IDADE MODERNA: RENASCIMENTO CULTURAL CONTEÚDOS Características gerais Artes plásticas Literatura e Música Ciências AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS Características gerais Durante a transição Feudo-Capitalista, que caracterizou o final da Idade Média e início da Idade Moderna, a Europa passou por profundas transformações. O renascimento comercial e urbano, impulsionado pelo desejo às especiarias, o aparecimento da classe burguesa, composta por comerciantes e artesãos, bem como o nascimento de algumas das monarquias nacionais, contribuíram para que no campo das artes, surgisse no território Italiano o Renascimento Cultural. Figura 1 - Mapa dos principados italianos durante a Idade Moderna Fonte: Fundação Bradesco Nesse período entre os séculos 14 e 16, a Itália encontrava-se distante de uma unificação, que só ocorreria no século 19. A região central da península, onde se encontrava a cidade de Roma, era totalmente controlada pela Igreja Católica, o restante do território era dividido por principados e as cidades de Gênova e Veneza, localizadas ao norte desse território, destacavam-se como os maiores polos de comércio que o continente europeu conhecia nesse período. Porém, apesar desta falta de unidade, a região contava com um valioso acervo cultural greco-romano e ricos mecenas (denominação dos protetores das artes que financiavam os artistas). Curiosidade: O termo mecenas, nasceu pela influência e prestígio de uma rica família da cidade de Florença, denominada Médici. Durante praticamente toda a Idade Moderna eles patrocinaram diversos artistas fomentando a produção de obras de arte, literatura e música. Dessa forma, todas as famílias que seguiram o exemplo dos Médicis, passaram a ser denominadas de mecenas. Figura 2 - Cosme Médici um importante mecenas do Renascimento Fonte: Wikimedia Commons Os artistas que fizeram parte do Renascimento Cultural defendiam a ideia de que a cultura que existiu na Antiguidade Clássica, havia morrido durante o Medievalismo (período de trevas culturais), sendo assim, era necessário fazê-la renascer na Idade Moderna. Nesse sentido, tudo que representasse a cultura greco-romana era valorizado pelo artista. Retoma-se o uso da simetria, da perspectiva, da simplicidade das formas, do realismo natural, dos efeitos de luz e sombra, das passagens mitológicas (sob uma releitura católica) e, sobretudo pela valorização do racionalismo, do empirismo (conhecimento a partir da experiência prática) e do antropocentrismo (homem como centro). Os artistas do Renascimento buscavam inspiração nas artes clássicas da Grécia e de Roma na Idade Antiga, copiando seu estilo com algumas adaptações. Em geral, os artistas mais famosos eram disputados para realizar obras para a elite e inclusive para a Igreja Católica. Deste modo, os renascentistas conseguiam o acesso as maiores bibliotecas da época que se concentravam nesses ambientes, possibilitando aumentar seus conhecimentos por meio da pesquisa. O Renascimento Cultural foi um movimento artístico completo, que influenciou a cultura de toda uma era e que nos deixou um rico legado artístico e cultural que até hoje influencia nossas concepções estéticas. Artes plásticas Rapidamente, a arte renascentista conquistou o status de luxo e glamour, espalhando-se por toda a Europa. A própria Igreja Católica, que foi alvo de crítica por parte de alguns desses artistas, chegou a contratar os grandes mestres do Renascimento para produzir, sob sua supervisão, grandes obras de arte que marcaram esse período. A pintura do teto da Capela Sistina no Vaticano, feita por Michelangelo (1475-1564), talvez seja o melhor exemplo para ilustrar esse fato, observe a seguir: Figura 3 - Teto da Capela Sistina no Vaticano pintado por Michelangelo Fonte: Wikimedia Commons A relação entre Michelangelo e o Papa Júlio II era conflituosa e que, em muitos momentos, o Papa se indispôs com o artista até a conclusão da obra, que levou mais de quatro anos para seu fim. Um dado curioso é