn2+ + 2e- Eo Reação global: Zn + Cu2+(aq) Zn2+ + Cu Epilha 37 • A voltagem da célula é calculado a partir dos potenciais dos eletrodos: • E célula = E direita – E esquerda (ou) • E célula = E redução – E oxidação Os potenciais Ered e E oxi são potencias de cada meia-célula obtido pela equação de Nernst. 38 ∆ Q −nFE O potencial (E) varia com a energia de Gibbs O potencial (E) depende da corrente extraída pelo circuito elétrico limW WXY T→V O potencial (E) é uma propriedade intensiva 39 13 Potencial de célula (E) força eletromotriz 2e- + Cu2+(aq) Cu Eo = 340 Zn Zn2+ + 2e- Eo = 760 Zn Zn2+ + 2e- Eo = 760 2e- + Cu2+(aq) Cu Eo = 340 Reação global: Zn + Cu2+(aq) Zn2+ + Cu Epilha = 1100 mV 40 notação • Para simplificar • Na notação das pilhas eletroquímicas, pode-se representar: • Interfaces | (uma barra vertical) • Junção líquida ⁞ (pontos na vertical) • Interfaces (sem Ejl) || (duas barras vertical) 41 Células galvânicas Notação: ou, segundo IUPAC Zn| Zn2+(aq)||Cu2+(aq)|Cu Fronteira de fase Ponte salina (interface) Semi-reação do lado esquerdo = oxidação Semi-reação do lado direito = redução 42 14 Zn | Zn2+ ⁞ Cu2+ | Cu 43 Pt(s) | H2(g) | HCl | Ag+ | Ag(s) 44 exemplo Célula de Zn/Cu E célula = Ered – E oxi Célula Zn| Zn2+(aq)||Cu2+(aq)|Cu E cel = +0,34 – (-0,76) = 1,1V Como ΔG = - nFE ΔG = - 2*96500*1.1 = - 212 000 VC mol-1 V*C = Joule ΔG = - 2*96500*1.1 = - 212 kJ mol-1 O que mostra que a reação é espontânea na direção que foi escrita. 45 15 Hg|Hg2Cl2|Cl-(aq)||Zn2+(aq)|Zn A reação é: 2Hg + 2Cl- +Zn2+ Hg2Cl2 + Zn As meias reações: Zn2+ + 2e- Zn Hg2Cl2 + 2e- 2Hg + 2Cl• Ecélula = E red – E oxi • -0,76 + (+0,27) = -1,03V ΔG = -nFE ΔG = -2 96500 -1,03 = +198 103 CV mol-1 1 C.V = J ΔG = +198 kJ mol-1 ΔG > 0Reação espontânea é oposta a que foi proposta. 46 Pilha de concentração Em uma pilha de concentração no eletrólito, os compartimentos eletródicos são idênticos, exceto a concentração do eletrólito Cu Cu Cu2+ Cu2+ Uma célula galvânica desse tipo pode funcionar? Qual é a direção que os elétrons fluem no circuito externo? Equação de Nernst: E = Eo – RT/nF ln Q E = Eo – RT/nF ln [diluído]/[concentrado] 47 Efeito da concentração O potencial do eletrodo depende da concentração dos íons E = Eo – RT/nF ln Q E = Eo – RT/nF ln [diluído]/[concentrado] E = Eo – 0,0257/2 ln [Cu 2+ diluído]/[Cu2+ concentrado] E = Eo – 0,0257/2 ln [0,01]/[1] Eo = 0 O mesmo eletrodo e os mesmos íons estão envolvidos E = 0 – 0,0257/2 ln [0,01]/[1] E = 0,059V 48 16 Eletrólitos Eletrólitos ou solução Eletrolítica Solução é uma mistura homogênea de duas ou mais substâncias O solvente é a substância presente em maior quantidade O soluto é a substância presente em menor quantidade Eletrólitos Soluto solúveis em água Duas categorias Não Eletrólitos 49 É uma substância que, quando dissolvida em água produz uma solução capaz de conduzir eletricidade Eletrólito Não Eletrólito Não conduz eletricidade quando dissolvido em água 50 exemplo Ânodo – Oxidação redução / Cátodo – ne- e- R O + ne- e- R O O R eletrólitos O + ne- R Não eletrólitos 51 17 Efeito solubilidade Com o desenvolvimento: da teoria atômica e da estrutura cristalina eletrólitos fortes, completamente ionizadas mesmo no estado sólido, como o NaCl. O cristal de NaCl é constituído por íons sódio e íons cloreto unidos por força eletrostática. Quando adicionados em água, os íons são afastados e a dissociação é completa. http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/cloreto-sodio.htm 52 Como o NaCl é um composto estável no qual íons Na+ e Cl- estão ligados por forças eletrostáticas na rede cristalina. A dissolução do NaCl em água 1) Como os íons interagem com as moléculas de água? 2) Como os íons interagem um com o outro? 53 1) Como os íons interagem com as moléculas de água? A água é um bom solvente para compostos iônicos porque é uma molécula polar e pode estabilizar os íons por interação íon-dipolo, que resulta em uma hidratação. http://www.quimicasuprema.com/2013/10/forcasintermoleculares.html http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/forcas-ouligacoes-dipolo-dipolo.htm 54 18 1) Como os íons interagem com as moléculas de água? íons pequenos tem a carga mais concentrada maior interação eletrostática com as moléculas de água. O número de hidratação: é diretamente proporcional à carga inversamente proporcional ao tamanho do íon. http://www.profpc.com.br/%C3%81gua/%C3%81gua.htm 55 A interação íon-dipolo entre íons dissolvidos e moléculas de água pode afetar várias propriedades da água no interior da solução. Íons pequenos ou multicarregados íons estruturantes. o campo elétrico polariza moléculas de água Fonte: https://www.wou.edu/las/physci/ch412/hydspher.gif 56 íons grandes e monovalentes íons desestruturantes, carga superficial difusa e portanto o campo elétrico fraco polariza primeira camada de hidratação. http://www.profpc.com.br/%C3%81gua/%C3%81gua.htm 57 19 2) Como os íons interagem um com o outro ? A carga elétrica qA produz campo elétrico E De acordo com Coulomb, A energia potencial entre as cargas é Z B1B2 4Πε εo que é a permissividade do vácuo A força eletrostática entre as cargas: 4 B1B2 4^_ 2 58 Moléculas de água se alinham: Arranjo reduz a carga efetiva dos íons http://www.78stepshealth.us/human-physiology/ionicbonds.html 59 Quando o íon está em qualquer outro meio, diferente do vácuo, a equação se torna: 4 B1B2 4^__ 2 Permissividade de líquidos puros a 298K Líquido permissividade H2O 78,54 C6H6 4,6 Permissividade é adimensional é diminui com o aumento da temperatura a elevada permissividade de água é o que reduz a força atrativa entre os íons (Na+ e Cl-) e permite que se separem em solução. 