Sumário Resumo ....................................................................................................................... 1 Introdução ................................................................................................................... 2 1. Características e avaliação do idoso deprimido ...................................................... 4 2. Modelos de depressão ............................................................................................ 5 3. Prevalência.............................................................................................................. 5 4. Alterações na aparência física ................................................................................ 6 5. Tratamento .............................................................................................................. 6 5.1. Tratamento Medicamentoso ............................................................................. 6 5.2. Psicoterapia ...................................................................................................... 8 5.3. Atividade Física como Tratamento.................................................................... 8 Conclusão ................................................................................................................... 9 Referências Bibliográficas ......................................................................................... 10 1 DEPRESSÃO NO IDOSO: UMA ABORDAGEM GLOBAL DEPRESSION IN THE OLDER PEOPLE: A GLOBAL APPROACH RESUMO A depressão é o problema psicológico mais comum no idoso. Embora seja comumente negligenciada no idoso, ela é, na realidade, bastante tratável. O importante seria a identificação das causas, pois é possível encontrar todos os tipos de depressão entre os idosos, desde a recorrência da depressão bipolar, depressão maior crônica, distúrbio distímico agravado pelas condições de vida, distúrbios de ajustamento a outros transtornos orgânicos, afetando dramaticamente a resposta do paciente idoso à reabilitação. A atividade física, quando regular e bem planejada, contribui para minimização do sofrimento psíquico do idoso deprimido, além de oferecer oportunidade de envolvimento psicossocial, elevação da auto-estima, implementação das funções cognitivas, com saída do quadro depressivo e menores taxas de recaída. O objetivo deste artigo foi realizar uma revisão bibliográfica sobre depressão em idosos, fazer uma abordagem global e relacionar aos benefícios da atividade física. Palavras Chaves: depressão, idoso, atividade física, qualidade de vida, fisioterapia. ABSTRACT The depression is the more common psychological problem in older people. Although it is neglected commonly in older people, she is, in the reality, quite treatable. The important would be the identification of the causes, it is possible to find all of the depression types among the older people, from the appeal of the bipolar depression, chronic larger depression, disturbance distímic worsened by the life conditions, adjustment disturbances the other organic upset, affecting the answer dramatically of the older people patient to the rehabilitation. The physical activity, when it regulates and well drifted, contributed to minimization of the depressed elderly psychic suffering, besides offering opportunity of psychosocial involvement, elevation of the selfesteem, implementation of the cognitive functions, with exit of the depressive picture and smaller relapse taxes. The objective of this article was to accomplish a bibliographical revision on depression in older people making a global approach and relating the beneficial of the physical activity. Key Words: depression, older people, physical activity, quality of life, Physiotherapy. 2 INTRODUÇÃO O envelhecimento é hoje um fenômeno universal, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. No Brasil, impressiona a rapidez com que tem ocorrido, visto que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano de 2025, a população idosa no Brasil crescerá 16 vezes, contra cinco vezes da população total. Isso classifica o país como a sexta população do mundo em idosos, correspondendo a mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade7. Esse aumento da população idosa esta associado à prevalência elevadas de doenças crônico-degenerativas, dentre elas aquelas que comprometem o funcionamento do sistema nervoso central, como as enfermidades neuropsiquiátricas, particularmente a depressão. Embora o envelhecimento mental possa apresentar um lentificação dos processos mentais, isto não representa perdas de funções cognitivas. 