Visualizar - Sinuelo Agropecuária

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Sorgo D’Grãos
Granífero de alta produtividade
Granífero de porte médio, com baixo tanino que se caracteriza por sua
rusticidade, remitência ao stress hídrico e alta produtividade.
O sorgo tem como centro de origem a África e parte da Ásia. Apesar de ser uma cultura
muito antiga, somente a partir do século dezenove é que teve um grande desenvolvimento em
muitas regiões agrícolas do mundo. Nos países em desenvolvimento, o sorgo, principalmente o
granífero, destina-se a alimentação humana, enquanto que em países desenvolvidos é utilizado
como alimento animal.
Quatro tipos de sorgos são cultivados no Brasil: o granífero, o forrageiro, o sacarino e o
vassoura.
Para utilização específica na agropecuária, o sorgo destinado a silagem e pastejo, com o
uso de híbridos de elevada qualidade e produtividade, vem se transformando numa cultura de
grande expressão para a produção animal, devido ao seu elevado potencial de produção, boa
adequação à mecanização, reconhecida qualificação como fonte de energia para arraçoamento
animal , grande versatilidade ( feno, silagem e pastejo direto), e adaptação a regiões mais secas.
A grande resistência do sorgo às condições de estresse de umidade é em parte, devido
ao controle mais efetivo da transpiração em relação a outras plantas cultivadas.
ÉPOCA DE PLANTIO
Região Sul – plantio normal de Setembro a meados de Dezembro. No oeste do Paraná, o plantio
da safrinha, após a cultura de verão (Fevereiro-Março).
Região Sudeste e Centro Oeste – plantio de Setembro a Dezembro e o plantio em sucessão
(safrinha) até a segunda quinzena de Março.
Região Nordeste – de acordo com características climáticas locais, de Março a meados de
Abril.
Região Norte – Plantio de Outubro a Novembro.
DENSIDADE DE PLANTIO
Para o sorgo granífero recomenda-se população de 250 a 350 mil plantas/ha, de acordo as
condições hídricas e principalmente de fertilidade do solo.
Para se obter uma população de plantas ideal na colheita e, conseqüentemente, evitar
perdas no rendimento do produto, deve-se considerar, além do número correto de sementes por
metro linear, também o espaçamento entre linhas, tipo de sorgo e a população final de colheita.
Outra prática para garantir uma boa população, consiste em regular a semeadeira para
deixar cair 25 a 30% a mais de semente.
De um modo geral são necessários de 6 a 8 Kg de semente por hectare.
Em espaçamento de 0.70 m, o número de sementes normal é de 20 a 25 por metro
linear, já considerando o acréscimo de 30%.
PRODUTIVIDADE
Por suas caraterísticas próprias o sorgo D’Grãos em condições de boa fertilização e demais
observações climáticas, pode chegar a produtividades entre 7.000 e 10.000 kg. por hectare.
CLIMA
A temperatura média anual de 18º C tem sido tomada como limite inferior para a
cultura, ressaltando-se também, que a temperatura média diária na fase de florescimento
deve ultrapassar 18º C. As melhores condições térmicas para a planta situam-se onde a
temperatura do ar encontra-se entre 26- 30º C.
As regiões com maiores cultivos de sorgo no mundo têm precipitações anuais que não
ultrapassam 1.000 mm, para as culturas não irrigadas. Abaixo de 450 mm anuais, a cultura é
feita em regime de irrigação.
Quanto a água disponível no solo, para as plantas de sorgo, há dois períodos críticos:
PRIMEIRO: imediatamente após o plantio, estendendo-se até 20-25 dias após a germinação, um
adequado suprimento de umidade é importante para emergência e bom crescimento inicial. Pode
haver necessidade de replantio na ocorrência de seca.
SEGUNDO: corresponde a fase imediatamente antes e pós-floração, quando o déficit de
umidade pode reduzir muito a produção.
TIPOS DE SOLOS E PREPARO
Os solos recomendados são os mesmos utilizados em culturas de soja, milho, trigo, etc.,
evitando-se áreas alagadiças . A rotação de cultura é benéfica observando-se melhor controle de
ervas daninhas, pragas e doenças, além de um melhor aproveitamento de nutrientes.