60 20 Ao se adicionar um eletrólito em água ele se dissocia a forma íons em solução )* ⇌ B+ + A- Cátions e ânions se atraem em um sólido iônico, criando uma energia de ligação. Para que estes íons sejam separados: uma certa quantidade de energia deve ser fornecida, sendo suficiente para que quebrar a ligação ânion-cátion. Esta energia é denominada energia de rede (U). 61 NaCl(s) Na+(g) + Cl- (g) E é possível conhecer o valor da energia de rede (U) A variação de entalpia dessa reação corresponde à energia requerida para afastar os íons da rede cristalina a uma distancia infinita. Essa energia é a energia de rede (U) podemos usar os parâmetros termodinâmicos de dissolução de compostos iônicos em água, formando íons em solução. 62 Para obter o valor da energia de rede do NaCl, podemos usar a lei de Hess: Na+(g) + Cl-(g) Entalpia de hidratação (∆H NaCl(s) hidr) Na+(aq) + Cl-(aq) A lei de Hess diz: ∆ hidr H = ∆ sol H - U 63 21 ∆ sol H = 3,8 kJ mol-1 U NaCl = 787 kJ mol-1 ∆ hidr H = ∆ sol H - U ∆ hidr H = 3,8 – 787 ∆ hidr H = – 783,2 kJ mol-1 ∆ hidr H << 0, hidratação dos íons Na+ e Cl- liberam grande quantidade de energia na forma de calor (q) ∆H = qp 64 ∆ hidr H = – 783,2 kJ mol-1 hidratação dos íons Na+ e Cl- Para saber o valor de ∆hidrH de cada íons é necessário usar o dado de entalpia de hidratação do íon hidrogênio, obtido por cálculos teóricos: H+(g) H+(aq) ∆hidrH = - 1089 KJ mol-1 Partindo desse dado pode-se calcular ∆ hidr H de outro íons isoladamente. Valores termodinâmicos de hidratação de íons gasosos a 298K Íon ΔhidrH / kJ mol-1 Na+ -405 K+ -314 Ag+ -468 Cu2+ -2092 F- -506 Br- -348 Cl- -378 65 Entropia de hidratação ∆ hidr S. solvatação/hidratação do íon ordenamento das moléculas de água, ∆ hidr S negativo Valores termodinâmicos para a hidratação de íons gasoso a 298K Íon ΔhidrS / J mol-1 K-1 Li+ -119 Na+ -89 Mg2+ -243 K+ -51 Cl- -96 66 22 Entalpia (H) de formação de íons em solução Dada a reação: ½ H2(g) + ½ Cl2 H+(aq) + Cl-(aq) ∆rHo = -167,2 Kj mol-1 Sabemos que a entalpia padrão de reação é obtida a partir das entalpias padrões de formação: ∆H = Σ ν∆fHo (prod) - Σ ν∆fHo (reag) não é possível medir a entalpia padro de formação de um íon individual; definido arbitrariamente ∆Hf H+(aq) = 0 a partir desse valor, pode-se determinar os valores de ∆fH de outros íons 67 Entalpia padrão de reação medir experimentalmente : ½ H2(g) + ½ Cl2 H+(aq) + Cl-(aq) ∆rHo = -167,2 Kj mol-1 ∆rHo = ∆fHo H+ (aq) + ∆fHo Cl- (aq) – ½ (0) - ½ (0) Chegamos ao valor de ∆rHo = ∆fHo Cl- (aq) ∆Hof (Cl- aq) = -167,2 KJ mol-1 68 O mesmo procedimento pode ser realizado para a energia de Gibbs e para a entropia, para isso é necessário definir ∆Gof (H+ aq) = So = 0 Dados termodinâmicos de íons aquosos a 298K ΔfHo / KJ mol-1 ΔfGo / KJ mol-1 So / J mol-1 K-1 Íon Li+ -278,5 -293,8 14,23 Na+ -239,7 -261-9 60,25 K+ -251,2 -282,3 102,5 Mg2+ -462,0 -456,0 -138,1 Zn2+ -152,4 -147,2 -112,1 OH- -229,9 -157,3 10,54 Cl- -167,2 -131,2 56,5 NO3- -206,6 -110,5 146,4 69 23 Potencial químico • a bc bd • Em geral, o potencial químico varia com a composição 70 Potencial químico dos líquidos Vapor Equilíbrio eí 6 Líquido 71 • 6 " ) # $%N3D" ∗ • eg "eg ) # $%N3D" • Então " ∗ ) # $%N3 • eg " ) # $%N3D" ∗ puro mistura i" ∗ i" 72 24 • " ∗ ) # $%N3 i" ∗ i" • Lei de Raoult : j" • " ∗ ) # $%N3j" i" ∗ i" Soluções ideais - seguem a lei de Raoult 73 • Soluções reais – Soluto obedece a lei de Henry Quando xB 0 Lei de Henry: PB = kBxB Alternativa, a lei de Henri pode ser escrita : Lei de Henry: PB = kB’MB M = molalidade da solução 74 A presença do soluto reduz o potencial químico do solvente ∗ " → " ∗ ) # $%N3j" ln xA < 0 0< xA < 1 Para soluções reais " ∗ ) # $%N3(" a é a atividade do solvente 75 25 A atividade do solvente em função da pressão de vapor é: (" D) ∗ D) A atividade relacionada com a fração molar (" k" j" γA e o coeficiente de atividade 76 O potencial químico de uma solução não ideal " ∗ ) # $%N3(" " ∗ ) # $%N3k" N3j" γ é uma medida do desvio da idealidade No limite x 1; γ 1 ax 77 Atividade do soluto • Nas soluções não ideais diluídas – O solvente obedece a lei de Raoult – O soluto obedece a lei de Henry eg ∗ * # $%N3j* 78 26 eg ∗ * # $%N3j* Lei de Henry: PB = kBxB eg * # $%N3(* a B é a atividade do soluto 79 eg * # $%N3(* ( D* l* ( k j Os desvios da idealidade estão em γB No limite aB xB ; γB 1 Quando xB 0 A atividade do soluto em função da concentração molal : eg ° * # $%N3n* 80 Atividade em soluções eletrolíticas como escrever o potencial químico das soluções eletrolíticas Se o potencial químico de um Cátion M+ é : µ+ Ânion X- é : µ- O potencial químico da solução eletrolítica é: µM+X- = µM+ + µX81 27 Cátions e ânions não podem ser estudados individualmente Mas potencial