que Michelangelo era famoso na época pelas suas esculturas, por isso, pintar os afrescos da Capela Sistina foi um desafio na sua carreira, que ele superou com maestria, produzindo uma verdadeira obra prima. As obras de Michelangelo, são carregadas de emoções e sentimentos que ficam expostas na expressão facial dos seus modelos, o artista chegou a retratar o rosto de muitos dos seus desafetos nas imagens malignas de suas obras. Outro dado importante é que Michelangelo sempre retrata a Virgem Maria (Madonna) com um rosto jovial para valorizar a beleza da santa pelos padrões greco-romanos. A musculatura de suas personagens esculpidas e que compõem suas obras, mesmo quando retratando aspectos religiosos católicos, lembram os deuses e heróis mitológicos. Figura 4 - Escultura de Davi Figura 5 - Escultura da Pietà Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons Outro bom exemplo de um artista renascentista que se dedicou a produzir obras para a Igreja Católica foi Leonardo Da Vinci (1452-1519). Mas vale lembrar que ele se destacou em diversas áreas do conhecimento. Foi pintor, escultor, músico, arquiteto, inventor, físico, botânico e anatomista, ou seja, Leonardo Da Vinci foi um renascentista de grande genialidade, que em nome da ciência e da verdade, ultrapassou os limites impostos pela fé. Em algumas obras, ele chegou a deixar algumas pistas de seus questionamentos renascentistas, como é possível observar na Santa Ceia. Figura 6 - Afresco que retrata a última ceia, pintado por Leonardo Da Vinci Fonte: Wikimedia Commons Nessa obra, o artista retratou Jesus Cristo sentado ao centro da mesa (os artistas da época costumavam fazê-lo sentado a ponta da mesa) e os apóstolos foram agrupados de três em três (representando a Santíssima Trindade ou os meses do ano agrupados em primavera, verão, outono e inverno). Na mesa observa-se pratos e pães, mas não é visível nenhum cálice de vinho (a tradição cristã diz que Jesus Cristo comeu pão e bebeu vinho, representando seu corpo e sangue, com seus apóstolos nessa última refeição) e o apóstolo que se senta ao lado direito de Jesus Cristo é o único que está sem barba e tem um certo volume na região do peito como se fosse seios (que leva a dúvida se essa figura representa João ou Madalena). Assim, como Leonardo Da Vinci era um grande estudioso e que buscava a perfeição em suas obras, pode-se concluir que esses detalhes que causam estranheza na “Santa Ceia” foram feitos intencionalmente. A obra mais famosa de Leonardo Da Vinci encontra-se no museu do Louvre em Paris, trata-se da famosa Gioconda (Mona Lisa) que com seu sorriso enigmático, ainda hoje, fascina estudiosos e admiradores de arte do mundo todo. Existem historiadores da arte que acreditam que Leonardo Da Vinci pintou a Gioconda usando seu próprio rosto como base, assim ela seria uma espécie de autorretrato na versão feminina do pintor. Figura 7 - Gioconda, obra realizada por Leonardo Da Vinci Fonte: Wikimedia Commons Leonardo Da Vinci, era muito mais que um artista. Sua genialidade fez com que projetasse uma máquina de voar, aos moldes de um helicóptero e que só não atingiu sucesso com o invento, pois na época não existiam motores para girar as hélices na velocidade necessária para alçar voo. Ele também descobriu que existe uma proporção comum a todas as medidas do corpo humano, que ele denominou como número áureo (número de ouro ou número divino), que é aproximadamente 1,618033989. Com o Homem Vitruviano ele realiza um estudo sobre a perfeição das dimensões humanas. Ele busca mostrar que o Homem é simétrico e que seu corpo se inscreve dentro das duas figuras geométricas mais regulares que existem, o círculo e o quadrado. Figura 8 - Homem Vitruviano Fonte: Wikimedia Commons O campo das artes renascentistas é riquíssimo e existiram tantos artistas importantes que seria impossível descrever todos em um único Tema de Estudo. Desse modo, além dos gênios Michelangelo e Leonardo da Vinci, citados anteriormente, vale a pena destacar, mais