5 Todo ser humano em qualquer fase de sua vida pode experimentar sintomas depressivos. Nos velhos a probabilidade de padecer desta doença é ainda maior, pois apresentam inúmeras limitações e perdas, tendo como conseqüências sentimentos de autodepreciação. 8 A depressão é o problema psicológico mais comum no idoso. Embora isso também seja verídico em outras faixas etárias adultas, a depressão permanece comum um problema significativo encontrado por profissionais que trabalham com o idoso. 1 Frequentemente se observa que o idoso deprimido passa por uma importante piora de seu estado geral e por um decréscimo significativo de sua qualidade de vida. A gravidade da situação reflete-se na alta prevalência de suicídio entre a população de idosos deprimidos. 4 A atividade em geral, seja física ou de outra ordem, é uma variável frequentemente citada na literatura como sendo de grande relevância para qualidade de vida na velhice. 2 O exercício físico, o chamado aeróbio, realizado com intensidade moderada e longa duração, propicia alívio do estresse ou tensão, devido a um aumento da taxa de um conjunto de hormônios denominados endorfinas que agem sobre o sistema nervoso, reduzindo o impacto estressor do ambiente e com isso pode prevenir ou reduzir transtornos depressivos, o que é comprovado por vários estudos. 5 Percepções de idosos sobre a participação num programa de atividade física e de como ocorreram mudanças no seu modo de ser, foram coletados pela autora Okuma, mostrando um enorme valor que esta atividade teve para eles. 2 Contudo, não adianta ter só habilidade fica e esquecer da emocional e social. O exercício físico deve ter estratégias que associem a ação mecânica com a ação mental, contribuindo para a melhora global das habilidades do idoso e evitando o declínio que naturalmente acompanha a velhice. 3 3 A importância em se diagnosticar esse quadro, é que, ao se estabelecer à terapia indicada , devolvemos ao indivíduo a capacidade de amar, pensar, interagir e cuidar de pessoas, trabalhar, sentir-se gratificado e assumir responsabilidades. 8 Neste artigo são apresentados as características do idoso deprimido, os modelos de depressão,a prevalência, tratamento medicamentoso e os benefícios da atividade física. 4 1. CARACTERÍSTICAS E AVALIAÇÃO DO IDOSO DEPRIMIDO Os idosos, por apresentarem características bastante peculiares das demais faixas etárias, requerem uma avaliação de saúde mais cuidadosa, a fim de identificar problemas subjacentes a queixa principal. Portanto faz-se necessário priorizar, no seu atendimento, a avaliação multidimensional, geriátrica abrangente ou avaliação global. 7 Muitas pessoas classificam a característica predominante da depressão com o humor deprimido, sentimentos de tristeza, desesperança, além da perda de interesse e prazer em atividades previamente prazerosas. 1 Em pacientes idosos , além dos sintomas comuns, a depressão costuma ser acompanhada por queixas somáticas, hipocondria, baixa auto-estima, sentimentos de inutilidade, humor disfórico, tendência autodepreciativa, alteração do sono e do apetite, ideação paranóide, e pensamento recorrente de suicídio. 5 Em idosos deprimidos há maior probabilidade de sintomas somáticos inespecíficos, tais como suores, náuseas e palpitações, quando apresentam um transtorno de ansiedade conjuntamente com o quadro depressivo. Esta somatização produzida pela ansiedade concomitante à depressão tem importância clínica, já que esses pacientes podem confundir tais sintomas somáticos com efeitos colaterais de medicamentos, agravamentos de outras doenças. 6 De um modo geral, a clínica da depressão nos idosos é mais variada e atípica que no adulto jovem. Os idosos apresentam freqüentemente sintomas depressivos que nem sempre se ajustam aos requisitos necessários para categorias diagnósticas das classificações tradicionais (CID.10 e DSM.IV). Os sintomas mais freqüentes costumam ser inquietação psicomotora (depressão ansiosa), sintomas depressivos (insuficientes para categorias de diagnóstico formal), somatizações variadas, sinais de alterações vegetativas, perda da autoestima, sentimentos de abandono e dependência, eventuais sintomas psicóticos, déficit cognitivo variável, idéias de ou suicídio. 