químico podem ser escritos: µM+ = µM+o + RT ln mM+ µX- = µX-o + RT ln mXµM+X-o = µM+ o+ µX-o µM+X- = µM+X-o + RT ln M M+ MX- 82 generalizando Eletrólitos tem a formula: Mν+Vν- Mν+Vν- ⇌ ν+Mz- + ν-MzO potencial químico fica: µ = ν +µ+ + ν –µµ+ = µ+o + RT ln mM+ µ- = µ-o + RT ln mX83 A molalidade do cátion e do ânion está relacionada com a molalidade do eletrólito, Assim: µ = (ν +µ+o + ν –µ-o) + RT ln M+ ν+ M- ν- Define-se – Molalidade iônica média (M±): M± = (M+ ν+ M- ν- )1/ ν µ = (ν +µ+o + ν –µ-o) + RT ln (M+ ν+ M- ν- )1/ ν Soluções eletrolíticas apresentam comportamento não ideal, então devese substituir molalidade por atividades 84 28 Define-se – atividade iônica média (a±): a± = (a+ ν+ a- ν- )1/ ν A atividade iônica média (a± ) e a molalidade iônica medias (M± ) estão relacionadas: a± = γ ± M ± e γ ± = (γ + ν+ γ - ν- )1/ ν 85 • O potencial químico da solução eletrolítica não ideal é: µ = (ν +µ+o + ν –µ-o) + ν RT ln a± µ = (ν +µ+o + ν –µ-o) + RT ln a± ν a± ν = a µ = (ν +µ+o + ν –µ-o) + RT ln a 86 A presença do soluto no solvente diminui o potencial químico do solvente ∗ " → " ∗ ) # $%N3j" ln xA < 0 0< xA < 1 Não há influencia do soluto no vapor 6 1 eí 1 eí 6 1 6 6 2 1 eí o eí 2 6 2 eí 2 87 29 • Propriedades coligativas: – Abaixamento da pressão de vapor – Elevação ebulioscópica – Abaixamento crioscópico – Pressão osmótica Acontecem devido a redução do potencial químico do solvente Acontecem em soluções ideais e em soluções reais 88 • Abaixamento da pressão de vapor eí∗ 6 ∗ eí o eí 89 • Elevação ebulioscópica T* T*+ΔT • ΔT = Keb b • Abaixamento crioscópico • ΔT = Kf b Keb = kf = RT*2 / ΔvapH 90 30 • Osmose – passagem do soluto • Pressão osmótica ( π )- pressão aplicada para impedir a osmose π = [B] RT Equação de van’t Hoff 91 Propriedades coligativas de soluções eletrolíticas Propriedades coligativas são influenciadas pelo número de partículas presente na solução. Exemplo: 0,01 M NaCl 0,01 M C6H12O6 NaCl Na+ + Cl- O abaixamento do ponto de congelamento da água no NaCl é 2x o da C6H12O6 92 • Para eletrólitos não totalmente dissociados Define-se o fator i ( fator de van’t Hoff) i = no partículas na solução em equilíbrio no de partículas antes da dissociação 93 31 Mν+Vν- ⇌ ν+Mz- + ν-MzN (1-α) Nν-α Nν+α Nνα íons em solução O fator de van’t Hoff (i) é: p q P!r Aqsr q t = 1- α + ν α p 1 u 1 94 As equações utilizadas para determinar as propriedades coligativas devem ser modificadas Elevação ebulioscópica ∆T = Keb i b Abaixamento crioscópico ∆T = Kf i b osmose π = i [B] RT 95 Eletrólitos Teoria clássica da dissociação eletrolítica partículas carregadas livre em soluções eletrolíticas (na forma de íons) não foi aceita imediatamente na eletroquímica. Não se conhecia esse conceito. No começo do século XIX começaram a aparecer modelos teóricos que explicavam o fenômeno da condutividade em eletrólitos. Um dos primeiros modelos foi proposto por T. Grotthus em 1805 96 32 A medida fundamental para se estudar os movimento dos íons em solução é a resistência elétrica da solução. Lei de Ohm v 5 I = As unidades são: Georg Simon Ohm 1789-1854 vve 5w,xyz I (A) = 97 Assim, pode-se definir Resistência (R) { R α " • • • • • • { R = ρ " L = comprimento A = Área da seção de choque (eletrodo) ρ = resistência específica ou resistividade Unidade: R (Ω) = ρ L (cm ou m)/A ( cm2 ou m2) ρ = Ω cm ou Ω m 98 Condutância (C) P C = 5 P" C =}{ inverso da resistência P k=} " C = k { • K = condutância específica ou condutividade • Unidades: • C = Siemens (S) – 1S = 1 Ω−1 • k = 1Ω−1 m−1 99 33 Condutividade de uma solução A condutividade de uma solução depende do número de íons presente na solução. 100 A condutividade de uma solução depende do número de íons presente na solução. Então a condutividade de soluções com concentrações diferentes terão valores diferentes define-se a condutividade molar (Λ Λm) Λm = l onde c é a concentração molar da solução (mol L-1) Unidade: Λm = S m2 mol-1 101 Medida de condutância A medida da condutância de um eletrólito é indireta, propriedade determinada é a resistência Célula de condutância: são recipientes de vidro contendo dois eletrodos fixos A solução eletrolítica célula de condutância Esquema de uma Célula de condutância 102 34 Exemplo: Eletrodo e condutivímetro 103 Medida de condutância célula de condutância circuito da ponte de Wheatstone Os quatro ramos da ponte são: • a célula de condutância, • uma resistência variável • xy • yz Circuito equilibrado resistência da célula de condutância: $CN j $ Charles Wheatston 1802-1875 104 Medidas de condutividade e Constante de célula ) M l N " e = Constante de célula " e – medido com uma solução padrão; KCl A = área do eletrodo L = distância 105 35 Condutividade molar de soluções aquosas a 25 oC Concentração Mol L-1 a 0,0005 HCl KCl NaCl H3CCOOH 422,7 147,8 124,5 - 0,001 421,4 147,0 123,7 48,63 0,005 415,8 143,6 120,7 22,80 0,01 412,0 141,3 118,5 16,20 0,02 407,2 138,2 115,8 11,57 0,03 399,1 133,4 111,1 7,36 0,10 391,3 129,0 106,7 5,20 Fonte: Handbook of Chemistry and Physics 106 -1 cm mol 2 350 300 condutividade molar (Λ)/ Ω 400 -1 450 HCl KCl NaCl CH3COOH 250 200 150 100 50 0 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 -1 concentração / mol L 107 Através de medidas experimentais Kohlrausch mostrou que em eletrólitos fortes, há uma correlação entre a condutividade molar ( Λ)e a concentração do eletrólito (c). Friedrich Wilhelm Kohlrausch (1840-1910) Λ Λ lP/8 0 Onde Λ é a condutividade em diluição infinita quando c0 Λ Λ0 κ − constante positiva para cada eletrólito 108 36 Λ Λ lP/8 • Método insatisfatório para eletrólitos fracos. 