Polícia Rodoviária Federal Física Aula 1 de 5 Prof. Dirceu Pereira UNIDADE 1 – NOÇÕES SOBRE VETORES aceleração, força, torque, etc. As grandezas vetoriais são representadas por vetores. 1.1. DIREÇÃO E SENTIDO Considere um conjunto de retas paralelas a uma dada reta R (figura 1). Tanto as grandezas escalares quanto as grandezas vetoriais exigirão, para complementar sua caracterização, uma unidade que as relacionará ao conceito físico envolvido. 1.3. VETOR Na figura 3, temos segmentos orientados os quais possuem a mesma extensão geométrica (comprimento), a mesma direção e o mesmo sentido, indicado pela seta. Para a reta R e o conjunto de retas paralelas a esta, associamos um referencial através de um sistema de coordenadas cartesianas definidas pelos eixos x e y. Direção é a orientação de uma trajetória em relação a uma referência adotada. Na figura 1, a reta R possui uma direção de θº em relação à abscissa x, a qual foi o referencial escolhido. Para as demais retas, poderíamos definir suas direções como paralelas à reta R, ou também, em uma direção θº em relação à abscissa x. Porém, a noção de direção não é completa, pois um objeto pode estar se movendo na direção da reta R, sem sabermos exatamente para qual lado o mesmo está se dirigindo. Assim, o conceito de direção nos dá a possibilidade de dois sentidos. Sentido é a orientação de uma trajetória dentro de uma direção conhecida e em relação ao mesmo referencial adotado. Assim, um objeto movendo-se na direção da reta R pode ter um sentido de sudoeste para nordeste, por exemplo, ou vice-versa. Na figura 2, um objeto se dirige de uma posição A para outra B conforme a trajetória descrita. Ainda que esta trajetória tenha sido em curvas, podemos dizer que o objeto teve um deslocamento na direção horizontal com sentido de A para B. 1.2. GRANDEZAS ESCALARES E VETORIAIS Grandeza Escalar é uma grandeza física representada por um número real, positivo ou negativo. Como exemplos, temos tensão, corrente, tempo, massa, volume, temperatura, pressão, etc. Grandeza Vetorial é uma grandeza física definida através de um módulo, uma direção e um sentido. Como exemplos, temos densidade de corrente, velocidade, Vetor é o ente matemático caracterizado pelo que há de comum ao conjunto dos segmentos orientados acima descrito: o mesmo comprimento, a mesma direção e o mesmo sentido. Na figura 3 acima, A, C, E e G representam a origem dos vetores e B, D, F e H suas extremidades. Notamos que os segmentos orientados são iguais em suas extensões geométricas, ou seja: AB = CD = EF = GH A esta extensão geométrica, da origem à extremidade, chamamos de módulo do vetor. Graficamente, um vetor é representado em escala por um segmento de reta, cujo comprimento representa o seu módulo, com uma seta em sua extremidade indicando o sentido do movimento. r r Notação: vetor: V ou V ( A, B ) ou V r módulo do vetor: V ou V Dois vetores são iguais quando têm o mesmo módulo, mesma direção e mesmo sentido. Qualquer diferença em uma destas três características torna diferentes estes dois vetores. 1.4. OPERAÇÕES COM VETORES 1.4.1. Adição Vetorial r r Considere os vetores V1 ( A, B ) e V2 ( C , D ) da figura 4. r O vetor soma VS tem sua origem em A, que é a mesma r origem do vetor V1 , e extremidade em D, que é a mesma r extremidade do vetor V2 . Graficamente, transporta-se um dos vetores de forma que a origem de um coincida com a Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 1 de 5 Prof. Dirceu Pereira extremidade do consecutivos. outro. Os vetores devem ser r r r Portanto, para subtrair V1 de V2 , deve-se adicionar V2 r r ao vetor oposto de V1 , que é igual a − V1 . Graficamente, obtém-se o vetor diferença ligando-se as extremidades dos segmentos orientados que r r r r representam V1 e V2 , no sentido de V1 para V2 , conforme mostra a figura 7. r r r Portanto, a soma vetorial será VS = V1 + V2 , onde sua r representação mais completa é VS ( A, D ) , onde A e D são sua origem e extremidade, respectivamente. Note que esta não é uma soma algébrica. Portanto não basta simplesmente somar os módulos para encontrar o resultado. A figura 5 mostra três exemplos de soma gráfica de vetores. 