6 Os fisioterapeutas podem encontrar duas categorizações da depressão, sendo eles o episódio depressivo maior ou depressão endógena que deve apresentar pelo menos cinco dos seguintes sintomas, presentes durante um período de duas semanas, humor deprimido, interesse ou prazer acentuadamente diminuído, perda ou ganho de peso quando não em dieta, insônia ou hipersonia, retardo ou agitação psicomotora, fadiga ou perda de energia, sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva, capacidade diminuída de pensar ou de concentrar e pensamentos recorrentes de morte. Já no transtorno de adaptação com humor deprimido, depressão reativa ou secundária, os critérios são a presença de sintomas emocionais ou comportamentais em resposta a estressores, identificáveis que ocorrem dentro de 3 meses do início dos estressores, sintomas ou comportamentos clinicamente significantes como: angustia acentuados, comprometimentos significativos no funcionamento social ou ocupacional. 1 5 2. MODELOS DE DEPRESSÃO Cinco dos modelos mais freqüentementes citados são o modelo cognitivo, o modelo do desamparo aprendido, o modelo interpessoal, neurobiológico e o de recursos sociais. Cognitivo: Ocorrem erros de processamentos de informações resultando em uma estimativa excessiva do estímulo negativo e em uma subestimativa dos estímulos positivos. Modelo do desamparo aprendido: A motivação diminuída e as percepções de incontrolabilidade dos eventos pela pessoa deprimida, onde o resultado pode ser um comportamento excessivamente passivo, a falta de motivação de a depressão do paciente. Modelo interpessoal: Frequentemente atribuída relacionamentos interfamiliares adversos na infância. a experiências ou Neurobiológico: Transtornos da transmissão das catecolaminas e transmissão serotoninérgica cerebral deprimida. Modelo de recursos sociais: Enfatiza os efeitos do ambiente sobre o indivíduo. 1,13 3. PREVALÊNCIA A Organização Mundial de Saúde (OMS,1979), estima que 30% a 35% da população maior de 60 anos nos países industrializados apresentam algum tipo de distúrbio mental e que um em cada dez idosos sofre de depressão. 8 A prevalência de depressão e transtornos depressivos nos idosos, de um modo geral, oscila desde 10 até 20-27%. 11 Observou-se que os idosos hospitalizados e institucionalizados apresentavam uma maior prevalência de sintomas depressivos graves e muito graves, 56,67% e 60% respectivamente, quando comparados aos idosos domiciliados (23,34%). Entre todas as faixas etárias , o suicídio é mais comum em pessoas com 65 anos ou mais correspondendo a 3% das causas de morte em idosos. 4 As mulheres sofrem mais freqüentemente de depressão maior e de sintomas depressivos do que os homens. 10 6 4. ALTERAÇÕES NA APARÊNCIA FÍSICA Segundo Ballone(2002), grande maioria dos idosos se percebe com menos cabelo, cabelos brancos (91.2%); manchas e rugas na pele (81.1%); problemas de visão e de audição (74.9%); déficit na força muscular (59.7%), etc. A isso se associa uma característica psicológica, que é um forte apego ao passado (57.2%). Os fatores sociais e os elementos gerais parecem exercer uma forte influencia. As mulheres levam mais em conta as mudanças em sua aparência externa, os homens, por sua vez, ressentem mais a debilidade física. Dentro da percepção do envelhecimento, cabe chamar a atenção sobre a explicação que os idosos realizam de sua velhice, e sobre a rapidez com que esta se instaura para eles. O ritmo do envelhecimento é percebido de forma diferente por homens e mulheres. A maioria dos homens (59.1%) pensa envelhecer de forma lenta ou pouco a pouco. As mulheres (52.7%), em troca, vêem este processo como algo normal, nem lento nem rápido. A correlação entre Saúde Mental e Percepção do Envelhecimento faz supor uma influência negativa dos problemas psicológicos sobre a autopercepção dos idosos. A presença de ansiedade, irritabilidade, sensação de insuficiência, de inutilidade, entre outras, pode levar aos idosos a supervalorizar (e em alguns casos extremos, a acelerar) alguns traços próprios da velhice. Da mesma forma, é lícito supor que a presença de certos traços do envelhecimento e seus efeitos nas vidas das pessoas possam gerar problemas psicológicos, já que, ao que parece, as limitações do envelhecimento e a marginalização social concomitante, terminam por afetar o equilíbrio interno dos indivíduos. O mais provável é que exista uma influencia recíproca entre ambos fatores, os mesmos que à maneira de um círculo vicioso se retro-alimentam mutuamente. 