109 Condutividade molar em diluição infinita a 298K Λ0 / S m-1 mol L-1 HCl 426,16 KCl 149,85 NaCl 126,45 KNO3 144,96 NaNO3 121,56 Λ Λ lP/8 110 A condutividade molar de um eletrólito varia com a concentração, uma das possibilidades o número de íons em solução não é proporcional à concentração do eletrólito. Nesse sentido, os eletrólitos foram divididos em dois grupos: eletrólitos fortes eletrólitos fracos Eletrólitos fortes encontram praticamente totalmente ionizadas em solução. Como a ionização é praticamente completa, a concentração de íons em solução é proporcional à concentração do eletrólito. Eletrólitos fracos não estão completamente ionizados em solução. A dependência entre a condutividade molar e a concentração vem do deslocamento do equilíbrio de dissociação. 111 37 Teoria da Ionização Em 1887, Arrhenius propôs a teoria da ionização,. Quando coloca um eletrólito em solução, os íons estão sempre em equilíbrio com moléculas não ionizadas. Svante August Arrhenius,1887 Exemplo: )* ⇌ B+ + A112 Quanto mais diluída a solução, o equilíbrio é deslocado para a formação de íons )* ⇌ B+ + A- A condutividade de uma solução depende do número de íons presente na solução, [BA] 0 ocorre uma maior ionização; [BA] 0 Λ Λ0 113 Λ0 Λ = = condutividade molar limitante em diluição infinita o número de íons presentes medida do número total de íons que pode ser formado em qualquer concentração Podemos definir Λ Λ0 = α Onde α = grau de dissociação. 114 38 Ostwald (1888) aplicou a lei de equilíbrio à ionização de eletrólitos O eletrólito AB, na concentração c )* ⇌ B+ + A- e uma fração de α de AB é ionizada Então: [AB] não ionizada é c (1-α); e [ion] formado αc. )* ⇌ B+ αc c (1-α) + Aαc 115 )* ⇌ B+ c (1-α) αc + Aαc l A lei de equilíbrio químico # * ) )* Onde k é a constante de equilíbrio. Substituindo [A+] = [B-] = [AB] = c (1-α) l αc αc c (1−α) αc l α2c (1−α) lei de diluição de Ostwald 116 Calculo do grau de dissociação, t l α2c (1−α) l1 α α2c l ,α α2c α2c ,α # l 0 Duas soluções são possíveis. Se α > 0 t l2 # 4l - k]/2c se c 0 k ∞ eα1 Se a constante de dissociação é pequena e a concentração é relativamente elevada K2 << 4Kc t ≃ l 117 39 Kohlrausch eletrólitos com o mesmo cátion ou mesmo ânion – apresentam um padrão: Λ0(KCl) - Λ0 (NaCl) = 23,4 S m-1/ mol L-1 Λ0(KNO3) - Λ0 (NaNO3) = 23,4 S m-1/ mol L-1 118 Dados de condutância para vários eletrólitos Eletrólitos Λo/ Ω-1 cm2 mol-1 Diferença Λo/ Ω-1 cm2 mol-1 KCl NaCl 149,86 126,45 23,41 KNO3 NaNO3 144,96 121,55 23,41 KI NaI 150,32 126,91 23,41 Eletrólitos Λo/ Ω-1 cm2 mol-1 Diferença Λo/ Ω-1 cm2 mol-1 KCl KNO3 149,86 144,96 4,90 NaCl NaNO3 126,45 121,55 4,90 ½ BaCl2 ½ Ba(NO3)2 139,94 135,04 4,90 119 Kohlrausch condutividade molar em diluição infinita constituída de duas contribuições • Uma do cátion • Uma do ânion Chamada de lei da migração iônica independente Cada íon contribui para a condutividade molar limite total do eletrólito Essa lei pode ser escrita como: Λ0 = λο+ + λο− Onde λο+ + λο− são as condutividades molares limites do cátion e do ânion respectivamente 120 40 Com essa lei, é possível calcular a condutividade limite de alguns íons individuais Condutividade molar limite de cátions a 25oC Cátions λ +o/Ω-1 cm2 mol-1 H+ 349,8 Na+ 50,11 K+ 73,52 Ag+ 61,92 ½ Mg2+ 53,06 ½ Ca2+ 59,50 Condutividade molar limite de ânions a 25oC ânions λ -o/Ω-1 cm2 mol-1 OH- 197,6 Cl- 76,34 NO3- 71,44 ½ SO4 2- 80,0 CH3COO- 40,9 I- 76,8 121 A lei da migração iônica independente explica o padrão encontrado nas condutividades dos eletrólitos com o mesmo cátion ou mesmo ânion Λ0 = λο+ + λο− Λ0(KCl) Λ0(NaCl)= λο(κ+) + λο(Cl−) −λο(Na+)− λο(Cl−) = λο(κ+) −λο(Na+) Λ0(KNO3) Λ0(NaNO3)= λο(κ+) + λο(ΝΟ3−) −λο(Na+)− λο(ΝΟ3−) = λο(κ+) −λο(Na+) 122 Condutividade molar de um íon A condutividade molar de um íon é a medida da quantidade de corrente que ele pode transportar corrente = velocidade de transferência a comparação entre as condutividades molares de vários íons condutividade molar com a mesma carga. Isso é, para se comparar Deve-se usar λο(Na+) com + λο(Mg2+) λο(Na+) com + λο(1/2 Mg2+) Assim, podem ser comparadas condutividades molares equivalente de transportadores de carga 123 41 Para comparar condutividades molares de quantidades equivalentes de transportadores de carga São válidas as seguintes relações: Λo( ½ Mg2+) = ½ Λo(Mg2+) Λo( 2 Cl-) = 2 Λo(Cl-) Para comparar condutividades molares de íons que possuem a mesma carga: dividir a condutividade molar pelo número de oxidação dessa quantidade de íon que é a condutividade equivalente. Λo / z Como o número de oxidação de um íon é adimensional a condutividade iônica equivalente, terá as mesmas dimensões que a condutividade molar. 