1.4.4. Produto de um Número Real por um Vetor Ao multiplicarmos um número real k ⇒ k ∈ R por um r vetor V , obteremos um vetor seguintes características: r r U = k ⋅V 1.4.2. Vetor Oposto r r módulo: U = k ⋅ V - produto dos módulos r r Chama-se vetor oposto de um vetor V ao vetor − V que direção: a mesma de V possui o mesmo módulo, a mesma direção, porém, sentido contrário. com as r r sentido: a mesma de V se k > 0 r o contrário de V se k < 0 r Se k = 0, resulta que U = 0 (vetor nulo) 1.4.3. Subtração Vetorial r A subtração vetorial é a diferença entre dois vetores V2 r r e V1 , nesta ordem, tal que o vetor diferença VD seja: r r r r r VD = V2 + ( −V1 ) = V2 − V1 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 2 Polícia Rodoviária Federal Prof. Dirceu Pereira 1.4.5. Projeções de um Vetor r Consideremos um vetor V no plano orientado por um sistema cartesiano x-y, conforme mostra a figura 9, tendo sua origem em 0 e sua extremidade em A. Podemos considerar a projeção de um vetor sobre um eixo como sendo sua “sombra” sobre este eixo. O vetor r V possui um ângulo θ com a abscissa x. Podemos projetá-lo segundo os eixos coordenados x e y, obtendo r r r V X e VY . Transpondo VY para a direita tal que sua r origem coincida com a extremidade de V X , obtemos um r r r triângulo retângulo de hipotenusa V e catetos V X e VY . Da trigonometria, sabemos que: 1) o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos (teorema de Pitágoras) ; 2) o seno de um ângulo é igual ao quociente do cateto oposto a este ângulo pela hipotenusa; 3) o cosseno de um ângulo é igual ao quociente do cateto adjacente a este ângulo pela hipotenusa; 4) a tangente de um ângulo é igual ao quociente entre os catetos oposto e adjacente ao ângulo. Dessa forma, temos que os módulos das projeções do r vetor V poderão ser obtidas por quaisquer das equações abaixo: V senθ = Y V 2 = V X2 + VY2 V VX V cos θ = tan θ = Y V VX 1.5. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - VETORES r r 1) São dados os vetores x e y de módulos x = 3 e r y = 4. Determine graficamente o vetor soma S e calcule o seu módulo. Física Aula 1 de 5 Podemos aplicar a regra dos vetores consecutivos (a) ou a regra dos paralelogramos (b) para obter r graficamente o vetor soma S . Como a representação gráfica está em escala 1:2, r basta medir o comprimento do vetor soma S e multiplicar por 2, obtendo módulo = 5. r Para calcular o módulo do vetor soma S , podemos usar o teorema de Pitágoras, uma vez que temos um triângulo retângulo formado pelos vetores. S 2 = x 2 + y 2 ⇒ S 2 = 3 2 + 4 2 ⇒ S = 25 S=5 Resposta: S = 5 r r 2) Dados os vetores a e b cujos módulos valem, respectivamente, 6 e 8. Determine graficamente o r r r vetor diferença D = a − b e calcule o seu módulo. escala 1:2 Solução r r r r r r A operação D = a − b é equivalente a D = a + ( −b ) . r Então, ao vetor a devemos somar o vetor oposto de r r b , isto é, − b . Da mesma forma que no exercício anterior, podemos usar a regra dos vetores consecutivos (a) ou a regra dos paralelogramos (b) para obter graficamente o r vetor diferença D . escala 1:2 Solução Como a representação gráfica está em escala 1:2, r basta medir o comprimento do vetor diferença D e multiplicar por 2, obtendo módulo = 10. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3 Polícia Rodoviária Federal Prof. Dirceu Pereira Física Aula 1 de 5 r Para calcular o módulo do vetor diferença D , podemos usar o teorema de Pitágoras, uma vez que temos um triângulo retângulo formado pelos vetores. D 2 = a 2 + b 2 ⇒ D 2 = 6 2 + 8 2 ⇒ D = 100 D = 10 Resposta: D = 10 r r r 3) No gráfico estão representados os vetores a , b , i e r r r j . Determine as expressões de a e b em função de r r i e j . Das relações trigonométricas, tiramos: VY ⇒ V y = V ⋅ sen 30º ⇒ V y = 200 ⋅ 0 ,5 V V y = 100 m / s senθ = VX ⇒ V X = V ⋅ cos 30º ⇒ V X = 200 ⋅ 0 ,866 V = 173 ,2 m / s cos θ = VX Resposta: Vx = 173,2 m/s e Vy = 100 m/s UNIDADE 2 – PRINCÍPIOS DA CINEMÁTICA Solução r O vetor a tem a mesma direção e o mesmo sentido r do vetor i e módulo três vezes maior. r r Portanto: a = 3 ⋅ i r O vetor b tem a mesma direção e sentido oposto ao r vetor j e módulo duas vezes maior. r r Portanto: b = −2 ⋅ j r r r r Resposta: a = 3 ⋅ i e b = −2 ⋅ j 4) Um avião sobe com velocidade de 200 m/s e com 30º de inclinação em relação a horizontal, conforme a figura. Determine as componentes da velocidade na horizontal (eixo x) e na vertical (eixo y). São dados: sen30º = 0,500 e cos30º = 0,866. A Cinemática é a parte da Mecânica que descreve os movimentos, determinando a posição, a velocidade e a aceleração de um corpo em cada instante, sem levar em consideração as suas causas. 