Visualizar - Sinuelo Agropecuária

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BOLETIM TÉCNICO
SORGO (Sorghum bicolor (L.) MOENCH.)
O sorgo tem como centro de origem a África e parte da Ásia. Apesar de ser uma cultura muito antiga,
somente a partir do século dezenove é que teve um grande desenvolvimento em muitas regiões agrícolas do mundo.
Nos países em desenvolvimento, o sorgo, principalmente o granífero, destina-se a alimentação humana,
enquanto que em países desenvolvidos é utilizado como alimento animal.
Quatro tipos de sorgos são cultivados no Brasil: o granífero, o forrageiro, o sacarino e o vassoura.
Para utilização específica na agropecuária, o sorgo destinado a silagem e pastejo, com o uso de híbridos de
elevada qualidade e produtividade, vem se transformando numa cultura de grande expressão para a produção
animal, devido ao seu elevado potencial de produção, boa adequação à mecanização, reconhecida qualificação
como fonte de energia para arraçoamento animal , grande versatilidade ( feno, silagem e pastejo direto), e
adaptação a regiões mais secas.
A grande resistência do sorgo às condições de estresse de umidade é em parte, devido ao controle mais
efetivo da transpiração em relação a outras plantas cultivadas.
ASPECTOS CLIMÁTICOS
A temperatura média anual de 18º C tem sido tomada como limite inferior para a cultura, ressaltando-se
também, que a temperatura média diária na fase de florescimento deve ultrapassar 18º C. As melhores condições
térmicas para a planta situam-se onde a temperatura do ar encontra-se entre 26- 30º C.
As regiões com maiores cultivos de sorgo no mundo têm precipitações anuais que não ultrapassam
1.000 mm, para as culturas não irrigadas. Abaixo de 450 mm anuais, a cultura é feita em regime de irrigação.
Quanto a água disponível no solo, para as plantas de sorgo, há dois períodos críticos:
PRIMEIRO: imediatamente após o plantio, estendendo-se até 20-25 dias após a germinação, um adequado
suprimento de umidade é importante para emergência e bom crescimento inicial. Pode haver necessidade de
replantio na ocorrência de seca.
SEGUNDO: corresponde a fase imediatamente antes e pós-floração, quando o déficit de umidade pode
reduzir muito a produção.
ÉPOCAS DE PLANTIO
Sendo a variação climática muito grande no Brasil, a época de plantio de sorgo destinado a alimentação
animal, pode obedecer as seguintes épocas:
Região Sul – plantio normal de Setembro a meados de Dezembro. No oeste do Paraná, o plantio da
safrinha, após a cultura de verão (Fevereiro-Março).
Região Sudeste e Centro Oeste – plantio de Setembro a Dezembro e o plantio em sucessão (safrinha) até a
segunda quinzena de Março.
Região Nordeste – de acordo com características climáticas locais, de Março a meados de Abril.
Região Norte – Plantio de Outubro a Novembro.
TIPOS DE SOLOS E PREPARO
Os solos recomendados são os mesmos utilizados em culturas de soja, milho, trigo, etc., evitando-se áreas
alagadiças . A rotação de cultura é benéfica observando-se melhor controle de ervas daninhas, pragas e doenças,
além de um melhor aproveitamento de nutrientes.
O pH do solo, deverá se situar acima de 5,0 e se necessário deverá ser corrigido, pois a produtividade
poderá ser limitada em solos ácidos, quando as plantas apresentam pequeno desenvolvimento da parte aérea, e as
folhas tornam-se arroxeadas ou com tonalidade de um amarelo pálido.
ADUBAÇÃO
A planta do sorgo absorve o nitrogênio (N), durante quase todo o ciclo vegetativo, sendo que o período de
maior necessidade é entre 30-40 dias após a emergência, por isso recomenda-se o seu parcelamento em duas épocas
ou seja, no plantio 10Kg/N/ha e 30-40 dias após, 30-40Kg/N/ha em cobertura, que coincide com o início da
formação das panículas, ponto este de real importância no processo produtivo do sorgo.
Recomenda-se a incorporação do adubo a 5-10 cm, visando-se possíveis perdas por volatização de amônia.
Com relação ao fósforo, é um nutriente que desempenha importante papel na transferência e utilização de
energia pelas plantas, recomendando-se a utilização de 30 a 90 Kg de P2O5 / ha no plantio dependendo do tipo
de solo (Textura média e arenosa ou argilosa) e resultado de análise do solo.