124 Exemplo Λo( Ag+) = 61,92 Ω-1 cm2 mol-1 Λo( Ag+)/z = 61,92 Ω-1 cm2 mol-1 z=1 Λo( SO42-) = 160 Ω-1 cm2 mol-1 Λo( SO42-)/z = 80 Ω-1 cm2 mol-1 z=2 125 A migração independe dos íons. Λo( ½ MgCl2) = Λo(½Mg2+) + Λo(Cl-) assim Λo( ½ MgCl2) = 53,06 + 76,34 Λo( ½ MgCl2) = 129,40 Ω-1 cm2 mol-1 A equação de migração iônica independente deve ser escrita como: Λ0 = ν+λο+ + ν− λο− Onde ν+ é o número de moles de cátions e ν− é o número de moles de ânions 126 42 Mobilidade iônica A condutância equivalente de uma solução depende da facilidade do movimento iônico A velocidade iônica não é constante depende da intensidade do campo elétrico. mobilidade iônica (u) é constante. Mobilidade iônica é a velocidade iônica por unidade de campo elétrico J Devido a lei de migração iônica independente A # J J Onde v + é a velocidade do cátion e v - é a velocidade do ânion movendo-se em um campo elétrico 127 A mobilidade iônica está relacionada também com condutância iônica equivalente em diluição infinita, assim podemos escrever: A # 4 4 Onde F é a constante de Faraday; e é a condutância iônica equivalente em diluição infinita dos cátions e dos ânions. Desta forma, podemos obter a mobilidade iônica dos íons em solução: 128 Com esses dados podemos realizar alguns cálculos de deslocamento de íons: Calcule a condutância iônica a diluição infinda, a velocidade de deslocamento e o tempo que o íon Cu2+ leva para sair de um eletrodo de cobre e chegar ao outro eletrodo de cobre, a 298K. Admita que o campo elétrico seja de 1 V cm-1, Dados: F = 96500 C mol-1; u = 5,56 10-4 cm2s-1V-1 4. 129 43 Cálculo da condutância iônica 4. 96500M N 1 . 5,56 96500M N 10−4 cm2s−1V−1 1 . 5,56 56,654M N 10−4 cm2s−1V−1 1 . cm2s−1V−1 Trabalhando com as unidades: 1 C/s = 1A 56,654M N A/V = Ω-1 1 . cm2s−1V−1 56,654) N 1 . cm2V−1 56,654Ω−1 N 1 cm2 130 Cálculo da velocidade iônica J. E = 1 V cm-1 u = 5,56 10-4 cm2s-1V-1 1 V cm−1 . 5,56 10−4 cm2s−1V−1 1 V cm−1 . 5,56 10−4 cm2s−1V−1 5,56 10−4 cm s−1 Tempo de deslocamento entre um eletrodo e o outro eletrodo (4cm) dv = ds/dt dt = 4 cm /5,56 10−4 cm s−1 dvdt = ds dt = 7194,2 s dt = ds/dv 60 dt = 119,9 min 131 Condutância iônica equivalente e mobilidade iônica de alguns íons a 298K Íons Mobilidade iônica em água a 298K u/10-8 m2s-1V-1 Condutância equivalente λo / Ω-1 cm2 mol-1 Li+ 4,01 38,68 Na+ 5,19 50,10 K+ 7,62 73,50 Rb+ 7,92 77,81 Cs+ 7,96 77,26 Cu2+ 5,56 53,6 Cl- 7,91 76,35 CH3COO- 4,24 40,90 SO42- 8,29 80,02 132 44 • Mobilidade iônica e condutância iônica – Condutância é a medida da corrente que o eletrólito pode conduzir • A velocidade de transporte de carga depende de – 1) número de carga de cada íon – 2) concentração de íons – 3) velocidade dos íons 133 • Velocidade dos íons depende de: – 1) intensidade do campo – 2) viscosidade do solvente – 3) efeito de assimetria – 4) efeito eletroforético Considerar – condutância em termos das velocidade dos íons 134 • Considerar: – Uma solução de eletrólito de concentração c – α é o grau de ionização – c+ e c- concentrações de cátions e ânions – E – campo elétrico – v+ e v- velocidades dos cátions e ânions 135 45 • Dado um plano de superfície A, localizado no interior da solução A qualquer tempo t, o cátion do plano A percorre a distancia v+ t 136 • O volume do bloco é v+ t . A • A concentração de cátions é c+ • A quantidade de cátions no bloco é c+ v+ t A • A carga transferida é – Cátion c+ v+ t A z+ F – Ânion c- v- t A |z-| F 137 A velocidade de transferência de carga é a corrente – I+ - corrente transportada pelo cátion – I- - corrente transportada pelo ânion • A velocidade de transferência de carga é: • I+ = c+ v+ A z+ F e I- = c- v- A |z-| F • A corrente total e I • I = I+ + I• Então • I = c+ v+ A z+ F + c- v- A |z-| F 138 46 • I = c+ v+ A z+ F + c- v- A |z-| F • Se um mol de eletrólito dissocia em – ν+ cátions – ν- ânions • c+ = ν+αc e c- = ν-αc • I = ν+αc v+ A z+ F + ν-αc v- A |z-| F • I = αcFA ( v+ z+ ν+ + ν- v- |z-|) 139 • Densidade de corrente j = i/A • j = αcF ( v+ z+ ν+ + ν- v- |z-|) v+= u+ E e v- = u-E • j = αcFE ( u+ z+ ν+ + ν- u- |z-|) k = j/E • k = αcF ( u+ z+ ν+ + ν- u- |z-|) 140 • k = αcF ( u+ z+ ν+ + ν- u- |z-|) • Λ = k/c • Λ = αF ( u+ z+ ν+ + ν- u- |z-|) se α = 1 e u+o u-o = mobilidade limite do cátion e do ânion • Λo = F ( u+o z+ ν+ + ν- u-o |z-|) 141 47 • Λo = F ( u+o z+ ν+ + ν- u-o |z-|) • Lei de migração independente: Λo = ν+ λ+o ν-λ-o • Então: λ+o = u+o z+ F • λ-o = u-o |z-|F 142 • Número de transporte • A corrente transportada pelos cátions e pelos ânions é I+ = c+ v+ z+ FA I- = c- v- |z-| FA • A corrente total é: I = c+ v+ z+ FA + c- v- |z-| FA 143 • O número de transporte do cátion (t+) é: EA A A A 4) A A A 4) # ! ! | ! |4) ou EA AA A A A A 4) # ! ! | ! | 144 48 • Como a velocidade dos íons se relaciona com a mobilidade, EA AA A A A A 4) # ! ! | ! | c+ = ν+c c- = ν-c EA tA A A tA A A # t! ! | ! | EA A A A A A A # ! ! | ! | 145 • Em diluição infinita EA A A A A # ! ! EA A A Λ EA ! ! Λ 146 Essa variação do coeficiente de atividade de soluções diluídas é explicado pela teoria de Debye-Hückel A teoria de Debye-Hückel A teoria de Debye-Hückel descreve o comportamento termodinâmico das soluções eletrolíticas diluídas para eletrólitos fortes relacionando o coeficiente médio de atividade com a força iônica do meio. • Debye e Hückel consideraram que o afastamento da idealidade das soluções diluídas eletrolíticas é atribuído às interações eletrostáticas de longo alcance entre os íons. • não levaram em consideração as interações associadas às moléculas do solvente. Eles consideraram o solvente como um meio contínuo cujo único efeito é proporcionar um meio com um dado valor de constante dielétrica. 