2.1. PARTÍCULA E CORPO EXTENSO Em física, um corpo é considerado partícula, ou ponto material, quando suas dimensões são desprezíveis de tal forma que não influem na análise de determinada situação. Por exemplo, um carro se movimentando na BR-116. Neste caso, podemos considerá-lo como sendo uma partícula, já que suas dimensões quando comparadas com a extensão da rodovia são totalmente desprezíveis. Já um corpo extenso é aquele em que suas dimensões influem de forma significativa em uma análise. O mesmo carro dentro de uma garagem ocupará praticamente toda a área disponível e isto deve ser considerado na análise de seu movimento. 2.2. REFERENCIAL O conceito de referencial é muito importante no que diz respeito às trajetórias de um movimento. Imagine duas pessoas observando um mesmo fenômeno, mas cada uma delas percebendo uma trajetória diferente. Este é o caso de um avião, mostrado na figura 1, soltando uma bomba em campo aberto. Repare que para um observador fora do avião, a bomba cairá descrevendo uma trajetória curva (parábola). Já o piloto assiste a bomba caindo sempre abaixo de seu avião e, portanto, tem a impressão de uma trajetória reta descendente. Solução Na figura abaixo temos representados os módulos da velocidade do avião e de suas componentes nos eixos x e y. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 4 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 1 de 5 Prof. Dirceu Pereira 2.3. POSIÇÃO E DESLOCAMENTO Um ônibus parado na rodovia, ao lado de uma placa indicando km 50, não significa que este tenha percorrido 50 km e sim, que ele está localizado a 50 km do marco zero desta rodovia. Notamos, aqui, que o conceito de posição está intimamente relacionado com o conceito de referencial. Um corpo é dito em movimento em relação a um referencial quando sua posição varia em relação a este. Variando o local onde se encontra, o corpo descreve uma curva no espaço que é denominada trajetória. Orientando-se a trajetória e escolhendo-se um ponto que sirva como origem para marcarmos distâncias, podemos definir a posição do corpo na trajetória pela distância à origem, acompanhada por um sinal que se relaciona com o sentido escolhido. A unidade de deslocamento no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o metro (m), sendo permitido o uso de seus múltiplos e submúltiplos quando necessário. 2.4. VELOCIDADE E ACELERAÇÃO Velocidade é uma grandeza física que define o quão rápido um corpo se movimenta. É dada pelo quociente do espaço percorrido pelo tempo gasto em percorrê-lo. Aceleração é uma grandeza física que define o quanto varia a velocidade de um móvel no decurso do tempo. É dada pelo quociente da variação de velocidade pelo tempo gasto nesta variação. 2.4.1. VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA É a razão entre o deslocamento escalar de um móvel e o tempo total gasto neste deslocamento. Ver figura 4. Vm = ∆S S 2 − S1 = ∆t t 2 − t1 Uma análise na figura 2 revela que o referencial escolhido na trajetória está em 0. Desta forma, o corpo encontra-se na posição SA = -14 m e, em um segundo momento, na posição SB = +10 m, em relação aquele referencial. Note que o sinal da posição não depende do sentido do movimento do corpo. Ele está relacionado à posição que o corpo ocupa na trajetória em relação ao referencial adotado. Quando o ponto material muda de posição, ele sofre um deslocamento escalar, definido como a diferença entre as posições final e inicial no intervalo de tempo considerado para a variação da posição. Na figura 2, o móvel vai de A para B perfazendo um deslocamento escalar, ou espaço, dado por: ∆S = S B − S A ⇒ ∆S = −14 − ( +10 ) ⇒ ∆S = −24 m Se ele fosse de B para A, seu deslocamento escalar, ou espaço, seria de +24 m. Repare que ∆S tem um sinal que o relaciona com o sentido do movimento do corpo, se considerarmos apenas os pontos inicial e final. O referencial 0 também é chamado de “origem dos espaços”. Fisicamente, a velocidade média é um vetor. Na figura 3, r temos o vetor deslocamento S . A velocidade vetorial média é dada por: r r S Vm = ∆t r sendo que o vetor velocidade média Vm tem a mesma r direção e sentido do vetor deslocamento S . 