ABORDAGEM SINDRÔMICA EM DST - BVS SMS-SP

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ABORDAGEM SINDRÔMICA EM DST:
RESOLUTIVIDADE E MULTIPLICAÇÃO
Silveira, O. S.; Gagizi, E. N.
Área Temática DST/Aids da Cidade de São Paulo
SMS – PMSP - Brasil
1. Introdução: Em janeiro de 2.001, quando o Município de São Paulo
rompia com o Plano de Assistência à Saúde (PAS) e reintegrava-se ao
Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria Municipal da Saúde possuía
15 serviços assistenciais de DST/AIDS, denominados
Centros de
Referência, que trabalhavam isoladamente, sem uma política ou diretriz
institucional.
Neste período, a equipe da Área Temática de DST/AIDS do Município
de São Paulo, que iniciava sua gestão estabeleceu três prioridades:
• integração ao SUS;
• ênfase na prevenção;
• humanização dos Serviços de DST/AIDS.
2. Justificativa: A partir da ênfase na prevenção, apontada como uma das
prioridades e nos trabalhos de Grosskurth, desenvolvidos na Tanzânia, que
estima que uma abordagem precisa, contínua e precoce às Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST), pode diminuir em até 42 vezes a
transmissão do HIV, decidiu-se que seriam estabelecidas ações para a
implantação do Manejo das DST através da Abordagem Sindrômica.
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3. Metodologia: De junho a dezembro de 2.001 foi realizado um
treinamento sobre este tópico em todas as 15 Unidades de assistência de
DST/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS/SP), tendo
como público alvo, os integrantes de cada Serviço, desde recepcionistas,
equipes de vigilância epidemiológica, profissionais da equipe multidisciplinar
até os gerentes.
O conteúdo deste treinamento foi dividido em dois momentos:
• o acolhimento e aconselhamento, que tratava da humanização no
atendimento e no diálogo com o usuário, como meios de elaborar um
processo de percepção de risco e construção de medidas de prevenção;
• os aspectos terapêuticos, que apresentava e discutia os Fluxogramas
propostos pelo Ministério da Saúde para as Síndromes em DST.
Após este treinamento foi possível estabelecer a Abordagem
Sindrômica em DST nas 15 Unidades de DST/AIDS da SMS/SP, que até
então usavam a abordagem clínica ou etiológica.
Este treinamento, no entanto, não contemplava, a abordagem dos
portadores do Papiloma Vírus Humano (HPV), que no município de São
Paulo, se estima, existam mais de 2.000.000 de indivíduos contaminados
com este vírus.
Foi possível identificar que o atendimento aos portadores de verrugas
genitais, na rede municipal, variava desde unidades que não atendiam, até
aquelas que possuíam profissionais altamente qualificados.
Para uniformizar este atendimento e reduzir a demanda reprimida,
dois treinamentos teórico-práticos foram oferecidos: um para abordagem de
HPV em pacientes do sexo masculino e outro para pacientes do sexo
feminino.
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Sempre com o olhar de que não basta ter o conhecimento, mas que é
necessário aplicá-lo, a Área Temática de DST/Aids equipou os 15 serviços
com colposcópios modernos, bem como, os têm abastecido, com os
insumos necessários para a realização do atendimento e resolutividade
locais.
Na segunda semana de Setembro deste ano, como marco da I
Semana Municipal de Prevenção ao HPV,
a Área Temática de DST/AIDS
promoveu um seminário para os profissionais que trabalham nas Unidades
de DST/AIDS e algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS) parceiras, que
envolveu desde as equipes de acolhimento, como recepcionistas e
auxiliares de enfermagem, até enfermeiras e médicos, isto é, quaisquer
categorias que podem entrar em contato com portadores de HPV.
Este seminário tratou de aconselhamento, diagnóstico, clínica,
tratamento e prevenção do HPV e culminou com o lançamento do livro de
perguntas e respostas: “Falando Sobre HPV”.
4. Conclusão: Neste momento,
não temos a pretensão de que os 15
serviços de DST/Aids, que apesar de estarem estrategicamente distribuídos
nesta megalópole com quase 11 milhões de habitantes, sejam capazes de
sozinhos controlarem as DST.
Por isso, dois grupos formados por profissionais destes serviços, já
treinados e hoje com experiência de mais de um ano em Abordagem
Sindrômica em DST, têm se reunido para elaboração de um treinamento
descentralizado, no qual os serviços de DST/AIDS da SMS funcionem como
multiplicadores nas UBS e Programas de Saúde da Família (PSF) das suas
áreas de abrangência. Já contamos com duas iniciativas bem sucedidas:
em Santo Amaro e Sapopemba.
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Com a descentralização do atendimento das DST, uma rede
hierquizada, baseada em níveis de complexidade, será formada, com maior
rapidez e resolutividade, interrompendo suas cadeias de transmissão e,
consequentemente, diminuindo a transmissão do HIV.
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CORRIMENTO URETRAL
PACIENTE COM QUEIXA DE CORRIMENTO URETRAL
ANAMNESE E EXAME FÍSICO
BACTERIOSCOPIA DISPONÍVEL NO MOMENTO DA
CONSULTA ?
NÃO
SIM
DIPLOCOCOS GRAM
NEGATIVOS INTRACELULARES
PRESENTES
SIM
TRATAR CLAMÍDEA E
GONORRÉIA
NÃO
TRATAR SÓ
CLAMÍDEA
ACONSELHAR, OFERECER ANTI-HIV E VDRL, ENFATIZAR A
ADESÃO AO TRATAMENTO. OFERECER MEDICAMENTOS PARA
PARCERIA SEXUAL, CONVOCAR PARCEIROS E AGENDAR
RETORNO
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ÚLCERAS GENITAIS
PACIENTE COM QUEIXA DE ÚLCERA GENITAL
ANAMNESE E EXAME FÍSICO
HISTÓRIA OU EVIDÊNCIAS DE LESÕES
VESICULOSAS
SIM
Tratar
Herpes
genital
NÃO
Tratar
sífilis e
cancro
mole
Aconselhar,
oferecer
anti-HIV e VDRL, enfatizar adesão ao tratamento, notificar, convocar parceiros e agendar
retorno.
LESÕES COM MAIS
DE 4 SEMANAS
NÃO
SIM
Tratar sífilis e cancro mole. Fazer
biópsia. Iniciar tratamento para Donovanose.
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