O pH do solo, deverá se situar acima de 5,0 e se necessário deverá ser corrigido, pois a
produtividade poderá ser limitada em solos ácidos, quando as plantas apresentam pequeno
desenvolvimento da parte aérea, e as folhas tornam-se arroxeadas ou com tonalidade de um
amarelo pálido.
ADUBAÇÃO
A planta do sorgo absorve o nitrogênio (N), durante quase todo o ciclo vegetativo,
sendo que o período de maior necessidade é entre 30-40 dias após a emergência, por isso
recomenda-se o seu parcelamento em duas épocas ou seja, no plantio 10Kg/N/ha e 30-40 dias
após, 30-40Kg/N/ha em cobertura, que coincide com o início da formação das panículas, ponto
este de real importância no processo produtivo do sorgo.
Recomenda-se a incorporação do adubo a 5-10 cm, visando-se possíveis perdas por
volatização de amônia. Com relação ao fósforo, é um nutriente que desempenha importante
papel na transferência e utilização de energia pelas plantas, recomendando-se a utilização de 30
a 90 Kg de P2O5 / ha no plantio dependendo do tipo de solo (Textura média e arenosa ou
argilosa) e resultado de análise do solo.
A necessidade de potássio para a cultura do sorgo, em função da análise do solo, poderá
ser de 30-60Kg/ha de K2O, aplicado nos sulcos de plantio, evitando seu contato com as
sementes.
Sempre procurar orientação nos órgãos de assistência técnica do sistema público ou
privado, com vistas a recomendações necessárias.
PROFUNDIDADE DE PLANTIO
Devido ao pequeno tamanho da semente, o sorgo, para emergir, necessita além do solo
bem preparado, destorroado e nivelado, boas condições de aeração e temperatura, boa
regulagem de plantadeira e boa compactação na linha de plantio. A semeadura deve ser efetuada
a pequena profundidade, com cobertura de fina camada de terra (no máximo 5 cm).
ESPAÇAMENTO
Resultados de pesquisas constataram maiores produções de sorgo forrageiro, em solos
de boa fertilidade, em regiões com boa distribuição de chuvas ou irrigação, com espaçamento
entre linhas de plantio na faixa de 0.50 e ou 0,70 m. Poderá ocasionalmente haver preferência
por espaçamento maior que 0,70 m, por proporcionar maiores facilidades na execução de tratos
culturais.
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Plantas daninhas prejudicam a cultura do sorgo não só pela competição da luz, mas
também por água e sais minerais, principalmente os nitrogenados. O crescimento lento do sorgo
nos estádios iniciais torna-o susceptível a plantas daninhas abafantes.
Se as plantas daninhas não forem controladas nas quatro primeiras semanas após a
emergência do sorgo, a redução na produção pode chegar a 30%.
Controle mecânico pode ser feito com enxada, cultivador, enxada rotativa. As capinas
manuais são recomendadas para pequenas áreas (1 a 2 ha).
CONTROLE QUÍMICO
O uso de herbicidas, por ser uma operação de maior custo inicial, é indicado para
lavouras médias e grandes. O controle químico de plantas daninhas na cultura de sorgo
forrageiro pode ser feito com utilização de herbicidas a base de atrazine em pré-emergência do
sorgo e das ervas daninhas, a base de 2,0 Kg/ha do princípio ativo, em áreas pouco infestadas
com gramíneas. De um modo geral, os herbicidas usados na cultura do sorgo são eficientes no
controle de folhas largas (dicotiledôneas), com pouca ação sobre gramíneas anuais.
O uso de graminicidas específicos, como as cloroacetamidas (alachlor, metolachlor e
acetochlor) ou as dinitroanilinas (trifluralin, pendimethalin) acarreta, quase sempre, reduções
severas do stand da cultura. Estes produtos, portanto, não devem ser usados.
O uso de atrazine em pós-emergência precoce, coadjuvado com um óleo vegetal
(
formulação pronta) ou com um óleo mineral (Assist, em mistura de tanque) tem aberto a
possibilidade de conseguir o controle de gramíneas anuais em estádios antes do perfilhamento e
incrementar o controle de plantas daninhas dicotiledôneas resistentes, como é o caso do
amendoim –bravo.