2.4.2. VELOCIDADE ESCALAR INSTANTÂNEA É a velocidade escalar média considerando um intervalo de tempo extremamente pequeno, tendendo a zero. V = lim ∆t → 0 Fisicamente, o deslocamento é um vetor. Na figura 3 temos que o deslocamento vetorial do corpo é dado por um vetor com origem em A e extremidade em B, cujo módulo A-B é menor que o deslocamento escalar realizado e a direção e sentido são como indicados. ∆S ∆t r sendo que o vetor velocidade média Vm tem a mesma r direção e sentido do vetor deslocamento S . Fisicamente, a velocidade instantânea é um vetor. Na figura 4, o móvel ocupa diversas posições ao longo da trajetória, tendo uma velocidade instantânea em cada uma destas posições. A velocidade vetorial instantânea é um vetor tangente à trajetória na posição em que se encontra o móvel e tem as seguintes características: Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 1 de 5 Prof. Dirceu Pereira módulo: igual ao da velocidade escalar instantânea no tempo considerado. direção: tangente à trajetória na posição. sentido: do movimento. Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. Precisamos determinar os intervalos de tempo que o ônibus gasta para percorrer cada um dos trechos. É também chamada de velocidade tangencial. trecho a: Santos-Curitiba ∆S a ∆S a 480 Va = ⇒ ∆t a = ⇒ ∆t a = ⇒ ∆t a = 8 h ∆t a Va 60 trecho b: Curitiba-Florianópolis ∆S b ∆S b 300 Vb = ⇒ ∆t b = ⇒ ∆t b = ⇒ ∆t b = 4 h Vb ∆t b 75 A unidade de tempo no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o segundo (s), sendo permitido o uso de seus múltiplos e submúltiplos quando necessário. A unidade de velocidade no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o metro por segundo (m/s), sendo permitido o uso de seus múltiplos e submúltiplos quando necessário. Vamos calcular o deslocamento efetuado entre Santos e Florianópolis e qual o tempo total gasto para percorrê-lo. ∆S = ∆S a + ∆S b ⇒ ∆S = 480 + 300 ⇒ ∆S = 780 km 2.4.3. ACELERAÇÃO ESCALAR MÉDIA É a razão entre a variação da velocidade escalar de um móvel e o tempo total necessário para se obter esta variação. ∆V V2 − V1 = am = ∆t t 2 − t1 Fisicamente, a aceleração média é um vetor com a mesma direção do vetor velocidade e sentido dependendo se o movimento é acelerado ou retardado, como veremos adiante. A aceleração vetorial média é dada por: r r V am = ∆t 2.4.4. ACELERAÇÃO ESCALAR INSTANTÂNEA ∆t = ∆t a + ∆t b ⇒ ∆t = 8 + 4 ⇒ ∆S = 12 h Assim, a velocidade escalar média do ônibus entre Santos e Florianópolis vale: 780 ∆S Vm = ⇒ Vm = 12 ∆t Vm = 65 km / h Resposta: Vm = 65 km/h 2) Em um anúncio de certo tipo de automóvel, afirma-se que o veículo, partindo do repouso, atinge a velocidade de 108 km/h em 8 s. Qual é a aceleração escalar média desse automóvel? É a aceleração escalar média considerando um intervalo de tempo extremamente pequeno, tendendo a zero. Solução Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. Vemos que a velocidade e o tempo não estão na mesma base. Passemos a velocidade para m/s. ∆V a = lim ∆t →0 ∆t Fisicamente, e da mesma forma que a aceleração média, a aceleração instantânea é um vetor com a mesma direção do vetor velocidade e sentido dependendo se o movimento é acelerado ou retardado, como veremos adiante. km 108 m = = 30 m / s h 3 ,6 s ∆V V2 − V1 = Sabemos que a m = . Tomando V1 = 0 e ∆t t 2 − t1 t1 = 0, temos que V2 = 108 km/h e t2 = 8 s. 108 É também conhecida como aceleração tangencial. A unidade de aceleração no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o metro por segundo ao quadrado (m/s²), sendo permitido o uso de seus múltiplos e submúltiplos quando necessário. am = Isto nos diz que o carro aumenta sua velocidade de 3,75 m/s a cada segundo. 2.4.3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – VELOCIDADE E ACELERAÇÃO 1) Um ônibus percorre a distância de 480 km entre Santos e Curitiba, com velocidade escalar média de 60 km/h. De Curitiba a Florianópolis, distantes 300 km, o ônibus desenvolve a velocidade escalar média de 75 km/h. Qual é a velocidade escalar média do ônibus entre Santos e Florianópolis? Solução ∆V V2 − V1 30 − 0 = = 3 ,75 m / s 2 = t 2 − t1 8 ∆t Resposta: am = 3,75 m/s² 2.5. TIPOS DE MOVIMENTO Na Cinemática, os tipos de movimento são: ¾ ¾ ¾ ¾ Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV) Movimento Circular Uniforme (MCU) Movimento Circular Uniformemente Variado (MCUV) Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 6 Polícia Rodoviária Federal Prof. Dirceu Pereira ¾ Movimento Vertical no Vácuo (queda livre) ¾ Lançamento Horizontal no Vácuo ¾ Lançamento Oblíquo no Vácuo Passemos, agora, a estudar estes movimentos. 