A necessidade de potássio para a cultura do sorgo, em função da análise do solo, poderá ser de 30-60Kg/ha
de K2O, aplicado nos sulcos de plantio, evitando seu contato com as sementes.
Sempre procurar orientação nos órgãos de assistência técnica do sistema público ou privado, com vistas a
recomendações necessárias.
PROFUNDIDADE DE PLANTIO
Devido ao pequeno tamanho da semente, o sorgo, para emergir, necessita além do solo bem preparado,
destorroado e nivelado, boas condições de aeração e temperatura, boa regulagem de plantadeira e boa compactação
na linha de plantio. A semeadura deve ser efetuada a pequena profundidade, com cobertura de fina camada de terra
(no máximo 5 cm).
ESPAÇAMENTO
Resultados de pesquisas constataram maiores produções de sorgo forrageiro, em solos de boa fertilidade,
em regiões com boa distribuição de chuvas ou irrigação, com espaçamento entre linhas de plantio na faixa de 0.50 e
ou 0,70 m. Poderá ocasionalmente haver preferência por espaçamento maior que 0,70 m, por proporcionar maiores
facilidades na execução de tratos culturais.
POPULAÇÃO DE PLANTAS
Para o sorgo forrageiro, recomenda-se população de 150.000 plantas/ha, objetivando a diminuir o
acamamento, que normalmente ocorre em populações maiores.
Para se obter uma população de plantas ideal na colheita e, conseqüentemente, evitar perdas no rendimento
do produto, deve-se considerar, além do número correto de sementes por metro linear, também o espaçamento entre
linhas, tipo de sorgo e a população final de colheita.
Outra prática para garantir uma boa população, consiste em regular a semeadeira para deixar cair 25 a 30%
a mais de semente.
De um modo geral são necessários 8-10Kg de semente por hectare.
Em espaçamento de 0.70 m, o número de sementes normal é de 11 por metro linear, com acréscimo de
30%, passa para 15 sementes.
CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
Plantas daninhas prejudicam a cultura do sorgo não só pela competição da luz, mas também por água e sais
minerais, principalmente os nitrogenados. O crescimento lento do sorgo nos estádios iniciais torna-o susceptível a
plantas daninhas abafantes.
Se as plantas daninhas não forem controladas nas quatro primeiras semanas após a emergência do sorgo, a
redução na produção pode chegar a 30%.
Controle mecânico pode ser feito com enxada, cultivador, enxada rotativa. As capinas manuais são
recomendadas para pequenas áreas (1 a 2 ha).
CONTROLE QUÍMICO
O uso de herbicidas, por ser uma operação de maior custo inicial, é indicado para lavouras médias e
grandes. O controle químico de plantas daninhas na cultura de sorgo forrageiro pode ser feito com utilização de
herbicidas a base de atrazine em pré-emergência do sorgo e das ervas daninhas, a base de 2,0 Kg/ha do princípio
ativo, em áreas pouco infestadas com gramíneas. De um modo geral, os herbicidas usados na cultura do sorgo são
eficientes no controle de folhas largas (dicotiledôneas), com pouca ação sobre gramíneas anuais.
O uso de graminicidas específicos, como as cloroacetamidas (alachlor, metolachlor e acetochlor) ou as
dinitroanilinas (trifluralin, pendimethalin) acarreta, quase sempre, reduções severas do stand da cultura. Estes
produtos, portanto, não devem ser usados.
O uso de atrazine em pós-emergência precoce, coadjuvado com um óleo vegetal
( formulação pronta)
ou com um óleo mineral (Assist, em mistura de tanque) tem aberto a possibilidade de conseguir o controle de
gramíneas anuais em estádios antes do perfilhamento e incrementar o controle de plantas daninhas dicotiledôneas
resistentes, como é o caso do amendoim –bravo.
A aplicação de herbicidas representa uma solução viável para o controle de plantas daninhas, contudo na
sua utilização devem ser tomados os cuidados recomendados nos rótulos, e a assistência de técnicos da extensão
oficial ou do distribuidor. Toda atenção deve ser dada às recomendações dos fabricantes quanto às dosagens,
plantas daninhas susceptíveis, métodos de aplicação, toxicologia, e também a calibragem do pulverizador.
