influência do espaçamento entre linhas e da densidade

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INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS E DA DENSIDADE DE
SEMEADURA NO CULTIVO DO SORGO (SORGHUM BICOLOR, L. MOENCH),
EM MANEJO DE CORTE
Rodrigo Oliboni (Mestrando UNICENTRO), Mikael Neumann (Orientador – Dep. de
Méd. Veterinária/UNICENTRO), Marcos Ventura Faria (Professor do Curso de PósGraduação em Produção Vegetal da UNICENTRO), e-mail: [email protected]
Palavras-chave: espaçamento entre linhas, densidade de plantas, sorgo.
Resumo:
O objetivo deste estudo foi o de avaliar o efeito associativo do espaçamento entre
linhas de plantio (30, 50 e 70 cm) e a densidade de plantas (300, 450 e 600 mil
plantas ha-1) sobre o desempenho vegetativo produtivo e qualitativo da cultura do
sorgo (Sorghum bicolor, L. Moench) em manejo de corte. A densidade de
semeadura não afetou a produção, composição física e o valor nutricional da planta.
Introdução
A utilização de pastagens cultivadas é indicada para reduzir o efeito dos períodos de
carência alimentar dos animais em pastejo. De acordo com Neumann et al. (2005) a
produção e o fornecimento de alimentação de boa qualidade tem como objetivo a
maximização do desempenho animal. Segundo Carneiro et al. (2004) a cultura do
sorgo é uma excelente alternativa para o pecuarista minimizar os problemas
oriundos da estacionalidade da produção de forragem em períodos secos. Os
sorgos forrageiros em manejo de corte ou pastejo estão se tornando uma exigência,
devido a globalização da economia e as necessidades de manejo e produção de
pastagens altamente produtivas (Chielle et al., 2000). Diversos fatores contribuem
para uma boa produtividade de sorgo forrageiro e/ou corte, pois a procura pelo
melhor arranjo na distribuição das plantas de sorgo é questionável quanto aos
valores quantitativos e qualitativos da cultura. Por tanto, o objetivo do trabalho foi
avaliar o efeito associativo do espaçamento entre linhas de plantio (30, 50 e 70 cm)
e a densidade de plantas (300, 450 e 600 mil plantas ha-1), sobre o desempenho
vegetativo produtivo e qualitativo da cultura do sorgo para corte e pastejo.
Materiais e Métodos
O experimento foi conduzido no Núcleo integrado de desenvolvimento e análises de
alimentos (NIDAL) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), situada na
Depressão Central do Rio Grande do Sul, numa altitude de 95 m. Localizada a
29º43’ de latitude Sul e 53º42’ de longitude Oeste. O solo da área utilizada para
cultivo pertence a unidade de mapeamento São Pedro, classificado como Argiloso
Vermelho Distrófico Arênico e o clima da região é o Cfa (Subtropical úmido),
conforme a classificação de Köppen, com precipitação média anual de 1.769 mm,
temperatura média anual de 19,2 ºC. O presente trabalho de pesquisa avaliou o
desempenho vegetativo do híbrido de sorgo (Sorghum bicolor, L. Moench) AG2501C em manejo de cortes, conduzido segundo delineamento de blocos
inteiramente casualizados com quatro repetições, onde cada repetição constou de
uma amostra de plantas de 48 m lineares de linha de plantio, utilizando-se de
parcelas sub-subdivididas, em esquema fatorial 3 x 3 x 3, sendo três espaçamentos
de plantio (30, 50 e 70 cm), três densidades populacionais (300, 450 e 600 mil
plantas/ha) e três datas de avaliação durante o ciclo vegetativo da cultura. O ajuste
da população de plantas foi realizado 15 dias após plantio determinando os “Stands”
finais de 300, 450 e 600 mil plantas/ha, de acordo com os tratamentos avaliados.
O desempenho vegetativo do sorgo foi avaliado quando a massa das plantas de
cada parcela apresentou altura média de 95 cm, via colheita manual, com altura de
corte médio das plantas a 20 cm do solo, sendo a 1ª colheita aos 50 dias após
plantio; 2º colheita aos 85 dias após plantio e a 3ª colheita aos 125 dias após plantio.
Após o corte e pesagem das plantas do sorgo de cada parcela para determinação
da produção de matéria verde, amostras compostas de plantas inteiras e de seus
componentes estruturais colmo e folhas foram coletadas para pesagem e présecagem. Os dados coletados para cada variável foram submetidos à análise de
variância, por intermédio do programa estatístico SAS (1993), e as diferenças entre
as médias foram analisadas pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%.