três grandes artistas da arte renascentista que se tornaram importantes ícones da pintura e da escultura durante a idade Moderna, e que deixaram obras que são mundialmente conhecidas, até os dias de hoje. Sandro Botticelli (1445-1510) Suas obras resgatavam aspectos culturais e artísticos da civilização greco-romana. Figura 9 - O nascimento de Vênus, obra pintada sobre madeira Fonte: Wikimedia Commons Donatello (1386-1466) Utilizava diversas técnicas para esculpir materiais como o mármore, o bronze e a madeira. Figura 10 - Escultura de São Marcos Figura 11 - Escultura de Davi Figura 12 - Escultura de Madalena Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons Rafael Sanzio (1483-1520). Sua produção centrou-se na pintura sacra, marcada pela suavidade dos seus traços, e na arquitetura, contribuindo com a construção da Basílica de São Pedro no Vaticano. Figura 13 - Deposição de Cristo Figura 14 - A Sagrada Família Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons Literatura e Música Na literatura, é importante destacar a contribuição do poeta italiano Dante Alighieri que escreveu A Divina Comédia, obra composta por três livros: o Céu, o Purgatório e o Inferno. Nela, o poeta viaja em busca de sua amada, Beatriz, sob as orientações do poeta romano Virgílio (a voz da razão), que o guia por boa parte do seu percurso. Na obra, o humor ácido de Dante Alighiere, emerge sob o disfarce do cômico, para criticar e satirizar a sociedade, os costumes, as instituições políticas e a própria Igreja Católica. Dado esse caráter crítico, que levava o leitor a reflexão e análise crítica do período que ele vivia, essa obra foi por muito tempo censurada pelo Vaticano, mas também motivou artistas a produzirem inúmeras obras de arte que tentassem contemplar a visão dantesca do inferno. Figura 15 - Obra de Botticelli, que buscava retratar a visão dantesca do inferno Fonte: Wikimedia Commons Ainda no campo da literatura, houveram outros grandes escritores e poetas italianos que destacaram-se, como foi o caso de Giovanni Boccaccio com o Decameron, obra que criticava os costumes da sua época pelo viés do erotismo, de Nicolau Maquiavel com O Príncipe, obra que traça o perfil ideal para um monarca absolutista (esse livro tornou-se uma referência do pensamento político e até hoje inspira as ações de muitos governos). O renascimento cultural não se limitou a pensadores e artistas italianos, muitos outros países tiveram importantes contribuições para esse movimento artístico e filosófico. Na Espanha, destaca-se Miguel de Cervantes com o Dom Quixote, que satiriza os velhos costumes aristocráticos por meio de uma narrativa de um cruzado que enlouquece devido a uma desilusão amorosa. Em Portugal, Luís Vaz de Camões com Os Lusíadas, que conta a saga portuguesa para cruzar os mares e chegar às Índias. Na Holanda, Erasmo de Roterdã com O Elogio da Loucura, obra em que apresenta a loucura como narradora dos fatos para criticar as instituições e costumes do mundo moderno. E, por fim, na Inglaterra, Willian Shakespeare com Romeu e Julieta, Hamlet e Sonho de uma Noite de Verão obras que abordam amores proibidos, ganância e traições. Vale lembrar que alguns artistas da literatura portuguesa, dada a sua importância, poderão ser retomados com mais detalhes nos Temas de Estudo de Linguagens. Na música, os renascentistas destacavam-se por produzir composições polifônicas com no mínimo quatro vozes diferentes, sendo executadas ao mesmo tempo, formando uma musicalidade complexa e harmônica. Os grandes compositores deste período eram William Byrd (1542-1623), Josquin des Préz (1440-1521), Palestrina (1525-1594), Giovanni. Gabriel (1555-1612) e Cláudio Monteverdi (1567-1643). Ciências O Renascimento Cultural e o antropocentrismo trouxeram à tona a curiosidade científica, que segundo os pensadores deste período também adormecera durante o feudalismo. Assim as ciências também tiveram sua renascença na Idade Moderna, conseguindo uma certa autonomia e independência do