147 49 Para o desenvolvimento da teoria, são levantadas algumas suposições: 1) Eletrólitos se dissociam completamente em íons em solução 2) As soluções são diluídas, com um concentração de 0,01 m ou mais baixas 3) Em média cada íon é circundado por íons de cargas opostas formando uma atmosfera iônica 148 Debye e Hückel calcularam o potencial elétrico médio em cada íon, causado pela diferença de outros íons na atmosfera iônica. A energia de Gibbs dos íons foi então relacionada com o coeficiente de atividade do íon individual. Como não se pode medir o coeficiente de atividade dos cátions e dos ânions individualmente, o resultado final é expresso em temos do coeficiente de atividade iônica média do eletrólito Lei limite de Debye-Hückel log k I é a força iônica 1,824.106 | # |√ %/8 1 Σpp2 2 Onde mi e zi são as molalidade e a carga do íon no eletrólito, respectivamente 149 A Lei limite de Debye-Hückel permite calcular as concentrações iônicas para todos os tipos de eletrólitos em uma base comum, de modo que não é preciso conhecer as cargas dos íons individualmente. em água e a 25 oC ( = 78,54 e T = 298K) Lei limite de Debye-Hückel log k 0509| # |√ Em soluções com vários eletrólitos, todos contribuem para a força iônica, entretanto, z+ e z- referem-se somente ao eletrólito para o qual k está sendo calculado. 150 50 O gráfico mostra os valores calculados (curvas em azul) e os valores medidos (curvas em vermelho) de logk . Gráfico de log k vs. √ para vários eletrólitos. Observa-se que a lei limite se aplica a soluções diluídas mas em soluções concentradas há desvios drásticos e a equação deve ser modificada 151 Aplicações das medidas de condutância Determinação da condutividade molar limite Eletrólitos fortes: A condutividade molar limite de eletrólitos fortes pode ser determinada pela lei de Kohlrausch. Determina-se a condutividade em várias concentrações e constrói-se um gráfico de condutividade vs raiz quadrada da concentração do eletrólito. Λ Λ l P/8 152 Eletrólitos fracos: Conhecidas as condutividades, em diluição infinita, molares limites dos íons que constituem o eletrólito a concentração molar limite pode ser determinada pela lei da migração independente. Λ0 = ν+λο+ + ν− λο− Para o Calculo de Λ0 do ácido acético, por exemplo, podemos escrever: Λ0 (CH3COOH) = λ0 (H+) + λ0 (CH3COO-) Λ0 (CH3COOH) = 349,8 + 40,9 Λ0 (CH3COOH) = 390,07 Ω-1 cm2 mol-1 153 51 Eletrólitos fracos: combinando os valores de condutividades de eletrólitos fortes Λ0 (CH3COOH) = Λ0 (HCl) + Λ0 (CH3COONa) - Λ0 (NaCl) substituindo-se os termos do lado direito da expressão por seus componentes iônicos Λ0 (CH3COOH) = Λ0 (HCl) + Λ0 (CH3COONa) - Λ0 (NaCl) λ0 (H+) λ0 (Cl-) + λ0 (CH3COO-) + λ0 (Na+) - λ0 (Na+) - λ0 (Cl-) λ0 (H+) λ0 (Cl-) + λ0 (CH3COO-) + λ0 (Na+) - λ0 (Na+) - λ0 (Cl-) Λ0 (CH3COOH) = λ0 (H+) + λ0 (CH3COO-) Ácido clorídrico, acetato de sódio e cloreto de sódio, são todos eletrólitos fortes. 154 Determinação da solubilidade de um sal pouco solúvel. Se um sal pouco solúvel se dissociar de modo simples e completo em água, pode-se determinar a solubilidade através das medidas de condutância Determina-se a condutividade de uma solução saturada do sal, Subtrai-se a condutividade do solvente para ter como resultado somente a condutividade do sal: k solução – k solvente = k sal A condutividade molar foi definida como : Assim pode-se usar a condutividade molar como:Λ Λ l l(N Onde Λs é a condutividade molar do sal na solução saturada e c é a concentração da solução 155 Se o sal for pouco solúvel, uma solução saturada deste sal pode ser considerara como aproximadamente uma solução de diluição infinita, c 0 Lembrando que: quando c0 Λ Λ0 Λ0 = condutividade molar em diluição infinita quando Nesse caso c0 Λs Λ0 Onde Λs é a condutividade molar do sal na solução saturada e c é a concentração da solução c= k sal Λ0 Aplicando a lei de migração independente: c= k sal ν+λο+ + ν λο 156 52 Exemplo: A condutividade de uma solução saturada de cloreto de prata, a 25 oC, é 3,41x10-6 Ω −1 cm-1 A condutividade da água, a 25 oC, é 1,60x10-6 Ω −1 cm-1 (eletrólito fraco) Sabendo ainda que a condutividade molar limite, a 25 oC, dos íons Ag+ e Cl- são: Ag+ λo = 61,92 Ω −1 cm-1 mol-1 Cl- λo = 76,34 Ω −1 cm-1 mol-1 Para calcular a solubilidade do AgCl: Primeiro, determina-se a condutividade do AgCl, subtraindo contribuição da água k solução – k solvente = k sal k AgCl = 3,41.10-6 - 1,60.10-6 k AgCl = 1,81.10-6 Ω −1 cm-1 157 Aplicando a lei de migração independente: c= ν+λο+ k sal + ν λο Substituindo os valores: c= 1,81.10−6 Ω 1 cm−1 61,92 + 76,34 Ω 1 cm−1 mol−1 c= 1,81.10−6 Ω 1 cm−1 138,26 Ω 1 cm−1 mol−1 c = 1,31.10-5 mol L-1 c = 1,31.10-8 mol cm-3 x 1000 • • As limitações desse método são: a concentração do sal dever ser baixa [solução saturada (sal insolúvel)] para que condutividade molar possa ser considerada como condutividade molar limite. a dissolução do eletrólito deve ser simples e completa. 