Nas amostras pré-secadas da planta inteira e de seus componentes estruturais
efetuou-se a determinação do teor de proteína bruta (PB), de fibra em detergente
ácido (FDA) e de lignina (LIG).
Resultados e discussão
Não houve interação (P>0,05) entre espaçamento entre linhas e densidade
populacional, assim como não houve diferença estatística (P>0,05) entre período de
utilização do sorgo, de forma combinada, com os fatores espaçamento entre linhas e
densidade populacional para a distribuição da produção de matéria seca (PMS) e
para a participação de folhas na composição física da planta do sorgo em manejo de
corte, respectivamente (Tabela 1). Diferenças significativas foram observadas na
(PMS) (Tabela 1), de forma isolada, entre o espaçamento entre linhas de plantio e
entre os períodos de avaliação. A produção de forragem acresceu linearmente com
o aumento do espaçamento entre linha, independente da densidade populacional de
plantas, na proporção de 103,9 kg ha-1 de MS para cada aumento de 10 cm no
espaçamento entre linhas de plantio. A distribuição da PMS teve efeito quadrático
durante o período de utilização do sorgo em manejo de cortes, apresentando ponto
de máximo acúmulo de matéria seca aos 88,05 dias. Não houve interação (P>0,05)
entre espaçamento entre linhas e densidade populacional para os teores de matéria
seca (MS) e de proteína bruta (PB) da planta do sorgo em manejo de corte. Não
houve diferença estatística (P>0,05) entre período de utilização do sorgo, de forma
combinada, com os fatores espaçamento entre linhas e densidade populacional,
para os teores de MS e de PB da planta do sorgo. Para os teores de MS e PB não
houve diferença (P>0,05), de forma isolada, para os fatores espaçamento entre
linhas de plantio e densidade populacional (P<0,05), enquanto que para período de
utilização houve diferença (P<0,05). Os teores de MS da planta decresceram
linearmente com a utilização da cultura do sorgo em manejo de cortes. Não houve
interação (P>0,05) entre espaçamento entre linhas e densidade populacional para os
teores de fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e
lignina (LIG) da planta do sorgo em manejo de corte, assim como, não houve
diferença estatística (P>0,05) entre período de utilização do sorgo, de forma
combinada, com os fatores espaçamento entre linhas e densidade populacional,
para os teores de FDN e LIG da planta do sorgo. Diferenças significativas foram
observadas na FDN e LIG da planta, de forma isolada, entre o espaçamento entre
linhas de plantio. Os teores de FDN e LIG decresceram linearmente com o aumento
do espaçamento entre linhas, independente da densidade populacional da lavoura.
Tabela 1. Distribuição da produção de matéria seca (PMS) e participação de folhas (PF) na
estrutura física da planta do sorgo manejada em cortes, em função do
espaçamento entre linhas associada a densidade populacional, conforme época de
avaliação.
Tratamentos
Avaliações no ciclo vegetativo
Espaçamen Densidad 1ª colheita 2ª colheita 3ª colheita
to
entre e
de (50 DAE)
(85 DAE)
(125 DAE)
linhas
plantas
Distribuição da PMS (% do total )
30
300 mil
35,6
38,2
26,2
30
450 mil
33,2
43,9
22,9
30
600 mil
32,7
35,6
31,7
50
50
50
300 mil
450 mil
600 mil
24,2
28,1
35,0
41,0
41,7
39,9
34,8
30,3
25,1
70
70
70
300 mil
450 mil
600 mil
24,3
23,3
31,2
41,6
40,8
42,3
34,1
35,9
26,6
PMS total
(kg/ha)¹
7161
7731
8907
7933
9483
9075
8811
9123
9999
9357
8184
9180
Conclusões
A densidade de semeadura não afetou a produção, composição física e o valor
nutricional da planta;
A mudança de espaçamento de 30 para 70 cm, propiciou maior produção de MS,
sem alterar a composição física da planta, assim como reduziu os valores de LIG e
FDN.
Referências Bibliográficas
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CHIELLE, Z.G.; TOMAZZI, D.J.; LOSSO, A.C.; RAUPP, A.A.A.; PERES, P.S.;
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NEUMANN, M.; RESTLE, J.; ALVES FILHO, D.C. et al. Produção de forragem e
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