2.5.1. MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORME (MRU) O movimento de uma partícula é uniforme quando ela percorre, ao longo de sua trajetória, espaços iguais em intervalos de tempos iguais. Assim, movimento uniforme é o que se processa com velocidade escalar constante e não nula. A cada trajetória associamos um sentido positivo de percurso. Na figura 5, o movimento que se efetua neste sentido é chamado progressivo e se caracteriza por ter sua velocidade positiva (V > 0). O movimento que se efetua em sentido contrário é chamado regressivo ou retrógrado. Neste caso a velocidade é considerada negativa (V < 0). Portanto, o sinal (+) ou (-) associado à velocidade indica se o movimento é progressivo ou retrógrado. Física Aula 1 de 5 crescem algebricamente com o tempo. O gráfico representativo é o de uma reta inclinada para cima. b) se a velocidade é negativa, ou seja, o móvel caminha no sentido contrário ao da trajetória, as posições decrescem algebricamente no decorrer do tempo. O gráfico representativo será o de uma reta inclinada para baixo. c) o valor da ordenada em que a reta corta o eixo S representa o valor de S0. d) quando o corpo estiver em repouso, isto é, quando V = 0, a posição do móvel não se altera e a reta passa a ser paralela ao eixo t. e) a tangente do ângulo θ é numericamente igual à velocidade. S − S1 ∆S tan θ = 2 = =V t 2 − t1 ∆t Ao analisarmos o gráfico V x t (figura 7), podemos deduzir que a área formada pelos pontos a-b-t2-t1, sob a reta, é igual à ∆S. Se a velocidade escalar é constante, temos que a aceleração no MRU é nula. 2.5.1.1. FUNÇÃO HORÁRIA DO MRU O movimento uniforme pode ser escrito matematicamente por uma equação que relaciona o espaço percorrido pelo móvel com o instante de tempo. S = S0 + V ⋅ t (B + b) ⋅h 2 Tiramos do gráfico que B = V2, b = V1 e h = t2 – t1 A área de um trapézio é dada por A = Substituindo: A = 2.5.1.2. GRÁFICOS DO MRU A função horária das posições de um movimento retilíneo uniforme é uma equação da reta (1º grau) dada em função do tempo. Ao analisarmos o gráfico S x t (figura 6), podemos deduzir algumas propriedades do MRU. (V2 + V1 ) ⋅ ∆t ⇒ A = Vm ⋅ ∆t ⇒ A = ∆S 2 2.5.1.3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - MRU 3) Um móvel passa pela posição +50m no instante inicial e caminha contra a orientação da trajetória. Sua velocidade escalar é constante e igual a 25 m/s em valor absoluto. Determine: a) a sua função horária; b) o instante em que o móvel passa pela origem das posições. Solução Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. Pelo enunciado do problema, temos que S0 = +50 m e V = -25 m/s, uma vez que o móvel caminha contra a orientação positiva da trajetória (movimento retrógrado). a) quando a velocidade é positiva, ou seja, o móvel caminha no sentido positivo da trajetória, as posições A função horária do MRU é S = S 0 + V ⋅ t Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 7 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 1 de 5 Prof. Dirceu Pereira Assim, a função horária do móvel será S = 50 − 25 ⋅ t d) a posição do encontro. A origem das posições se dá em S = 0 pois o movimento é retrógrado. Assim, o instante que o móvel passa pela origem da trajetória será: Solução 0 = 50 − 25 ⋅ t ⇒ 25 ⋅ t = 50 ⇒ t = 2 s Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. Resposta: S = 50 − 25 ⋅ t e t = 2 s a) as próprias funções horárias nos fornecem a posição inicial e a velocidade de cada móvel. 4) Uma composição ferroviária com 19 vagões e uma locomotiva desloca-se a uma velocidade constante de 20 m/s. Sendo o comprimento de cada composição igual a 10 m. Qual o tempo que o trem gasta para ultrapassar: a) Um sinaleiro? b) uma ponte de 100 m de comprimento? Solução Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. móvel A: S0A = 60 m e VA = -10 m/s móvel B: S0B = 15 m e VB = +5 m/s b) o móvel A tem movimento retrógrado, pois sua velocidade é negativa. O móvel B tem movimento progressivo, pois sua velocidade é positiva. c) os móveis A e B irão se encontrar quando suas posições forem iguais (SA = SB). Assim, igualando as funções horárias: 60 − 10 ⋅ t = 15 + 5 ⋅ t ⇒ t = 3 s Observe que o trem tem ao todo 20 composições (19 vagões + 1 locomotiva). Se cada composição tem 10 m, o trem um comprimento total de 200 m. d) para obtermos a posição do encontro, basta substituirmos o valor de t encontrado em qualquer uma das funções horárias. Imagine um ponto material localizado na parte mais frontal do trem. Vamos determinar a função horária que descreve o movimento deste ponto material. S A = 60 − 10 ⋅ t ⇒ S A = 60 − 10 ⋅ 3 ⇒ S A = 30 m A função horária do MRU é S = S 0 + V ⋅ t Se colocarmos nossa origem dos espaços (referência) no sinaleiro e no início do túnel, podemos estabelecer que S0 = 