158 Considerando que a solubilidade de sal é pequena: a concentração (c) pode ser considerada igual a solubilidade (S) Então a solubilidade do AgCl é: S (AgCl) = 1,3x10-5 Mol L-1 Como o AgCl se dissocia em Ag+ e ClKps = [Ag+][Cl-] 1,3x10-5x 1,3x10-5 mol L-1 Kps = 1,69x10-10 159 53 Determinação da constante de dissociação Procedimento simples para eletrólitos fracos. Considerando um ácido fraco que se dissocia em água: HA ⇄ H+ + AA constante de dissociação desse ácido é : l( @ # ) @) Considerando uma solução muito diluída: γ± = 1 160 α é o grau de dissociação do ácido, em uma concentração c, a constante de equilíbrio é l( α2 1α E como já foi definido, α = Substituindo esses valores na equação chegamos al(: 1 1 1 Λ # Λ0 Λ ,Λ02 Λ/Λ0)2c (1−Λ/Λ0) Lei de diluição de Ostwald Λ02 Λ ,( Λ0) Λ Essa equação resulta um gráfico linear de Λ vs 1/Λ de modo que o coeficiente angular é ,(Λ02 e com coeficiente linear igual á ,(Λ0 . Assim é possível determinar a constante de dissociação 161 Prof. Dr. Flavio Colmati IQ-UFG determinar a constante de dissociação de um eletrólito fraco A constante de dissociação do ácido HA é:l( @ # ) @) Isso quando a solução está muito diluída, mas rigorosamente a constante de dissociação é: Ka = ka. Kγ Onde Kγ é a contribuição do coeficiente de atividade, considerado igual a 1 quando a solução é muito diluída γ H+-A− A equação pode ser re-escrita como: Ka = ka γ HA Para soluções diluídas o coeficiente de atividade das moléculas não-dissociadas, HA tem valor próximo de 1 Assim a equação fica: Ka = kaγH+-A− 162 54 Como os íons são univalentes (H+ e A-), os coeficientes de atividades são idênticos, então: Ka = ka γ2 Escrevendo essa equação na forma logarítimica Log Ka = log ka + 2 log γ O segundo termo dessa equação é dado pela lei de Debye-Hückel log γ = −A Onde I é a força iônica, que é I = ½ (cH+ + cA-) Se a concentração do ácido é c e o grau de dissociação é α, a concentração de H+ e A- é αc Então I = ½ (αc + αc ) que é I = αc 163 I = αc Substituindo da equação log γ = −A log γ = −A αc E a equação da constante de dissociação Log Ka = log ka −2A αc rearranjando Log ka = 2A αc log Ka Onde um gráfico de log Ka vs. αc é uma reta com coeficiente linear igual á log Ka E o valor de log ka pode ser calculado por:l( t2 M 1 t 164 Titulação Condutimétricas Quando se realiza uma titulação, as concentrações dos íons em solução variam. Se essas variações levarem a uma variação na condutância final da solução será possível acompanhar a titulação com medidas de condutância. As principais aplicações são em titulações de ácido-base e titulações com formação de precipitados Para compreender os princípios da titulação condutimétrica, é necessário conhecer a condutância dos íons. 165 55 Esses valores já são conhecidos: Condutividade molar limite de cátions e ânions a 25oC Cátions λ +o/Ω-1 cm2 mol-1 Ânions λ -o/Ω-1 cm2 mol-1 H+ 349,8 OH- 197,6 Na+ 50,11 Cl- 76,34 K+ 73,52 NO3- 71,44 Ag+ 61,92 ½ SO4 2- 80,0 ½ Mg2+ 53,06 CH3COO- 40,9 ½ Ca2+ 59,50 I- 76,8 Observa-se que a condutividade molar limite da maioria dos íons está entre 40 e 70 -1 cm2 mol-1. Exceto para os íons H+ e OHApesar das titulações não serem realizadas a diluição infinita, a maioria dos íons apresentam condutâncias semelhantes. Exceto para os íons H+ e OH166 Analisando alguns casos em particular Uma titulação de ácido forte – base forte: Considere uma titulação de ácido clorídrico com hidróxido de sódio Inicialmente a solução terá íons H+ e ClAo adicionar o NaOH, Na+ + OHOs hidróxidos se combinam com H+ e formam H2O, reduzindo a quantidade de íons H+ na solução. No final da titulação, haverá apenas íons Cl- e Na+ 167 Conforme avança a titulação, a reação prossegue e a concentração de íons de H+ em solução diminuem. Os hidróxidos se combinam com H+ e formam H2O, reduzindo a quantidade de íons H+ na solução. No ponto final, (ponto de viragem) a solução contem apenas íons Na+ e Cl- (desprezado a auto ionização da água). A água é um eletrólito fraco e mesmo com a auto ionização, a contribuição na condutividade é muito baixa e pode ser desprezada frente aos outros íons em presente em solução. No inicio da titulação íons H+ presente Com o andamento da titulação, íons H+ são substituídos por íons Na+ condutividade da solução diminui Após o ponto de viragem adição de íons OH- em excesso Com o andamento da titulação, íons OH- ficam em excesso não solução condutividade da solução aumenta 168 56 Um gráfico de condutância da solução vs. volume de NaOH adicionado é possível verificar esse comportamento da condutância da solução Final da titulação Excesso de íons HOCom a adição de NaOH após a neutralização, há excesso de íons OH- em solução (condutividade da solução da aumenta) Inicio da titulação Excesso de íons H+ Com o decorrer da titulação, íons H+ são substituídos por íons Na+ (condutividade da solução diminui) Ponto de equivalência 169 Acido fraco – Base forte: Considere a titulação do ácido acético com NaOH Inicialmente a solução terá íons H+ e CH3COOe moléculas não ionizadas de CH3COOH Ao adicionar o NaOH, Na+ + OH- Os hidróxidos