A aplicação de herbicidas representa uma solução viável para o controle de plantas
daninhas, contudo na sua utilização devem ser tomados os cuidados recomendados nos rótulos,
e a assistência de técnicos da extensão oficial ou do distribuidor. Toda atenção deve ser dada às
recomendações dos fabricantes quanto às dosagens, plantas daninhas susceptíveis, métodos de
aplicação, toxicologia, e também a calibragem do pulverizador.
PRINCIPAIS PRAGAS DO SORGO
Após o plantio do sorgo, a lavoura deve ser visitada periodicamente, em diferentes
pontos, para verificação da ocorrência de pragas e/ ou de outros problemas. As principais
pragas da cultura são as lagartas e os pulgões.
LAGARTAS Constatando-se presença de insetos como a
lagarta elasmo
(Elasmopalpus
lignosellus), cujo sintoma de ataque pode ser verificado pelo amarelecimento e morte das folhas
centrais, o
controle deve ser providenciado.
Com a ocorrência da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), que se caracteriza
por grande número de plantas com folhas raspadas, deve-se fazer o controle.
A broca da cana -de- açúcar (Diatraea saccharalis) tem sido uma praga secundária e
sem expressão econômica para o sorgo.
PULGÕES - Devem se ser controlados por inseticidas sistêmicos que podem ser
aplicados em pulverização. O pulgão do milho (Rhopalosiphum maydis) e o pulgão verde
(Schiraphis graminum) podem estar presentes na cultura sendo que o principal é o pulgão
verde, que ataca as folhas baixeiras. Durante a alimentação, esse pulgão introduz uma toxina na
folha, causando inicialmente uma clorose, que termina com a morte da folha e da planta,
dependendo do nível de infestação.
CONTROLE
Lagarta elasmo - recomenda-se o uso de Carbaryl e trichlorfon com aplicação
dirigida para a base da planta e a área do solo em volta da planta.
Lagarta do cartucho – utiliza-se o produto Chlorpyrifos ( Lorsban 480 CE) na dose
de 0,5 – 0,75 l/ha ou Deltametrina (Decis) na dose de 0,2 l/ha , com bico leque dirigido para o
cartucho, quando a infestação estiver em torno de 20%.
Pulgão verde – Deve-se dar preferência aos inseticidas sistêmicos, pois eles preferem a
face inferior da folha, o que dificulta o contacto com o inseticida. Usa-se metasystox CE 250 na
dose de 0,3- 0,4 l/ha.
As recomendações aqui citadas são gerais, devendo-se sempre consultar técnicos da
área (Eng. Agrônomos e Técnicos Agropecuários), ler atentamente os cuidados de manuseio e
dosagens constante nas bulas e recomendados pelo fabricante, observando-se métodos de
aplicação, toxicologia e calibragem do pulverizador.
DOENÇAS NA CULTURA DO SORGO
As doenças do sorgo, à semelhança de outras culturas, podem ser classificadas em
infecciosas e não infecciosas. As primeiras são causadas por fatores bióticos que se multiplicam
e podem ser transmitidas de uma planta infectada para uma sadia, como fungos, bactérias, vírus
e nematóides. As segundas são causadas por fatores abióticos como condições ambientais ( luz,
pH, temperatura e umidade) e nutricionais desfavoráveis à planta.
No Brasil, a antracnose (Colletotrichum graminicola), a ferrugem (Puccinia
purpurea) e o míldio (Peronosclerospora sorghi), são consideradas atualmente as doenças mais
importantes da cultura.
A antracnose e a ferrugem são importantes pela severidade e por sua ocorrência
generalizada, podendo a primeira se constituir, em alguns casos, em fator limitante. O míldio é
importante não só pelos danos que causa à cultura do sorgo mas também pela sua importância
para a cultura do milho.
CONTROLE
Várias medidas podem ser utilizadas para o controle das doenças de sorgo, como a
rotação de culturas, o uso de fungicidas no tratamento de sementes, plantio na época certa,
utilização de sementes sadias sem danos mecânicos, e principalmente, o plantio de cultivares
resistente ou tolerantes às doenças.
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