6 5. TRATAMENTO 5.1. Tratamento Medicamentoso Embora existam muitos tratamentos farmacológicos para depressão, os medicamentos utilizados para tratar a depressão maior podem ser divididos em cinco categorias principais: inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), antidepressivos tricícliclos ou tetracíclicos (ATC), antidepressivos heterocíclicos, inibidores da recaptação de serotonina /norepinefrina e inibidores da monoaminoxidase (IMAO). 12 A escolha de um antidepressivo para uma determinada pessoa depende de muitos fatores, inclusive a resposta prévia, doenças clínicas concomitantes e outros medicmentos utilizados pelo paciente.Geralmente, o uso dos ISRS e dos antidepressivos heterocíclicos e preferido no idoso. 1 7 8 5.2. Psicoterapia Tem como objetivo proporcionar apoio emocional ao idoso, reduzindo sua ansiedade e aumentando sua confiança e auto-estima. Citaremos as técnicas mais utilizadas para o trabalho com o idoso. Psicoterapia Breve – Técnica bastante utilizada, por ser dinâmica, flexível e de tempo limitado.Ela tem limites elásticos para incluir elementos de psicoterapia de apoio, psicoterapia reeducativa (terapia cognitiva) e psicoterapia reconstrutiva (psicanálise). Terapia Cognitiva – É uma técnica de tempo limitado, que inclui confrontação, educação e explicação, essa tríade chama de cognitiva da depressão.Busca uma abertura para o futuro, questiona com o paciente seus conceitos alterados a respeito de si próprio, do futuro e do mundo ao redor tentando alterar a tríade. Terapia da revisão de vida – Indicada para resolver problemas antigos, aumentar a tolerância do conflito, aliviar culpas e medos, aumentar a criatividade, generosidade e aceitação do presente. Terapia de Grupo – O grupo funciona como um espaço no qual o idoso encontra proteção para as angústias decorrentes das perdas. 8 5.3. Atividade Física como Tratamento A Atividade Física regular deve ser considerada como uma alternativa não farmacológica do tratamento do transtorno depressivo. O exercício físico apresenta, em relação ao tratamento medicamentoso, a vantagem de não apresentar efeitos colaterais indesejáveis, além de sua prática demandar, ao contrário da atitude relativamente e passiva de tomar uma pílula, um maior comprometimento ativo, por parte do paciente que pode resultar na melhoria da auto-estima.5 A atividade física colabora para a formação de redes sociais além é claro, dos benefícios corporais e fisiológicos. 14 Na indicação ou elaboração de um programa de exercícios físicos, é necessário um planejamento rigoroso, levando em consideração objetivos específicos e a avaliação dos riscos de lesão de cada indivíduo. Atividades que estimulem a consciência corporal e cognição devem ser incentivadas.16 Exercícios na água podem ser uma boa opção para idosos que necessitem de relaxamento, diminuição da tensão articular e ganho de amplitude nos movimentos. 15 A atividade física colabora para a formação de redes sociais além é claro, dos benefícios corporais e fisiológicos.15 Os índices de depressão são menores em idosos que praticam atividade física, estudos comprovam melhora no aspecto emocional, como aumento da auto-estima, humor, sensação de bem-estar, diminuição da ansiedade e da tensão. 17 9 Pesquisa realizada com mulheres demonstrou que as sedentárias apresentaram índices de depressão e patologias mais elevados quando comparadas as praticantes de dança.14 Outro estudo realizado no Japão com indivíduos de idade entre 65-70 anos praticantes de exercícios diários demonstrou que os idosos reduziram os sintomas de depressão.15 CONCLUSÃO Existem muitos fatores que podem desencadear ou mesmo predispor ao aparecimento do estado depressivo. A atividade física, em nosso trabalho, pode ter contribuído para diminuir ou reverter os transtornos depressivos, proporcionando benefícios físicos, psicológicos e sociais aos idosos. É de extrema importância para o tratamento fisioterapêutico o diagnóstico precoce da depressão, pois o tratamento não terá um rendimento satisfatório. 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. GUCCIONE, A.A, Fisioterapia Geriátrica, 2.ed, Guanabara Koogan. Rio de Janeiro.2000. 2. MIRANDA, M.L.J.;GODELI,M.R.C.S. Musica, atividade física e bem-estar psicológico em idosos.R. brás. Ci. E Mov.2003; 11(4):87-94 3. MIGUEL, FILHO EC; ALMEIDA OP de. Aspectos Psiquiátricos do Envelhecimento. IN:Carvalho Filho ET de, Netto MP, Organizações. Geriatria: Fundamentos, Clinica e Terapêutica.São Paulo: Atheneu;2000. p. 63-82 4. PORCU, M.et al. 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