0. Vamos admitir a trajetória positiva segundo o movimento do trem (movimento progressivo). Assim, a função horária do ponto material será: S = 0 + 20 ⋅ t ⇒ S = 20 ⋅ t a) o trem ultrapassará completamente o sinaleiro percorrendo um espaço S = 200 m. Logo, o trem leva, para ultrapassar o sinaleiro, um tempo de: S = 20 ⋅ t ⇒ 200 = 20 ⋅ t ⇒ t = 10 s b) o trem ultrapassará completamente a ponte percorrendo um espaço S = 200 m + 100 m = 300 m. Logo, o trem leva, para ultrapassar a ponte, um tempo de: S = 20 ⋅ t ⇒ 300 = 20 ⋅ t ⇒ t = 15 s Resposta: a) t = 10 s b) t = 15 s 5) Dois móveis A e B descrevem movimentos sobre a mesma trajetória e as funções horárias dos movimentos são SA = 60 – 10.t e SB = 15 + 5 t (unidades do SI). Determine: a) a posição inicial e a velocidade de cada móvel; b) o sentido dos movimentos (movimento progressivo ou retrógrado); c) o instante do encontro; Resposta: a) S0A = 60 m e S0B = 15 m VA = -10 m/s e VB = +5 m/s b) A é retrógrado e B é progressivo c) t = 3 s d) SA = SB = 30 m 2.5.2. MOVIMENTO RETILÍNEO UNIFORMEMENTE VARIADO (MRUV) No MRUV, o móvel descreve uma trajetória com velocidade variável e aceleração constante e não nula. 2.5.2.1. CLASSIFICAÇÃO DO MRUV A classificação do movimento com variação de velocidade escalar é feita comparando-se os sinais da velocidade e da aceleração em certo momento, deste modo: ACELERADO ⇒ mesmo sinal se V > 0, então a > 0 / se v < 0, então a < 0 RETARDADO ⇒ sinais opostos se V > 0, então a < 0 / se V < 0, então a > 0 Conclui-se que nos movimentos acelerados, o módulo da velocidade aumenta, enquanto que nos movimentos retardados, diminui. 2.5.2.2. FUNÇÕES HORÁRIAS DO MRUV Temos duas funções horárias para o MRUV, as quais são de fácil dedução. função horária das velocidades: V = V0 + a ⋅ t Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 8 Polícia Rodoviária Federal Prof. Dirceu Pereira função horária das posições: S = S0 + V0 ⋅ t + Física Aula 1 de 5 1 ⋅a⋅t2 2 2.5.2.3. EQUAÇÃO DE TORRICELLI Temos até agora duas funções que nos permitem saber a posição do móvel e a sua velocidade em relação ao tempo. Torna-se útil encontrar uma equação que possibilite conhecer a velocidade de um móvel sem saber o tempo. A equação de Torricelli relaciona a velocidade com o espaço percorrido pelo móvel. É obtida eliminando o tempo entre as funções horárias da posição e da velocidade. V 2 = V02 + 2 ⋅ a ⋅ ∆S 2.5.2.4. GRÁFICOS DO MRUV Por fim, precisamos analisar o gráfico S x t (figura 10). Este gráfico, por ser construído a partir da função horária quadrática das posições, será uma parábola com as seguintes características: Ao analisarmos o gráfico V x t (figura 8), podemos deduzir algumas propriedades do MRUV. a) quando a aceleração é positiva, as velocidades crescem algebricamente com o tempo. O gráfico representativo é o de uma reta inclinada para cima e o movimento é dito acelerado b) quando a aceleração é negativa, as velocidades decrescem algebricamente com o tempo. O gráfico representativo é o de uma reta inclinada para baixo e o movimento é dito retardado. c) o valor da ordenada em que a reta corta o eixo V representa o valor de V0. d) quando não houver aceleração sobre o móvel, isto é, quando a = 0, a velocidade do móvel não se altera e a reta passa a ser paralela ao eixo t. e) a tangente do ângulo θ é numericamente igual à aceleração. V − V1 ∆V tan θ = 2 = =a t 2 − t1 ∆t Passemos agora para a análise do gráfico a x t (figura 9). A área sob o gráfico é dada por A = b ⋅ h (área de um retângulo). Porém, sabemos que b = ∆t e h = a. Portanto, A = a ⋅ ∆t ⇒ A = ∆V No ponto de inflexão das curvas, a velocidade será zero e haverá a inversão do movimento. No caso de a > 0 : na metade esquerda da parábola, teremos um movimento retrógrado acelerado, mudando para progressivo acelerado na metade direita. No caso de a < 0 : na metade esquerda da parábola, teremos um movimento progressivo retardado, mudando para retrógrado retardado na metade direita. 2.5.2.5. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS - MRUV 6) Um móvel tem velocidade de 20 m/s quando a ele é aplicada uma aceleração constante e igual a -2 m/s2 . Determine: a) o instante em que o móvel para; b) classifique o movimento antes da parada e depois da parada sabendo-se que o móvel continuou com aceleração igual. Solução Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. a) temos que V = V0 + a ⋅ t . Do enunciado temos que V = 0, V0 = 20 m/s e a = -2 m/s. Substituindo, vem: 0 = 20 − 2 ⋅ t ⇒ 2 ⋅ t = 20 ⇒ t = 2 s b) Antes da parada, o móvel move-se no sentido da trajetória com aceleração negativa e, portanto, o movimento é progressivo retardado. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 9 Polícia Rodoviária Federal Prof. Dirceu Pereira Após a parada, ocorre a inversão do movimento com a mesma aceleração e velocidade contrária a trajetória. Temos, portanto, um movimento retrógrado acelerado. Resposta: a) t = 2 s b) antes da parada: progressivo retardado após a parada: retrógrado acelerado 7) Um móvel desloca-se sobre uma reta segundo a 2 função horária S = -15 - 2t + t (unidades no SI). Pede-se: a) o tipo de movimento; b) a posição inicial; c) a velocidade inicial; d) a aceleração; e) a função V = f(t); f) o instante em que o móvel passa pela origem das posições. Física Aula 1 de 5 Solução Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. Como não sabemos em que tempo se deu o fenômeno, tampouco temos dados suficientes para encontrá-lo, usaremos a equação de Torricelli. V 2 = V02 + 2 ⋅ a ⋅ ∆S Temos que V0 = 0; V = 144 km/h; S0 = 0 e S = 50 m Precisamos converter as unidades para a mesma base. 144 km 144 m = = 40 m / s h 3 ,6 s Solução Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. Substituindo na equação de Torricelli, vem: 40 2 = 0 + 2 ⋅ a ⋅ ( 50 − 0 ) ⇒ 100 ⋅ a = 1600 a = 16 m / s 2 a) para sabermos o tipo de movimento, precisamos saber o sinal da velocidade e da aceleração. Da função horária, tiramos que V0 < 0 e a > 0. Portanto, temos um MRUV retrógrado acelerado. 2.5.3. MOVIMENTOS CIRCULARES b) da função horária, tiramos que S0 = -15 m 2.5.3.1. GRANDEZAS ANGULARES c) da função horária, tiramos que V0 = -2 m/s Quando os móveis descrevem trajetórias circulares, podemos determinar suas posições por meio de um ângulo central φ em lugar do espaço S medido na própria trajetória (figura 11). Este ângulo φ é chamado de espaço angular. d) da função horária, tiramos que: 1 ⋅ a = +1 ⇒ a = +2 m / s 2 2 e) a função horária V x t é V = V0 + a ⋅ t . Assim: Resposta: a = 16 m/s² V = −2 + 2 ⋅ t f) da função horária S = S 0 + V0 ⋅ t + 1 ⋅ a ⋅ t 2 tiramos: 2 S = −15 − 2 ⋅ t + t 2 A origem das posições será em S = 0. Portanto: 0 = −15 − 2 ⋅ t + t 2 ⇒ t 2 − 2 ⋅ t − 15 = 0 Resolvendo a equação do 2º grau, encontramos as raízes: t1 = 5 s e t 2 = −3 s Descartamos t 2 = −3 s , pois fisicamente não existe tempo negativo. Assim, o instante me que o móvel passa pela origem das posições é t1 = 5 s . Resposta: a) MRUV retrógrado acelerado b) S0 = -15 m c) V0 = -2 m/ d) a = +2 m / s 2 e) f) V = −2 + 2 ⋅ t t1 = 5 s 8) Um carro parte do repouso e ao final de 50m ele atinge uma velocidade de 144 km/h. Determine a aceleração desse carro. O espaço angular φ se relaciona com o espaço linear S pela expressão: S = ϕ ⋅R sendo R o raio da trajetória circular. Por analogia com os movimentos lineares, podemos encontrar a velocidade angular ω e a aceleração angular γ. velocidade angular média: ϖ m = ∆ϕ ∆t velocidade angular instantânea: ϖ = lim ∆t →0 ∆ϕ ∆t Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 10 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 1 de 5 Prof. Dirceu Pereira aceleração angular média: γ m = ∆ϖ ∆t aceleração angular instantânea: γ = lim ∆t →0 A unidade de período no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o segundo (s), com seus múltiplos e submúltiplos. ∆ϖ ∆t A velocidade angular ω se relaciona com a velocidade linear V pela expressão: V = ω ⋅R A aceleração angular γ se relaciona com a aceleração linear pela expressão: a = γ ⋅R A unidade de espaço angular no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o radiano (rad). A unidade de velocidade angular no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o radiano por segundo (rad/s). A unidade de aceleração angular no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o radiano por segundo ao quadrado (rad/s²). A unidade de freqüência no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o Hertz (Hz). 