se combinam com H+ e formam H2O, reduzindo a quantidade de íons H+ na solução. Da mesma forma íons de acetatos se combinam com íons de + 170 Na Conforme avança a titulação, a reação prossegue e a concentração de íons de H+ em solução diminuem. Entretanto, como se trata de um ácido fraco: Não há tantos íons H+ disponíveis em solução, como no caso do HCl, o ácido fraco tende a ficar na forma não ionizada Com andamento da titulação - Quando pouca quantidade de NaOH é adicionada, os íons H+ em solução são substituídos pelos íons Na+. A remoção dos íons H+ em solução provoca um aumento no grau de dissociação do ácido acético (para regenerar o equilíbrio) – Aumenta a condutância Com isso, ao adicionar o NaOH observa-se um aumento da condutividade da solução devido a dissociação do ácido. Após o ponto de equivalência, ao adicionar mais NaOH, a condutividade da solução aumenta mais, devido ao excesso de íons OH- em solução. 171 57 Um gráfico de condutância da solução vs. volume de NaOH adicionado é possível verificar esse comportamento da condutância da solução Final da titulação Excesso de íons HO- Inicio da titulação Excesso de íons H+ Com o decorrer da titulação, íons H+ são substituídos por íons Na+ mas desloca o equilíbrio aumentando a dissociação do ácido (condutividade da solução aumenta) Com a adição de NaOH após a neutralização, há excesso de íons OH- em solução (condutividade da solução da aumenta) Ponto de equivalência 172 Ácido fraco- base fraca: Quando se titula ácidos com base fraca, o aspecto do gráfico , antes de atingir o ponto de equivalência é similar ao obtido quando se usa uma base forte Porém, após o ponto de equivalência, o excesso de base presente na solução estará na forma não ionizada (base fraca). A presença de excesso de base não contribui significativamente para a condutância da solução, então a condutância da solução permanece praticamente constante. ácido fraco – base fraca A hidrólise do sal formado gera uma leve curvatura na curva (no ponto de equivalência) dificultando a determinação. Se o ácido e a base forem muito fracos não se observará o ponto de equivalência, somente uma leve curva em todo a região que for realizado o experimento. Aplicação para ácidos e bases com Ka e Kb superiores a 10-5 173 Acido forte Base fraca Base fraca Ácido fraco 174 58 Mistura de ácidos: Usando-se uma técnica condutimétrica é possível titular, com uma base, uma mistura de ácido fraco e um ácido forte. Adicionando-se a base à mistura de ácido: A primeira reação é a substituição de Íons H+ do ácido forte pelos cátions da base 175 A condutividade da solução diminui: Depois de neutralizado o ácido forte: Neutralização do ácido forte A adição da base Neutraliza o ácido fraco A condutância da solução aumenta Depois de neutralizado o ácido fraco a condutância da solução aumenta mais rapidamente (se utilizado uma base forte) 176 José Vinicius Martins; Ana Paula Ruas de Souza; Maiara Oliveira Salles; Silvia Helena Pires Serrano Determinação de ácido acético em amostra de vinagre adulterada com ácido clorídrico - um experimento integrado de titulação potenciométrica e condutométrica Quím. Nova vol.33 no.3, 2010 Neutralização do ácido forte Excesso de base forte Neutralização do ácido fraco http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422010000300049 177 59 178 179 Elen Romão Sartori; Willian Toito Suarez; Orlando FatibelloFilho Determinação condutométrica de cloridrato de metformina em formulações farmacêuticas empregando nitrato de prata como titulante Quím. Nova vol.32 no.7, 2009 180 60 Titulação por precipitação É um método de titulação no qual se utiliza substâncias químicas que reagem entre si e formam duas fases uma líquida e outra sólida e insolúvel no meio reagente (normalmente, água), um precipitado, com isso é possível determinar quantitativamente o produto da reação. Considere a titulação de uma solução de cloreto de potássio com uma solução de nitrato de prata. : Inicialmente a solução contem íons K+ e Cl-, AgNO3 KCl A reação é No final da titulação, (desprezando a pequena solubilidade do AgCl) a solução contém íons nitrato e íons potássio KCl + AgNO3 AgCl + KNO3 AgNO3 KCl KCl 181 Antes do ponto final da titulação Íons de cloreto são substituídos por íons de nitrato Ânions λ -o/Ω-1 cm2 mol-1 OH- 197,6 Cl- 76,34 NO3- 71,44 ½ SO4 2- 80,0 CH3COO- 40,9 I- 76,8 A condutividade entre o Cl- e NO3- não é muito diferente. Assim a condutividade da solução será pouco afetada. Após o ponto final da titulação, a adição de excesso de AgNO3 provoca aumento do número de íons presente na solução, a condutividade da solução aumenta. 182 Considere a titulação de uma solução de sulfato de magnésio com solução de hidróxido de potássio Com a reação, vão precipitar sulfato de bário e hidróxido de magnésio MgSO4 + Ba(OH)2 Mg(OH)2 (s)+ BaSO4 (s) Ba(OH)2 No inicio a solução contém íons magnésio e íons sulfato MgSO4 A medida que a titulação prossegue, ambos são retirados da solução por precipitação – a condutância da solução diminui até o ponto final da titulação Depois do final da titulação, o excesso de Ba(OH)2 leva à solução íons Ba2+ e OH- - a condutância da solução aumenta. 183 61