PRINCIPAIS PRAGAS DO SORGO
Após o plantio do sorgo, a lavoura deve ser visitada periodicamente, em diferentes pontos, para verificação
da ocorrência de pragas e/ ou de outros problemas. As principais pragas da cultura são as lagartas e os pulgões.
LAGARTAS Constatando-se presença de insetos como a
lagarta elasmo (Elasmopalpus
lignosellus), cujo sintoma de ataque pode ser verificado pelo amarelecimento e morte das folhas centrais, o
controle deve ser providenciado.
Com a ocorrência da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), que se caracteriza por grande número
de plantas com folhas raspadas, deve-se fazer o controle.
A broca da cana -de- açúcar (Diatraea saccharalis) tem sido uma praga secundária e sem expressão
econômica para o sorgo.
PULGÕES - Devem se ser controlados por inseticidas sistêmicos que podem ser aplicados em
pulverização. O pulgão do milho (Rhopalosiphum maydis) e o pulgão verde (Schiraphis graminum) podem estar
presentes na cultura sendo que o principal é o pulgão verde, que ataca as folhas baixeiras. Durante a alimentação,
esse pulgão introduz uma toxina na folha, causando inicialmente uma clorose, que termina com a morte da folha e
da planta, dependendo do nível de infestação.
CONTROLE
Lagarta elasmo - recomenda-se o uso de Carbaryl e trichlorfon com aplicação dirigida para a base da
planta e a área do solo em volta da planta.
Lagarta do cartucho – utiliza-se o produto Chlorpyrifos ( Lorsban 480 CE) na dose de 0,5 – 0,75 l/ha
ou Deltametrina (Decis) na dose de 0,2 l/ha , com bico leque dirigido para o cartucho, quando a infestação estiver
em torno de 20%.
Pulgão verde – Deve-se dar preferência aos inseticidas sistêmicos, pois eles preferem a face inferior da
folha, o que dificulta o contacto com o inseticida. Usa-se metasystox CE 250 na dose de 0,3- 0,4 l/ha.
As recomendações aqui citadas são gerais, devendo-se sempre consultar técnicos da área (Eng. Agrônomos
e Técnicos Agropecuários), ler atentamente os cuidados de manuseio e dosagens constante nas bulas e
recomendados pelo fabricante, observando-se métodos de aplicação, toxicologia e calibragem do pulverizador.
DOENÇAS NA CULTURA DO SORGO
As doenças do sorgo, à semelhança de outras culturas, podem ser classificadas em infecciosas e não
infecciosas. As primeiras são causadas por fatores bióticos que se multiplicam e podem ser transmitidas de uma
planta infectada para uma sadia, como fungos, bactérias, vírus e nematóides. As segundas são causadas por fatores
abióticos como condições ambientais ( luz, pH, temperatura e umidade) e nutricionais desfavoráveis à planta.
No Brasil, a antracnose (Colletotrichum graminicola), a ferrugem (Puccinia purpurea) e o míldio
(Peronosclerospora sorghi), são consideradas atualmente as doenças mais importantes da cultura.
A antracnose e a ferrugem são importantes pela severidade e por sua ocorrência generalizada, podendo a
primeira se constituir, em alguns casos, em fator limitante. O míldio é importante não só pelos danos que causa à
cultura do sorgo mas também pela sua importância para a cultura do milho.
CONTROLE
Várias medidas podem ser utilizadas para o controle das doenças de sorgo, como a rotação de culturas, o
uso de fungicidas no tratamento de sementes, plantio na época certa, utilização de sementes sadias sem danos
mecânicos, e principalmente, o plantio de cultivares resistente ou tolerantes às doenças.
PONTO DE SILAGEM
É importante o ponto de colheita da planta, que deve ser feita quando o teor de matéria seca da massa a ser
ensilada estiver entre 30 e 35%, o que ocorre de modo geral, no estádio de grãos farináceos. Para se obter boa
fermentação da massa verde ensilada, é fundamental existir certa quantidade de carboidratos solúveis (> 15% na
matéria seca e teor de matéria seca entre 30 a 35% ) . Existem poucos estudos tentando relacionar o estádio
vegetativo da planta e seu ponto de corte para silagem, ocasionando, na prática, certa dificuldade na tomada de
decisão, principalmente levando-se em conta que há variações entre cultivares.