1 Hz = 1 ciclo/s 2.5.3.3. MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME (MCU) No movimento uniforme, o móvel percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais. No caso particular do MCU, como a trajetória é circular, decorre que o intervalo de tempo de cada volta completa é sempre o mesmo. Portanto, o MCU é um movimento periódico. Seu período T é o intervalo de tempo de uma volta completa. O número total de voltas realizadas na unidade de tempo é a freqüência. Por analogia com o MRU, temos que: ϕ = ϕ 0 + ϖ ⋅ t Para uma volta completa, temos que ω = 2π = 360º Assim: 2 ⋅ π = 0 + ϖ ⋅ T ⇒ ϖ = Para conversão de graus em radianos, usar 180º = π rad. 2.5.3.2. PERÍODO E FREQUÊNCIA Dizemos que um fenômeno é periódico quando ele se repete, identicamente, em intervalos de tempo sucessivos e iguais. Período (T) é o menor intervalo de tempo de repetição do fenômeno. Como exemplos, temos: ¾ o pêndulo da figura 12 sai de A para B e retorna para A, perfazendo um período, ¾ o ponteiro das horas de um relógio passa pela mesma posição de 12 em 12 horas, ¾ o movimento de rotação da Terra em torno do seu eixo se completa a cada 24 horas, ¾ o fenômeno das marés se repete de 12 em 12 horas. 2 ⋅π ou ϖ = 2 ⋅ π ⋅ F T Estudemos a aceleração vetorial e suas componentes. Uma das componentes, já vista, é a aceleração tangencial. Porém, devido à mudança de direção da velocidade na trajetória, surge uma componente chamada de aceleração centrípeta, cuja direção é radial com sentido para o centro da curva, conforme mostra a figura 13. r r r Desta forma, o vetor aceleração será a = a t + a cp , com direção variável ao longo da trajetória e sentido do movimento. a aceleração centrípeta possui módulo expresso em função da velocidade tangencial V ou da velocidade angular ω. Freqüência (F) é o número de vezes em que o fenômeno se repete na unidade de tempo. Período e freqüência se relacionam por: F = 1 T r V2 acp = =ϖ 2 ⋅R R No caso do MCU, como a velocidade tangencial é constante, sua aceleração tangencial é zero. Portanto, sua aceleração vetorial é a aceleração centrípeta. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 11 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 1 de 5 Prof. Dirceu Pereira r r r r r r r Logo, a = a t + a cp ⇒ a = 0 + a cp ⇒ a = a cp A freqüência será F = 2.5.3.4. MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORMEMENTE VARIADO (MCUV) b) A velocidade angular é dada por: O MCUV não é um movimento periódico, pois o módulo de sua velocidade varia e, portanto, o tempo de cada volta na circunferência é variável. ϖ = Possui aceleração centrípeta e aceleração tangencial, sendo a aceleração total a soma vetorial destas (figura 13). Por analogia com o MRUV, temos: ϕ = ϕ0 + ϖ 0 ⋅ t + ϖ =ϖ0 +γ ⋅t 1 ⋅γ ⋅t2 2 A velocidade linear é: V =ϖ ⋅R ⇒V = π 5 ⋅ 15 ⇒ V = 3 ⋅ π cm / s d) A aceleração centrípeta tem módulo dado por: Resposta: a) T = 10 s e F = 0,1 Hz A aceleração angular γ é constante e não nula. 2.5.3.5. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS – MOVIMENTO CIRCULAR (MC) Um motor executa 600 rotações por minuto (rpm). Determine sua freqüência em Hertz e seu período em segundos. Solução Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. A freqüência do motor é de 600 rpm, isto é: F = 600 rpm = 600 rot rot rot = 600 = 10 s 60 s min F = 10 Hz O período é T = π 2 ⋅π 2 ⋅π ⇒ϖ = ⇒ ϖ = rad / s T 10 5 r r V2 ( 3 ⋅ π )2 a cp = = ⇒ acp = 0 ,6 ⋅ π 2 cm / s 2 R 15 ϖ 2 = ϖ 02 + 2 ⋅ γ ⋅ ∆ϕ 9) c) 1 1 = ⇒ F = 0 ,1 Hz T 10 1 1 = ⇒ T = 0 ,1 s F 10 Resposta; F = 10 Hz e T = 0,1 s 10) Um ponto material descreve uma circunferência horizontal com velocidade constante em módulo. O raio da circunferência é 15 cm e o móvel completa uma volta a cada 10 s. Calcule: a) o período e a freqüência; b) a velocidade angular; c) a velocidade escalar. d) o módulo da aceleração centrípeta. Solução Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. a) O período T é 10 s, que corresponde ao tempo necessário para o ponto material completar uma volta. b) π c) rad / s 5 3 ⋅ π cm / s d) 0 ,6 ⋅ π 2 cm / s 2 11) Um ponto realiza MCUV numa circunferência de raio igual a 10 cm. No instante t = 0 a velocidade angular é 10 rad/s e 5 s depois é 30 rad/s. Determine aproximadamente o número de revoluções (voltas) que o móvel realiza nestes 5 s. Considere π = 3,14. Solução Primeiro, devemos verificar se as unidades são compatíveis. Caso não sejam, devemos transformálas em uma mesma base. De ϖ = ϖ 0 + γ ⋅ t , sendo ω0 ω = 30 rad/s quando t = 5 s, vem: = 10 rad/s e 30 = 10 + γ ⋅ 5 ⇒ 5 ⋅ γ = 20 ⇒ γ = 4 rad / s 2 1 ⋅ γ ⋅ t 2 , sendo φ0 = 0 2 (adotado), ω0 = 10 rad/s, γ = 4 rad/s² e t = 5 s, resulta: De ϕ = ϕ0 + ϖ 0 ⋅ t + ϕ = 0 + 10 ⋅ 5 + 1 ⋅ 4 ⋅ ( 5 ) 2 ⇒ ϕ = 100 rad 2 O número de voltas em 100 rad é obtido por uma regra de três simples: 1 volta ---------- 2.π rad n voltas -------- 100 rad 100 50 n= = ≈ 15 ,9 ⇒ n ≈ 16 voltas 2 ⋅π π Resposta: n ≈ 16 voltas Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 12