dogmatismo religioso que a Igreja Católica impunha. Desta forma, a retomada do conhecimento científico rompeu com o monopólio do saber, ampliando os conhecimentos do mundo e dos fenômenos da natureza, abrindo caminho para as explicações racionais. Figura 16 - Modelo de um átomo Fonte: Wikimedia Commons O desenvolvimento da lógica racional e da matemática, associado ao empirismo e o experimentalismo, fez com que os estudos sobre as ciências naturais se desenvolvessem, sobretudo acerca da astronomia, onde se destacaram os trabalhos de Nicolau Copérnico (1473-1543), Giordano Bruno (1548-1600), Galileu Galilei (1564-1642) e Johannes Kepler (1571-1630). Todos esses pensadores retomaram algumas concepções da antiguidade clássica como base de seus estudos e desenvolveram suas teorias a partir dessas bases. Saiba mais: A teoria heliocêntrica (com o Sol no centro do sistema e não mais a Terra), que foi inicialmente proposta por Copérnico, e posteriormente defendida por Galileu, sofreu censurada pela Igreja Católica que defendia o geocentrismo. Todos os cientistas que contrariavam as teorias católicas eram duramente perseguidos. Giordano Bruno por exemplo, chegou a ser julgado e condenado pelo tribunal da Inquisição e sua sentença foi morrer na fogueira como um herege. Galileu Galilei, também foi julgado e precisou negar sua teoria para escapar da condenação à morte. Figura 17 - Galileu sendo interrogado pelos Tribunais da Inquisição Católica Fonte: Wikimedia Commons Mesmo com as perseguições promovidas pela Igreja Católica contra os cientistas, a evolução do conhecimento se tornou inevitável. A razão passou a predominar sobre a fé e mais tarde, por volta do século 18, essa postura mais investigativa em busca da verdade científica, inspirou o desenvolvimento do pensamento Iluminista, com René Descartes, Isaac Newton, Blaise Pascal, dentre outros. Daí em diante, a ciência não parou mais de evoluir, até chegar aos dias atuais. ATIVIDADES 1. Observe a obra de Botticelli, que se encontra a seguir: Disponível em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Primavera_(Botticelli).jpg?uselang=pt>. Acesso em: 16 mar. 2016. 15h. Com base na imagem, identifique as principais características do Renascimento Cultural. 2. (ENEM-2011) Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento. SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984. O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela constante relação entre a) fé e misticismo. b) ciência e arte. c) cultura e comércio. d) política e economia. e) astronomia e religião. 3. (ENEM-1999) (...) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em redor do Sol. (...) Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente, mas duma maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos. (COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium) Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas. (VINCI, Leonardo da. Carnets) O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é a) a fé como guia das descobertas. b) o senso crítico para se chegar a Deus. c) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos. d) a importância da experiência e da observação. e) o princípio da autoridade e da tradição. 4. (ENEM-2012) Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devidos às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livrearbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnb, 1979 (adaptado). Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo. b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos. c) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana. d) romper com tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizado. e) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão. LEITURA COMPLEMENTAR Giordano Bruno Filippo Bruno, mais conhecido como Giordano Bruno, foi filósofo, astrônomo e matemático. Nasceu na cidade de Nola, uma província localizada em Nápoles, Itália, no ano de 1548. Seus pais foram Juano Bruno e Fraulissa Savolino. O nome Giordano lhe foi dado quando ingressou no convento de São Domingos, mesmo convento em que foi ordenado sacerdote, em 1572. Giordano Bruno começou a ter diversos problemas com superiores ainda no convento. Em 1567, foi iniciado um processo contra Giordano, por insubordinação, porém esse foi logo suspenso. A grande visão de Bruno e sua percepção dos erros do pensamento intelectual da época em que vivia fizeram que, em 1576, tivesse de sair de Nápoles para Roma, pois estava sendo perseguido. Depois, teve de fugir novamente, porém o destino desta vez o levou à Suíça, onde frequentou locais calvinistas. Passou-se pouco tempo para concluir que o pensamento sobre teologia que tinham os protestantes era tão retrógrado quanto o dos católicos. Em 1579, Bruno mudou-se para França, e pouco depois de chegar, atraiu a simpatia do rei Henrique III. Na década seguinte, Giordano mudou-se para Inglaterra, porém entrou em atrito com professores de Oxford. Voltou por um curto tempo para a França, e, depois, foi para Alemanha protestante onde viveu com luteranos. Recebeu então um convite para ensinar as artes combinatória e mnemônica ao veneziano Giovanni Mocenigo. Giordano aceitou o convite, e foi à Itália em 1591. Neste mesmo ano, Mocenigo se decepcionou com Giordano, pois desejava que ele lhe ensina-se a arte da magia, com a finalidade de adquir, através da magia, riquezas e poder. Como Giordano se recusou a ensiná-lo, Mocenigo o trancou em um quarto e o denunciou ao Tribunal da Inquisição. No ano de 1591, começou o processo de Giordano e, em 1593, ele foi transferido a Roma onde se deu continuidade ao processo. As principais acusações contra ele eram as seguintes: Defender a tese do astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630) de que a Terra girava em torno do Sol. Defender o uso da magia. Defender que Jesus Cristo não fez milagre algum e sim magia Pregar que todos progrediam, sendo que até os demônios eram salvos. Acusar a Igreja de promover a ignorância de seus fiéis, para que estes permanecessem como “asnos”. Depois de diversas tentativas, de convencê-lo a se retratar sobre suas teses mais revolucionárias, Giordano Bruno foi condenado à fogueira, em 16 fevereiro de 1600, sob a acusação de heresia, e por seu pensamento e suas ideias irem contra a Igreja Católica. Segundo historiadores, ao ouvir sua sentença, Giordano Bruno disse a seus algozes: "Vocês pronunciam esta sentença contra mim com um medo maior do que eu sinto ao recebê-la". Giordano Bruno morreu queimado, mas não renegou seus pontos de vista. Sua morte causou um movimento pela liberdade de pensamento na Europa. PACIEVITCH, Thaís. Giordano Bruno. Info escola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/filosofos/giordano-bruno/>. Acesso em: 16 mar. 2016. 16h. REFERÊNCIAS BURCKHARDT, Jacob. A Cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. BURKE, Peter. O Renascimento Italiano: cultura e sociedade na Itália. São Paulo: Nova Alexandria, 1999. ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador. 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A clareza, simplicidade e harmonia prevalecem na obra que usa as exatas proporções para retratar os humanos e a paisagem que os cerca. A ideia de perspectiva e o jogo de luz e sombra dão a ideia de profundidade e volume na obra. 2. Alternativa B. Comentário: As reflexões sobre o espírito investigativo dos conhecimentos antigos motivaram tanto artistas, como cientistas, a buscarem novos padrões e verdades sobre o mundo que viviam. 3. Alternativa D. Comentário: Os dois fragmentos de texto descrevem a importância das provas reais para a ciência. Para os dois autores a matemática e o empirismo são importantes ferramentas para validar as teorias científicas. 4. Alternativa C. Comentário: Maquiavel como renascentista, valoriza a razão e os conhecimentos do mundo clássico, assim as suas decisões são pautadas pela lógica estudando as melhores ações a serem tomadas para conseguir êxito na política.