Em se tratando do sorgo D’Silagem, um cultivar específico para silagem, por seu alto conteúdo de açucares
solúveis disponíveis em caule e folhas, recomenda-se antecipar o corte trabalhando com menores percentuais de
matéria seca(entre 26 e 30%) quando os grãos se situam entre “grãos leitosos e grãos pastosos”.
O alto conteúdo de açucares solúveis do sorgo D’Silagem, disponibiliza energia alternativa de boa
digestibilidade, em substituição como fonte energética aquela encontrada no amido do grão (de baixa
digestibilidade).
Esta característica do D’Silagem permite antecipar a colheita, obtendo maior produtividade de matéria
verde, com significativos ganhos de qualidade.
SORGOS ESPECIAIS PARA SILAGEM e PASTEJO “D’Pastejo – D’Silagem”
Em sua perspectiva de oferecer sempre produtos e tecnologias de ponta, a Sinuelo foi buscar na Argentina
cultivares de sorgo de alta produtividade, específicos para a produção de silagem, passando a distribuir no Brasil de
forma exclusiva as sementes dos cultivares D’Pastejo – D’Silagem.
Estes materiais: D’Silagem granífero específico para silagem e D’Pastejo, próprio para silagem, pastejo
direto e fenação, destacam-se dos demais por suas características e aptidões:
 PRODUTIVIDADE – Alto porte (2 a 3m de altura) e grande produtividade de massa verde, na faixa de
70 a 90 ton. de Matéria Verde por hectare;
 BAIXA LIGNINA – Uma das características mais importantes destes materiais é o baixo teor de
lignina (Ceres 9%);
 ALTA DIGESTIBILIDADE – Em conseqüência direta dos baixos teores de lignina, estes materiais
apresentam índices de digestibilidade “em rume” muito acima de seus concorrentes, com 65 a 75%;
 ALTOS TEORES DE AÇÚCAR – Outra característica importante destes sorgos é seu alto conteúdo de
açúcares solúveis, em caule e folhas, disponibilizando assim uma importante fonte alternativa de
energia de muito boa digestibilidade, permitindo antecipar a colheita e dispensar o amido dos grãos
como fonte energética.
INFORMAÇÕES BROMATOLÓGICAS
CULTIVAR
D’Silagem
Proteína Bruta
%
5a6
DIVMS
%
60-65
Digestibilidade em rume
%
65-70
FDN
%
57-70
FDA
%
7-40
Lignina
%
9-9.34
Energia Metab. Mcal/kg
2.3/2.5
Ensaios realizados na Argentina, comprovaram os extraordinários resultados obtidos com os cultivares
D’Pastejo – D’Silagem.
____
PRODUÇÃO E QUALIDADE DAS SILAGENS COM SORGO “D’Silagem”
HÍBRIDO
PRODUÇÃO
MATÉRIA PRODUÇÃO PROTEÍNA FDN FDA
Época de corte
Leitoso
Pastoso
M.Verde/ha.
61.553 kg
78.058 kg
SECA %
23.04
27.50
M. Seca/ha.
14.157
21.466
BRUTA %
5.75
5.05
%
%
62.16 43.9
50.35 37.13
GANHO DE PESO, CONSUMO VOLUNTÁRIO E CONVERSÃO ALIMENTAR
HÍBRIDO
GANHO DE PESO
CONSUMO MS
CONVERSÃO kg/MS
Época de corte
Gramas/animal/dia
(% peso vivo)
X kg ganho de peso
Leitoso
510
2.58
11.22
Pastoso
703
2.83
9.76
ENSAIOS REALIZADOS PELO IAPAR NA ESTAÇÃO EXPERIMENTAL DA LAPA – PR
Material
Parcela
Matéria verde / kg. por hectare
Total MV/ha.
Sorgo
1o. Corte
2o. Corte
(dois cortes)
D’Silagem
1
64.555
27.555
92.110
2
80.888
32.074
112.092
3
49.111
20.444
69.555
Médias
64.851
26.691
91.542
D’Pastejo
1
47.555
23.407
70.962
2
59.000
30.740
89.740
3
43.222
22.963
66.185
Médias
49.925
25.703
75.629
Obs. O sorgo D’Pastejo, plantado na época correta (setembro) pode ter um terceiro corte,
Superando a produção de 90 ton/MV/ha.
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